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27/06/2025 -
Acordos com ganhos reais diminuem
Negociações coletivas com reajustes salariais acima
da inflação seguem maioria, mas vêm caindo em
comparação a 2024, quando 85% dos acordos tiveram
ganhos reais. É o que mostra nova edição do Boletim
“De olho nas negociações”, do Dieese.
Em maio, 67,9% das negociações analisadas ficaram
acima do INPC, ante 61,8% em abril e 79,4% em março.
Atenção: os acordos que ficaram abaixo da inflação
vêm subindo; chegaram a 20,1% em maio. Em abril,
eram 18,2%, e, em março, foram 7,3%.
Luís Ribeiro, técnico do Dieese, avalia: “As
negociações coletivas alcançaram números excelentes
na primeira metade do governo Lula. Mesmo com a
queda nos últimos meses, a economia demonstra
resiliência. Prova disso é que a maior parte das
categorias segue conquistando aumento real”.
Causas – Luís acredita que o cenário externo
– com as tarifas impostas por Trump e as guerras no
Oriente Médio e na Ucrânia – impacta negativamente
as negociações coletivas, pois os empregadores
tendem a ficar mais cautelosos frente a um cenário
de incertezas. Outra causa é a inflação em 12 meses,
que subiu de 4,17%, em janeiro, pra 5,20%, em maio.
Juros – Segundo o técnico, a atual política
de juros do Banco Central também impacta as
negociações coletivas. Taxa Selic subiu em junho
para 15%, maior patamar desde 2006. “É uma política
equivocada, que coloca um freio na economia e age
como se a inflação no Brasil ocorresse por causa da
demanda, o que não é verdade. Para o preço dos
alimentos, por exemplo, a mudança climática e a
negociação na bolsa são fatores mais relevantes”,
analisa.
Maio – Foram analisadas 815 negociações.
Novos números serão agregados ao banco de dados ao
longo das próximas semanas, podendo alterar o
quadro. Mês apresenta cerca de 30% das negociações
coletivas, o que tem importância para os números
gerais do ano.
Semestre – A segunda metade do ano terá
negociações de setores com maior peso na economia,
como petroleiros, metalúrgicos, bancários e
químicos, o que pode ter consequências positivas.
“São categorias com maior poder de barganha, e isso
costuma resultar em acordos melhores”, projeta Luís
Ribeiro.
Clique aqui para ler a pesquisa completa.
Mais – Site do Dieese.
Fonte: Agência Sindical

27/06/2025 -
Câmara aprova projeto que altera a tabela do Imposto
de Renda
Texto garante isenção para quem ganha até dois
salários mínimos; proposta vai ao Senado
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira
(25) projeto de lei que altera a tabela mensal do
Imposto de Renda (IR) a fim de garantir a isenção
para quem recebe até dois salários mínimos
(atualmente R$ 3.036) a partir de maio de 2025. O
texto será enviado ao Senado.
De autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), o
Projeto de Lei 2692/25 repete a Medida Provisória
1294/25, que perde a vigência em agosto deste ano. O
texto foi relatado pelo deputado Arthur Lira
(PP-AL), que recomendou a aprovação sem mudanças,
apenas prevendo a revogação da MP. Todos os partidos
votaram a favor do projeto.
O texto corrige a primeira faixa da tabela e eleva o
limite de aplicação da alíquota zero, que passará de
R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80. Segundo o governo, o
reajuste para essa faixa implicará renúncia fiscal
de R$ 3,29 bilhões neste ano.
Devido à sanção do Orçamento de 2025 apenas em
abril, o reajuste da tabela vale a partir de maio.
Isenção
As pessoas que ganham até dois salários mínimos já
eram isentas em anos anteriores. No entanto, o
governo precisou atualizar a tabela do IR em razão
do reajuste do salário mínimo no início do ano.
"O acordo construído foi que esse projeto não
tivesse alteração alguma da medida provisória
[1294/25, com mesmo teor]. Para que ele não
machucasse o debate que vamos fazer, muito mais
amplo quando vier o projeto que isenta os R$ 5 mil
com as suas possíveis compensações", informou Arthur
Lira.
Lira afirmou que o projeto aprovado hoje faz parte
de um "combo", junto com a proposta que aumenta o
limite de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
por mês a partir de 2026 (PL 1087/25).
A tabela do Imposto de Renda funciona de forma
progressiva, e o imposto a pagar aumenta conforme a
faixa de rendimento, chegando a 27,5% para os
maiores salários.
Segundo Lira, no entanto, a proposta não enfrenta a
defasagem histórica da tabela do Imposto de Renda,
mas é uma medida pontual para sanar o efeito mais
imediato e nocivo da defasagem.
A deputada Chris Tonietto (PL-RJ), vice-líder da
oposição, defendeu a votação da proposta, mas disse
que só o aumento da isenção para pelo menos R$ 5 mil
vai trazer verdadeira dignidade. "Reafirmamos a
nossa defesa para que aumentemos o limite da
isenção, para que a gente consiga fazer com que as
pessoas sobrevivam neste Brasil em que existe essa
carga tributária altíssima."
A coordenadora da bancada feminina, deputada Jack
Rocha (PT-ES), destacou que desde o governo da
ex-presidente Dilma Rousseff não havia uma tabela de
correção. "Os governos que passaram por aqui, quase
9 anos, não se importaram em incluir essas pessoas
como faz hoje o governo do presidente Lula", disse.
Nova tabela do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Física
Base de Cálculo (R$) |
Alíquota (%) |
Parcela a Deduzir do IR (R$) |
Até 2.428,80 |
0 |
0 |
De 2.428,81 até 2.826,65 |
7,5 |
182,16 |
De 2.826,66 até 3.751,05 |
15 |
394,16 |
De 3.751,06 até 4.664,68 |
22,5 |
675,49 |
Acima de 4.664,68 |
27,5 |
908,73 |
Fonte: MP1294/25
Fonte: Agência Câmara

27/06/2025 -
Indústria criou mais de 910 mil empregos em quatro
anos, aponta IBGE
Setor alimentício é o ramo industrial que mais
contratou
A indústria brasileira criou 910,9 mil vagas de
emprego no acumulado de 2019 a 2023. Esse dado
representa crescimento de 12% no número de postos de
trabalho e fez o setor alcançar o total de 8,5
milhões de pessoas ocupadas em 376,7 mil empresas.
A constatação faz parte da Pesquisa Industrial
Anual, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Os novos dados apontam curva de quatro anos seguidos
com aumento de trabalhadores e o maior número de
empregados desde 2015, quando a indústria ocupava
8,1 milhões de pessoas. No entanto, o nível de
emprego no setor em 2023 apresentou recuo de 3,1%
ante 2014, isto é, menos 272,8 mil pessoas ocupadas
em dez anos.
As informações consolidadas de 2023 foram passadas
pelas companhias no ano seguinte, de forma que os
pesquisadores concluíram o estudo apenas em 2025.
Matéria completa:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-06/industria-criou-mais-de-910-mil-empregos-em-quatro-anos-aponta-ibge
Fonte: Agência Brasil

27/06/2025 -
Câmara aprova MP que cria crédito consignado para
trabalhadores do setor privado
Texto havia sido editado em 12 de março e já
estava em vigor, mas perderá validade após 9 de
julho se não for aprovada também pelo Senado
A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória
que trata do empréstimo consignado para
trabalhadores do setor privado, nesta quarta-feira,
25. O texto havia sido editado em 12 de março e já
estava em vigor, mas perderá validade após 9 de
julho se não for aprovada também pelo Senado
Federal.
Antes, a MP havia sido aprovada por uma comissão
mista. O texto permite que empréstimos consignados
sejam feitos por trabalhadores do setor privado em
plataformas digitais, seja por canais dos bancos ou
pelo aplicativo da carteira de trabalho. Após
solicitar a proposta pela carteira, o trabalhador
recebe ofertas em até 24 horas.
Fonte: Estadão Conteúdo

27/06/2025 -
PDT questiona no STF descontos em aposentadorias sem
autorização
O Partido Democrático Trabalhista entrou com uma
ação no Supremo Tribunal Federal para pedir a
proibição do desconto automático, sem autorização
expressa do beneficiário, de mensalidades e
contribuições destinadas a entidades de classe de
aposentados e pensionistas. A ação direta de
inconstitucionalidade foi distribuída à ministra
Cármen Lúcia.
O PDT afirma que, ao permitir esse tipo de desconto,
trechos da Lei 8.213/1991 e do Decreto 3.048/1999
violam a Constituição e distorcem o papel do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para o
partido, a autarquia passou a atuar como
intermediária de cobranças privadas, quando deveria
se dedicar exclusivamente à gestão da Previdência
Social. Essa função indevida, segundo a legenda,
sobrecarrega a estrutura administrativa do órgão.
De acordo com o PDT, embora as normas do INSS e do
Ministério da Previdência exijam autorização
expressa, individual, voluntária e cancelável para
os descontos, na prática isso não ocorre. Segundo a
legenda, as autorizações são genéricas, sem
comprovação adequada e, muitas vezes, sem o
conhecimento do segurado, o que torna o processo
vulnerável a fraudes.
O partido também destaca que as investigações da
Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União
divulgadas em abril expuseram a fragilidade do
modelo de gestão do INSS. Para o PDT, a falta de
controles efetivos e a dificuldade para verificar a
autenticidade das autorizações facilitam a ação de
organizações oportunistas que utilizam a estrutura
pública para obter vantagens indevidas. Com
informações da assessoria de imprensa do STF.
Fonte: Consultor Jurídico

26/06/2025 -
PL 3015/2025 propõe volta da ultratividade de
acordos coletivos
A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) apresentou o
Projeto de Lei (PL) 3015/2025, que busca reverter
uma das mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista
de 2017 (Lei nº 13.467). A proposta visa
restabelecer a ultratividade das cláusulas de
convenções e acordos coletivos de trabalho –
mecanismo que garantia a continuidade desses
direitos até que novas negociações fossem firmadas
entre patrões e empregados.
O que muda com o PL 3015/2025?
Antes da Reforma Trabalhista, a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) permitia que normas acordadas em
convenções coletivas seguissem vigentes mesmo após o
fim do prazo do acordo, até que um novo pacto fosse
celebrado. Essa regra, conhecida como ultratividade,
foi extinta em 2017, passando a vigorar o princípio
da tempestividade – ou seja, os direitos previstos
nos acordos perdem validade assim que o prazo
termina, a menos que sejam renovados.
A proposta em debate visa restabelecer o equilíbrio
nas relações coletivas, reforçando o princípio da
obrigatoriedade da negociação coletiva (art. 616 da
CLT) e garantindo a efetividade do modelo sindical
constitucional, fundamentado na representação por
categorias.
Defesa da matéria
Rodrigo Britto, da direção do DIAP, também dirigente
Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
presidente da Federação dos Trabalhadores em
Empresas de Crédito do Centro Norte - Fetec-CUT/CN,
defende o avanço do projeto. “A ultratividade
trabalhista é uma forma de garantir direitos e
conquistas historicamente negociadas entre entidades
laborais e patronais que regulam a vida dos
trabalhadores de diversas categorias profissionais
através dos acordos e convenções coletivas”, disse.
O PL 3015/2025 representa o fortalecimento do
diálogo e do processo negocial ao garantir
tranquilidade para as organizações sindicais pelo
fato de suprimir os riscos da perda e suspensão das
cláusulas dos acordos e convenções coletivas”,
explicou Britto.
Segundo Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos
Bancários do Distrito Federal, o PL 3015/2025
oferece segurança jurídica para as organizações
sindicais e para as relações de trabalho entre
empregados e empregadores.
“O fim da ultratividade dificultou a negociação
coletiva do ponto de vista dos trabalhadores, que
ficam pressionados a renovar os acordos e convenções
até o último dia do prazo da norma vigente, sob pena
de perderem todas as suas cláusulas. O PL 3015/2015
recoloca na pauta política o tema da ultratividade
das normas coletivas, para fortalecer a negociação
coletiva.”, afirmou.
Próximos passos
O PL 3015/2025 aguarda ser despachado para as
comissões para debate, entre elas a Comissão de
Trabalho da Câmara dos Deputados, que é uma das mais
importantes da casa legislativa onde tramita as
matérias de interesse dos trabalhadores na Casa.
Na comissão também tramitam matérias similares ao
tema como os Projetos de Lei 2699/2019 e 8112/2017,
de autoria do deputado Valtenir Pereira (MDB-MT) e
ex-deputado Marco Maia (PT-RS), respectivamente. O
relator dessas propostas é o deputado Daniel Almeida
(PcdoB-BA) que poderá apresentar favorável para
votação.
Fonte: Diap

