SECRETARIA PARA ASSUNTOS DE TRABALHO DA
MULHER, DO IDOSO E DA JUVENTUDE
Publicado em: 13/11/2015
Mulheres Trabalhadoras lançam
Campanha pela Ratificação da 156 e discutem políticas de igualdade
durante Audiência Pública
O Fórum Nacional das Mulheres
Trabalhadoras das Centrais Sindicais esteve nesta quinta (12) na Câmara
Federal, em Brasília, para lançar a Campanha de Ratificação da Convenção
156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A norma trata da
igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadoras e
trabalhadores com responsabilidades familiares.
Também
na Câmara, as mulheres da Nova Central Sindical dos Trabalhadores
(NCST), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União
Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical e Central Única dos
Trabalhadores (CUT) participaram da Audiência Pública sobre os 20 anos
da Conferência Mundial sobre A Mulher de Pequim, e o atual estágio dos
acordos e convenções assinados pelo Governo Brasileiro que tratam sobre
igualdade de gênero nas relações de trabalho.
Durante a Audiência, organizada pela Deputada Jô Moraes (PCdoB), várias
parlamentares da bancada feminina passaram para saudar a iniciativa e
disponibilizar apoio à Campanha, que começa num momento delicado da
política brasileira, principalmente no que se refere aos direitos das
mulheres. Exemplo disso é o Projeto de Lei 5069, que criminaliza as
mulheres vítimas de violência sexual. Já foi aprovado na Comissão
especial e agora segue para a Câmara.
Sônia Zerino, Secretária Nacional para Assuntos da Mulher da Nova
Central, falou da importância da frente na unificação das lutas das
mulheres. “Dentro das nossas pautas está à igualdade salarial, prevista
na Convenção 100 da OIT, e a Convenção 111, que prevê o fim da
discriminação nos locais de trabalho, ambas ratificadas pelo governo,
mas não colocadas em prática” ainda colocou a importância da maior
participação das mulheres na política, precisamos eleger mais
companheiras para lutar em defesa das nossas demandas.
Mara destacou a importância da unidade do Fórum “A unidade das centrais
é essencial para enfrentar os ataques do conservadorismo, inclusive nas
mesas de negociações, nas quais ainda enfrentamos muito o machismo. A
paridade é um novo ciclo e foi um grande avanço para mudar essa
realidade. Queremos em breve estar comemorando a ratificação da 156”,
finalizou a dirigente.
Maria José Barreto, que representou a CTB, destacou a importância da
mulher nos espaços da política. “Vivemos momentos difíceis no qual
políticas que conquistamos estão sendo destruídas. Se tivessem mais
mulheres no poder as coisas poderiam ser diferentes. As mulheres
precisam de força e resistência para não retroceder, inclusive no mundo
sindical. Espaços representativos ainda são dos homens”, destacou.
Maria Auxiliadora, secretária nacional de Mulheres da Força Sindical,
concordou com a fala da CTB e complementou. “Temos que quebrar o tabu
deste sistema política patriarcal e ter mais mulheres no poder para elas
defenderem nossos direitos conquistados”. Auxiliadora também falou da
vanguarda do Governo em ratificar a Convenção 156. “O Brasil é o único
país da América do Sul que não ratificou o compartilhamento de
responsabilidades familiar”.
No final da audiência, as mulheres presentes vestiram a camiseta da
campanha e prometeram fazer audiências públicas específica da Convenção
156 em Brasília e em outras cidades brasileiras.
Sobre a Audiência Pública sobre a passagem dos 20 anos da Conferência
Mundial
sobre A Mulher de Pequim
Organizada pela Deputada Jô Moraes do PCdoB, da Comissão de Relações
Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, a audiência contou com a
participação da Eunice Borges, da Organização das Nações Unidas (ONU
Mulheres), Tatau Godinho, secretária especial de Políticas para Mulheres
da Presidência da República e Lucia Helena Afonso, da União Brasileira
de Mulheres (UBM) e aconteceu no Plenário 13 da Câmara.
“Nós não temos dúvida de que a questão das mulheres talvez seja, para
além da questão da luta dos trabalhadores, a mais universal luta.
Acumulamos nestes 20 anos [desde a Conferência de Pequim] importantes
conquistas, sobretudo do reconhecimento de Fóruns Internacionais”, disse
a deputada justificando a comissão organizar a atividade das mulheres.
“É importante a comissão de relações exteriores fazer uma reflexão dos
nossos direitos e de nossas conquistas, mas também para sermos
vigilantes das nossas vidas”, destacou Jô Moraes.
A deputada também falou da importância da presença da ONU, que completa
70 anos, na Audiência Pública e no acompanhamento das políticas
públicas, acordos e convenções que respeite os direitos das mulheres no
mundo.
Eunice falou da importância do Brasil em desconstruir a ideia
conservadora sobre a ideologia de gênero e mostrou dados da realidade,
em que mais de 70% das mulheres acham que cuidar da casa é tarefa
somente da mulher. “O Brasil tem pautado uma visão progressista nos
direitos humanos, especificamente nos direitos das mulheres, mas é
contraditório na realidade. Os avanços não refletiram concretamente, no
cotidiano”, disse ela. A representante da ONU Mulheres citou os dados
chocantes do Mapa da Violência de 2015, divulgado esta semana, e alertou
que as discussões de Pequim, mesmo sendo de 20 anos atrás ainda é atual.
Ela apresentou os objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030 da
ONU. “E a gente entende que para cumprir estes objetivos é necessário e
fundamental a igualdade de gênero e o empoderamento da mulher”, destacou
Eunice. Ela também citou a campanha 50/50 da ONU, que significa paridade
de gênero em tudo, inclusive nos cargos de decisão no poder.
Tatau listou todas as políticas públicas que o Governo Brasileiro
executou desde Pequim, como a criação das Secretárias de Políticas para
mulheres, a Lei Maria da Penha, Minha Casa Minha Vida, a Política
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), A Casa da
Mulher Brasileira, Lei do Feminicídio, o MEI [Micro Empreendedor
Individual], PEC das Domésticas, entre outras políticas que tem como
objetivo dar autonomia econômica às mulheres. “Falar de melhorar os
diretos das mulheres e melhorar as condições econômicas são importantes
para a igualdade”.
Representante da União Brasileira de Mulheres, Lúcia Helena citou a
conferência das mulheres em Pequim como referencial na luta pela
transformação da realidade das mulheres.
Ela falou também da necessidade do movimento feminista e sindical de
garantir o processo democrático para conseguir defender os direitos
conquistados e tentar avançar na igualdade de oportunidade. “As mulheres
continuam nos piores cargos e ganham menos que os homens. Para avançar é
fundamental que as mulheres se empoderem”, complementou Lucia.
Durante a atividade também foram lembradas algumas ações das mulheres,
como os 16 dias de ativismo, do Fórum e da Câmara Federal, e o
dia do laço branco,
ambas atividades que iniciarão em dezembro.
Escrito por: Érica Aragão
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