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21/02/2025 -
PL 1.663/23: DIAP monitora discussões e atualiza
informações sobre veto à taxa assistencial
Após emenda apresentada pelo deputado Rodrigo
Valadares (União-SE), no sentido de vetar a
contribuição da taxa assistencial aos sindicatos, no
PL 1.663/23, o DIAP atualiza as informações sobre os
bastidores das negociações, como já havia adiantado
na semana passada, enquanto o projeto aguarda
votação no plenário da Câmara.
O PL 1.663, a rigor, nada tem a ver com este tema,
todavia, tem sido recorrente — na Câmara e no Senado
— que parlamentares da extrema-direita, toda vez que
alguma proposição que trate sobre a CLT entra na
pauta, algum parlamentar apresenta emenda para
tentar inviabilizar a estrutura e a organização
sindicais.
É o caso deste PL, que trata na verdade de eliminar
alguns artigos da legislação trabalhista que,
atualmente, estão em desuso pela própria evolução
das relações de trabalho e outros aspectos
relacionados à organização sindical.
O projeto — embora esteja na pauta, não entrou
propriamente em discussão, já que há divergências em
relação à “emenda
Valadares” e
outra apresentada, na última terça-feira (18),
pela deputada Júlia Zanata (PL-SC), com o mesmo teor
—, o relator ainda não apresentou parecer sobre
essas propostas de alteração do novo texto que ele
formulou — substitutivo, nos termos do
parecer de plenário apresentado quarta-feira
(19).
Entendimentos
Está em negociação com o relator do projeto, deputado
Ossesio Silva (Republicanos-PE), bem como com os
autores das emendas, no sentido de que sejam
retiradas, a fim de que a matéria avance no
plenário.
Caso o PL seja aprovado, com ou sem as emendas,
ainda vai à discussão no Senado Federal — Casa
revisora.
O relator, por sua vez, apresentou e pode prevalecer
o substitutivo que foi formulado por ele, caso se
consolide as negociações em torno do impasse sobre
as emendas, para garantir que a legislação
trabalhista esteja atualizada.
No caso, a revogação é para escoimar da legislação
trabalhista normas já há muito em desuso.
O projeto continua na pauta, entretanto só deve
voltar à discussão após o Carnaval.
Fonte: Diap
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21/02/2025 -
Congresso terá 24 meses para regulamentar
participação de trabalhadores na gestão de empresas,
decide STF
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou,
por unanimidade, que o Congresso Nacional
regulamente o direito de os trabalhadores urbanos e
rurais participarem na gestão das empresas, no prazo
de 24 meses a partir da publicação da ata do
julgamento da
ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão) 85.
Na decisão, tomada na sessão virtual encerrada dia
14, a Corte reconheceu que há omissão do Legislativo
federal no tema.
De acordo com a Constituição — artigo 7°, inciso XI
—, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a
participação nos lucros ou resultados, desvinculada
da remuneração, e, “excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei”.
Autora da ação, a PGR (Procuradoria-Geral da
República) argumentou que, mais de 35 anos depois da
promulgação da Constituição, ainda não foi aprovada
lei que regulamente esse direito.
Omissão inconstitucional
Para o relator, ministro Gilmar Mendes, o Congresso
extrapolou o tempo razoável para editar norma legal
nesse sentido, diferentemente da participação nos
lucros e resultados, que já foi regulamentada.
Essa situação, para Mendes, inviabiliza a plena
efetividade do artigo 7º, inciso XI, da Constituição
e caracteriza omissão inconstitucional.
Equacionamento da matéria
O relator reconheceu que o assunto é complexo e que há
leis que já preveem a participação de empregados nos
conselhos de administração das empresas públicas e
sociedades de economia mista e a participação de
representantes dos trabalhadores nos conselhos de
sociedades anônimas.
Contudo, na visão do relator, ainda há vasto
universo de empresas para as quais não existem
regras sobre o assunto.
“Não há mais como remediar a solução desse problema,
cabendo, dessa forma, ao legislador o devido
equacionamento da matéria”, concluiu.
(Com Notícias do STF)
Fonte: Diap
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21/02/2025 -
Os sindicatos na reconstrução da Europa no
pós-guerra (1945) e os desafios atuais
Clemente Ganz Lúcio*
A classe trabalhadora constituiu os sindicatos como
instrumento de organização e representação coletivo
para atuar no processo de transformação profundo
engendrado pela revolução industrial ao longo do
século XIX. Essas mudanças reconfigurou a sociedade
como um todo, com o capitalismo na economia, o
liberalismo na política e a cultura de massa. Seus
desdobramento e tensões de conservação e de ruptura
de poder econômico e político resultou nas duas
grandes guerras. Os sindicatos atuaram de forma
vigorosa nesses processos. Destaco neste artigo o
papel dos sindicatos na reconstrução da Europa no
pós-guerra, a partir de 1945.
No livro “Pós-Guerra: Uma História da Europa Desde
1945”[¹], Tony Judt[²] nos oferece uma
interessantíssima interpretação do recente passado
europeu e na qual está assinala o papel dos
sindicatos no contexto da reconstrução europeia e da
ascensão do modelo social-democrático no pós-guerra.
O que destaco nesse artigo é o papel que os
sindicatos desempenharam para o desenvolvimento
econômico e social daquele continente, especialmente
nas décadas que seguiram a Segunda Guerra Mundial,
magistralmente arguidos pelo autor ao longo da obra.
Após a Segunda Guerra Mundial, os sindicatos
desempenharam um papel essencial na reconstrução
econômica da Europa. Em muitos países os sindicatos
atuaram para construir os acordos social para a
reconstrução ao negociarem com governos e
empresários objetivos, estratégias, planos de ação e
formas de repartição dos resultados alcançados.
Nesse processo implementou-se formas de tratamento
dos conflitos, valorizando a negociação coletiva
para regular as relações de trabalho e a
participação social na formulação e na implementação
de políticas públicas universais de educação, saúde,
assistência social e previdência social. Pactuava-se
formas de se obter ganhos de produtividade e sua
distribuição por meio das negociações coletivas que,
além de tratar dos salários e condições de trabalho,
tratavam da formação profissional, das profissões,
da proteção previdenciária, entre outros.
Com atuação local, setorial, regional e nacional, os
sindicatos e suas estruturais superiores, promoveram
a democratização nas relações econômicas ao dar voz
aos trabalhadores para apresentar suas pautas,
demandas e propostas, bem como participar de
processos decisórios que, de outra forma, seriam
dominados apenas pelos empregadores ou pelas forças
do mercado.
A experiência de quase meio século evidencia que os
sindicatos ajudam a reduzir desigualdades econômicas
e sociais que são ameaças à democracia e à sociedade
justa. Por meio da negociação coletiva, eles
asseguram uma distribuição mais equitativa da
riqueza produzida.
A experiência europeia indica o papel essencial do
movimento sindical na proteção e ampliação do estado
de bem-estar social (saúde, educação, habitação,
transporte, aposentadoria). Ao pressionar governos e
empregadores, os sindicatos garantem políticas
públicas que além de beneficiar os trabalhadores,
geram benefícios para toda a sociedade como um todo.
Um dos valores da formação da União Europeia é o
fundamento da coesão social. Como os sindicatos
canalizam demandas trabalhistas de forma organizada
e institucional, reduzindo o risco de que os
conflitos se desdobrem greves e confrontos
violentos, ou dando tratamento institucional a uma
greve por meio da negociação coletiva e interação
com as instituições, os sindicatos contribuiem para
a estabilidade das democracias.
Assim, Judt destaca que os sindicatos foram atores
centrais no que ele chama de “pacto social” entre
trabalhadores, empregadores e governos, que permitiu
o surgimento do Estado de bem-estar social na
Europa, articulando regras para a promoção de
salários justos, jornada de trabalho regulada,
formação profissional, acesso universal à saúde e à
educação, políticas de seguridade social.
No contexto da reconstrução europeia, os sindicatos
também ajudaram a consolidar as democracias,
especialmente nos países que buscavam se distanciar
de regimes autoritários ou fascistas. Eles
representavam uma forma organizada e democrática de
articulação dos interesses dos trabalhadores,
contrastando com os movimentos radicais que haviam
ganhado força nas décadas anteriores. Judt
frequentemente elogia o papel histórico dos
sindicatos como promotores da solidariedade social.
No contexto da Europa pós-guerra, essa solidariedade
foi crucial para superar divisões políticas e
econômicas e construir sociedades mais igualitárias.
A onda neoliberal, a desregulamentação dos mercados
e a globalização que varre o mundo desde os anos de
1970 tem grande impacto sobre o sindicalismo. Judt
menciona o enfraquecimento dos sindicatos a partir
dos anos 1980, o que teve consequências profundas
para o modelo social-democrático europeu,
contribuindo para o aumento das desigualdades e para
a erosão das conquistas do Estado de bem-estar.
Temos o desafio de recolocar centralidade ao mundo
do trabalho na organização da sociedade do século
XXI. Para isso os sindicatos são instrumentos
fundamentais para garantir os direitos e a proteção
dos trabalhadores frente aos interesses do capital.
Eles equilibram a relação de poder entre
empregadores e empregados, assegurando condições
dignas de trabalho, salários justos e benefícios
sociais.
Judt critica fortemente o neoliberalismo e a redução
do papel do Estado na economia. Ele vê os sindicatos
como uma barreira contra a desregulamentação, a
privatização e a precarização do trabalho,
defendendo a ideia de que mercados sem regulação
exacerbam as desigualdades e prejudicam a coesão
social. Sindicatos são, para Judt, espaços que
constroem solidariedade entre trabalhadores. Isso é
essencial para a social-democracia, que valoriza a
cooperação e a interdependência como bases para o
progresso social e econômico.
