Entidades integrantes do Fórum Sindical dos
Trabalhadores - FST reuniram-se, nesta quarta-feira
(05/12), com objetivo de elaborar agenda a ser
apresentada ao novo governo eleito. Na pauta,
discussões em torno de ideias e propostas que
potencializem a retomada do crescimento econômico,
da geração de empregos e da valorização do trabalho.
A reunião ocorreu no auditório da sede da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Educação e Cultura - CNTEEC, em
Brasília-DF.
Conduzida pelo coordenador geral do FST, diretor da
Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST e
presidente da CNTEEC, Oswaldo Augusto de Barros, as
discussões iniciaram-se debatendo a convecção de um
documento conjunto das entidades com detalhes sobre
as respectivas categorias representadas, o impacto
econômico/social de suas atividades e suas
proposições junto à Presidência da República.
“Nosso papel não é ser ideológico ou partidário,
temos disponibilidade e interesse no diálogo. A
extinção do Ministério do Trabalho já apresenta um
forte revés político no trato e na mediação de
eventuais conflitos nas relações de trabalho.
Apresentar alternativas e soluções é nosso papel
institucional”, argumentou Oswaldo.
O presidente da Confederação dos Servidores Públicos
do Brasil - CSPB, João Domingos Gomes dos Santos,
reforçou o posicionamento da entidade de sempre
dialogar com o governo, sem o viés de rivalidades
ideológicas, com foco em assuntos realmente
relevantes aos trabalhadores do setor público.
“Já recolhemos junto à nossa base filiada, os
elementos necessários para colaborar com o documento
final do FST. Fizemos um esforço de análise de
conjuntura de maneira a encontrar os melhores
caminhos de atuação sindical e de relacionamento com
o governo eleito. A compreensão de que o movimento
sindical é elemento basilar indispensável nas
negociações e mediações das relações de trabalho,
fará com que o governo o enxergue como um aliado
imprescindível à pacificação e retomada do
desenvolvimento nacional. Propomos em nosso
documento a crição de um órgão de autoregulação do
movimento sindical, tal qual previsto no § 1º do
artigo 8º da Constituição Federal. A propositura da
CSPB tornou-se um tanto mais necessária na medida em
que, na falta de um órgão próprio como prevê o texto
constitucional, o Estado está interferindo e
intervindo no nas entidades sindicais; e o tem feito
sempre no sentido de aniquilar o movimento sindical
dos trabalhadores, numa relação estranhamente
assimétrica com as entidades patronais. A proposta
de extinção do Ministério do Trabalho e a
pulverização de suas atribuições junto a pastas
distintas do governo, resulta na triste consequência
das organizações sindicais ficarem à mercê do
subjulgo de pastas alheias às relações de trabalho”,
reforçou Domingos.
José Calixto Ramos, presidente da Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Indústria - CNTI e
presidente da NCST, ponderou que ninguém pode
separar do sindicalismo o seu protagonismo de
classe.
“É necessário iniciarmos uma reengenharia do
movimento sindical, sair da zona de conforto e
frequentar as bases. O governo existente hoje, de
uma tacada, atingiu dois objetivos: desmantelar a
estrutura sindical e encerrar contratos de trabalho
programados, ambos com impactos sociais e econômicos
severamente nocivos a qualquer possibilidade de
retomada do desenvolvimento. Ao se abrir ao diálogo,
o novo governo abre a possibilidade de escapar dessa
armadilha, que se provou catastrófica e inviável
para o país”, alertou Calixto.
O diretor da CSPB e da NCST, Luiz Gonzaga Negreiros,
reiterou a necessidade de apresentar ao governo a
relevância da unicidade sindical como um poderoso
mecanismo facilitador nas mediações de conflitos.
“Fortalecer a autoridade sindical, eleita por suas
respectivas categorias, socializa a complexa
responsabilidade de apresentar soluções a problemas
resultantes de interesses em conflito, seja entre
empregos e empregadores; seja entre o Estado e seu
quadro de servidores. Não acredito que o governo irá
abdicar dessa experiência, sobretudo em um país que
necessita se reorganizar para enfrentar os gargalos
que entravam nosso desenvolvimento”, disse o líder
sindical.
A reunião prosseguiu com apresentação de
alternativas ao custeio da estrutura e das
atividades sindicais do FST. As entidades
integrantes apresentaram suas respectivas parcelas
de colaboração; sejam financeiras, respeitando
limites orçamentários que cada entidade enfrenta
sobretudo após o fim da contribuição sindical; sejam
com colaborações relevantes à agenda de trabalhos a
serem executados pelo FST e demais filiadas.