26/06/2025 -
Movimento social tem de reagir ao lobby do mercado,
defendem economistas
Luiz Gonzaga Beluzzo e Paulo Kliass veem como
crucial a mobilização de movimento social e
sindicatos não só para influenciar na luta contra os
juros altos, mas também em defesa de um novo rumo
para a economia
Sob pressão no Congresso, o governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva encontra dificuldades para
aprovar medidas em direção a um sistema tributário
mais justo em que os pobres paguem menos e os
super-ricos contribuem com o que devem.
Em entrevista ao Portal Vermelho, os economistas
Luiz Gonzaga Beluzzo e Paulo Kliass veem como
fundamental a mobilização urgente dos sindicatos e
do movimento social não só para influenciar nessa
briga, mas em defesa de um novo rumo para a política
econômica.
Beluzzo diz que há uma relação de poder desfavorável
ao governo por conta do lobby do mercado financeiro.
“Você junta o mercado financeiro como um coletivo
que tem muito poder. O governo, na medida em que
está cercado, vai tentando convencer os que
participam do mercado que ele vai agir de forma
correta para não causar instabilidade”, disse o
professor.
De acordo com ele, para contornar a situação é
preciso maior poder político. “Como, na verdade, o
governo não consegue ganhar no Congresso, está sendo
bloqueado o tempo inteiro. Essa é a questão central,
porque não há nenhum caso de calote na dívida
pública”, lembra.
Segundo o experiente economista, os índices são
favoráveis ao governo, como a reserva cambial de US$
360 bilhões e a relação dívida Produto Interno Bruto
(PIB) em torno de 78%.
“A dívida líquida, na qual você tem que descontar as
reservas e mais alguma coisa, está em torno de 60%.
Por que ninguém fala da dívida líquida?”, diz
Beluzzo. “É um estratagema do mercado para enrolar
as pessoas. E o poderio deles não é só no Congresso
– eles têm a chamada mídia corporativa ao lado para
propagar corte de gasto e questão fiscal o tempo
inteiro.”
Por outro lado, o professor critica o compromisso
com a política econômica da meta de déficit zero, o
que prejudica os investimentos. “Você tem um
compromisso, digamos assim, de levar a inflação para
a meta. O sistema de meta é muito falho, muito
imperfeito”, critica.
Kliass concorda com Belluzo e também vê o mercado
financeiro extremamente beneficiado com o sistema da
dívida pública.
“Quando você aumenta a taxa Selic, o que que
acontece? Você provoca um aumento nas despesas
financeiras com os juros, porque a Selic é a taxa
referencial de juros. Ela é a referência pro
pagamento dos juros do estoque da dívida”, explica.
“Ao longo dos últimos 12 meses, o governo gastou
alguma coisa em torno de R$ 950 bilhões para
pagamento de juros, aproximando de despesas
financeiras na ordem de R$ 1 trilhão por ano.”
Na gestão Gabriel Galípolo, que assumiu a
presidência do Banco Central (BC) no governo Lula,
Kliass diz que o aumento da Selic foi de 2,75 pontos
percentuais, o que representa uma despesa anual
extra de juros de R$ 220 bilhões.
Em sua opinião, há um problema que nunca mudou desde
o primeiro mandato Lula: fazer uma diferença entre
despesas financeiras e as não financeiras. Desse
modo, o economista critica o equilíbrio fiscal
primário propagado pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad.
“Esse adjetivo, ‘primário’, é toda a malandragem.
Pela definição metodológica, é uma tautologia. A
conta primária é a conta não financeira”, diz. “Se
quero fazer o equilíbrio fiscal primário, tudo você
consegue comprimindo despesas primárias, que são
saúde, educação, previdência, assistência social,
segurança pública, saneamento e salários de
servidores públicos em geral.”
Por isso, o economista vê como urgente o movimento
social pressionar o governo para mudar a política
econômica na questão dos juros e do corte de
despesas.
“Tem que começar ontem a fazer essa mudança, porque
se não a gente caminha para uma certeza de derrota
nas eleições de outubro do ano que vem”, projeta. “A
situação está muito grave e o comando tem de ser do
presidente Lula. Ele precisa tomar as rédeas e mudar
o eixo da política econômica.”
Fonte: Portal Vermelho

26/06/2025 -
INSS quer ressarcir vítimas de fraude a partir de 24
de julho
Proposta apresentada ao STF prevê devolução
integral dos valores descontados de forma irregular.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
pretende iniciar em 24 de julho os pagamentos para
vítimas de descontos irregulares nos benefícios de
aposentados e pensionistas. A estimativa foi
apresentada em audiência de conciliação no Supremo
Tribunal Federal, na última terça-feira, com apoio
da Advocacia-Geral da União e do Ministério da
Previdência Social.
A operação envolverá lotes quinzenais, cada um com
cerca de 1,5 milhão de beneficiários. Os valores
serão corrigidos pela inflação e não dependerão da
responsabilização prévia das associações envolvidas.
Até o momento, mais de 3,4 milhões de pessoas já
solicitaram ressarcimento por meio dos canais
oficiais do INSS.
Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, a
divisão em lotes respeita o prazo de 15 dias úteis
dado às entidades para responder às contestações dos
segurados. A devolução integral está assegurada, e o
governo avalia alternativas para ampliar o acesso,
como o uso de agências dos Correios e embarcações
flutuantes que atendem comunidades quilombolas e
indígenas.
A operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela
Polícia Federal e pela Corregedoria-Geral da União
(CGU) revelou que até 6 milhões de aposentados podem
ter sido lesados por associações que fraudaram
acordos técnicos com o INSS para realizar descontos
sem autorização. Estima-se que os valores desviados
somem cerca de R$ 6,3 bilhões, dos quais R$ 2,8
bilhões já foram bloqueados pela Justiça Federal.
A efetivação dos reembolsos ainda depende de
homologação judicial, mas a proposta do governo é
concluir os pagamentos até o fim de 2025. O
Executivo busca encontrar uma forma reparar os danos
causados sem sobrecarregar o orçamento, enquanto
ações judiciais seguem em curso para responsabilizar
os envolvidos.
Fonte: Congresso em Foco

26/06/2025 -
Comissão aprova direito a jornada reduzida de
trabalho para pessoas com deficiência
Projeto segue em tramitação na Câmara
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com
Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou projeto
de lei que garante à pessoa com deficiência a opção
por jornada de trabalho reduzida, sem prejuízo da
remuneração, desde que comprove necessidade de
redução do tempo por avaliação técnica.
O texto altera a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), que hoje prevê jornada de trabalho de até 8
horas.
O texto aprovado foi um substitutivo do relator,
deputado Duarte Jr. (PSB-MA), ao Projeto de Lei
3290/23, do deputado Bruno Ganem (Pode-SP). O texto
original reduzia a carga horária em uma hora; no
novo texto, o relator optou por tornar esse direito
facultativo e condicionado à comprovação de
necessidade.
"Nem todas as pessoas com deficiência desejam ou
necessitam de uma jornada reduzida", observou o
relator. "Muitos podem preferir a jornada integral
para preservar sua remuneração, sua progressão
funcional ou simplesmente por se sentirem plenamente
aptos ao exercício da função sem limitação de
tempo", complementou.
Próximos passos
A proposta tramita em caráter conclusivo e será
analisada pelas comissões de Trabalho; e de
Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar
lei, o texto precisa ser aprovado pelo Senado.
Fonte: Agência Câmara

26/06/2025 -
Comissão aprova pagamento de auxílio-alimentação
para empregado afastado por doença grave
Projeto segue em análise na Câmara dos Deputados
A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados
aprovou projeto de lei que prevê a manutenção do
pagamento do auxílio-alimentação durante o período
de licença médica do empregado afastado do trabalho
em razão de doenças graves. A medida, se virar lei,
será inserida na Consolidação das Leis do Trabalho.
O texto aprovado é a versão da relatora
(substitutivo), deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA),
ao Projeto de Lei 3253/24, apresentado pelos
deputados Amom Mandel (Cidadania-AM) e Duda Ramos (MDB-RR),
e ao apensado (PL 799/25).
“O afastamento por doença grave, além de comprometer
a saúde física e emocional do trabalhador, acarreta
impactos financeiros significativos, uma vez que o
benefício previdenciário, na maioria das vezes, é
inferior à remuneração habitual”, afirmou a
relatora.
“Sem esse suporte básico, o trabalhador pode
enfrentar dificuldades para ter a alimentação
adequada necessária para seu tratamento e
recuperação. Desse modo, a manutenção do auxílio
garante um mínimo de dignidade em momento de alta
vulnerabilidade”, acrescentou a deputada.
De acordo com o substitutivo, serão consideradas
doenças graves as previstas na lei que regulamenta a
Previdência Social: tuberculose ativa, hanseníase,
alienação mental, câncer, cegueira, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson e outras que a legislação ou o
médico perito do INSS considerar graves e
incapacitantes.
Próximos passos
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será
analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania. Para virar lei, precisa ser aprovado
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Fonte: Agência Câmara

25/06/2025 -
FENATEMA participa de ato unificado contra
privatizações em São Paulo
Participe do ato unificado contra privatizações
em São Paulo. Descubra a importância da mobilização
no dia 27 de junho
A FENATEMA (Federação Nacional dos Trabalhadores em
Energia, Água e Meio Ambiente) estará presente e
mobilizada no grande ato público contra as
privatizações, convocado pelas Centrais Sindicais
para o dia 27 de junho (sexta-feira), às 15 horas,
em frente ao MASP, na Avenida Paulista, em São
Paulo.
O protesto unificado denuncia a política de desmonte
dos serviços públicos promovida pelo governo de
Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já entregou
à iniciativa privada empresas estratégicas como a
Sabesp, e agora avança com projetos de privatização
no Metrô, CPTM, hospitais, parques estaduais e
centros de pesquisa ambiental.
Para o presidente da FENATEMA, Eduardo Annunciato
(Chicão), é urgente reagir:
“Privatizar é entregar o que é do povo para grupos
que só visam lucro. Não há benefício coletivo nisso.
Só quem perde é a população, que paga mais caro por
serviços piores. A FENATEMA está na luta pela
soberania dos serviços públicos e na defesa dos
direitos dos trabalhadores.”
A Federação reforça que a privatização de setores
essenciais como energia, água, saneamento e meio
ambiente compromete não apenas a qualidade dos
serviços, mas também ameaça empregos, precariza
condições de trabalho e aumenta a exclusão social.
Além da FENATEMA, a manifestação tem o apoio de
centrais como CTB, CUT, Força Sindical,
Intersindical, Pública, Nova Central, além das
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
“As tarifas aumentam, os direitos somem e a lógica
do lucro substitui o bem comum. Por isso, neste dia
27, vamos às ruas para dizer NÃO À PRIVATIZAÇÃO e
exigir respeito à população e aos trabalhadores que
constroem o Brasil com suas mãos e sua energia,”
reforça Chicão.
Fonte: Rádio Peão Brasil

25/06/2025 -
Parte da Justiça do Trabalho vê CLT como única forma
de proteção, diz ministra
Por manter uma visão mais tradicional das relações
laborais, uma parcela dos magistrados nem sempre
aplica os precedentes fixados pelo Supremo Tribunal
Federal, postura que acaba se refletindo no número
de reclamações constitucionais propostas no STF
contra decisões da Justiça do Trabalho.
Essa análise é da ministra Maria Cristina Peduzzi,
do Tribunal Superior do Trabalho. Ela falou sobre o
assunto em entrevista à série Grandes Temas, Grandes
Nomes do Direito, na qual a revista eletrônica
Consultor Jurídico ouve alguns dos principais nomes
do Direito e da política sobre os temas mais
relevantes da atualidade.
“A Justiça do Trabalho tem uma visão mais
conservadora, no sentido de preponderantemente
entender que a única forma de proteção é a CLT. E
essa divergência de entendimentos, por parte da
Justiça do Trabalho — não de toda, mas de algumas
Turmas —, é motivo para não produzir o efeito que o
precedente (do STF) pretende, que é estancar o
número de reclamações”, disse a ministra.
Como STF e Justiça do Trabalho têm adotado
entendimentos diferentes sobre relações diversas
daquelas previstas na CLT, causas trabalhistas hoje
são o principal tema entre as reclamações que
ingressam na cúpula do Poder Judiciário, conforme
mostrou o Anuário da Justiça Brasil 2025.
Para Maria Cristina Peduzzi, os pedidos de revisão
das decisões proferidas por cortes e magistrados
trabalhistas de fato atingiram um volume
significativo.
“É uma realidade que tem sido muito expressivo o
número de reclamações que são propostas perante o
Supremo Tribunal Federal contra decisões da Justiça
do Trabalho — não só, claro, do Tribunal Superior do
Trabalho, mas de muitos Tribunais Regionais do
Trabalho”, disse a ministra.
Segundo ela, as reclamações têm sido propostas
porque, embora o STF tenha fixado muitos precedentes
obrigatórios, nem sempre a Justiça do Trabalho
aplica essas teses.
“Em algumas situações, ela aplica o chamado
distinguish, a distinção, para não aplicar
(determinado precedente) naquele caso concreto. E
isso tem gerado, sem dúvida, um número expressivo de
reclamações constitucionais para o Supremo Tribunal
Federal, objetivando que se aplique o precedente”,
explicou a ministra.
Clique
aqui para assistir à entrevista
Fonte: Consultor Jurídico