Em síntese, Tony Judt vê os sindicatos como pilares
de uma sociedade social-democrática saudável. Sem
eles, o equilíbrio entre capital e trabalho seria
desfeito, aumentando as desigualdades e
enfraquecendo os valores democráticos. Ele argumenta
que o enfraquecimento dos sindicatos nas últimas
décadas tem sido uma das principais causas do
declínio da social-democracia na Europa e no mundo.
Faz um apelo contundente para que os valores da
social-democracia sejam resgatados. Os sindicatos,
em sua visão, são peças fundamentais para reverter a
desigualdade crescente, fortalecer o Estado de
bem-estar social e reconstruir uma sociedade baseada
em solidariedade e justiça. Seu enfraquecimento,
argumenta Judt, representa um sintoma e uma causa da
crise social e política do século XXI.
* Clemente Ganz Lucio, Sociólogo, coordenador do
Fórum das Centrais Sindicais, membro do CDESS –
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
Sustentável da Presidência da República, membro do
Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil, consultor e
ex-diretor técnico do DIEESE (2004/2020).
[¹] Tony Judt, “Pós-Guerra: Uma História da Europa
Desde 1945”, Editora Objetiva, 2011.
[²] Tony Judt (1948-2010) foi professor de História
nas universidades de Cambridge, Oxford, Berkeley e
na Universidade de Nova Iorque, onde fundou o
Remarque Institute. Ganhou vários prêmios
internacionais pela sua obra.
Fonte: Rádio Peão Brasil
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21/02/2025 -
TST vai definir novas diretrizes para padronizar
julgamentos sobre terceirização e pejotização
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai definir
uma tese para uniformizar o entendimento sobre
terceirização e “pejotização”, com o potencial de
impactar milhares de processos na Justiça do
Trabalho. A ideia é fixar diretrizes que deverão ser
seguidas de forma obrigatória pelos juízes do ramo,
que têm dado decisões conflitantes sobre o tema. O
relator do processo, ainda sem data para ser votado,
será o ministro Luiz José Dezena da Silva.
O TST instaurou dois Recursos de Revista Repetitivos
(IRRs) no final do ano passado, e ainda não há data
para o julgamento. O primeiro caso trata de um
exemplo de terceirização: uma trabalhadora da área
de call center, contratada via CLT, foi desligada e
depois contratada por uma empresa terceirizada para
exercer a mesma função. A ação tramita na Justiça
desde 2003 e busca o reconhecimento de vínculo
empregatício sob o argumento de que a mulher
continuou subordinada à empresa de telecomunicações.
O segundo caso trata de pejotização: um trabalhador
da indústria pede o reconhecimento de vínculo de
emprego no período em que atuou como pessoa jurídica
(PJ) para uma empresa de energia. Na época, a
alteração de modalidade contratual, de CLT para PJ,
foi feita de comum acordo entre o trabalhador e a
empresa. Ele continuou exercendo as mesmas
atividades, mas como prestador de serviço.
Agora, o TST vai analisar se esses casos configuram
fraude ou se estão abarcados pelo precedente do
Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a
terceirização da atividade-fim das empresas em 2018.
Na ocasião, o entendimento que prevaleceu na Corte é
que a Constituição permite contratos alternativos à
CLT, que seriam protegidos pelos princípios da livre
iniciativa e da livre concorrência.
Além da resolução dos casos concretos, o TST também
vai fixar uma tese a ser aplicada a todos os
processos sobre o tema. Hoje, o tema do
reconhecimento de vínculo de emprego ocupa o 16º
lugar no ranking de assuntos mais recorrentes na
Justiça do Trabalho, com 285 mil processos em
tramitação.
Apesar da decisão favorável às empresas no Supremo,
a Justiça do Trabalho continuou analisando caso a
caso as demandas que chegavam aos tribunais. Muitas
decisões proferidas nesse período reconheceram
vínculo de emprego de PJs e terceirizados, com a
consequente condenação das empresas a arcar com as
obrigações trabalhistas. Para parte da Justiça do
Trabalho, esses contratos são usados para mascarar a
relação de emprego, e por isso haveria fraude.
Com o objetivo de fazer frente a esse movimento,
empresas começaram a acionar o Supremo por meio de
reclamações — instrumento para fazer cumprir as
decisões já proferidas pelo STF, muitas vezes usado
como um “atalho” para chegar à mais alta Corte do
País sem passar pelas instâncias inferiores. Por
esse mecanismo de tramitação abreviada, a maioria
dos ministros tem atendido aos pleitos das empresas
para derrubar as decisões da Justiça do Trabalho.
“O que se verifica é a recalcitrância da Justiça do
Trabalho em fugir da aplicação dos precedentes do
Supremo e tentar manter isso dentro da sua seara de
competência”, observa o advogado Rafael Caetano de
Oliveira, sócio de Trabalhista e Sindical do Mattos
Filho.
Para Antonio Vasconcellos Júnior, advogado
especialista em Direito Trabalhista e Empresarial, a
tendência no TST é definir uma tese que preserve a
possibilidade de avaliação de cada caso concreto.
“Não dá para se definir esta matéria de uma forma
repetitiva para todos os casos. É possível, sim, ter
uma distinção do que foi julgado pelo Supremo
mediante análise do caso concreto com a
caracterização dos requisitos da relação de emprego.
No caso da terceirização, em especial, a questão da
subordinação direta ou a pessoalidade”, explica.
No caso da pejotização, o especialista avalia que
também deve ser considerada, na tese, o nível de
vulnerabilidade do trabalhador. “A gente não pode
falar em pejotização para uma pessoa que não tem um
nível intelectual, não saiba a diferença entre um
regime e outro, um valor de salário que não é
atrativo em termos de recebimento via nota fiscal”,
afirma.
Caetano, do Mattos Filho, diz que há uma preocupação
sobre a amplitude da tese, que poderia causar
insegurança jurídica para as empresas. “Em um
primeiro momento foram mapeadas essas duas situações
específicas, mas nada impede que eles estabeleçam
uma tese jurídica para afirmar, por exemplo, que o
precedente do Supremo não se aplica quando
identificada situação de fraude. Tudo pode
acontecer”, avalia.
O advogado acrescenta que haverá uma “movimentação
ainda muito intensa do STF” para julgar questões
trabalhistas. “A tendência é que a corda estique
cada vez mais, porque o Supremo vai continuar
permitindo a terceirização, e o TST tentando
relativizar”.
Fonte: Estadão
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20/02/2025 -
Mais de 80% das negociações, em janeiro, garantiram
aumento real
O boletim ‘De Olho nas Negociações’ revela que
mais de 80% das negociações têm ganhos reais.
Confira os números!
Em janeiro, mais de 80% das negociações obtiveram
aumento real. É o que aponta o boletim “De Olho nas
Negociações” do Dieese.
De acordo com o levantamento, 88,2% dos 372
reajustes salariais analisados pelo DIEESE
alcançaram ganhos acima da inflação, na comparação
com a variação do INPC.
É a segunda melhor marca em 12 meses, atrás apenas
do registrado em maio de 2024. Outros 6,7% dos
reajustes ficaram iguais à inflação e apenas 5,1%,
abaixo dela.
O levantamento do Dieese ressalta ainda que o
principal fator responsável para o aumento do
percentual de reajustes acima da inflação e para o
incremento da variação real média em janeiro foi a
valorização do salário mínimo (SM), ocorrida no
mesmo mês, que resultou em ganho de 2,61% acima da
variação do INPC.
“Muitas categorias com data-base em janeiro costumam
pagar salários com valores próximos do piso nacional
e, por isso, fortemente influenciados pela
valorização do salário mínimo”, explica o documento.
Confira Aqui a íntegra do Informativo DIEESE boletim
negociacão 53
Fonte: Rádio Peão Brasil
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20/02/2025 -
Saúde mental no trabalho: empresas devem avaliar
riscos psicossociais
Riscos como estresse, assédio moral, carga
mental excessiva e conflitos interpessoais deverão
ser identificados e gerenciados pelas empresas, a
partir de maio de 2025.
A determinação é do MTE (Ministério do Trabalho e
Emprego), por meio da atualização da
NR-1 (Norma Regulamentadora) 1.
A avaliação psicossocial é obrigatória e precisa ser
incluída nos processos de gestão de SST (Segurança e
Saúde no Trabalho), que visa proteger a saúde mental
dos trabalhadores.
A nova redação da norma abrange desde a
identificação e avaliação até o controle de riscos
ocupacionais pela empresa.
Prevenção e tratamento
Conforme esclarecimentos do MTE, riscos psicossociais
estão relacionados à organização do trabalho e às
interações no ambiente laboral, incluindo fatores
como jornadas extensas, metas abusivas, falta de
autonomia e assédio moral, que podem levar a
problemas como ansiedade, depressão e outros
transtornos mentais.
Pela atualização da NR-1, se esclarece que estes
riscos devem ser tratados com a mesma seriedade que
os riscos físicos e ambientais, e exige-se que os
empregadores elaborem e implementem planos de ação
para prevenção e correção.
Denúncias
O Ministério do Trabalho orienta que, em caso de não
cumprimento da norma, é preciso denunciar a empresa
para que haja fiscalização.
Os setores com alta incidência de adoecimento
mental, como teleatendimento, bancos e área da saúde
também serão inspecionados.
A nova regra não obriga a contratação de psicólogos
ou especialistas pelas empresas, mas permite que a
instituição recorra às consultorias externas para
auxiliar no diagnóstico e gestão dos riscos
psicossociais.
Avanço nas relações de trabalho
Trata-se de importante avanço nas relações de
trabalho, ao incentivar ambientes de trabalho
saudáveis e o cuidado da saúde mental, além de
contribuir para a redução de afastamentos de
trabalhadores.
Segundo o MTE, a mudança busca alinhar o Brasil às
práticas internacionais e promover ambientes mais
seguros e saudáveis em todo o País.
Entenda a nova NR-1
A nova NR-1, publicada em agosto de 2024, inclui a
identificação e gestão de riscos psicossociais no
ambiente de trabalho. A norma entrará em vigor em
maio de 2025.
