SECRETARIA PARA ASSUNTOS DE TRABALHO DA
MULHER, DO IDOSO E DA JUVENTUDE
Publicado em: 12/03/2019
MANIFESTO REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
Brasília, 25 de Fevereiro de 2019.
A Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência traz em
seu bojo um retrocesso inadmissível e que a sociedade brasileira não
pode aceitar. Temos vivido uma conjuntura de avanço do conservadorismo e
de perda de direitos sociais e trabalhistas historicamente conquistados,
seguido do aumento da violência, além da repressão, criminalização aos
movimentos sociais populares e desqualificação a organização sindical.
Em que pese essa onda conservadora, as mulheres tem ido às ruas contra
retirada de direitos, contra a violência e feminicídio, lutando por
autonomia, direitos sexuais e reprodutivos.
O que está em jogo nas propostas anunciadas?
A proposta da Reforma da Previdência que mexe em direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras, pessoas com deficiência e idosos. Estão
entre as propostas apresentadas pelo governo:
● Aumento da idade mínima para homens 65 anos e as mulheres 62 anos se
aposentarem e os trabalhadores rurais a idade mínima passa para 60 anos
homens e mulheres com o mínimo de 20 anos de contribuição.
● Fim da possibilidade de acumular pensão por morte e aposentadoria.
● Desvinculação do piso previdenciário do salário mínimo.
● Possibilidade de que os valores dos benefícios do INSS e Benefício de
Prestação Continuada (BPC/LOAS) sejam menores que um salário mínimo e
será concedido aos 70 anos.
● Corte e restrição nos benefícios por incapacidade (auxílio doença e
aposentadoria por invalidez).
● Restrição no acesso ao BPC/LOAS das pessoas com deficiência.
● Expansão da previdência privada.
Atualmente no Brasil, a maioria das pessoas se aposenta por idade, e não
por tempo de contribuição. Dos cerca de 18 milhões de aposentadorias em
vigor, 52% são por idade; 28%, por tempo de contribuição; e 20% por
invalidez.
Sabemos que a partir dos 40 anos, trabalhadoras e trabalhadores começam
a sofrer uma série de doenças crônicas que os incapacita para o
trabalho. São mais de 57 milhões de pessoas com doenças crônicas e as
mulheres são as principais acometidas por essas doenças.
Outro aspecto é a dificuldade que as pessoas mais velhas têm de disputar
com os mais jovens, os postos de trabalho que exigem maior conhecimento
tecnológico.
Nós, mulheres trabalhadoras, manifestamos nossa posição contrária à
reforma da Previdência Social que impõe retirada de direitos adquiridos
e aumento das desigualdades sociais; mas não mexe nos privilégios das
classes dominantes, levando à privatização deste direito social e ao
aumento do lucro dos bancos e das empresas de previdência privada.
Defendemos o sistema de Seguridade Social e a Previdência Universal,
Pública e Solidária, que contribua de forma justa com a distribuição de
renda e a diminuição das desigualdades entre homens e mulheres,
considerando as diferenças entre os trabalhadores (as) rurais e urbanos.
Só com uma ampla mobilização impediremos esses retrocessos. Nosso
caminho e alternativa é resistir e intensificar a luta contra o desmonte
da reforma da Previdência, a retirada de nossos direitos e todos os
tipos de violência contra as mulheres.
Neste Março Mulher, estaremos nas ruas em defesa dos direitos.
“MULHERES UNIDAS CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E TODO TIPO DE
VIOLÊNCIA!”
Assinam:
CNTI – Confederação Nacional
de Trabalhadores na Indústria
NCST – Nova Central Sindical
de Trabalhadores
CMB – Confederação Nacional de
Mulheres
FNMT – Fórum Nacional de
Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais
COBAP – Confederação
Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos
UNEGRO – União de Negras e
Negros pela Igualdade
UBM – União Brasileira de
Mulheres
FMP – Federação de Mulheres
Paulistas
CONLUTAS - Central Sindical e
Popular Conlutas
CNAB – Congresso Parlamentar
Afro-Brasileiro
Fórum de Mulheres do MERCOSUL
– Capítulo Brasil
MAS - Movimento Acorda
Sociedade
CONAM - Confederação Nacional
das Associações de Moradores
UMES - União Municipal dos
Estudantes Secundaristas de São Paulo
CGTB – Central Geral de
Trabalhadores do Brasil
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