25/06/2025 -
Brasileiros defendem reeleição e ampliam apoio a
mandatos de cinco anos
Pesquisa do Datafolha mostra que 57% defendem
manter a reeleição para cargos do Executivo,
contrariando a proposta em discussão no Senado para
acabar com o modelo atual.
A maioria da população brasileira é contra o fim da
reeleição para cargos do Executivo. Segundo pesquisa
Datafolha, 57% dos entrevistados se posicionam a
favor da manutenção do direito de presidentes,
governadores e prefeitos concorrerem a um segundo
mandato consecutivo. O resultado vai na contramão da
proposta de reforma política em tramitação no
Senado, que pretende extinguir a reeleição.
O levantamento, divulgado neste sábado (21), revela
também que 59% dos brasileiros apoiam a ampliação
dos mandatos eletivos de quatro para cinco anos. A
mudança faz parte da mesma PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) relatada pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI),
que prevê ainda a unificação das datas das eleições.
Atualmente, a proposta precisa ser aprovada em dois
turnos no Senado e depois na Câmara, com quóruns
qualificados. Caso avance, as novas regras só
valeriam para eleições futuras, sem afetar o pleito
de 2026.
Além disso, o apoio à reeleição é mais expressivo
entre os jovens de 16 a 24 anos, os menos
escolarizados e os eleitores de baixa renda. Também
é mais alto entre quem avalia positivamente o
governo Lula (74%) e entre simpatizantes do PT
(71%). Já entre os eleitores alinhados ao PL, o
apoio cai para 48%.
Os números marcam uma mudança significativa de
opinião em relação a 2015, quando 67% dos
brasileiros eram contra a reeleição presidencial. O
cenário atual é semelhante ao de 2007, durante o
segundo mandato de Lula, quando 58% eram favoráveis.
Quanto ao aumento dos mandatos para cinco anos, o
apoio subiu de 53%, em 2019, para os atuais 59%.
Homens (63%), pessoas com maior escolaridade (65%) e
famílias com renda entre cinco e dez salários
mínimos (68%) lideram essa preferência.
O Datafolha ouviu presencialmente 2.004 pessoas em
136 municípios, entre os dias 10 e 11 de junho. A
margem de erro é de dois pontos percentuais para
mais ou para menos.
Com agências
Fonte: Portal Vermelho

25/06/2025 -
Comissão aprova medida provisória que regula o
empréstimo consignado para trabalhadores do setor
privado
Até 35% do salário poderá ser comprometido para o
pagamento das parcelas; texto precisa ser analisado
ainda pelos plenários da Câmara e do Senado
A comissão mista que analisou a Medida Provisória
(MP) 1292/25, que regula o empréstimo consignado
(modalidade de crédito em que as parcelas são
descontadas diretamente na folha de pagamento) para
trabalhadores do setor privado, aprovou o relatório
do senador Rogério Carvalho (PT-SE). A MP está em
vigor, mas precisa ser aprovada pelo Congresso
Nacional até 9 de julho para não perder a validade.
O texto vai ser analisado agora pelo Plenário da
Câmara dos Deputados e, depois, pelo Plenário do
Senado.
Na avaliação do relator, a MP não trata da renúncia
de receitas ou aumento de despesas e, por isso, não
cria impacto fiscal. Ele propôs a aprovação do texto
na forma de um projeto de lei de conversão (PLV).
Entre as mudanças feitas pelo relator, está a
permissão para que motoristas de aplicativos peguem
empréstimos por meio de plataformas digitais com
descontos feitos no valor a ser recebido dos
aplicativos de transporte de passageiros.
Além dos trabalhadores com carteira assinada, a MP
permitiu empréstimo consignado apenas para
trabalhadores rurais, empregados domésticos e
microempreendedores individuais (MEI), até então
excluídos da consignação privada.
De acordo com a medida provisória, empréstimos
consignados podem ser feitos por trabalhadores do
setor privado em plataformas digitais, com o
objetivo de facilitar e ampliar o acesso a essa
modalidade.
Os empréstimos podem ser solicitados pelos canais
eletrônicos dos bancos ou pelo aplicativo da
carteira de trabalho digital (CTPS Digital). A
vantagem da carteira digital é concentrar, em um
mesmo aplicativo, propostas de todos os bancos
interessados, o que permite ao trabalhador
compará-las facilmente e escolher a mais vantajosa.
Matéria completa:
https://www.camara.leg.br/noticias/1171508-comissao-aprova-medida-provisoria-que-regula-o-emprestimo-
consignado-para-trabalhadores-do-setor-privado/
Fonte: Agência Câmara

25/06/2025 -
Ata do Copom prevê fim das altas e Selic em 15% ao
ano por mais tempo
Documento diz que inflação ainda exige política
monetária significativamente contracionista.
O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que
deve encerrar o atual ciclo de alta dos juros, mas
manter a taxa Selic em patamar elevado por um
período prolongado. A mensagem está na ata divulgada
nesta terça-feira (24), após a decisão da semana
passada de elevar a Selic de 14,75% para 15% ao ano.
A projeção do comitê é que, mesmo sem novas
elevações, o nível atual dos juros precisa ser
mantido por mais tempo para forçar a inflação a
convergir para a meta. A expectativa do mercado para
o IPCA (índice oficial de inflação) de 2025 está em
5,24%, acima da margem da meta de 3%, com uma faixa
de tolerância de 1,5% a 4,5%.
O mercado, segundo o Boletim Focus, hoje espera que
a taxa Selic permaneça em 15% ao ano até o final de
2025.
Instabilidade
A ata reforça a preocupação do Copom com a
persistência inflacionária, sobretudo nos serviços,
e com o fato de que as expectativas de médio e longo
prazo continuam acima da meta. Segundo os diretores,
isso exige mais tempo de aperto.
O texto também ressalta o cenário internacional
incerto, especialmente por conta das políticas
monetária e fiscal nos Estados Unidos.
O Copom voltou a cobrar harmonia entre política
fiscal e monetária. Disse que incertezas sobre a
dívida pública e aumento de gastos com crédito
subsidiado podem elevar o juro neutro da economia,
exigindo um esforço maior para conter a inflação.
O comitê também demonstrou preocupação com a
volatilidade do câmbio, o cenário internacional
adverso e o impacto dos conflitos geopolíticos nos
preços de petróleo.
A próxima reunião do Copom está marcada para agosto.
Fonte: Congresso em Foco

24/06/2025 -
Fundacentro promove debate sobre o fim da escala 6x1
e a promoção da saúde dos trabalhadores
A Fundacentro realizará, no dia 27 de junho de 2025,
o evento “O fim da escala 6x1 e a promoção da saúde
dos trabalhadores”, com o objetivo de discutir os
impactos da jornada de trabalho na saúde, segurança
e qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. O
encontro será presencial, no auditório da
Fundacentro, localizado na Rua Capote Valente, 710 –
Pinheiros – São Paulo/SP, e também contará com
transmissão on-line pelo canal da Fundacentro no
YouTube.
O evento acontece das 9h às 13h30, com
credenciamento a partir das 8h30. As inscrições para
participação presencial podem ser feitas até as 16h
do dia 26/06/2025 por meio do formulário disponível
no
Google Forms. Para a participação on-line, não é
necessário se inscrever, e haverá certificação
mediante avaliação e uso de palavra-chave divulgada
durante a
transmissão ao vivo pelo canal da instituição no
YouTube.
O debate é uma oportunidade para trabalhadores,
sindicatos, pesquisadores e gestores refletirem
sobre o papel da jornada de trabalho na construção
de uma sociedade mais justa e saudável. A presença
no evento (presencial ou virtual) dá direito a
certificado.
Matéria completa:
https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/comunicacao/noticias/noticias/2025/junho/fundacentro-promove-debate-sobre-o
-fim-da-escala-6x1-e-a-promocao-da-saude-dos-trabalhadores
Fonte: Fundacentro

24/06/2025 -
Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros preferem ter
carteira assinada
Os que acham melhor trabalhar sem registro somam
31%; 72% dos que recebem até dois salários mínimos
julgam o vínculo formal mais importante, mostra
Datafolha
É antiga a campanha do patronato e dos grandes
órgãos de imprensa contra os direitos trabalhistas.
Desde os primeiros — garantidos à classe
trabalhadora após muita luta e especialmente a
partir de Getúlio Vargas — até a reforma trabalhista
de 2017, passando agora pela valorização do
empreendedorismo que, em geral, esconde um profundo
processo de precarização, os ataques a esses
direitos seguem firmes. Ainda assim, é alto o
percentual dos brasileiros que preferem a CLT à
informalidade.
É o que aponta pesquisa Datafolha recém-divulgada.
De acordo com o levantamento, embora tenha caído dez
pontos percentuais desde 2022, os que preferem ter a
carteira assinada somam 67%.
A pergunta feita, no caso, foi: “Na sua opinião, o
que é mais importante: trabalhar com carteira
assinada, mesmo com remuneração menor, ou trabalhar
sem carteira assinada, mas com uma remuneração
maior”. Na ponta oposta, passou de 21% para 31% o
percentual dos que escolheram a segunda opção; 2%
não souberam responder.
Ainda segundo a pesquisa, a preferência por ser
autônomo atinge principalmente os mais jovens, mais
propensos a querer maior flexibilidade e mais
sujeitos a aceitarem jornadas mais longas e
condições mais adversas. Na faixa dos 16 aos 24
anos, 68% preferem essa opção, ante 29% mais
inclinados ao emprego formal. O gosto pela CLT é
maior entre os que têm 60 anos ou mais.
Além disso, a pesquisa aponta que a carteira
assinada é mais relevante para quem tem menor renda:
72% dos que recebem até dois salários mínimos julgam
o vínculo formal mais importante, contra 56% dos que
ganham mais do que dez salários mínimos. A pesquisa
foi realizada entre os dias 10 e 11 de junho com
2.004 pessoas em 136 municípios.
Cenário precarizado
O cenário trazido pelo levantamento reflete a
“glamourização” que passou a envolver os chamados
empreendedores nos últimos anos, especialmente após
a forte perda de direitos imposta pela reforma
trabalhista.
Embora haja aqueles que, de fato, sejam pequenos
empresários que optaram por ter seu próprio negócio,
é preciso colocar nessa equação alguns elementos
muitas vezes desconsiderados.
Primeiramente, é importante lembrar que muitos
desses empreendedores foram empurrados para essa
situação por falta de emprego e pelos salários
baixos oferecidos por boa parte das empresas nos
últimos anos.
Além disso, sob o guarda-chuva do empreendedorismo,
passou a entrar (convenientemente, diga-se de
passagem, para o sistema capitalista) todo tipo de
função “por conta própria” e precarizada, que
explodiu nos últimos anos com os serviços de
aplicativos, dentre os quais destacam-se os de
motoristas e os de entregadores.
Em que pese esse tipo de função oferecer maior
flexibilidade e não ter o patrão clássico
controlando o trabalhador, o fato é que para ter um
salário minimamente condizente com suas necessidades
básicas, esses trabalhadores — em geral, jovens — se
submetem a todo tipo de exploração.
Fazem parte desse “cardápio” desde as jornadas
exaustivas, a falta de direitos básicos que lhes
permitam exercer seu trabalho com algum conforto,
dignidade e segurança, até a ausência de qualquer
tipo de assistência em caso de acidente e problemas
de saúde. Soma-se a isso os prejuízos futuros à sua
aposentadoria.
Também entram aí os “pejotizados”, pessoas que
normalmente seriam CLT, mas acabam tendo de
trabalhar como pessoa jurídica por imposição das
empresas, uma modalidade que burla a contratação
formal e que também se alastrou com a reforma e com
a explosão das terceirizações.
Os dados da pesquisa, portanto, reforçam a
necessidade de haver, tanto por parte do poder
público — governos, parlamentos e judiciário —
quanto do empresariado, um olhar mais cuidadoso com
a classe trabalhadora, de maneira a garantir
direitos tanto aos que optaram por ser seu próprio
patrão quanto aos que gostariam de poder aderir à
formalidade.
Com o mercado de trabalho aquecido e um governo mais
sensível a essa pauta, abre-se também maior espaço
para o movimento sindical buscar novas formas de
mobilizar esses trabalhadores na luta por seus
direitos.
Fonte: Portal Vermelho