O que muda na NR-1? A NR-1 passa a incluir os riscos
psicossociais no GRO (Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais). As empresas devem identificar e
gerenciar riscos como assédio moral e sexual.
As empresas devem incluir parâmetros psicossociais
em seus relatórios de gerenciamento de riscos.
Objetivo da nova NR-1
Promover ambiente de trabalho saudável e livre de
violência, prevenir o adoecimento mental, gerenciar
a sobrecarga de trabalho. Desacelerar o aumento de
adoecimento mental e garantir o bem-estar e
dignidade dos trabalhadores.
Como as empresas podem se adaptar?
Revisar as práticas de gestão de pessoas,
flexibilizar a jornada de trabalho, incentivar
pausas para descanso, fortalecer a comunicação
interna sobre saúde mental.
Legislação relacionada
A
Lei 14.831/24 criou o CEPSM (Certificado de
Empresa Promotora de Saúde Mental).
Fonte: Diap
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20/02/2025 -
Após denúncia da PGR contra golpistas, PL da Anistia
perde força no Congresso
É que a acusação apresenta uma relação clara
entre as ações da organização criminosa com o ato
golpista do 8 de janeiro, quando houve invasão e
depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes
Um dia depois da denúncia da Procuradoria-Geral da
República (PGR) contra Jair Bolsonaro e mais 33
acusados pela tentativa de golpe de Estado, o
projeto de lei da anistia para os condenados no ato
do 8 de janeiro perdeu força no Congresso.
É que a denúncia da PGR apresenta uma relação clara
entre as ações da organização criminosa com os atos
golpista que resultaram na invasão e depredação dos
prédios da Praça dos Três Poderes.
“Os denunciados programaram essa ação social
violenta com o objetivo de forçar a intervenção das
Forças Armadas e justificar um Estado de Exceção. A
ação planejada resultou na destruição, inutilização
e deterioração de patrimônio da União, incluindo
bens tombados”, diz um trecho da denúncia.
O documento aponta ainda que a última esperança da
organização estava na manifestação de 8 de janeiro.
“Os seus membros trocavam mensagens, apontando que
ainda aguardavam uma boa notícia. A organização
incentivou a mobilização do grupo de pessoas em
frente ao Quartel General do Exército em Brasília,
que pedia a intervenção militar na política”, diz a
PGR.
Portanto, foi por água abaixo o discurso dos
bolsonaristas e reforçado pelo próprio Bolsonaro, em
visita ao Senado no mesmo dia da denúncia, de que se
tratava apenas da ação de vândalos que depredaram os
prédios públicos.
“As investigações confirmam o que sempre
denunciamos: havia um plano golpista antes mesmo da
derrota nas urnas. A PGR encontrou um vídeo na
cúpula da Policia Militar do DF que comprova a
articulação criminosa para ferir a democracia e
impedir a posse do presidente Lula. Não adianta
articulações, vai ser sem anistia para golpistas”,
afirma a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
“A PGR escancara: havia um plano, uma estratégia e
articulação dentro das forças de segurança. Golpismo
não é amadorismo, é crime e precisa ser punido com
todo o rigor da lei!”, cobra a deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ).
Após a denúncia da PGR, a deputada Daiana Santos
(PCdoB-RS) declarou que agora já não cabe mais a
pergunta se houve uma conspiração golpista, mas sim
“quem ainda se presta ao papel de fingir que não
viu”? “A verdade está vindo à tona, e a justiça vai
bater na porta da casa de Bolsonaro! Que responda
por cada crime cometido contra a democracia
brasileira! Bolsonaro na cadeia!”
“É evidente que houve uma orquestração golpista.
Mais provas, só se a quartelada tivesse se
consumado. Mas aí jamais saberíamos, pois não
haveria mais democracia e nem instituições. Só não
vê quem não quer”, disse o deputado Orlando Silva
(PCdoB-SP).
“Fizeram de tudo pra ganhar a eleição, espalharam
mentiras e ainda assim perderam. Tramaram dia e
noite o fim da democracia, colocaram os seus
interesses acima da vontade popular, depredaram o
nosso patrimônio e alma do nosso país. Eles precisam
pagar pelos seus crimes”, afirma o senador Humberto
Costa (PT-PE).
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE),
diz que as provas apontam para um esquema que
envolvia diferentes núcleos operacionais, incluindo
o planejamento da morte de lideranças políticas e a
articulação do ataque de 8 de janeiro.
“Se considerarmos que eles chegaram a planejar a
morte do presidente, do vice-presidente e do
presidente do TSE, além da organização de núcleos
para fuga e para a execução do ataque de 8 de
janeiro, fica claro que estamos lidando com uma
organização criminosa”, avalia.
“Mais do que isso, há a tentativa de promover um
golpe de Estado”, acrescenta.
Com informações das lideranças do PCdoB e do PT no
Senado
Fonte: Portal Vermelho
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20/02/2025 -
PGR apresenta denúncia contra Bolsonaro por supostos
atos golpistas
Denúncia foi apresentada pelo Procurador-Geral da
República no fim da tarde desta terça
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou,
nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) por crimes de tentativa de golpe de
Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático
de Direito e organização criminosa. Se condenado
pelas três acusações, Bolsonaro pode pegar até 30
anos de prisão.
A denúncia tem como base o relatório da Polícia
Federal (PF), que apontou o ex-presidente como líder
de um grupo que articulou medidas para impedir a
posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as
eleições de 2022. O inquérito detalha reuniões,
documentos e ações promovidas pelo núcleo próximo de
Bolsonaro visando questionar o resultado das urnas e
fomentar um ambiente propício à intervenção militar.
O avanço da denúncia ocorre em um momento crítico
para Bolsonaro, que já está inelegível até 2030 por
decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
enfrenta investigações em outros casos, como a
suposta fraude no cartão de vacinação e o escândalo
das joias da Arábia Saudita.
Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF)
avaliar o recebimento da denúncia e decidir se
Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus no
caso.
Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF)
avaliar o recebimento da denúncia e decidir se
Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus no
caso.
Fonte: InfoMoney
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19/02/2025 -
Brasil avançou, mas ainda há desigualdade entre
homens e mulheres
Relatório sobre equidade de gênero é divulgado
pelo TCU
As mulheres são a maioria da população brasileira,
mas ainda enfrentam uma série de desigualdades e
violências em diversos âmbitos. O relatório Revisão
de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e
Direitos das Mulheres, divulgado nesta terça-feira
(18) pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mostra
que, apesar de avanços importantes nos últimos anos,
as políticas para as mulheres tiveram retrocessos no
país e precisam de atenção.
O relatório reúne as diversas iniciativas,
programas, políticas públicas, estudos e auditorias
realizados no Brasil ao longo dos últimos 30 anos,
voltados para garantir os direitos das mulheres.
Segundo o TCU, apesar de garantir os direitos das
mulheres por meio de leis e outros instrumentos
legais e de o país ter tido avanços desde a
Constituição de 1988, nos últimos anos houve
retrocessos em termos de institucionalização das
políticas públicas para as mulheres, principalmente
durante a pandemia de covid-19, que impactou mais
fortemente as mulheres, especialmente as negras.
A secretária de Controle Externo de Desenvolvimento
Sustentável do TCU, Vanessa Lopes de Lima, explica
que os retrocessos institucionais começaram em 2015,
quando a Secretaria de Política para Mulheres perdeu
o status de ministério e passou a integrar o
Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da
Juventude e dos Direitos Humanos. “Isso resultou em
menor relevância institucional, orçamento reduzido e
paralisia de programas”, diz.
Desde então, as políticas para as mulheres foram
desempenhadas sempre por pastas que reuniam também
outros objetivos, como o Ministério dos Direitos
Humanos. Apenas em 2023 foi criado o Ministério das
Mulheres, responsável por cuidar especificamente da
temática de políticas para as mulheres e diretrizes
de garantia dos direitos das mulheres.
Matéria completa:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-02/brasil-avancou-mas-ainda-ha-desigualdade-entre-homens-e-mulheres
Fonte: Agência Brasil
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19/02/2025 -
Estratégias para reverter queda de popularidade:
análise e perspectivas
A recente queda na popularidade do presidente
Lula (PT) tem levado o governo a adotar medidas
estratégicas para reverter essa tendência. O cenário
atual é marcado por desafios econômicos, pressões
políticas e oposição ativa, que tem explorado temas
sensíveis para desgastar a imagem do governo.
Antônio Augusto de Queiroz*
Este texto analisa os fatores que contribuíram para
o declínio da aprovação popular, as ações adotadas
pelo governo para enfrentar esses desafios e as
perspectivas futuras em contexto de polarização
política.
O diagnóstico do governo aponta 2 eixos principais
como responsáveis pela queda na popularidade.
O primeiro é a inflação de alimentos, que impacta
diretamente o custo de vida da população,
especialmente dos segmentos mais pobres, além do
impacto indireto da elevação do valor do dólar, que
também teve reflexo sobre a inflação.
O segundo são as denúncias da oposição, que têm
ganhado destaque na mídia e no debate público. Entre
os temas explorados estão a crise do PIX, com a
suposta tributação de transações financeiras a
partir de R$ 5 mil, a taxação das importações de
baixo valor — conhecidas como “blusinhas da shopee”
—, e a responsabilização do governo pelo aumento da
criminalidade e percepção de corrupção.
Estes fatores, somados à insatisfação de setores do
mercado financeiro e do agronegócio, criam ambiente
desafiador para a Administração Federal.
Estratégia
Para enfrentar esses desafios, o governo tem adotado
estratégia que combina medidas populares e
negociações políticas. No âmbito social, foram
anunciadas 3 iniciativas para beneficiar a população
de baixa renda e a classe média.
A primeira propõe a isenção do Imposto de Renda para
rendimentos de até R$ 5 mil.
A segunda visa ampliar o acesso ao empréstimo
consignado aos trabalhadores do setor privado, com
limite máximo de taxa de juros, como já ocorre no
consignado dos servidores públicos.
