Lideranças sindicais na Presidência da Câmara dos
Deputados
O presidente da Nova Central Sindical de
Trabalhadores – NCST, José Calixto Ramos; o
vice-presidente da entidade, Fernando Ferreira
Anunciação; o diretor de Assuntos Parlamentares da
entidade, Luiz Gonzaga de Negreiros; e a presidente
da NCST/DF, Vera Leda Ferreira de Morais,
participaram, nesta quarta-feira (20), de ato de
entrega da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora
às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados.
O documento, assinado pelas centrais NCST, CSB, CTB,
CUT, Intersindical e UGT, apresenta propostas de uma
agenda socioeconômica de transformação orientada
pelo combate a todas as formas de desigualdade e
pela promoção do emprego de qualidade, pela
liberdade, pela democracia, soberania nacional e
justiça social.
Reunião na Presidência do Senado Federal
Entre as medidas emergenciais, estão ações de
combate ao desemprego, com retomada de obras de
infraestrutura e políticas de apoio aos
desempregados. Os sindicalistas também querem a
revogação das leis 13.467, de "reforma" trabalhista,
e 13.429, da terceirização ilimitada, além da Emenda
Constitucional 95, que fixou teto para gastos
públicos. O texto foi discutido durante meses entre
as centrais, sob coordenação do Dieese.
“O país atravessa momentos difíceis, com desemprego
crescente e desvalorização das rendas do trabalho.
Pra complicar, diante do aperto financeiro que os
trabalhadores estão submetidos, muitos passam, por
necessidade, a procurar a estrutura pública de
saúde, de educação e de proteção social; todas áreas
essenciais com investimentos congelados por 20 anos
na esteira da aprovação da enfadonha Emenda 95. A
Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora aponta
cominhos seguros para a retomada do nosso
desenvolvimento econômico com progresso social. Não
há absolutamente nada que, com boa vontade política,
seja inviável de ser aplicado. Temos soluções
concretas para os problemas que nos acometem e
iremos perseguir, neste ano eleitoral, o apoio
político necessário para sua implementação”, afirmou
Calixto.
“A agenda do governo revelou-se um fracasso absoluto
em seus objetivos econômicos e sociais. Não hã razão
para a continuidade do desmonte do arcabouço de leis
de proteção ao trabalho e a descontinuidade das
políticas públicas de inclusão social. Propomos a
retomada do desenvolvimento por meio da valorização
do trabalho e fortalecimento do mercado consumidor
interno; pilares imprescindíveis para ampliação da
oferta de empregos e o resgate da dignidade da
população brasileira”, argumentou Anunciação.
Para o diretor de Assuntos Parlamentares da NCST, o
Brasil está mais atento aos movimentos de sua
representação política. “Se enganam aqueles que
ainda acreditam que podem atacar direitos
trabalhistas e sociais sem consequências
políticas/eleitorais. Há uma maioria silenciosa
disposta a ajustar a pontaria para os adversários da
classe trabalhadora e colaborar com seus autênticos
aliados. 2018 reserva muitas surpresas aos que não
estão atentos às brutais mudanças de atenção e
comportamento dos eleitores brasileiros em relação à
classe política”, reforçou Negreiros.
“O peso político/eleitoral do documento que
entregamos hoje será confirmado durante as
campanhas. O compromisso de cada candidato com essa
agenda que apresenta alternativas simples e eficazes
aos principais problemas que enfrentamos, revelará,
de maneira absolutamente incontestável, seu
comprometimento com os verdadeiros anseios da nação.
Asseguraremos transparência e visibilidade aos
nossos apoiadores e adversários. Eventuais omissões
também não serão esquecidas. Estamos atentos e
preparados para esse embate”, concluiu a presidente
da NCST/DF, Vera Leda.
Confira as propostas:
Agenda prioritária da classe trabalhadora
1. Criar políticas, programas e ações imediatas
para enfrentar o desemprego e o subemprego
crescentes, que já atingem 28 milhões de
trabalhadores:
a. Criar frentes de trabalho como medida
emergencial, com atenção especial para os jovens;
b. Retomar as obras de infraestrutura;
c. Políticas de amparo aos desempregados: aumento
das parcelas do seguro-desemprego, vale-transporte
para o desempregado, vale-gás, subsídio de energia
elétrica, entre outros.
2. Democratizar o sistema de relações de trabalho,
fundado na autonomia sindical, visando incentivar as
negociações coletivas, promover solução ágil dos
conflitos, garantir os direitos trabalhistas, o
direito à greve e coibir as práticas antissindicais;
favorecendo a reestruturação da organização sindical
para ampliar a representatividade e a organização em
todos os níveis, estimulando a cooperação sindical
entre os trabalhadores, inclusive com o
financiamento solidário democraticamente definido em
assembleia.