24/06/2025 -
Lula: entidades criadas na gestão Bolsonaro
facilitaram fraude do INSS
Presidente, em entrevista ao podcast Mano a Mano,
diz que as organizações viram uma oportunidade com a
mudança de governo e transformaram o esquema em uma
febre.
O presidente Lula afirmou que a fraude no INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) foi facilitada
por entidades criadas no governo Bolsonaro, que
teriam visto uma janela de oportunidade para ampliar
o esquema com a troca de governo. A declaração foi
feita em entrevista ao podcast Mano a Mano.
"Nós descobrimos, através da Controladoria-Geral da
República e da Polícia Federal, que várias entidades
que foram criadas no governo Bolsonaro", disse o
presidente. "Na perspectiva da mudança de governo,
eles facilitaram com que os caras pudessem cobrar
dos aposentados", completou.
O esquema das fraudes no INSS veio a público no
final de abril, quando foi deflagrada uma operação
da Polícia Federal com a CGU. O presidente da
instituição foi afastado no mesmo dia por decisão
judicial. De lá para cá, a repercussão pelo caso
teve desdobramentos políticos expressivos, com a
demissão do então ministro da Previdência, Carlos
Lupi, e a leitura no plenário do Congresso do pedido
para uma CPI mista que investigue o caso.
O esquema de fraude vem de antes do governo Lula,
mas aumentou em escala durante a gestão do petista.
Na CPI, o mais provável é que haja disputa sobre a
culpa do caso: parlamentares da oposição devem
buscar "colar" o escândalo no atual presidente,
enquanto aliados vão buscar responsabilizar o
governo anterior de Jair Bolsonaro.
Na entrevista, Lula busca fazer exatamente isso,
citando entidades criadas no governo do antecessor.
"Isso virou uma febre", disse. "A gente não quis
fazer um espetáculo de pirotecnia porque a gente
queria chegar no bandido, a gente queria chegar no
chefe. E chegamos".
O presidente disse ainda que o governo vai ressarcir
os aposentados atingidos pelo esquema,
independentemente do ritmo das investigações: "Essas
pessoas certamente serão presas, as entidades que
cometeram o erro vão ter que perder o seu
patrimônio. Como a gente não pode esperar, nós vamos
antecipar o pagamento para os aposentados. Nós vamos
pegar as pessoas que foram inocentes e que não
assinaram para descontar e foi descontado, e, esses,
nós vamos assumir a responsabilidade de pagar, e
vamos pagar o mais rápido possível".
Fonte: Congresso em Foco

24/06/2025 -
Ecos do passado - João Guilherme Vargas Netto
Preocupado com a adversa correlação de forças dos
blocos políticos no Congresso Nacional nas questões
de interesse dos trabalhadores e do movimento
sindical e com as dificuldades na condução das
negociações com as lideranças, tenho sugerido que os
dirigentes de base do sindicalismo procurem
individualmente os senadores e os deputados em cada
Estado, argumentando com eles, ao defender nossas
posições e alertando-os sobre as consequências
eleitorais de seu posicionamento.
Uma preocupação semelhante, mas na época em relação
aos constituintes de 1946, podemos encontrar nas
resoluções do Primeiro Congresso Sindical dos
Trabalhadores do Estado de São Paulo, de janeiro de
1946 que ficou quase sem registro histórico e é
pouco documentado (mas possuo o folheto publicado).
O congresso, organizado pelo PTB e pelos comunistas
do MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores),
reuniu centenas de dirigentes sindicais e discutiu
dezenas de teses sobre os mais variados assuntos.
Defendeu a criação da CGT e procurou influir nas
discussões constituintes que se iniciariam logo a
seguir, em fevereiro de 1946, tendo sucesso em
vários pontos (jornada de trabalho, previdência
social, unicidade sindical e outros).
Transcrevo trechos da resolução final:
“Dirigindo-se aos constituintes, os trabalhadores de
São Paulo estão seguros de que encontrarão nos
representantes do povo, dignos defensores dos
interesses de seu país e de seus habitantes. Os
trabalhadores de São Paulo estarão sempre vigilantes
e com suas atenções voltadas para a assembleia
(constituinte) (…) Os trabalhadores de São Paulo
estão dispostos a aplaudir e incentivar todos
aqueles deputados e senadores que (…) se mostrarem
dignos dos mandatos que lhes foram outorgados. Mas
saberão também manifestar a sua veemente repulsa
àqueles que se deixarem arrebatar pelos interesses
das forças contrárias às aspirações do povo e do
bem-estar e grandeza do país”.
Faço estas minhas palavras.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Fonte: Rádio Peão Brasil

24/06/2025 -
Brasil é o país com mais milionários da América
Latina e o mais desigual entre 56 países, diz
relatório do banco suíço UBS
Instituição avaliou as nações que, segundo ele,
têm 92% da riqueza mundial
O Brasil é o país com maior número de milionários na
América Latina e o mais desigual do mundo, segundo
um relatório do banco suíço UBS divulgado nesta
quarta-feira (18). Para elaboração do Relatório
Global da Riqueza de 2025 o UBS analisou dados de 56
países, que concentram 92% da riqueza mundial.
De acordo com o documento, o Brasil tem
aproximadamente 433 mil milionários, em
classificação feita em dólares. O México tem 399 mil
e é o segundo país latino-americano com mais
super-ricos.
No mundo, o Brasil é o 19º país com mais
milionários. Os Estados Unidos, com 23,8 milhões,
lideram o ranking. A China vem em seguida, com 6,327
milhões de milionários. Juntos, os dois países têm
54% dos super-ricos do mundo.
Segundo o UBS, em um ano, o EUA ganhou 379 mil novos
milionários em 2024. Isso significa que mais de mil
pessoas se tornaram super-ricas por dia no país. Em
todo o mundo, foram 684 mil pessoas.
A riqueza envolve bens e também aplicações
financeiras, descontadas as dívidas.
Ranking de países com mais ricos:
1. Estados Unidos: 23,831 milhões
2. China continental: 6,327 milhões
3. França: 2,897 milhões
4. Japão: 2,732 milhões
5. Alemanha: 2,675 milhões
6. Reino Unido: 2,624 milhões
7. Canadá: 2,098 milhões
8. Austrália: 1,904 milhões
9. Itália: 1,344 milhões
10. Coreia do Sul: 1,301 milhões
11. Países Baixos: 1,267 milhões
12. Espanha: 1,202 milhões
13. Suíça: 1,119 milhões
14. Índia: 917 mil
15. Taiwan: 759 mil
16. Hong Kong (RAE): 647 mil
17. Bélgica: 549 mil
18. Suécia: 490 mil
19. Brasil: 433 mil
20. Rússia: 426 mil
21. México: 399 mil
22. Dinamarca: 376 mil
23. Noruega: 348 mil
24. Arábia Saudita: 339 mil
25. Singapura: 331 mil
Desigualdade
Ainda segundo o relatório, o Brasil é o país mais
desigual entre todos os 56 analisados. Num índice
que vai de 0 a 1, o Brasil tem 0,82 em desigualdade,
junto com a Rússia. A Eslováquia é o mais
igualitário da amostra, com índice de 0,38.
O UBS aponta ainda que o Brasil é o segundo país do
mundo com maior valor de herança a ser distribuída
nos próximos 20 ou 25 anos, ficando atrás somente
dos EUA. Serão quase US$ 9 trilhões transferidos no
Brasil de pais para filhos, por exemplo – algo em
torno de R$ 50 trilhões na cotação atual do dólar.
Ranking de países mais desiguais:
1. Brasil
2. Rússia
3. África do Sul
4. Emirados Árabes Unidos
5. Arábia Saudita
6. Suécia
7. Estados Unidos
8. Índia
9. Turquia
10. México
11. Cingapura
12. Alemanha
13. Suíça
14. Israel
15. Holanda
16. Hong Kong
17. China
18. Portugal
19. Grécia
20. Taiwan
21. França
22. Reino Unido
23. Coreia do Sul
24. Polônia
25. Itália
Fonte: Brasil de Fato

23/06/2025 -
Xeque ao
movimento sindical
Neuriberg Dias*
Às vésperas de mais um ciclo de eleições gerais, o
Congresso Nacional avança com uma agenda legislativa
claramente direcionada ao enfraquecimento do
movimento sindical. Conduzida por setores da
oposição ao governo federal, essa ofensiva não
ocorre por acaso. Trata-se de uma ação estratégica
que visa reduzir a capacidade de organização,
mobilização e negociação dos trabalhadores em um
momento crucial da vida democrática do país.
Os sindicatos não são meras estruturas burocráticas.
São organismos vivos, essenciais para a mediação
entre capital e trabalho. Por meio de campanhas
salariais, greves, mobilizações, negociações
coletivas e ações judiciais, buscam equilibrar
relações historicamente marcadas por profundas
assimetrias de poder. Atacar essas entidades é minar
não apenas os direitos conquistados, mas o próprio
pacto democrático que regula as relações laborais. E
essa erosão se agrava quando ocorre em pleno
ambiente pré-eleitoral, justamente quando os canais
de representação e participação deveriam ser
ampliados.
Atualmente, três projetos de lei concentram os
ataques mais significativos ao sindicalismo. Um
aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, o PL
1663/2023, que tramita agora no Senado Federal, com
os PLs 2099/2023 e 2830/2023, que seguem a mesma
linha, prevendo mudanças nas estruturas sindicais
que favorecem a enfraquecer as bases de
representação coletiva, a proteção de direitos dos
trabalhadores e que criam um cenário propício a
práticas antissindicais.
O PL 1663/2023, de autoria do deputado Fausto Santos
Jr. (União-AM), que tem como objetivo atualizar
dispositivos ultrapassados da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), adequando-os à Constituição
Federal e à nova legislação trabalhista vigente
desde a reforma de 2017. O texto recebeu dois
pareceres do relator, deputado Ossesio Silva
(Republicanos-PE): um favorável, na forma de
substitutivo, em relação ao texto original, e outro
pela rejeição das quatro emendas apresentadas.
Dentre essas emendas, foi incorporada a Emenda de
Plenário nº 1, de autoria do deputado Rodrigo
Valadares (União-SE), que gerou controvérsias por
propor a criação de mecanismos digitais para o
cancelamento da contribuição sindical.
A emenda estabelece que o pedido de cancelamento
possa ser feito por meio de portais ou aplicativos
do Governo Federal, como o “gov.br”, por plataformas
digitais mantidas pelos sindicatos, aplicativos de
empresas privadas autorizadas, ou até mesmo via
e-mail. Para garantir a autenticidade, seriam
exigidos mecanismos de validação como certificação
digital (ICP-Brasil), autenticação via “gov.br”,
outras formas eletrônicas legalmente reconhecidas ou
assinatura física acompanhada de documento oficial.
Embora apresentada como medida de modernização, a
proposta traz sérias contradições. Primeiramente,
insere um novo regramento em um projeto que visa
apenas revogar trechos obsoletos da CLT, ampliando
indevidamente o escopo da proposição. Em segundo
lugar, trata de uma matéria já resolvida pela
Reforma Trabalhista: desde 2017, a contribuição
sindical deixou de ser obrigatória, e qualquer
desconto só pode ocorrer mediante autorização prévia
e expressa do trabalhador. Assim, a criação de um
sistema de cancelamento soa redundante, ao pressupor
uma cobrança indevida generalizada que não
corresponde à atual realidade normativa.
E os PLs 2830/2023 e 2099/2023, em especial o
primeiro, que inicialmente tratava de temas
processuais na Justiça do Trabalho, ganhou contornos
com aprovação de uma emenda que igualmente impacta
diretamente a estrutura e organização sindical.
Ambas as propostas, de autoria do senador Styvenson
Valentim (PODEMOS-RN), foram originalmente
concebidas para reduzir de 45 para 15 dias o prazo
para protesto e inscrição de devedores trabalhistas
nos órgãos de proteção ao crédito.
No entanto, o relator da matéria na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador
Rogério Marinho (PL-RN), introduziu mudanças que
modificam profundamente a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) no que diz respeito à contribuição
sindical. Entre as alterações, está a ampliação do
direito de oposição dos trabalhadores à cobrança da
contribuição negocial. Na prática, isso incentiva a
não contribuição, mesmo quando os benefícios
negociados em convenções coletivas são usufruídos
por toda a categoria — filiados ou não — ao prever
que o trabalhador poderá manifestar oposição ao
desconto sindical: a) no ato da contratação; b) em
até 60 dias após o início da relação de trabalho ou
no prazo de 60 dias após a assinatura de acordo ou
convenção coletiva; c) ser feita pessoalmente ou por
qualquer meio, inclusive eletrônico.
Além disso, a cobrança de contribuição assistencial
será feita pelo sindicato exclusivamente por meio de
boleto bancário ou arranjo de pagamentos
instantâneos instituído pelo Banco Central do Brasil
(Pix), sendo vedada a atribuição de responsabilidade
ao empregador pelo pagamento, desconto em folha de
pagamento e repasse às entidades sindicais. Exceto a
critério do empregador, e desde que exista previsão
em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
pagamento por meio de desconto em folha da
contribuição poderá ser fixado. E ainda, segundo o
texto, fica vedada a cobrança e o envio de boleto,
ou equivalente, à residência do empregado ou à sede
da empresa, em caso de oposição apresentada pelo
empregado.
A esse contexto se soma a crise enfrentada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), marcada
por denúncias de descontos indevidos em benefícios
de aposentados e pensionistas. Embora esses débitos
estejam ligados a falhas administrativas e
operacionais, setores do Parlamento e da mídia têm
tentado transferir a responsabilidade para os
sindicatos. Essa narrativa, desconectada dos fatos,
tem sido usada como justificativa para avançar com
medidas legislativas que restringem ainda mais a
atuação sindical, explorando o desgaste público
gerado por problemas estruturais do sistema
previdenciário.
Diante dessa conjuntura, torna-se urgente uma
resposta coordenada, combativa e propositiva pelo
movimento sindical. É fundamental lançar uma
campanha nacional de valorização do papel das
entidades representativas. A iniciativa deve ter
como foco o combate à desinformação, o resgate da
relevância da representação coletiva, o diálogo com
as novas gerações de trabalhadores — inclusive os
inseridos em vínculos informais — e a promoção de um
diálogo qualificado e permanente no Congresso
Nacional onde o debate tem sido tratado de forma
desqualificada e superficial sobre o papel dos
sindicatos.
A tentativa de desarticulação sindical não é isolada
nem neutra — ela integra uma disputa mais profunda
sobre o modelo de país que está em jogo desde a
reforma trabalhista. Retirar o poder de ação das
entidades sindicais significa limitar a capacidade
de mobilização da classe trabalhadora e, com isso,
abrir espaço para o avanço de pautas regressivas que
se beneficiam da apatia social. Ainda não é um
xeque-mate, pois ainda há tempo para o movimento
sindical movimentar o tabuleiro.
*Jornalista, Analista Político e Diretor de
Documentação do DIAP.
Fonte: Diap