A terceira é a expansão do vale-gás, que deve
beneficiar mais de 20 milhões de famílias.
Humor da população e descontentamento
Essas medidas buscam melhorar o humor da população e
conter o descontentamento gerado pela inflação e
pela crise econômica.
No campo político, o governo tem trabalhado para
fortalecer a base de apoio no Congresso, onde o
alinhamento com o Centrão é visto como essencial
para a aprovação de pautas prioritárias. Entre as
ações estão:
1) aceleração da reforma ministerial;
2) composição das comissões temáticas no âmbito do
Parlamento;
3) busca por solução para o impasse das emendas
parlamentares (com atuação no STF); e
4) cobrança sobre o Ibama para autorizar a pesquisa
para exploração de petróleo na margem equatorial.
Este último tema é de interesse do presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e a resolução é
vista como forma de garantir o apoio de aliado
estratégico.
Riscos de descontrole
Apesar da queda de popularidade, o governo avalia que
os riscos de descontrole são limitados. A agenda
prioritária, especialmente as proposições com
benefícios para a população, tende a ser aprovada
com o apoio do Centrão.
No entanto, a oposição pode criar obstáculos por
meio de mecanismos de fiscalização, como a criação
de CPI, e campanhas de deslegitimação. Para reduzir
o impacto de eventuais derrotas, o governo está
disposto a negociar a revisão de vetos ou aceitar a
derrubada de alguns desses, principalmente em temas
como a Reforma Tributária e a dívida dos estados.
A polarização política, no entanto, continua a
moldar o cenário nacional. A oposição tem explorado
narrativas críticas ao governo, responsabilizando-o
pelo aumento da criminalidade, da carga tributária e
da corrupção.
Comunicação mais assertiva
Para contrapor essas críticas, o governo tem investido
em comunicação mais assertiva, adotando slogans como
“O Brasil é dos brasileiros”, fazendo contraponto à
direita, que tem vestido o boné de campanha do
presidente estadunidense, Donald Trump. Essa
estratégia busca atrair apoio de setores mais
conservadores e neutralizar as críticas da oposição.
Olhando para o futuro, a governabilidade do governo
Lula parece estável no curto prazo, graças ao
alinhamento tático com o Centrão. No entanto, os
desafios de longo prazo incluem a manutenção desse
apoio e a gestão das expectativas da população em
cenário econômico complexo.
A polarização entre Lula e Bolsonaro tende a
persistir, com ambos sendo os principais atores no
cenário eleitoral de 2026. Enquanto Lula deve buscar
a reeleição, desde que sua saúde permita, Bolsonaro
deve manter-se como figura central da oposição,
podendo lançar o filho, senador Flávio Bolsonaro
(PL-RJ), ou Michelle Bolsonaro, como candidato/a em
caso de confirmação de impedimento.
Polarização como fator determinante
Em resumo, o governo Lula enfrenta cenário desafiador,
mas suas estratégias para reverter a queda de
popularidade incluem medidas populares, alinhamento
com o Congresso e comunicação eficaz.
O sucesso dessas ações dependerá da capacidade de o
governo equilibrar as demandas da população, as
pressões políticas e as complexidades do cenário
econômico.
A polarização política continuará a ser fator
determinante, e a dinâmica entre Lula e Bolsonaro
seguirá moldando o futuro da política brasileira.
(*) Jornalista, analista e consultor político,
mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV).
Sócio-diretor da empresa “Consillium Soluções
Institucionais e Governamentais”, foi diretor de
Documentação do Diap e é membro do Cdess (Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável)
da Presidência da República - Conselhão.
Fonte: Diap
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19/02/2025 -
Câmara vota proposta que amplia possibilidade de
saque do FGTS
Projeto incluído na pauta prevê saque em caso de
nascimento ou adoção de criança.
A Câmara deve votar nesta semana uma mudança na
política de saque do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS). Um projeto de lei (PL 6980/2017)
incluído na pauta do plenário desta terça-feira (18)
permite que, em casos de nascimento ou adoção de uma
criança, os pais possam retirar até duas vezes o
salário bruto de qualquer um deles da conta com o
maior saldo.
De acordo com a proposta, mulheres chefes de família
ou mães solo poderão sacar até duas vezes seu
salário bruto em situações de dificuldades
financeiras, responsabilidade por pessoas com
deficiência, necessidade de promover a própria saúde
e a da criança, ou em casos de violência doméstica.
O projeto, de autoria do ex-deputado Julião Amin (PDT-MA),
estabelecia que o saque seria facultado ao pai ou à
mãe. O relator, Haroldo Cathedral (PSD-RR),
modificou o texto para deixar mais claro que o
direito também se estende a a casais homoafetivos.
Como os impactos na saúde financeira do FGTS são
imprevisíveis, devido à impossibilidade de se prever
quantos filhos uma determinada família terá, o
relator propõe que a regulamentação para a liberação
do saque seja feita pelo Conselho Curador do FGTS.
Atualmente, o FGTS pode ser sacado em casos como
demissão sem justa causa, aposentadoria,
financiamento de imóvel habitacional, morte, doenças
graves e calamidade pública.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço foi criado
como um recurso de proteção financeira para
trabalhadores formais. Sua administração é realizada
pela Caixa Econômica Federal, que é responsável pela
gestão dos depósitos, pelo cálculo dos rendimentos e
pela liberação do saldo quando necessário.
Atualmente, o valor depositado, equivalente a 11,2%
do salário bruto do trabalhador, é corrigido em 3%
ao ano, além da variação da Taxa Referencial (TR).
Fonte: Congresso em Foco
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19/02/2025 -
Espólio pode pedir indenização em nome de vítima de
Brumadinho
Direito integra o patrimônio do trabalhador
falecido e pode ser transmitido aos herdeiros
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho
(TST) decidiu que o espólio de um empregado falecido
em acidente de trabalho na tragédia de Brumadinho
(MG) tem legitimidade para ajuizar ação com pedido
de indenização por danos morais e existenciais em
seu nome. O espólio é o conjunto de bens que formam
o patrimônio do morto, a ser partilhado no
inventário entre os herdeiros. Até que haja a
partilha, ele é administrado por um inventariante.
Tragédia de Brumadinho e pedido de indenização
O caso teve origem com o rompimento da barragem do
Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, que resultou
na morte de centenas de trabalhadores. O espólio de
um dos empregados soterrados ajuizou ação requerendo
indenização por danos morais e existenciais sofridos
pelo falecido antes de sua morte.
O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG)
entendeu que o espólio não teria legitimidade para
fazer esse pedido, pois danos morais são
considerados personalíssimos e, em regra, não se
transmitem aos herdeiros. Com isso, extinguiu a ação
sem análise do mérito.
Espólio pode buscar indenização
O espólio levou o caso ao TST. O ministro relator
explicou que, quando reconhecido, o direito à
indenização por danos morais e materiais faz parte
do patrimônio do falecido e, por isso, pode ser
transmitido aos herdeiros. A decisão se baseou no
artigo 943 do Código Civil, que determina que esse
direito passa para os sucessores, e no artigo 12,
que autoriza parentes próximos a buscar indenizações
em nome do falecido.
Direito dos herdeiros e segurança jurídica
Com a decisão, a Terceira Turma do TST determinou o
retorno do processo à Vara do Trabalho de origem,
para que o julgamento dos pedidos formulados na ação
prossiga.
A decisão foi unânime.
Processo: RR-10949-12.2020.5.03.0087
Fonte: TST
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19/02/2025 -
Ainda sobre comunicação – João Guilherme Vargas
Netto
Na vida das pessoas um acontecimento extraordinário
merece registro, enquanto o desenrolar comum do dia
a dia é apenas vivido.
O mesmo acontece nos meios de comunicação
institucionais em que vigora a máxima (até onde o
interesse se afirma) de que se um homem morde um
cachorro, isto é notícia, enquanto o contrário não
merece ser noticiado.
As comunicações por internet, chamadas de redes
sociais, são bem diferentes já que um fato anódino
pode passar a ser relevante e ter muita divulgação
dependendo do empenho de alguns, assistidos por
mecanismos robóticos multiplicadores.
O movimento sindical em sua normalidade, ou seja,
enquanto exercita suas obrigações e tarefas
costumeiras sem ocorrências espetaculares sofre uma
dupla interação com os meios de comunicação: para a
mídia grande (institucional) não é notícia e, em
geral, nem mesmo merece registro e nas redes sociais
seus dirigentes e ativistas são surpreendidos por
notícias e postagens que viralizam e os desorientam.
É preciso, portanto, que ao continuarem a fazer o
que deve ser feito e o que precisa ser feito, os
dirigentes e ativistas persistam em uma aproximação
crítica, amigável e compreensiva com a mídia grande,
enfrentando sua alienação noticiosa e não se
contaminem pela efervescência esporádica das redes
de internet, aprendendo cada vez mais e com
inteligência ao utilizá-las em sua comunicação com
as bases.
Que a mídia grande não noticie o que o sindicato faz
costumeiramente, que os robôs confundam os
trabalhadores porque intoxicam as redes sociais,
tudo isso deve ser considerado e enfrentado. Mas, o
que não é possível, é que os próprios dirigentes não
divulguem suas lutas, suas vitórias e suas
conquistas.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Fonte: Agência Sindical
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18/02/2025 -
Revisão da vida toda: relator vota contra devolução
de valores
Nunes Marques rejeitou recurso que questiona a
decisão do STF, que anulou a possibilidade de
revisão das aposentadorias pelo INSS
O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal
Federal (STF), votou contra a devolução dos valores
recebidos por pessoas que foram beneficiadas em
ações judiciais sobre o caso, conhecido como a
“revisão da vida toda”, de aposentadorias do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Nunes Marques, relator do caso, votou para rejeitar
um recurso que questiona a decisão da Corte, tomada
em março do ano passado, que derrubou a
possibilidade, de revisão da vida toda, de
aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS).