3. Regular o direito de negociação coletiva para os
servidores públicos, em todas as esferas de governo,
segundo os princípios da Convenção 151 da OIT
(Organização Internacional do Trabalho).
4. Renovar, para o próximo quadriênio (2020 a 2023),
a política de valorização do salário mínimo.
5. Definir a jornada de trabalho em 40 horas
semanais.
6. Revogar todos os aspectos negativos apontados
pelos trabalhadores da Lei 13.467 (Reforma
Trabalhista) e da Lei 13.429 (Terceirização), que
precarizam os contratos e condições de trabalho, na
perspectiva da construção de um novo estatuto, com
valorização do trabalho.
7. Combater a informalidade, a rotatividade, o
trabalho análogo ao escravo e eliminar o trabalho
infantil, no campo e na cidade.
8. Regulamentar o inciso 27º do artigo 7º da
Constituição, que garante proteção trabalhista para
os impactos das transformações tecnológicas e
econômicas.
9. Assegurar o direito e o acesso ao Sistema Público
de Seguridade e Previdência Social, promovendo a
universalização; garantir, diante das mudanças no
mundo de trabalho e da transição demográfica, a
sustentabilidade financeira do Sistema, com
permanente participação social na gestão.
10. Revogar a Emenda Constitucional 95/2016, que
congela os gastos públicos por 20 anos, e criar uma
norma coerente com o papel do Estado no
desenvolvimento do País, cuja elaboração inclua
participação social, que integre também a avaliação
permanente da regra orçamentária.
11. Promover reforma tributária orientada pela
progressividade dos impostos, revisão dos impostos
de consumo e aumento dos impostos sobre renda e
patrimônio (tributação sobre herança e riqueza,
lucros e dividendos), visando à simplificação, à
transparência e ao combate à sonegação.
12. Reestruturar, fortalecer e ampliar a
capilaridade do Sistema Público de Emprego voltado
para a proteção do emprego e o combate à demissão
imotivada; articulando e ampliando a proteção aos
desempregados, os programas de formação
profissional, a intermediação de mão de obra e o
microcrédito produtivo; recuperando a capacidade de
financiamento do FAT – Fundo de Amparo ao
Trabalhador; investindo na efetividade dos conselhos
em todos os níveis.
13. Universalizar o acesso à educação de qualidade
em todos os níveis, orientada pelos princípios da
liberdade, da cidadania e para o aprendizado e o
conhecimento, em um mundo em mudança; rever e
reorganizar o ensino médio e profissionalizante, com
políticas voltadas ao ingresso do jovem no mercado
de trabalho.
14. Fortalecer o Sistema Único de Saúde, com
integralidade e universalidade, ampliando a oferta
de serviços e garantindo o financiamento público;
promover a política de saúde do trabalhador e de
segurança no trabalho.
15. Promover e articular uma política de
desenvolvimento produtivo ambientalmente
sustentável, orientada para o readensamento das
cadeias produtivas, com enfoque estratégico para a
indústria, as empresas nacionais, a presença no
território nacional, a diversidade regional, a
geração de emprego de qualidade e com relações de
trabalho democráticas.
16. Fortalecer a engenharia nacional e reorganizar o
setor da construção para dinamizar e materializar os
investimentos estratégicos em infraestrutura
econômica, social, urbana e rural.
17. Garantir às micro, pequenas, médias empresas e à
economia solidária e popular acesso ao sistema de
inovação tecnológica, favorecer a integração aos
mercados internos e externos, fornecer assistência
para a gestão e promover acesso ao crédito.
18. Fortalecer o papel estratégico das empresas
públicas (sistema da Eletrobras, Petrobras, bancos
públicos, entre outros) para a promoção e
sustentação do desenvolvimento econômico e social.
19. Investir e ampliar o sistema de ciência,
tecnologia e inovação, em articulação com a
estratégia de investimento público e privado em
infraestrutura produtiva, social, urbana e rural.
20. Fortalecer e ampliar as políticas sociais de
combate à pobreza, miséria e redução da desigualdade
social e de renda.
21. Fortalecer as políticas voltadas para a
Agricultura Familiar, a Reforma Agrária e o
desenvolvimento com sustentabilidade e inclusão no
campo.
22. Ampliar e efetivar políticas, programas e ações
para promover a igualdade para mulheres, negros,
jovens, LGBTQI e migrantes.
Clique AQUI e
baixe a íntegra da Agenda Prioritária da Classe
Trabalhadora.
Fonte: NCST