23/06/2025 -
Congresso derruba veto sobre dispensa de revisão
médico-pericial de aposentados por invalidez
O Congresso Nacional derrubou 12 vetos presidenciais
nesta terça-feira (17), entre os quais o veto total
ao projeto que dispensa o aposentado por invalidez e
quem recebe o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) de passar por revisão médico-pericial. O
Projeto de Lei 8949/17 agora será publicado como
lei.
A dispensa ocorrerá se a incapacidade for
considerada permanente, irreversível ou
irrecuperável.
O texto também dispensa a revisão pericial, feita
por médico perito do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), para aposentados por invalidez ou
segurados em gozo do auxílio-doença que tenham mal
de Alzheimer, doença de Parkinson e Esclerose
Lateral Amiotrófica. A medida só não valerá se
houver suspeita de fraude.
Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), é uma
vergonha o beneficiário de doença definitiva ter de
voltar à perícia para comprovar a condição. "O
perito é ocupado duas vezes, a pessoa perde tempo, o
governo paga duas vezes a perícia, e quem tinha de
fazer a perícia perde a chance de fazer porque um
outro que já fez tem de fazer de novo", afirmou.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) disse que não tem
cabimento quem estiver com incapacidade confirmada,
periciada e irreversível ser obrigado a fazer
avaliação periódica.
Fonte: Agência Câmara

23/06/2025 -
Julgamento do TST sobre gratuidade vai definir papel
e raio de ação de sindicatos
O julgamento em que o Tribunal Superior do Trabalho
vai definir os requisitos para a concessão da
gratuidade de Justiça a sindicatos tem potencial
para definir a representatividade judicial de parte
dessas entidades e pode promover uma onda de ações
coletivas.
Essa é a opinião da maioria dos especialistas
consultados pela revista eletrônica Consultor
Jurídico sobre o recurso repetitivo que discute o
assunto no TST.
No dia 15 de maio, o tribunal publicou edital para
que interessados se manifestem sobre o julgamento. A
questão discutida é se a concessão do benefício da
justiça gratuita a sindicato depende de prova
inequívoca de que a entidade não pode arcar com as
despesas do processo ou se basta a mera declaração
de hipossuficiência.
O advogado Ricardo Calcini, fundador do Calcini
Advogados, professor do Insper e colunista da ConJur,
explica que se o TST entender que basta uma mera
declaração de hipossuficiência econômica, a decisão
deve fomentar um crescente número de ações
coletivas.
“A confirmar o ajuizamento de novas ações pelos
sindicatos profissionais, as discussões na Justiça
do Trabalho assumirão um importante aspecto
coletivo, em detrimento da ordem individual hoje
preponderante em nosso sistema. Para além disso, na
condição de substituto processual, o sindicato
passará a tutelar direitos transindividuais da
categoria, que não necessariamente são abarcados
pelas ações individuais”, argumenta.
Segundo o especialista, poucos trabalhadores ajuízam
ações individuais após o término da relação
trabalhista, e o número é ainda menor durante a
vigência do pacto laboral. Diante disso, a atuação
coletiva via sindicato garantirá o cumprimento de
questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho,
jornada, remuneração, dentre outros direitos sociais
que, não raras vezes, são desrespeitados por não
haver judicialização.
Uniformização necessária
O advogado Sergio Pelcerman, sócio da área trabalhista
do escritório Almeida Prado & Hoffmann, explica que
o julgamento do TST vai pacificar a controvérsia
surgida com a alteração dos artigos 578 e 579 da
CLT, que tornou facultativa a contribuição sindical.
“Isso impactou diretamente as receitas das entidades
sindicais e trouxe à tona a discussão sobre a
capacidade financeira dos sindicatos para suportar
os encargos processuais, sem prejuízo de suas
atividades institucionais”, avalia.
Pelcerman destaca que o recurso tem origem em
demanda ajuizada pelo Sindicato dos Profissionais
que Trabalham com Radiação, Auxiliares,
Ultrassonografia e Xeroradiografia de Minas Gerais,
que pleiteou a gratuidade da justiça.
O pedido formulado pelo sindicato encontra respaldo
no artigo 98 do CPC, que garante o direito à
gratuidade da justiça à pessoa natural ou jurídica
que comprove insuficiência de recursos para custear
as despesas processuais. Soma-se a isso a previsão
contida no artigo 87 do Código de Defesa do
Consumidor e no artigo 18 da Lei da Ação Civil
Pública (Lei 7.347/1985), que asseguram, nas ações
coletivas, isenção de custas e despesas, salvo
comprovada má-fé.
Esses fundamentos vêm sendo acolhidos por parte da
jurisprudência, como exemplifica a Súmula 60 do
Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES). A
norma estabelece que, no exercício da substituição
processual, o sindicato faz jus à gratuidade de
justiça, aplicando-se as regras das ações coletivas,
condicionando-se eventuais condenações por custas e
honorários à demonstração de má-fé da entidade.
“A instauração do incidente pelo TST reflete,
portanto, a necessidade de uniformização da
jurisprudência trabalhista sobre o tema, haja vista
a existência de decisões divergentes, algumas
entendendo que basta a declaração de
hipossuficiência, enquanto outras exigem a efetiva
comprovação da incapacidade financeira da entidade
sindical. Essa definição é particularmente relevante
em razão das mudanças no financiamento sindical,
resultantes do fim da compulsoriedade da
contribuição, que afetou a sustentabilidade
financeira de diversas entidades”, diz.
Interesse coletivo
A advogada Evely Cavalcanti, do Serur Advogados,
acredita que o julgamento terá impactos relevantes,
já que a tese a ser firmada terá efeitos vinculantes
e influenciará diretamente a atuação dos sindicatos
em litígios coletivos.
“A tese vinculante no referido incidente terá
impacto e efeitos diretos sobre a atuação das
entidades sindicais no âmbito da Justiça do
Trabalho, notadamente nas demandas em que exercem a
substituição processual, quando representam os
interesses da categoria de trabalhadores,
independentemente de autorização expressa dos
substituídos”.
Opinião parecida tem Ana Carolina Aspar, do
escritório Gaia Silva Gaede Advogados. Apesar de ser
uma entidade jurídica de Direito Privado, ressalta,
os sindicatos, quando atuam em nome de Direito
Coletivo, ganham uma roupagem semelhante ao do
Ministério Público, no que diz respeito a defesa de
direitos homogêneos.
“Para o futuro, na ocasião de o TST pacificar o
entendimento de que haverá presunção de veracidade
quanto a alegação do sindicato de insuficiência de
recursos, é importante destacar que essa discussão
está restrita à ocasião em que os sindicatos
defendem direitos coletivos, isto é, não é qualquer
atuação sindical que terá a regra aplicada”,
esclarece.
O julgamento ainda não tem data definida, mas a
expectativa é que ele ocorra até a mudança da gestão
do TST, que ocorre em outubro.
Processo 0010502-23.2022.5.03.0097
Fonte: Consultor Jurídico

23/06/2025 -
Governo reserva 8% das contratações para mulheres
vítimas de violência
Decreto obriga inclusão de mulheres em situação
de violência em contratos públicos com dedicação
exclusiva.
O governo federal publicou nesta quarta-feira (18)
um decreto que determina a reserva de pelo menos 8%
das vagas de contratos públicos com dedicação
exclusiva de mão de obra para mulheres vítimas de
violência doméstica. A medida vale para licitações e
contratações diretas no âmbito da administração
pública federal.
A norma busca promover a inclusão social e econômica
dessas mulheres. O texto atualiza a Lei de
Licitações, de 2021.
Critérios de inclusão e sigilo
A nova regra prevê que a reserva de vagas também
abrange mulheres trans e travestis, e será
priorizada conforme a proporção de pretas e pardas
no estado onde o serviço for prestado. A indicação
das beneficiárias caberá às unidades responsáveis
pelas políticas de atenção a vítimas, por meio de
acordos de adesão com os ministérios da Gestão e das
Mulheres.
As empresas contratadas e os órgãos públicos não
poderão exigir das candidatas documentos que
comprovem a condição de violência. O sigilo das
informações será garantido por cláusulas específicas
nos acordos.
Fonte: Congresso em Foco

18/06/2025 -
Nova Central protesta contra juros altos em São
Paulo
Na manhã desta terça-feira (17), a Nova Central
Sindical de Trabalhadores (NCST) participou
ativamente de um ato unificado das centrais
sindicais em frente à sede do Banco Central, na
Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação teve
como principal objetivo cobrar a redução imediata da
Taxa Selic, que segue em 14,75% ao ano, um patamar
considerado abusivo pelos representantes dos
trabalhadores.
A Nova Central, ao lado das centrais Força Sindical,
CUT, UGT, CTB e CSB, reforçou a urgência da redução
dos juros como medida essencial para estimular a
produção, o consumo e a geração de empregos.
Durante o ato, o presidente da NCST São Paulo, Luiz
Gonçalves (Luizinho), manifestou com firmeza a
insatisfação da entidade com os rumos da política
econômica do país: “Estou aqui para externar toda a
minha indignação com os banqueiros, que continuam
lucrando com uma Selic de 14,75% ao ano! Enquanto
isso, o povo trabalhador sofre com crédito caro,
desemprego e dificuldade para manter a dignidade. E
o Congresso Nacional segue sem cortar seus próprios
gastos ou reduzir o IOF. Basta! Chega de juros
abusivos! A Nova Central não se calará diante dessa
injustiça. Estamos nas ruas exigindo respeito ao
povo brasileiro.”
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, a
mobilização demonstrou a união e a força das
entidades sindicais na luta por uma economia mais
justa e voltada aos interesses da população.
Fonte: NCST

18/06/2025 -
Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas,
preconceitos e desinformação
A entrevista do magnata do agro, Ricardo Faria, ou o
Rei do Ovo, no jornal Folha de São Paulo, nesta
segunda-feira (16), é um exemplo cabal da
mentalidade de uma elite partidária do atraso.
Um dos homens mais ricos do país, o empresário
encarna a caricatura do velho patrão que acumula
riqueza às custas da exploração e despreza o
compromisso social.
Ao afirmar que “os jovens não querem mais ter
relação trabalhista formal, carteira assinada” e que
“as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”, Faria
não apenas reproduz estigmas e preconceitos — ele
espalha distorções perigosas e desrespeitosas.
Em primeiro lugar, trata-se de uma visão equivocada
sobre o trabalho formal. A história brasileira
demonstra que os direitos trabalhistas foram
instrumentos fundamentais de mobilidade social,
alçando milhões à classe média e sustentando
políticas públicas por meio da arrecadação
tributária e previdenciária. A juventude pode, sim,
desejar mais liberdade — e isso não é incompatível
com emprego formal, digno, com todos os direitos.
Pelo contrário: é justamente por meio da valorização
do trabalho que se constrói uma sociedade justa,
estável e próspera. E isso é plenamente possível em
um país rico como o Brasil.
Em segundo lugar, a fala sobre o Bolsa Família é não
apenas ofensiva, mas profundamente desinformada. O
programa é uma das mais bem-sucedidas políticas
sociais do mundo, responsável por tirar milhões de
brasileiros da miséria, da fome e da marginalização.
Seus impactos positivos são comprovados. Como
revelou matéria do jornal Valor Econômico
(20/08/2024), assinada pelos jornalistas Estevão
Taiar e Guilherme Pimenta, “quase dois terços dos
dependentes dos beneficiários do Bolsa Família não
faziam parte, uma década e meia depois de integrarem
o programa pela primeira vez, de nenhum programa
social do governo federal. Além disso,
aproximadamente metade desses dependentes atuou,
pelo menos uma vez, como trabalhadores formais nos
anos seguintes”.
A armadilha ideológica embutida no discurso de Faria
consiste em opor direitos e programas sociais ao
desenvolvimento econômico — como se fossem
excludentes. Essa é uma visão cínica e perversa,
própria de quem quer perpetuar a pobreza para manter
um exército de trabalhadores precarizados e baratos,
à disposição de capitalistas que ainda vivem com a
cabeça no século XIX. Isso, sim, é o retrato do
atraso.
Por fim, perguntamos: manterá a Folha de S. Paulo
seu compromisso com o pluralismo e a democracia,
oferecendo aos leitores um contraponto qualificado
que apresente os benefícios concretos dos programas
sociais e dos direitos trabalhistas como motores de
um desenvolvimento justo, sustentável e
verdadeiramente inclusivo?
São Paulo, 16 de junho de 2025
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova
Central Sindical de Trabalhadores)
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos
Sindicatos Brasileiros)
Fonte: NCST