O ministro entendeu que as regras aprovadas pelo
Supremo valem apenas para aqueles que receberam as
verbas até 5 de abril de 2024, data da publicação da
ata do julgamento que derrubou a tese.
“Não colherão êxito eventuais cobranças feitas pelo
INSS em face dos segurados ou sucessores, referentes
a valores recebidos a maior [quando o contribuinte
paga mais do que deve] até a data de 5 de abril de
2024, em decorrência de decisões judiciais
favoráveis à Revisão da Vida Toda”, afirmou o
ministro da decisão.
A Corte julga o recurso apresentado pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos
(CNTM). O caso é analisado em sessão virtual, que
começou nesta sexta-feira (14). O julgamento vai até
dia 21 de fevereiro. No formato, não há debate entre
os ministros e os votos são apresentados num sistema
eletrônico.
No voto, Nunes também determinou que a Corte encerre
a tramitação da ação, para que o Supremo não receba
novos questionamentos em relação ao caso.
Em setembro do ano passado, o Supremo Tribunal
Federal (STF) invalidou o entendimento que permitia
a revisão das aposentadorias. A Corte estabeleceu um
cálculo único, e obrigatório, para a concessão dos
benefícios, eliminando a possibilidade do segurado
escolher a fórmula mais vantajosa.
Na decisão, por 7 votos a 4, os ministros concluíram
que os aposentados não podem optar pela regra mais
favorável ao calcular os respectivos benefícios. Na
prática, isso revogou a chamada “revisão da vida
toda”, que havia sido validada pelo STF em 2022.
Até então, os trabalhadores podiam escolher a regra
que considerassem mais vantajosa, incluindo
contribuições feitas ao longo de toda a vida
profissional. A medida buscava evitar prejuízos
decorrentes da alta inflação, antes da implementação
do Plano Real.
Fonte: CNN Brasil
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18/02/2025 -
Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV
PIB alcança R$ 11,655 trilhões
A economia brasileira cresceu 3,5% em 2024, de
acordo com estimativa da Fundação Getulio Vargas
(FGV). O dado foi divulgado nesta segunda-feira (17)
pelo Monitor do PIB, estudo que traz a prévia do
comportamento do PIB, conjunto de todos os bens e
serviços produzidos no país.
Em dezembro, a expansão foi de 0,3% em relação a
novembro. Já o quarto trimestre teve alta de 0,4%
ante o terceiro trimestre, apontando desaceleração,
já que no segundo e no terceiro trimestre as
expansões tinham sido maiores (1,4% e 0,8%,
respectivamente).
No acumulado de 2024, houve crescimento em todos os
componentes da economia, exceto a agropecuária
(queda de 2,5%), que foi a locomotiva de 2023.
“A indústria, os serviços e o consumo das famílias
apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos
que os já elevados crescimentos registrados em 2023.
Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade
econômica, o Brasil teve um ótimo resultado”, avalia
a coordenadora da pesquisa, a economista Juliana
Trece.
Com este resultado, o Brasil soma quatro anos seguidos
de crescimento da economia. A última queda foi de
3,3% em 2020. Em 2023, o PIB teve expansão de 3,2%.
Fonte: Agência Brasil
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18/02/2025 -
Se liga, não é só política e economia. É também
comunicação – Marcos Verlaine
Voltamos ao debate sobre a centralidade da
comunicação em tempos de plataformas digitais, em
que milhões estão permanentemente on-line. E o fato
de que a tríade: política, economia e comunicação,
sempre estiveram presentes no debate público. Só que
agora, a comunicação tem peso semelhante às outras 2
variáveis.
A Coca-Cola ou a Nike precisa de propaganda?! Em
tese não, já que são marcas, dentre as mais
conhecidas, mundialmente conhecidas e consumidas no
mundo, independentemente de propaganda. Mas precisa
sim, porque a “propaganda é a alma do negócio”.
Em tempos “internéticos”, em que todos se comunicam
sem mediações, a comunicação e a propaganda
assumiram papéis relevantíssimos. Ignorar esse fato
é incorrer em erro crasso. Há muitos e variados
exemplos disso.
Velhas teorias sobre comunicação de massas, como as
citadas na epígrafe deste texto foram reavivadas e
turbinadas, com os meios digitais.
Comunicação e propaganda na política
A política, a gestão e o debate públicos necessitam da
comunicação e da propaganda para expressarem ideias,
rumos, objetivos e o que está em curso. No debate
público, estes elementos — política e gestão — estão
num contexto de convencimento para conquista. Daí
deriva a necessidade, permanente, de essas
ferramentas serem utilizadas sem moderação.
É isso que a extrema-direita tem feito e, diga-se de
passagem, com muita competência. Aqui, a referência
não é sobre o conteúdo, mas a capacidade de
“informar” ou “desinformar” o grande público. E
influenciar nas chamadas “guerra de narrativas” e
“guerra cultural”. Sobre essas 2 “guerras” há este
artigo específico.
Vamos aos exemplos fáticos e as evidências.
Como um presidente de governo tão ineficaz e
incompetente, em todos os sentidos, quase foi
reconduzido? E segue, em diferentes níveis,
resistindo ao tempo e às evidências de que foi
trágico no exercício da Presidência da República e
na gestão pública.
Como um governo que é infinitamente melhor que o
anterior, em todos os sentidos, segue sendo
rejeitado pela metade dos eleitores?
— Em razão de a comunicação e a propaganda, que a
extrema-direita faz com mais competência que o
governo e a esquerda.
Lembrem-se o que fez o jovem deputado Nikolas
Ferreira (PL-MG) em relação às medidas anunciadas
pelo governo sobre o PIX. É claro, teve bela ajuda
do algoritmo, que foi manipulado para ter o
resultado desejado. Entretanto, devemos admitir que
o governo foi negligente quanto à comunicação e à
propaganda sobre a iniciativa. O resultado todos
conhecem.
“Guerra de narrativas”
O debate público está submetido à chamada “guerra de
narrativas” — que é conflito entre diferentes
versões da mesma história —, que em grande medida o
desqualifica. E, assim prevalece quem tem mais
capacidade de fazer o ponto de vista prevalecer, nas
redes, que ganha as ruas.
Para mudar esse quadro é preciso politizar a gestão
e o debate públicos. Por exemplo, o governo anterior
passou 4 anos sem dar aumento real ao salário
mínimo. O atual já proporcionou 2 aumentos reais ao
mínimo. Todavia, o governo atual não explora esses 2
fatos antagônicos a seu favor.
Velhas teorias e a contemporaneidade
Nesses tempos pós-modernos, 2 teorias sobre
comunicação de massas foram reavivadas, com força: a
de que “O meio é a mensagem” e a da “teoria da pedra
no lago”. Esta é sobre os chamados
“influenciadores”.
A expressão “O meio é a mensagem” é do teórico da
comunicação canadense Marshall McLuhan. A frase
sugere que o meio de comunicação é tão importante
quanto o conteúdo transmitido.
McLuhan acreditava que os meios de comunicação são
extensão do corpo humano e que a evolução das
culturas é ditada pelas novas tecnologias. Para ele,
as pessoas e as sociedades são mais modificadas pela
forma e estrutura da tecnologia do que pelo
conteúdo.
A expressão “O meio é a mensagem” aparece no título
do primeiro capítulo do livro “Understanding Media:
The Extensions of Man” — Os Meios de Comunicação
Como Extensões do Homem —, publicado em 1964.
O conceito de McLuhan foi aplicado em discussões
sobre tecnologias como a televisão e a internet.
Tempos de “influenciadores”
Quando se joga uma pedra na água, forma-se, no ponto
em que essa cai, perturbação em forma de círculo que
se alarga com o passar do tempo: sobre a superfície
da água é criada onda que se propaga rumo ao
exterior.
Os que influenciam hoje — os chamados formadores de
opinião em tempos pós-modernos — não são,
necessariamente, os que têm mais conteúdo ou
capacidade intelectual. São os com mais capacidade
de se comunicar, nessa selva das redes digitais, sem
mediações.
O influenciador Renato Amoedo, mais conhecido nas
redes como Renato Trezoitão, gerou polêmica ao
defender que o fim da escravidão no Brasil foi erro
cometido pela monarquia contra os “empresários” da
época. Durante a participação dele no Podcast Três
Irmãos, em 27 de novembro, o influenciador afirmou
que “um dos grandes motivos do império ter acabado
foi a revogação de propriedade”, se referindo aos
negros como bens.
A transmissão gerou grande repercussão e foi
amplamente criticada pelas declarações sobre a
escravidão e a abolição.
Trezoitão, que se apresenta como anarcocapitalista e
redpill — ideologias que defendem a extinção do
Estado e a regulamentação exclusiva do mercado, além
de pregar o masculinismo em oposição ao feminismo —,
tem sido figura controversa nas redes. Autor do
livro “Bitcoin Red Pill”, ele também associa o uso
de criptomoedas à ideia de libertação dos homens.
Marcos Verlaine
É jornalista, analista político e assessor
parlamentar do Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap)
Fonte: Diap
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17/02/2025 -
IBGE: em 14 estados, desemprego de 2024 foi o menor
já registrado
Mato Grosso e Santa Catarina têm taxas abaixo de
3%
Para 14 estados, o ano de 2024 terminou com o menor
nível de desemprego já registrado pela série
histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, que começou em 2012. O
dado foi divulgado nesta sexta-feira (14) pelo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O comportamento desses estados se assemelha ao do
Brasil como um todo, que registrou a taxa média de
6,6% de desemprego, em 2024, conforme já havia sido
divulgado pelo IBGE.
