Por André Cintra
“O golpe de 2016 abortou o sonho do povo brasileiro
e impôs um retrocesso inédito, com medidas como a
contrarreforma trabalhista e o congelamento dos
gastos públicos. Foi uma orientação reacionária que
o governo Bolsonaro está aprofundando”, declarou
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Segundo ele, “é um momento importante, um momento de
reflexão”, que passa pela unidade das centrais e do
conjunto do movimento sindical. “Temos de buscar uma
perspectiva de desenvolvimento para o País, de
geração de empregos, de um Brasil melhor.”
Na opinião Ubiraci Oliveira, o Bira, presidente da
CGTB, “este é um momento histórico. Os trabalhadores
do Brasil se uniram contra esse crime que é a
reforma da Previdência”. De acordo com Bira, a
proposta de desmonte da Previdência Social
apresentada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) “é
ruim para todo mundo, mas é pior para as mulheres”.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres,
afirmou que o sindicalismo não pode sucumbir a uma
“reforma que tira direitos e mantém privilégios”.
Luiz Gonçalves, o Luizinho, da Nova Central (NCST),
ressaltou a unidade: “Estamos juntos com as demais
centrais contra essa mentira que está prevalecendo”.
Para Vagner Freitas – que preside a CUT –, “a única
forma de barrar essa reforma é fazer o enfrentamento
nas ruas. É greve geral!”.
Políticos
O deputado federal Orlando Silva, presidente do
PCdoB-SP, acusou o presidente Jair Bolsonaro de
liderar uma gestão entreguista, “a serviço das
grandes empresas” e de interesses externos.
“Bolsonaro tem um governo formado por um bando de
malucos e um bando de usurpadores. Ele brinca com a
democracia e quer acabar com a luta dos
trabalhadores, com os sindicatos”, afirmou Orlando.
O parlamentar destacou o bem-sucedido empenho do
movimento sindical para viabilizar um Dia do
Trabalhador unificado, em conjunto com as frentes e
com os partidos de oposição ao governo Bolsonaro.
“Esta é a reposta que temos de dar: todos unidos em
defesa da democracia, dos direitos e do nosso povo.
Hoje tem de ser o começo, o primeiro passo de uma
grande caminhada, que vai produzir uma grande greve
geral e dizer ‘não’ à reforma da Previdência!”.
Dois candidatos à Presidência nas eleições 2008,
Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL),
marcaram presença no 1º de Maio Unitário. “Não é nem
uma reforma da Previdência. A gente precisa chamar a
coisa pelo nome: é a destruição da Previdência
pública no Brasil, disse Boulos. “Claro que temos
diferenças. Mas, quando se trata de defender
direitos, este palco fala a mesma língua.”
Haddad retomou uma bandeira de sua campanha
eleitoral: “Temos que defender que a pessoa tenha um
livro numa mão e uma carteira de trabalho na outra”.
E defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, condenado sem provas e preso desde abril de
2018. “Não teremos paz e segurança enquanto Lula
estiver preso”, disse Haddad.
Pela Frente Brasil Popular falou João Pedro Stédile,
dirigente nacional do MST. “Nós, dos movimentos
populares, estamos aqui para cerrar fileiras com o
movimento sindical e dizer que mobilizaremos nossa
base contra a reforma da Previdência”, afirmou
Stédile. “O povo brasileiro não suportará nenhuma
perda de direitos. Viva o povo brasileiro! Lula
livre!”
Fonte: Portal Vermelho