18/06/2025 -
Governo assumiu compromisso com corte de despesas,
diz Hugo
Presidente da Câmara relatou acerto com Executivo
na construção do ajuste fiscal.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), afirmou na segunda-feira (16) que
o governo se comprometeu a apresentar uma agenda de
corte de despesas. Segundo ele, o Executivo entendeu
a insatisfação do Parlamento com medidas que
priorizam o aumento de arrecadação. "O que há do
governo é um compromisso de apresentar uma agenda de
propostas sobre o corte de despesas, nós estamos
aguardando", disse.
A declaração foi feita após reunião do Colégio de
Líderes, que também confirmou a inclusão em pauta do
requerimento de urgência para projeto de decreto
legislativo que derruba o recente aumento do Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF). Para Hugo, o
compromisso com o ajuste fiscal deve ser construído
em conjunto. "Não tem como se ter agenda de corte de
gastos no Brasil que o Executivo não participe. O
Legislativo está aqui pronto para apoiar, para
discutir."
O deputado afirma que o Congresso quer protagonizar
uma discussão estruturante, sem sacrificar o setor
produtivo. "O Brasil precisa continuar fazendo um
trabalho de transformação social, mas sem também
penalizar quem produz, quem gera emprego, quem gera
renda", afirmou.
Segundo Hugo Motta, "o governo está cada vez mais
compreendendo essa mensagem". Ele mencionou as
conversas que manteve com o presidente Lula e
ministros desde o fim de semana, destacando que há
disposição para diálogo contínuo.
O presidente da Câmara defendeu a postura do
Parlamento ao longo dos dois anos e meio de governo.
"O Congresso demonstrou muita responsabilidade com a
economia, responsabilidade com o país", disse. Para
ele, a lealdade entre os poderes inclui o direito de
discordar de propostas que não atendem ao interesse
público.
Fonte: Congresso em Foco

18/06/2025 -
Economia cresce, inflação cai e mercado refaz
projeções
Atividade econômica avança 0,2% e inflação
desacelera para 0,26% em abril. Cenário positivo
leva setor financeiro a novamente recalibrar
projeções do PIB para 2,2% em 2025
Contrariando mais uma vez o pessimismo do mercado, a
atividade econômica brasileira teve nova alta, de
0,2% em abril, fechando o quarto mês consecutivo de
avanço. No acumulado do ano, o indicador cresceu
3,5% e, em 12 meses, 4%. Quando comparado a abril do
ano passado, o aumento foi 2,5%. Os dados fazem
parte do Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), divulgados nesta segunda-feira
(16).
Outra informação relevante desse início de semana
foi a desaceleração da inflação, que fechou maio em
0,26%, ante 0,46% em abril. No acumulado em 12
meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), soma 5,32%.
Os dados positivos que vêm marcando a economia
brasileira também fizeram com que, mais uma vez, o
Boletim Focus, do Banco Central, trouxesse nova
revisão de expectativas do setor financeiro na
edição desta segunda (16).
Pela segunda semana seguida, a evolução do Produto
Interno Bruto (PIB) foi reavaliada — e novamente,
ficou acima do projetado anteriormente. Se há uma
semana a expectativa de crescimento para 2025 era de
2,18%, agora passou para 2,20%.
Há quatro semanas, a expectativa de crescimento
estava em 2,02%. Para 2026, espera-se um PIB de
1,83% e de 2% em 2027.
Boa parte do resultado alcançado agora diz respeito
ao crescimento da agropecuária, que contribuiu para
um avanço de 1,4% da economia no primeiro trimestre
deste ano. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O
resultado representa o quarto ano seguido de
crescimento.
O mercado também reconsiderou sua projeção
inflacionária. A estimativa para o IPCA é de 5,25%
para este ano; há uma semana, o índice projetado era
de 5,44%. Para 2026 e 2027, as projeções permanecem
estáveis, em 4,5% e 4%, respectivamente.
Fonte: Portal Vermelho

18/06/2025 -
Negociação coletiva em favor da juventude: MTE e
DIEESE lançam terceiro boletim da série Boas
Práticas
Nova edição reúne cláusulas que promovem o
trabalho decente para jovens e reforçam a
importância do diálogo social na ampliação de
direitos e oportunidades
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em
parceria com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE),
divulgou na segunda-feira (16) a terceira edição da
série Boas Práticas nas Negociações Coletivas. O
boletim destaca cláusulas voltadas à promoção de
direitos para a juventude, evidenciando o papel
estratégico da negociação coletiva na construção de
oportunidades e na garantia do trabalho decente para
jovens.
De acordo com a coordenadora-geral de Relações do
Trabalho, Rafaele Rodrigues, os boletins têm como
objetivo dar visibilidade a experiências concretas
viabilizadas pelo diálogo social, evidenciando o
potencial das negociações coletivas para promover
justiça social, diversidade e sustentabilidade nas
relações de trabalho. “As negociações permitem
avançar em temas fundamentais como a melhoria das
condições laborais, a redução das desigualdades, o
fortalecimento do trabalho decente, a inovação
social, a proteção ambiental e o protagonismo dos
trabalhadores”, destaca.
A publicação apresenta 15 exemplos de cláusulas
incluídas em acordos e convenções coletivas firmadas
em diferentes regiões do país, que ampliam direitos,
incentivam a formação profissional e fortalecem a
permanência dos jovens no mundo do trabalho. Os
temas abordados incluem abono de faltas para
estudantes, estímulo à contratação de aprendizes e
estagiários, proteção a jovens convocados para o
serviço militar obrigatório e políticas voltadas à
qualificação profissional.
Dados do Sistema Mediador indicam que, em 2023,
aproximadamente 47% das negociações coletivas
registradas incluíram ao menos uma cláusula voltada
à juventude. A maior parte dessas cláusulas trata do
abono de faltas para a realização de provas
escolares, mas também há iniciativas que promovem a
contratação de jovens por meio de cotas, ampliam
direitos e flexibilizam jornadas de trabalho,
facilitando a conciliação entre estudo e emprego.
O boletim ressalta que a inserção dos jovens no
mercado de trabalho no Brasil ainda enfrenta
desigualdades estruturais, como o elevado índice de
desemprego e a prevalência da informalidade. Nesse
contexto, a atuação sindical desempenha um papel
essencial ao propor instrumentos concretos que
contribuem para a inclusão produtiva com direitos e
oportunidades.
A série Boas Práticas nas Negociações Coletivas tem
como objetivo identificar e divulgar experiências
bem-sucedidas de diálogo entre sindicatos laborais e
patronais que resultam em avanços concretos para
diferentes segmentos de trabalhadores. Ao dar
visibilidade a essas iniciativas, o MTE e o DIEESE
buscam inspirar novos acordos que fortaleçam
relações de trabalho mais justas, inclusivas e
democráticas.
Acesse
aqui os últimos boletins divulgados, que
apresenta 15 exemplos de cláusulas firmadas em 2023
e reafirma o compromisso com a transformação social
por meio da negociação coletiva.
Fonte: MTE

17/06/2025 -
Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270
Segundo o Dieese, é o maior valor já registrado
no país
O rendimento médio dos brasileiros chegou a R$ 3.270
no quarto trimestre de 2024, o maior já registrado
no país. Os dados, divulgados nesta sexta-feira
(13), são do boletim Emprego em Pauta, do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o levantamento, entre 2014 e 2022, o
rendimento médio no país manteve-se praticamente
estável, com exceção dos anos 2020 e 2021,
impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022
até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio
das pessoas ocupadas, que chegou a R$ 3.270 mensais
no quarto trimestre de 2024.
O boletim destaca porém que, embora o crescimento
médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%,
entre 2022 e 2024, para todas as faixas de renda, os
que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os
ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi
equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com
maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de
R$ 901 mensais.
O levantamento mostra ainda que quase um terço dos
ocupados, no último trimestre de 2024, continuava a
receber, no máximo, um salário mínimo, enquanto os
preços de itens básicos de consumo cresciam em ritmo
mais acelerado do que a média da inflação, afetando
diretamente os mais pobres.
“Por isso, políticas que incentivem a criação de
empregos formais, a valorização do salário mínimo e
o uso de instrumentos de negociação coletiva são
fundamentais para a melhoria da vida dos
brasileiros”, destaca o texto.
Fonte: Agência Brasil

17/06/2025 -
Gilmar propõe veto a cobrança retroativa de
contribuição de não sindicalizados
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal, propôs ao Plenário da corte o veto à
cobrança retroativa da contribuição assistencial
imposta por acordo ou convenção coletivos a
trabalhadores não sindicalizados.
A proposta foi feita no julgamento de embargos de
declaração opostos contra o acórdão em que o STF
decidiu, em 2023, que essa contribuição é válida,
desde que seja assegurado aos empregados o direito
de oposição.
O julgamento foi iniciado nesta sexta-feira (13/6) e
tem previsão de conclusão no próximo dia 24. Até o
momento, acompanhou o relator o ministro Alexandre
de Moraes.
Cobrança de não sindicalizados
Trata-se da modulação temporal dos efeitos da decisão
do STF. Ela vale apenas a partir do momento em que a
corte decidiu pela legitimidade da cobrança.
A modulação é necessária porque, em 2017, no mesmo
processo, o tribunal decidiu pela
inconstitucionalidade da instituição de
contribuições compulsórias do tipo a empregados não
sindicalizados.
Contra esse acórdão houve embargos de declaração,
julgados presencialmente e concluídos em 2023,
quando houve a mudança dessa posição. Assim,
empregados não sindicalizados passaram cinco anos
sem recolher contribuição assistencial.
“O reconhecimento da constitucionalidade da
contribuição não autoriza a cobrança retroativa dos
empregados não sindicalizados durante o período em
que reconhecida sua inconstitucionalidade por força
de decisão do STF, posteriormente retificada, tendo
em vista os princípios da segurança jurídica e
confiança legítima”, disse Gilmar.
Direito de oposição
O voto do relator ainda acolheu pedidos dos
embargantes. O primeiro é para assentar a
impossibilidade de terceiros interferirem no livre
exercício do direito de oposição garantido aos
trabalhadores não sindicalizados.
Com a decisão de 2023 que autorizou a cobrança sobre
eles, tornou-se necessária uma assembleia para
garantir a ampla divulgação do tema e, a partir daí,
assegurar que o não sindicalizado possa se opor.
A Procuradoria-Geral da República, então, apontou ao
STF o risco de intervenção por parte do empregador.
Já o relator acrescentou notícias de que sindicatos
têm imposto obstáculos ao exercício da oposição, por
meio de sites instáveis ou prazos extremamente
reduzidos.
“Diante disso, é fundamental registrar expressamente
que é indevida qualquer intervenção de terceiros,
sejam empregadores ou sindicatos, com o objetivo de
dificultar ou limitar o direito de livre oposição ao
pagamento da contribuição assistencial”, disse o
ministro.
“É imprescindível, ainda, que os trabalhadores
disponham de meios acessíveis e eficazes para
formalizar sua oposição, assegurando-lhes o uso dos
mesmos canais disponíveis para a sindicalização.”
Valores razoáveis
Por fim, Gilmar acolheu um pedido da PGR para que seja
estabelecido que o valor da contribuição
assistencial deve ser fixado em patamar razoável e
compatível com a capacidade econômica da categoria.
“A definição do valor da contribuição assistencial
deve ser construída de forma transparente e
democrática, fundamentada nas reais necessidades
sindicais e deliberada em assembleia, sempre
buscando o equilíbrio entre o custeio das atividades
e o respeito aos direitos fundamentais dos
trabalhadores.”
Clique
aqui para ler o voto de Gilmar Mendes
ARE 1.018.459
Fonte: Consultor Jurídico