O recorde de baixa no nível de ocupação foi atingido
nas seguintes localidades:
Rio Grande do Norte (8,5%)
Amazonas (8,4%)
Amapá (8,3%)
Alagoas (7,6%)
Maranhão (7,1%)
Ceará (7%)
Acre (6,4%)
São Paulo (6,2%)
Tocantins (5,5%)
Minas Gerais (5%)
Espírito Santo (3,9%)
Mato Grosso do Sul (3,9%)
Santa Catarina (2,9%)
Mato Grosso (2,6%)
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado
de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva
em conta todas as formas de ocupação, seja emprego
com ou sem carteira assinada, temporário e por conta
própria, por exemplo. São visitados 211 mil
domicílios em todos os estados e no Distrito
Federal.
As maiores taxas médias de 2024 foram apontadas na
Bahia (10,8%), Pernambuco (10,8%) e Distrito Federal
(9,6%).
Regiões
Por regiões, o Norte (7%), Sudeste (6,4%), Sul (4,2%)
e Centro-Oeste (5,4%) alcançaram os menores níveis
de desocupação desde o início da série histórica.
Já no Nordeste, a taxa ficou em 9%, a menor desde
2015, porém acima do recorde mínimo de 8,6%,
atingido em 2014.
Informalidade
O IBGE revelou que ao longo do ano passado, a taxa de
informalidade no país foi de 39% da população
ocupada, sendo as maiores médias no Pará (58,1%),
Piauí, (56,6%) e Maranhão (55,3%). As menores
ficaram localizadas em Santa Catarina (26,4%),
Distrito Federal (29,6%) e São Paulo (31,1%).
Fonte: Agência Brasil
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17/02/2025 -
STF julga se aposentados com processos podem aplicar
Revisão da Vida Toda
Os ministros vão julgar embargos contra a decisão
que retirou a possibilidade do aposentado escolher a
melhor forma de cálculo
O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar a
partir desta sexta-feira (14/2) o recurso contra a
decisão que derrubou a Revisão da Vida Toda. Os
ministros vão analisar os pedidos feitos pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos
(CNTM) que ajuizou embargos contra a decisão que
retirou a possibilidade do aposentado escolher a
melhor forma de cálculo, dando a vitória para o
INSS.
Entre os pedidos da confederação estão a nulidade do
julgamento e, em caso de negativa, a possibilidade
de excluir da decisão do STF os aposentados que
tinham ações revisionais em trâmite até 21 de março
de 2024, quando o Supremo derrubou a tese da Revisão
da Vida Toda. A União defende a derrubada da tese da
Revisão da Vida Toda e, inclusive, já contabiliza a
vitória de R$ 500 bilhões nos cálculos de valores
recuperados aos cofres públicos via decisão
judicial.
Em outros embargos já apresentados à Corte, o STF
vem mantendo a vitória para a União e contra a tese
da Revisão da Vida Toda.
A Revisão da Vida Toda passou por uma reviravolta ao
longo de sua tramitação no STF. Em 2022, os
aposentados ganharam em um recurso extraordinário
relatado pelo ministro Alexandre de Moraes o que
permitiu aos aposentados que solicitassem o
recálculo de seus benefícios com base em todas as
contribuições feitas ao longo da vida.
Em 2024, o Supremo julgou outras duas ações em que
envolvia o mesmo assunto. Na época, a maioria dos
ministros anulou a possibilidade de Revisão da Vida
Toda por entenderem que a regra de transição era
válida. Por ser uma ação de controle concentrado (em
tese), ela prevaleceu sobre o recurso onde os
aposentados tinham ganhado.
A derrubada da Revisão da Vida Toda foi uma vitória
da União – que alega impactos bilionários. Primeiro,
o INSS afirmou que seriam R$ 46 bilhões, depois, o
então Ministério da Economia, subiu para R$ 360
bilhões e na Lei de Diretrizes Orçamentárias mais
recente o valor estimado estava em R$ 480 bilhões.
Porém, associações de aposentados contestam a cifra
e trazem valores de R$ 3 bilhões de impacto em 10
anos. Para as associações, os valores trazidos pela
União foram inflados.
O caso tramita na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 2111.
Fonte: Jota
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17/02/2025 -
TST promove mediação em processos que envolvem
tragédia de Brumadinho (MG)
Vice-Presidência do Tribunal atua para promover
conciliação entre entidades representativas de
trabalhadores, familiares de vítimas e a Vale
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) está atuando
na mediação de processos trabalhistas relacionados
ao rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em
Brumadinho (MG), ocorrido em janeiro de 2019. O
objetivo é construir uma solução conciliada entre
entidades representativas de trabalhadores,
familiares de vítimas e a Vale S.A.. A mediação é
conduzida no Centro Judiciário de Métodos
Consensuais de Solução de Conflitos do TST (Cejusc-TST),
coordenado pelo vice-presidente do Tribunal,
ministro Mauricio Godinho Delgado.
Os processos envolvem pedidos de indenização pelo
chamado dano morte, que diz respeito ao sofrimento
experimentado pelas próprias pessoas no evento em
que perderam a vida.
Neste mês, duas sessões já foram realizadas na sede
do TST, presididas pelo vice-coordenador do
Cejusc-TST, ministro Cláudio Brandão. Elas contaram
com a participação do Ministério Público do Trabalho
(MPT), de sindicatos, de representantes da Vale e da
Associação dos Familiares de Vítimas (Avabrum).
Nas conversas, diversos pontos estiveram em debate,
como parâmetros processuais, segurança jurídica para
as partes e valores.
As partes interessadas analisarão os encaminhamentos
conciliatórios decorrentes das reuniões, na
expectativa de evoluírem para a oficialização de
propostas, se possível na próxima reunião, agendada
para 18 de março.
Atualmente, 63 processos que tratam do tema
dano-morte envolvendo a tragédia de Brumadinho
tramitam na Justiça do Trabalho.
Fonte: TST
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17/02/2025 -
Conjuntura: cenário interno sob controle e externo,
instável
A conjuntura política e econômica do Brasil,
quando analisada sob a ótica dos fatores internos,
apresenta cenário de relativa estabilidade, apesar
de os desafios inerentes a País de dimensões
continentais e complexidades sociais e
institucionais. No entanto, quando ampliamos a
análise para o cenário externo, especialmente no
contexto das relações internacionais e da economia
global, a instabilidade e a imprevisibilidade
emergem como fatores de preocupação.
Antônio Augusto de Queiroz*
Esta coluna busca explorar essa dualidade, que
destaca como o controle interno contrasta com a
volatilidade externa e como essa dinâmica pode
influenciar o futuro do País.
No plano político, o Brasil tem demonstrado
capacidade notável de manter a estabilidade
institucional, mesmo em meio à polarização política
acentuada e a fragmentação partidária no Congresso
Nacional. Eventos que poderiam gerar crises, como as
eleições municipais, a votação do arcabouço fiscal e
da Reforma Tributária, e a eleição dos presidentes
da Câmara e do Senado, transcorreram dentro da
normalidade democrática.
A escolha das presidências das comissões do
Congresso e a reforma ministerial também ocorreram
sem grandes sobressaltos, indicando que as
instituições brasileiras têm conseguido absorver e
gerenciar as tensões políticas.
A atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) tem sido
outro fator de estabilidade. Decisões polêmicas,
como as relacionadas às emendas parlamentares e a
possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), não geraram os temidos impactos
desestabilizadores. Isso sugere que, apesar dos
ruídos políticos, há entendimento tácito entre os
atores institucionais com poder decisório de que a
manutenção da ordem democrática é prioritária.
Desafios significativos
No plano econômico, os desafios são significativos,
mas também parecem estar sob controle. A
volatilidade do câmbio, a alta da taxa Selic e a
inflação de alimentos são problemas que remontam à
decisões anteriores, muitas dessas tomadas pelo
Banco Central e agências reguladoras sob gestões
passadas.
A especulação com o dólar futuro e o aumento das
tarifas de energia elétrica, por exemplo, foram
fatores que contribuíram para a pressão
inflacionária.
No entanto, com a nova gestão econômica, há
expectativa de que esses indicadores voltem a
patamares mais racionais, sem motivações políticas
que possam agravar o cenário.
Contexto externo
Enquanto o cenário interno parece estar sob controle,
o mesmo não pode ser dito em relação ao contexto
externo. A principal fonte de preocupação é a
imprevisibilidade das ações do presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, cujas decisões
frequentemente são tomadas com base em impulsos
políticos e ideológicos, sem avaliação cuidadosa dos
impactos globais. Essa imprevisibilidade pode ter
reflexos diretos na economia e na política
brasileira.
Um dos riscos é a possibilidade de Trump tomar
partido em favor de aliados de extrema-direita no
Brasil, especialmente em reação à eventual
condenação de Bolsonaro pelo STF. Tal cenário
poderia gerar tensões diplomáticas e até mesmo
retaliações econômicas, como a imposição de tarifas
comerciais injustas sobre produtos brasileiros.
Além disso, a regulamentação das big techs no Brasil
e sua taxação, ainda que estejam em linha com
iniciativas de países da OCDE, pode ser vista como
ameaça aos interesses estadunidenses, levando a
medidas protecionistas que afetariam negativamente
as relações bilaterais.
Sensibilidade do mercado
A sensibilidade do mercado a movimentos políticos
também é fator preocupante. Qualquer ruído nas
relações entre Brasil e Estados Unidos pode gerar
volatilidade nos mercados financeiros, impactando o
câmbio, as taxas de juros e a confiança dos
investidores.
Nesse sentido, a capacidade de negociação política e
diplomática dos 2 governos será crucial para evitar
conflitos que possam colocar em risco a
tranquilidade interna do Brasil.
Cenário paradoxal
A conjuntura política e econômica do Brasil, portanto,
apresenta cenário paradoxal. Internamente, apesar
dos desafios, as instituições têm demonstrado
resiliência e capacidade de manter a estabilidade.
No entanto, a instabilidade externa, especialmente
em relação às ações de os Estados Unidos, representa
risco significativo que não pode ser ignorado.
Para mitigar esses riscos, é essencial que o Brasil
fortaleça a diplomacia e as relações comerciais com
outros parceiros globais, com redução da dependência
de um único ator internacional. Além disso, a
manutenção de políticas econômicas sólidas e
previsíveis será fundamental para garantir que o
País continue atraindo investimentos e mantendo a
confiança dos mercados.
Em última análise, o desafio do Brasil será
equilibrar o controle interno com gestão externa
proativa e estratégica, capaz de navegar pelas
incertezas globais sem comprometer a estabilidade
conquistada. A capacidade de adaptação e negociação,
sem renúncia à soberania do País, será, sem dúvida,
fator determinante para o sucesso nesse cenário
complexo e dinâmico.
(*) Jornalista, analista e consultor político,
mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV).
Ex-diretor de documentação do Diap, idealizador e
coordenador da publicação “Cabeças” do Congresso. É
autor dos livros Por dentro do processo decisório -
como se fazem as leis e Por dentro do governo - como
funciona a máquina pública.
Fonte: Diap
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17/02/2025 -
Pesquisa Datafolha aponta queda na aprovação de Lula
Sondagem provavelmente captou o impacto da
propagação de informações falsas sobre tributação do
Pix
A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva caiu 11 pontos percentuais em dois
meses para 24%, e a reprovação chegou à marca de
41%, apontou pesquisa Datafolha divulgada nesta
sexta-feira, registrando os piores índices de
avaliação de todos os mandatos do petista.
Segundo o instituto, aqueles que avaliavam o governo
como "ótimo ou bom" em dezembro caíram de 35% para
24% na rodada de fevereiro. Os que avaliaram o
governo como ruim péssimo foram de 34% para 41%.
A sondagem foi realizada na segunda e terça-feira
desta semana, e provavelmente captou o impacto da
propagação de informações falsas sobre tributação do
Pix.
Foram entrevistados 2.007 eleitores em 113 cidades,
e a margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.
Fonte: Brasil247
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14/02/2025 -
Emenda ao PL 1.663/23 propõe vetar taxa assistencial
aos sindicatos
O
deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE)
apresentou, em plenário,
emenda ao PL 1.663/23 para vetar a contribuição
sindical, por meio da taxa assistencial aos
sindicatos, por força de assinatura de acordo ou
convenção coletiva. Isto já era esperado.
Os inimigos do movimento sindical no Congresso têm
aproveitado todas proposições em tramitação, na
Câmara e/ou no Senado, para tentar inviabilizar a
organização e estrutura sindicais. Por essa razão,
toda negociação em torno do conteúdo da matéria foi
feita com muito cuidado, com propósito de evitar
esse ataque.
A “emenda Rodrigo Valadares” precisa ser rejeitada.
A emenda do deputado visa estimular que o
trabalhador, mesmo sendo contemplado pelo acordo ou
convenção coletiva, se oponha à contribuir com o
sindicato laboral.
Trata-se de emenda antissindical. Está nos termos do
que foi aprovado no Senado, em relação ao
PL 2.099/23 relatado na CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) pelo senador Rogério Marinho
(PL-RN). O projeto, agora, está na CAS (Comissão de
Assuntos Sociais), sob a relatoria do senador Paulo
Paim (PT-RS). Nos mesmos termos, há ainda o
PL 2.830/19, aprovado na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) da Casa.
Conteúdo do projeto
O
texto original do PL (Projeto de Lei) 1.663/23,
do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), visa
revogar diversos dispositivos da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho), a fim de garantir que a
legislação trabalhista esteja atualizada. No caso, a
revogação é para escoimar da legislação trabahistas
normas já há muito em desuso.
O projeto sugere que muitos dispositivos da CLT
foram superados pela Constituição Federal de 1988,
por convenções internacionais e por legislações
subsequentes.
O relator, deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE),
após análise, considerou o projeto constitucional,
juridicamente adequado e tecnicamente correto, e,
assim, recomendou a aprovação do texto, com algumas
modificações, nos termos do
substitutivo — novo texto — que apresentou.
O substitutivo apresentado também altera a Lei
9.432/97 para garantir percentual de vagas a
brasileiros em embarcações nacionais.
Tramitação
O projeto está em discussão no plenário, em regime de
urgência. Entretanto, foi aprovado requerimento,
nesta quarta-feira (12), para que o texto também
seja examinado pela CCJ, cujo parecer será proferido
em plenário. Desta feita, o PL saiu da pauta. Mas
retorna na próxima semana.
Após passar pela Câmara, o projeto segue ao exame do
Senado Federal — Casa revisora.
Fonte: Diap
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14/02/2025 -
Por que as negociações coletivas não estão sendo
utilizadas como instrumento para fortalecer a Lei de
Igualdade Salarial?
Marilane Oliveira Teixeira
As negociações coletivas desempenham um papel crucial
nas relações de trabalho, sendo responsáveis por
definir condições de trabalho, salários e
benefícios. Elas são ferramentas eficazes para
reduzir desigualdades laborais e salariais. Contudo,
mesmo após a aprovação da Lei de Igualdade Salarial
e sua regulamentação em 2023, o tema segue
negligenciado ou subvalorizado nas mesas de
negociação.
De acordo com a Nota Técnica nº 282 do DIEESE,
publicada em setembro de 2024, entre os milhares de
instrumentos coletivos negociados ao longo do ano,
apenas 63 cláusulas faziam referência à Lei nº
14.611/2023, envolvendo apenas 13 entidades
sindicais. O que chama atenção é a completa ausência
de grandes sindicatos, especialmente aqueles
representando setores industriais e de serviços,
tradicionalmente mais organizados. Por que, então,
um debate tão estratégico para o movimento sindical
continua fora das prioridades?
A igualdade salarial, que assegura o direito à mesma
remuneração por trabalho igual ou de valor
equivalente, é uma questão central nos debates sobre
justiça social e direitos laborais. Desde a adoção
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em
1948, que reconhece o direito a uma remuneração
justa e igualitária, muitos avanços foram alcançados
em diversas partes do mundo. No entanto, a aplicação
efetiva desse princípio ainda encontra barreiras
significativas.
O Brasil, signatário de convenções internacionais
que tratam do tema, já contempla o princípio da
igualdade salarial na Constituição Federal e na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Lei nº
14.611/2023 trouxe inovações importantes, como a
exigência de transparência nos critérios
remuneratórios adotados pelas empresas e a
participação dos sindicatos na elaboração de
relatórios para mitigar desigualdades identificadas.
O argumento de que a lei já aborda o tema não se
sustenta, uma vez que instrumentos coletivos
frequentemente incluem cláusulas que apenas
reproduzem o que já está previsto na legislação.
Nesse caso, a Lei de Igualdade Salarial oferece uma
oportunidade valiosa para incluir cláusulas que não
apenas fortaleçam sua aplicação, mas também
consolidem o papel dos sindicatos. Parece, no
entanto, faltar vontade política ou prioridade em
relação ao tema, muitas vezes tratado como
secundário ou “uma pauta de mulheres”. A escassa
presença feminina nas mesas de negociação é outro
obstáculo a ser superado.
Nas negociações coletivas, o foco geralmente recai
sobre demandas imediatas e tangíveis, como reajustes
salariais, Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
e benefícios, como vales alimentação e refeição. A
igualdade salarial, sendo uma questão de longo prazo
e aparentemente mais abstrata, acaba relegada a um
segundo plano, mesmo tendo implicações profundas
para a justiça social.
Além disso, a implementação da igualdade salarial
exige um processo criterioso de avaliação e
comparação das funções, de modo a determinar o valor
relativo de diferentes cargos. Essa análise, embora
complexa, é essencial para identificar e corrigir
disparidades injustificadas.
A desigualdade salarial afeta desproporcionalmente
as mulheres, perpetuando desigualdades de gênero no
ambiente de trabalho. A ausência de um enfoque na
igualdade salarial durante as negociações coletivas
contribui para a manutenção dessas disparidades,
dificultando o avanço rumo à equidade.
A inclusão do tema da igualdade salarial nas mesas
de negociação não é apenas urgente, mas estratégica.
Promover esse debate pode trazer benefícios sociais
e econômicos significativos, além de fortalecer a
confiança das trabalhadoras na eficácia da lei e no
papel dos sindicatos como agentes de transformação
social.
Marilane Oliveira Teixeira é Economista, doutora
em desenvolvimento econômico e social, professora e
pesquisadora do CESIT na área de trabalho, relações
de trabalho, gênero e sindicalismo
Fonte: Rádio Peão Brasil
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14/02/2025 -
Perspectivas para o direito do trabalho em 2025:
desafios e impactos das decisões do STF e do TST
Em 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o
Tribunal Superior do Trabalho (TST) terão papéis
centrais em decisões que podem moldar o futuro das
relações de trabalho no Brasil. A modernização das
leis trabalhistas está em pauta, com propostas
legislativas e jurisprudenciais que visam a
equilibrar os direitos dos trabalhadores e as
necessidades do mercado.
Uma das propostas mais debatidas no Congresso é a
redução da jornada de trabalho para 36 horas
semanais, sem redução salarial. A PEC 148/2015,
atualmente em discussão na Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ) do Senado, visa a essa mudança, mas
enfrenta resistência de setores empresariais,
especialmente de pequenas e médias empresas que
temem os impactos financeiros dessa alteração. A
proposta ainda está distante de uma implementação em
2025, pois precisa passar por várias etapas
legislativas e negociações políticas. No entanto, a
tendência de flexibilização da jornada de trabalho,
como o aumento das folgas, parece mais viável e pode
representar um passo importante para o equilíbrio
entre produtividade e qualidade de vida.
Outro tema de destaque é a criação de um Código de
Processo do Trabalho específico, que traria mais
segurança jurídica e agilidade à Justiça do
Trabalho. Com um código próprio, as normas seriam
sistematizadas, eliminando lacunas e tornando as
decisões mais previsíveis. Isso seria fundamental
para reduzir a burocracia e aumentar a eficiência do
sistema.