17/06/2025 -
Comissão promove debate sobre alteração na
legislação do Imposto de Renda
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que
analisa o projeto que altera a legislação do Imposto
de Renda (PL 1087/25) realiza audiência pública
nesta terça-feira (17), às 9h30, no plenário 8. O
debate atende a pedido do deputado Arthur Lira
(PP-AL), relator do projeto.
Conforme Lira, a iniciativa impacta diretamente os
contribuintes, as empresas, os entes federativos e o
mercado financeiro. "A realização da audiência
pública com a participação de especialistas e de
representantes de entidades relevantes permitirá um
debate qualificado e plural sobre os possíveis
efeitos da proposta, contribuindo para o
aperfeiçoamento legislativo e para a construção de
soluções equilibradas e justas para o sistema
tributário nacional", afirma.
Conheça a proposta
O PL 1087/25 aumenta o limite de isenção do Imposto de
Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a partir
de 2026. A proposta do governo é compensar a isenção
para quem ganha menos – que deve custar R$ 25,8
bilhões por ano – aumentando a taxação sobre quem
ganha mais de R$ 600 mil por ano.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida atingirá
0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média,
2,54% de Imposto de Renda. Essa é a alíquota
efetiva, ou seja, após as deduções legais.
Cronograma
A comissão especial foi instalada no dia 6 de maio e é
presidida pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA),
vice-líder do governo. O colegiado é composto por 34
membros titulares e igual número de suplentes.
Pelo cronograma proposto por Arthur Lira, o
relatório deve ser apresentado no dia 27 de junho, e
a votação na comissão está prevista para o dia 16 de
julho.
Fonte: Agência Câmara

17/06/2025 -
Economia brasileira avançou 0,2% em abril, diz
prévia do Banco Central
Considerado pelo mercado como uma prévia do PIB,
o IBC-Br teve desempenho positivo nos quatro
primeiros meses de 2025.
A economia brasileira avançou 0,2% em abril de 2025,
segundo o IBC-Br do mês. O índice, divulgado pelo
Banco Central nesta segunda-feira (16), é
considerado pelo mercado como uma prévia do Produto
Interno Bruto (PIB).
O resultado desacelerou em comparação com março,
quando a prévia do PIB tinha avançado 0,8%.
No mês, a alta veio do setor de serviços, que
compensou a retração na indústria e na agropecuária.
O índice também indica um crescimento de 4% na
atividade econômica nos últimos 12 meses.
Com as altas sucessivas em 2025, o IBC-Br também
retomou, nesse mês, o patamar de atividade econômica
mais alto da série histórica. Isso significa que ele
se recuperou das quedas registradas no segundo
semestre de 2024, quando a economia esfriou.
Fonte: Congresso em Foco

17/06/2025 -
Comissão atrela aprovação da isenção do IR ao
aumento de vagas para deputado
Em troca de aprovar o projeto, os parlamentares
agora não só resistem em compensar a medida com o
imposto maior para os mais ricos, mas também fazem
novas exigências
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso
aprovou, na quinta-feira (12), uma proposta do
governo federal que viabiliza a votação do projeto
que isenta o pagamento do Imposto de Renda (IR) para
quem ganha até R$ 5 mil e prevê desconto até R$ 7
mil.
Contudo, parlamentares incluíram na matéria dois
“jabutis” (jargão político dado a trechos colocados
em projetos que não têm relação com o tema) que
atrelaram no mesmo projeto o aumento de vagas na
Câmara dos Deputados e o retorno do chamado
orçamento secreto.
O objetivo central da matéria era somente alterar a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que,
quando o projeto principal do IR for votado, seja
válido definitivamente e não cinco anos como
estabelece a atual legislação.
A inclusão dos “jabutis” soa como uma chantagem. Em
troca de aprovar o projeto de aprovar a isenção, os
parlamentares agora não só resistem em compensar a
medida com o imposto maior para os mais ricos, mas
também fazem novas exigências.
Isso demonstra que o governo terá uma batalha pela
frente para beneficiar 10 milhões de pessoas que
recebem até R$ 5 mil por mês. Outros 5 milhões, que
ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, terão redução no
valor pago.
Para fechar a conta, com justiça tributária sem
aumento de arrecadação, o projeto propõe a taxação
de apenas 141 mil pessoas que recebem mais de R$ 50
mil por mês ou R$ 600 mil por ano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que a
medida representa uma renúncia fiscal de
aproximadamente R$ 30 bilhões, valor que será
compensado com a tributação mais justa da camada
mais rica da população.
“Nós descobrimos 141 mil brasileiros que têm uma
renda superior a R$ 600 mil, mas na verdade a gente
está pegando na faixa de R$ 1 milhão. O cara que tem
R$ 1 milhão de renda anual e não paga nem 10% de
Imposto de Renda, que é alíquota que uma professora
de escola pública paga”, lembrou.
Fonte: Portal Vermelho

17/06/2025 -
CPMI do INSS deverá ser instalada nesta terça-feira
Comissão deverá ser presidida pelo senador Omar
Aziz; relatoria ficará com o PL, que avalia indicar
Coronel Crisóstomo ou Coronel Fernanda
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),
deverá formalizar nesta terça-feira (17) a leitura
do requerimento que institui a Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI), destaca a jornalista
Tainá Falcão em sua coluna na CNN Brasil. O líder do
PSD no Senado, Omar Aziz (AM), é o nome indicado
para presidir os trabalhos do colegiado.
A relatoria será destinada ao Partido Liberal (PL),
que ainda discute se indicará o deputado Coronel
Crisóstomo (PL-RO) — responsável por articular as
assinaturas para criação de uma CPI na Câmara — ou a
deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que teve
protagonismo na coleta de apoio para a versão mista
da comissão.
A CPMI seria inicialmente instalada em 27 de maio,
durante sessão do Congresso Nacional. No entanto,
diante da falta de acordo sobre a apreciação dos
vetos presidenciais, Alcolumbre optou por adiar a
convocação para 17 de junho. A decisão, na prática,
favoreceu o Palácio do Planalto, que ganhou tempo
para organizar sua estratégia de atuação diante do
avanço da comissão.
A movimentação foi reforçada após o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva PT) conversar com o senador
sobre o processo. A partir daí, líderes governistas
passaram a reconhecer que a instalação da CPMI se
tornara “irreversível” e que caberia ao governo
montar uma base experiente para enfrentar os debates
e embates.
Para além da indicação de Omar Aziz, a base
governista trabalha com a possibilidade de reforçar
sua representação com nomes já testados em comissões
anteriores. A chamada “tropa de choque” do governo
incluiria os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP),
Jaques Wagner (PT-BA) e Fabiano Contarato (PT-ES),
todos com atuação destacada na CPI da Covid.
Fonte: Brasil247

16/06/2025 -
Centrais Sindicais repudiam interferência dos EUA na
OIT
Desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a
sua escalada autoritária acontece todos os dias e
não parece parar visto o envio de tropas federais
para inibir os protestos na Califórnia.
A última é que representantes dos trabalhadores dos
EUA não puderam participar da delegação oficial do
país na 113ª Conferência Internacional do Trabalho
da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Confira na íntegra a nota das centrais:
Nota de Solidariedade aos Trabalhadores
Norte-americanos
As Centrais Sindicais brasileiras expressam sua
solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras dos
Estados Unidos da América que, por ação direta e
autoritária do Governo Donald Trump, foram impedidos
de compor a delegação oficial de trabalhadores
norte-americanos na 113ª Conferência Internacional
do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), em Genebra.
Essa manobra, que excluiu deliberadamente entidades
historicamente representativas e legitimas do
movimento sindical dos Estados Unidos, constitui uma
violação flagrante à liberdade sindical e autonomia
do movimento sindical. Trata-se de um ataque não
apenas ao sindicalismo norte-americano, mas a todo o
sistema internacional de diálogo social e cooperação
tripartite.
A Conferência da OIT é um espaço plural, construído
sobre os pilares da democracia, da independência
entre governo, trabalhadores e empregadores e do
reconhecimento da representatividade de base. A
tentativa de capturar a representação sindical por
critérios de afinidade ideológica com o governo de
plantão, substituindo o princípio da autonomia
sindical por urna lógica de aparelhamento político,
é inaceitável — e precisa ser denunciada como o que
e. um grave retrocesso democrático.
Diante disso, as Centrais Sindicais do Brasil
conclamam a Organização Internacional do Trabalho a
adotar providências concretas para preservar a
integridade do sistema tripartite e assegurar a
presença de entidades que de fato representem os
trabalhadores em seus países, em conformidade com os
princípios fundadores da OIT e o espírito
democrático que deve nortear suas conferências.
A solidariedade internacional é um valor
irrenunciável do movimento sindical. Defender a
autonomia dos trabalhadores norte-americanos é,
neste momento, defender a democracia sindical em
todo o mundo.
Genebra, 11 de junho de 2025
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Força Sindical (FS)
União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB)
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Fonte: Rádio Peão Brasil

16/06/2025 -
Governo pede aval do STF para crédito a vítimas de
fraude no INSS
AGU solicita autorização para ressarcir
aposentados com verba fora do teto de gastos.
O governo federal pediu ao Supremo Tribunal Federal
(STF) autorização para abrir crédito extraordinário
e garantir o ressarcimento de aposentados e
pensionistas lesados por fraudes em descontos
associativos feitos no INSS. Na ação, a
Advocacia-Geral da União (AGU) defende que a despesa
seja excluída dos limites de gasto previstos na
legislação fiscal para os anos de 2025 e 2026.
A AGU solicita "a exclusão dessa respectiva dotação
orçamentária dos limites fiscais de gastos do
governo federal para os anos de 2025 e 2026". O
modelo sugerido segue a lógica usada em decisões
anteriores, como no amparo às vítimas das enchentes
do Rio Grande do Sul.
Além disso, a AGU quer suspender temporariamente os
prazos de prescrição para que os beneficiários não
percam o direito ao reembolso enquanto aguardam uma
solução administrativa. "A medida tem o objetivo de
proteger os segurados e possibilitar que eles
aguardem a restituição dos valores pela via
administrativa, sem a necessidade de ingresso com
ações no Judiciário", diz o texto.
Decisões conflitantes e risco ao orçamento
A AGU também contesta decisões judiciais que impõem à
União e ao INSS responsabilidades consideradas
indevidas pelos atos fraudulentos. Algumas dessas
decisões, afirma o órgão, têm resultado em cobranças
de pagamento em dobro aos segurados, com base no
Código de Defesa do Consumidor, o que "viola o
princípio da legalidade, uma vez que as atividades
administrativas em questão não atraem o regime do
Código de Defesa do Consumidor".
Para evitar um colapso administrativo e fiscal, a
AGU quer que o STF suspenda o andamento dos
processos judiciais e das decisões judiciais que
tratam da responsabilização da União e do INSS pelos
descontos indevidos decorrentes da fraude.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirma que
o objetivo é proteger os aposentados e evitar um
cenário de judicialização prolongada. "É muito
importante que seja conferida uma solução célere e
definitiva pelo STF, a fim de proteger nossos
aposentados, permitir a restituição administrativa
de forma eficaz e segura e evitar que milhões de
ações sejam ajuizadas para tramitarem por anos e
anos no Judiciário".
Fonte: Congresso em Foco

16/06/2025 -
TST recebe manifestações sobre limites da atuação de
sindicato como substituto processual
Matéria será julgada como recurso repetitivo,
para fixação de tese vinculante
O Tribunal Superior do Trabalho publicou, na
quarta-feira (11), um edital em que abre prazo de 15
dias para que pessoas, órgãos ou entidades
interessados apresentem manifestação escrita ou
peçam para apresentar seus pontos de vista no
julgamento da seguinte questão jurídica:
“1. O Sindicato possui legitimidade para defender,
na fase de conhecimento ou execução, direitos
inerentes aos integrantes da categoria que
representa em ação individual, coletiva ou ação
civil pública?
2. A quantificação e/ou individualização dos direitos
devidos a cada substituído afasta a legitimidade
sindical?”
O tema é tratado no IncJulgRREmbRep–0002061-71.2019.5.09.0653,
e a tese jurídica a ser fixada no julgamento deverá
ser observada em todas as instâncias da Justiça do
Trabalho.
Caso concreto envolve apenas um trabalhador
O caso concreto é uma reclamação trabalhista
apresentada pelo Sindicato dos Empregados em
Estabelecimentos Bancários de Apucarana e Região
contra o Itaú Unibanco, em nome de apenas um
empregado, oriundo do Banco do Estado do Paraná (Banestado).
A pretensão é o pagamento de diferenças salariais
decorrentes de progressões funcionais que deixaram
de ser aplicadas pelo Itaú depois da privatização do
Banestado.
Na ação, o sindicato explica que atua como
substituto processual da categoria e que, após um
minucioso levantamento, constatou que havia somente
um trabalhador enquadrado na causa que motivou o
pedido.
O processo foi extinto pela Vara do Trabalho de
Arapongas (PR), que concluiu que, embora o sindicato
pretendesse o acolhimento de uma tese jurídica
geral, que beneficiaria outros empregados na mesma
situação, o caso só poderia ser analisado numa ação
individual, em razão de suas peculiaridades. A
sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região.
Ao analisar o recurso de revista do sindicato, a
Sétima Turma do TST propôs que a matéria fosse
submetida ao rito dos recursos repetitivos, a fim de
que fosse firmado um precedente vinculante, a ser
observado por toda a Justiça do Trabalho. A proposta
foi aceita em dezembro de 2024.
Leia a íntegra do edital.
Fonte: TST