A adaptação das normas às novas formas de trabalho,
como o teletrabalho, também está em debate. A
desburocratização nesse sentido seria um avanço
significativo, permitindo que a legislação acompanhe
a dinâmica moderna das relações trabalhistas,
considerando os novos modelos de organização do
trabalho e as necessidades emergentes dos
trabalhadores e empregadores.
Trabalho por aplicativos
Além disso, o STF julgará a questão do vínculo
empregatício de motoristas e entregadores de
aplicativos, o que pode estabelecer um marco nas
relações de trabalho em plataformas digitais. Caso a
Corte decida que não há vínculo, consolida o
entendimento de que esses trabalhadores são
prestadores de serviços autônomos. Por outro lado,
se reconhecer a existência do vínculo, diversas
obrigações trabalhistas serão impostas às
plataformas.
Essa decisão também poderá impactar outras
categorias da economia digital. Caso o STF determine
a inexistência de vínculo empregatício, esse
entendimento poderá se estender a setores como
consultoria online, educação a distância e serviços
sob demanda, dificultando futuras ações trabalhistas
que busquem o reconhecimento de vínculo.
Outro julgamento relevante do STF será sobre o
limite de renda para a concessão da gratuidade da
justiça, que pode ser fixado em até 40% do teto da
Previdência. Essa medida é importante para coibir o
uso indevido do benefício, que tem sido uma porta
aberta para ações trabalhistas sem fundamento. Caso
o Supremo estabeleça esse limite, a gratuidade da
justiça poderá ser negada a quem tiver rendimentos
acima do percentual definido, o que pode estimular
uma maior responsabilidade nos pedidos judiciais,
especialmente para evitar ações de má fé.
Por outro lado, essa restrição pode afetar aqueles
que, mesmo agindo de boa fé, tenham rendimentos
superiores ao teto, mas ainda necessitem da
gratuidade para acessar a Justiça do Trabalho. Isso
criaria um novo cenário, no qual os reclamantes
teriam que demonstrar, com mais rigor, sua real
condição financeira para obter o benefício.
Terceirzação e sindicatos
O TST, por sua vez, deverá avaliar a legalidade da
terceirização em atividades-fim, um tema que
continua gerando controvérsias, especialmente no
caso da recontratação de ex-empregados por meio
dessa modalidade. A Corte precisará determinar se
essa prática é fraudulenta ou legítima, decisão que
terá impacto direto sobre empresas e trabalhadores.
A definição do TST trará mais clareza quanto à
responsabilidade da empresa contratante, seja ela
solidária ou subsidiária, além de estabelecer
eventuais limitações à terceirização.
No que diz respeito às negociações coletivas, o
papel dos sindicatos tende a se fortalecer,
especialmente após a extinção da contribuição
sindical obrigatória. A expectativa é que o STF
estabeleça regras mais rígidas para a oposição ao
pagamento da contribuição assistencial. Isso pode
dar mais força aos sindicatos, mas também pode
dificultar a resistência dos trabalhadores ao
pagamento dessas contribuições.
Risco de retrocesso
Com tantas questões em jogo, as expectativas para o
direito do trabalho em 2025 são altas. Há um clima
de incerteza, com a possibilidade de retrocessos em
algumas mudanças trazidas pela reforma trabalhista
de 2017. Ao mesmo tempo, espera-se um fortalecimento
dos direitos trabalhistas, principalmente para
categorias que ainda carecem de maior proteção, como
os trabalhadores da economia digital e os
terceirizados.
As decisões do STF e do TST têm o potencial de
estabelecer uma jurisprudência mais equilibrada,
garantindo a proteção dos direitos dos trabalhadores
sem comprometer a flexibilidade necessária às
empresas, especialmente no que se refere à jornada
de trabalho e à regulamentação das plataformas
digitais.
Em resumo, 2025 promete ser um ano decisivo para o
direito do trabalho, com questões fundamentais sendo
discutidas e julgadas. O cenário, porém, permanece
incerto, e será essencial acompanhar o desenrolar
dessas decisões que certamente terão um impacto
profundo nas relações de trabalho e nas políticas
públicas trabalhistas no Brasil.
Malu Vieira Xavier
é advogada, sócia do escritório A. C. Burlamaqui
Consultores e pós-graduanda em Direito e Processo do
Trabalho (Faculdade i9 Educação).
Adrizzy de Andrade Suisso
é advogada, sócia do escritório A.C. Burlamaqui
Consultores.
Fonte: Consultor Jurídico
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14/02/2025 -
Não há previsão para votação da isenção do IR no
Congresso, diz Padilha
Questionado, o ministro não deu maiores detalhes
sobre o texto que deve ser entregue aos
parlamentares
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre
Padilha, afirmou nesta quarta-feira (12) que ainda
não há previsão para o envio ao Congresso do projeto
que propõe isenção do Imposto de Renda para quem
ganha até R$ 5 mil mensais.
Durante visita à Câmara, onde entregou ao presidente
Hugo Motta (Republicanos-PB) a lista de prioridades
do governo para 2025, Padilha reforçou que a reforma
da tributação sobre a renda é um dos focos, mas
evitou detalhar como será feita a compensação fiscal
para a renúncia de receita.
“Não tem previsão de data. A minha data é aprovar o
projeto neste ano. A compensação, todos saberão
quando o projeto vir para cá. Esse detalhamento está
sendo feito via Fazenda, Casa Civil e Ministério do
Planejamento”, disse o ministro.
Em 5 de fevereiro, o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, afirmou que o plano de compensação para a
isenção já estava concluído. A estratégia inicial do
governo envolve aumentar a taxação sobre rendas
superiores a R$ 50 mil mensais.
Padilha também destacou que o governo fará o
necessário para respeitar o marco fiscal. No
entanto, a intenção de aumentar a tributação sobre
os mais ricos pode enfrentar resistência no
Congresso.
O presidente da Câmara já indicou que propostas para
elevar a arrecadação podem ter dificuldades de
aprovação e defendeu que a melhor alternativa para o
equilíbrio fiscal seria a redução de gastos
públicos.
Fonte: InfoMoney
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14/02/2025 -
MTE investiga acidente grave com trabalhadores em
fábrica de vestuários no Rio de Janeiro
Fiscalização está apurando a situação dos cerca
de 50 empregados que estavam trabalhando no local e
21 ficaram gravemente feridos
Na manhã desta quarta-feira (12), um incêndio de
grandes proporções atingiu uma fábrica de vestuários
no bairro de Ramos, Zona Norte do Rio de Janeiro. No
momento do incidente, cerca de 50 trabalhadores
realizavam atividades relacionadas à confecção de
fantasias para o carnaval carioca e ao menos 21
pessoas ficaram feridas, sendo que 10 delas estão em
estado grave, caracterizando um acidente de trabalho
grave com múltiplas vítimas.
Diante da gravidade do ocorrido, a Inspeção do
Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
esteve no local para iniciar as investigações. A
Chefe da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho no
Rio de Janeiro, Ana Luiza Horcades, informou que uma
equipe especializada em análise de acidentes e
doenças do trabalho foi acionada para apurar as
causas do incêndio. Durante a fiscalização, serão
identificados os fatores que levaram ao acidente,
bem como eventuais irregularidades relacionadas às
normas de segurança e saúde no trabalho. Os
responsáveis pela empresa poderão ser autuados
conforme a legislação vigente.
Informações preliminares apontam que os
trabalhadores poderiam estar submetidos a jornadas
exaustivas e, possivelmente, dormindo no local, o
que será objeto da investigação. Além da apuração
das causas do acidente, a Inspeção do Trabalho
também atuará para garantir o cumprimento dos
direitos trabalhistas dos empregados. Entre as
medidas previstas, estão a verificação do registro
formal dos trabalhadores e a emissão da Comunicação
de Acidente de Trabalho (CAT) para os feridos,
documento essencial para assegurar os direitos
previdenciários das vítimas. A fiscalização segue em
andamento e novas informações serão divulgadas
conforme o avanço das investigações. O relatório da
análise será encaminhado aos órgãos competentes para
que sejam tomadas as medidas cabíveis.
De acordo com a legislação, o Ministério do Trabalho
e Emprego tem até quatro meses para concluir os
resultados da fiscalização. Dependendo do caso, esse
prazo poderá ser prorrogado por mais dois meses.
Fonte: MTE
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14/02/2025 -
Justiça do Trabalho recebeu dois milhões de novas
ações em 2024
Foram ajuizados dois milhões de novos processos na
Justiça do Trabalho em 2024. É o maior número desde
a aprovação da reforma trabalhista, em 2017, pelo
governo de Michel Temer (MDB), e representa a
retomada de patamares anteriores. A informação é do
jornal Folha de S. Paulo.
Dados do sistema estatístico do Tribunal Superior do
Trabalho mostram um total de 2,117 milhões de novos
processos protocolados na primeira instância. Uma
alta de 14,1% comparado aos 1,855 milhão de ações
ajuizadas em 2023.
Uma das possíveis causas do aumento do número de
processos é a flexibilização das regras da reforma
trabalhista pelo TST e pelo Supremo Tribunal Federal
sobre a concessão de Justiça gratuita.
Em 2021, o STF estabeleceu que o trabalhador que tem
direito à gratuidade e perde o processo contra o
ex-empregador não pode ser cobrado pelas custas. Em
2024, o TST, por sua vez, firmou tese de que o
direito à gratuidade deve ser garantido a todos que
ganham até 40% da Previdência Social. O benefício
também deve ser concedido para quem ganha mais, mas
apresenta declaração de pobreza, como acontecia
antes da reforma.
Por meio de nota, o TST informou ao jornal que tem
dado ênfase à conciliação para tentar diminuir o
número de ações. A Corte afirma que, em 2023,
promoveu acordos no valor de mais de R$ 7 bilhões,
com recolhimentos previdenciários acima de R$ 1
bilhão.
Fonte: Consultor Jurídico
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