16/06/2025 -
Câmara quer acelerar votação da atualização da
tabela do IR
Projeto do líder do governo na Câmara será
relatado por Arthur Lira. Proposta incorpora efeitos
da medida provisória que trata do assunto e corre
risco de não ser votada.
A Câmara deve votar na semana pedido de urgência
para acelerar a votação do projeto (PL 2.692/25) que
atualiza os valores da tabela progressiva mensal do
Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A
proposta, de autoria do deputado José Guimarães
(PT-CE), que é líder do governo, incorpora os
efeitos da Medida Provisória nº 1.294/25, ampliando
o valor da faixa de isenção. Se o requerimento for
aprovado, o texto poderá ser submetido ao plenário
sem passar por comissões.
A principal alteração é o reajuste da primeira faixa
da tabela, aquela que define o limite de isenção de
imposto. Se aprovado, o novo teto da alíquota zero
passará de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80, um aumento
de 7,507%. Como a comissão mista que deveria
analisar a MP não foi sequer instalada, a intenção
dos parlamentares é aprovar o projeto de lei para
que as regras continuem a valer. O prazo para votar
uma medida provisória é de até 120 dias.
O texto será relatado pelo deputado Arthur Lira
(PP-AL), que também relata outra proposta ligado ao
IR, a que isenta quem recebe até R$ 5 mil por mês.
Este projeto, no entanto, ainda está sob análise de
comissão especial.
Confira a tabela do IR conforme o projeto de José
Guimarães que incorpora a MP 1.294/25:
Faixa de Renda (R$) | Alíquota (%) | Parcela a
Deduzir (R$)
| Até 2.428,80 | 0% | 0,00 |
| De 2.428,81 até 2.826,65 | 7,5% | 182,16 |
| De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% | 394,16 |
| De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% | 675,49 |
| Acima de 4.664,68 | 27,5% | 908,73 |
Além disso, segundo o texto, os contribuintes com
renda mensal de até R$ 3.036,00 continuarão isentos
de IRPF, graças à combinação entre o novo limite de
faixa e o desconto simplificado autorizado por norma
da Receita Federal.
Segundo estimativas da Receita Federal incluídas
na justificativa do projeto:
- Em 2025, a medida pode gerar renúncia fiscal de R$
3,29 bilhões.
- Em 2026, o impacto previsto é de R$ 5,34 bilhões.
- Em 2027, a projeção é de R$ 5,73 bilhões.
Esses valores já foram considerados no Projeto de Lei
Orçamentária nº 1.087/2025, o que, segundo o autor,
dispensa compensações adicionais exigidas pela Lei
de Responsabilidade Fiscal.
A Câmara dos Deputados deve votar na próxima semana
o pedido de urgência do projeto de lei que amplia a
faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para
pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil. A
medida pode beneficiar até 90 milhões de
brasileiros, segundo estimativas do governo.
Isenção para até R$ 5 mil
Também sob relatoria de Arthur Lira em comissão
especial, o projeto que isenta quem ganha até R$ 5
mil por mês ainda causa polêmica entre prefeitos e
goverandores, que reclamam da perda de receita caso
a medida prospere.
"Não teria nem apoio mínimo no Plenário da Câmara,
ainda mais no Senado, se houver a perspectiva de que
estados e municípios estarão perdendo recursos com a
isenção do IR", afirmou Lira após reunião com o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de
maio.
Para evitar esse impacto negativo, governo e Câmara
trabalham na construção de uma base de cálculo que
garanta compensações adequadas. Um dos principais
caminhos estudados é a revisão de incentivos
fiscais, que somam atualmente cerca de R$ 600
bilhões.
Desonerações sob revisão
Segundo Lira, há a possibilidade de uma redução linear
nas desonerações e incentivos fiscais para sustentar
a medida sem elevar a carga tributária direta. "Tem
quase R$ 600 bilhões em desonerações no Brasil. Está
se estudando tecnicamente, friamente, a
possibilidade de uma redução linear para que a gente
possa trabalhar com uma compensação justa,
igualitária", explicou o deputado.
Outras alternativas em análise incluem o aumento da
alíquota para os mais ricos, taxação maior de
dividendos e ajustes na forma de cobrança do
imposto, mas o relator reforçou que o foco principal
está nas renúncias fiscais.
Quem ganha e quem paga
O PL 1.087/2025 isenta totalmente do IR os brasileiros
com renda de até R$ 5 mil por mês, o que corresponde
a cerca de 65% dos declarantes. Quem ganha entre R$
5 mil e R$ 7 mil terá desconto progressivo no valor
devido. A partir de R$ 7 mil mensais, as regras
atuais permanecem. A proposta também estabelece um
piso de tributação para quem ganha acima de R$ 50
mil por mês, com valores mínimos a pagar entre R$
18,7 mil e R$ 120 mil por ano, dependendo da renda.
Além disso, lucros e dividendos, hoje isentos,
passarão a ser taxados em 10%, inclusive quando
remetidos ao exterior. A mudança busca reduzir
distorções que favorecem os mais ricos.
A expectativa do governo é que as novas regras
passem a valer em 2026. Para isso, o projeto precisa
ser aprovado ainda este ano por Câmara e Senado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),
sinalizou apoio à medida, destacando seu papel no
crescimento econômico. "Daremos a devida atenção a
essa matéria, analisando-a com zelo e
responsabilidade, sempre em busca de mais justiça
social e de um Brasil mais próspero para todos",
disse em nota.
Impacto fiscal e justiça tributária
De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo
deixará de arrecadar R$ 25,84 bilhões em 2026, valor
que aumentará para R$ 29,68 bilhões em 2028. A
estimativa é que esse montante seja compensado pela
nova tributação sobre os mais ricos, cuja
arrecadação, em 2026, deve alcançar R$ 34,12
bilhões.
O diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI),
Marcus Pestana, considera que o projeto mantém o
equilíbrio das contas públicas. "O objetivo de
justiça tributária não contribuiria negativamente em
relação ao equilíbrio orçamentário, tornando o
efeito neutro do ponto de vista do orçamento
público", avalia o ex-deputado.
Fonte: Congresso em Foco

13/06/2025 -
OIT: presidente e ministros do TST reforçam
importância do diálogo tripartite
Conferência Internacional do Trabalho ocorre em
Genebra, na Suíça
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
ministro Aloysio Corrêa da Veiga, e os ministros
Sérgio Pinto Martins e Fabrício Gonçalves
participaram do diálogo social tripartite global do
setor bancário na 113ª Sessão da Conferência
Internacional do Trabalho, em Genebra. O evento teve
como tema central “Eventos Climáticos Extremos,
Mulheres e Diversidade em Negociações Coletivas”.
A participação dos ministros brasileiros reforçou o
compromisso do país com a promoção de práticas
inclusivas e sustentáveis no ambiente de trabalho,
que enfrenta desafios relacionados às mudanças
climáticas e à diversidade de gênero. Durante o
diálogo social, os ministros enfatizaram a
importância de incluir as questões ambientais e a
representatividade feminina nas negociações
coletivas, para garantir que os direitos dos
trabalhadores sejam protegidos.
Ministro Aloysio Corrêa da Veiga na OIT
O ministro Aloysio Corrêa da Veiga destacou a
relevância do diálogo tripartite — que envolve
representantes de governos, empregadores e
trabalhadores — como instrumento fundamental para a
construção de soluções conjuntas e equitativas e
destacou iniciativas que vêm sendo implementadas no
Brasil e que podem servir de exemplo para outros
países.
A presença dos ministros no plenário da OIT
simboliza o engajamento do Brasil na agenda
internacional de trabalho decente, mostrando que a
Justiça do Trabalho brasileira está atenta às novas
demandas sociais e ambientais que impactam o mundo
do trabalho.
Fonte: TST

13/06/2025 -
Nota de repúdio das centrais sindicais à prisão de
Cristina Kirchner
NOTA DE REPÚDIO
Genebra, 11 de junho de 2025
As centrais sindicais brasileiras, reunidas em
Genebra no âmbito da 113ª Conferência Internacional
do Trabalho da OIT, vêm a público manifestar seu
mais veemente repúdio à decisão da Justiça argentina
que decretou a prisão da ex-presidenta Cristina
Fernández de Kirchner.
Trata-se de uma clara ofensiva política que atenta
contra o Estado Democrático de Direito e a soberania
do povo argentino. Cristina Kirchner é uma liderança
legitimamente reconhecida por sua luta em defesa dos
direitos sociais, da inclusão e da justiça para os
mais pobres. Sua perseguição jurídica se insere em
um preocupante cenário de lawfare que vem se
repetindo em diversos países da América Latina, com
o objetivo de criminalizar lideranças populares e
impor retrocessos sociais.
A prisão de Cristina Kirchner representa uma afronta
à democracia e aos avanços conquistados pelos
trabalhadores e trabalhadoras durante seus mandatos.
Não se pode permitir que o sistema judicial seja
instrumentalizado para fins políticos, ignorando
princípios fundamentais do devido processo legal e
da presunção de inocência.
Neste momento grave, nos solidarizamos com os
movimentos sociais, centrais sindicais e partidos
progressistas da Argentina que denunciam mais essa
tentativa de silenciar a voz do povo. A história não
perdoará os que usam a toga para golpear a
democracia.
Cristina Kirchner livre!
Assinam:
Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Força Sindical – FS
União Geral dos Trabalhadores – UGT
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil –
CTB
Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
Fonte: NCST

13/06/2025 -
Protagonismo institucional dos sindicatos; por João
Guilherme
Preocupados com o que consideram o excesso de ações
trabalhistas nos tribunais, o presidente do STF,
Luís Roberto Barroso e seu decano Gilmar Mendes, têm
se manifestado sobre o descalabro das homologações
rescisórias nas demissões.
O presidente vem defendendo a necessidade de acordos
prévios envolvendo as partes, o que diminuiria a
litigiosidade e, como consequência, o número de
processos.
Mas o decano tem sido mais acurado ao defender a
participação dos sindicatos de trabalhadores nas
homologações de demissões, que havia sido impugnada
pela deforma trabalhista.
A participação institucional dos sindicatos tem sido
bandeira e prática das direções sindicais, que
resistem às limitações provocadas pela deforma e já
apoiaram em nota conjunta das centrais o
posicionamento do ministro Gilmar Mendes.
Esta discussão interessa a todo movimento sindical,
principalmente em uma situação de conflito entre o
STF e a própria Justiça do Trabalho, assumindo o
Supremo, cada vez mais, uma participação recursiva
nos temas trabalhistas.
O protagonismo institucional dos sindicatos nas
relações do trabalho (muito mais do que, é claro,
nas negociações salariais), negado e menorizado na
deforma, tem que ser reafirmado em todas as
ocasiões, seja no próprio Judiciário, no Legislativo
e no governo.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Fonte: Rádio Peão Brasil

13/06/2025 -
Haddad: objetivo com medidas é reduzir gasto
tributário em 5% dos R$ 800 bi estimados
Em relação ao setor financeiro, Haddad repetiu
que está sendo feita uma equalização da tributação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta
quinta-feira, 12, que o objetivo do governo com o
conjunto de medidas alternativas ao decreto que
aumentava o Imposto sobre Operações financeiras
(IOF) é de reduzir o gasto tributário em 5% do total
de R$ 800 bilhões estimados para este ano. As
declarações foram feitas a jornalistas quando Haddad
chegou à sede da Pasta na manhã desta quinta-feira,
12.
Ele reforçou que as medidas que constam na Medida
Provisória (MP) publicada na noite de quarta-feira,
11, não representam aumento de impostos, mas
correção de distorções. Em relação à tributação das
bets – que será elevada de 12% para 18% – Haddad
disse que só houve a retomada da proposta original
da Fazenda.
“Não tínhamos dimensão do setor de bets, do tamanho
do setor. Esse setor hoje, entre o que recebe de
apostas e o que paga de prêmios, eles estão tendo um
lucro bruto de cerca de R$ 40 bilhões anualizados.
Não geram emprego, eu pessoalmente não gosto de
jogo, não gosto de jogo. É uma coisa que deveria ser
até repensada pelo Congresso Nacional. Desses R$ 40
bilhões, eles devem gerar alguma coisa com menos do
que R$ 10 bilhões de impostos. Ou seja, uma alíquota
melhor do que uma empresa normal”, ponderou.
Em relação ao setor financeiro, Haddad repetiu que
está sendo feita uma equalização da tributação. Ele
argumentou que não há sentido em uma fintech pagar
menos imposto do que um banco se os serviços
oferecidos são os mesmos e as instituições já estão
em portes semelhantes.
A correção dessa distorção, avalia, vai tornar esse
mercado mais competitivo. “Eu estou nivelando o
pagamento de tributo pelas instituições financeiras,
a partir de um determinado patamar, para criar as
condições de concorrência”, reforçou.
“O que está afetando o mercado é a taxa Selic, e nós
temos que criar as condições para ela começar a
cair. E esse conjunto de medidas ajuda a criar um
ambiente econômico para fazer cair aquilo que está
fora de lugar, completamente fora de lugar”, disse.
Fonte: Estadão Conteúdo

13/06/2025 -
Aprovado incentivo à inclusão de mulheres acima de
50 anos no mercado de trabalho
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta
quarta-feira (11) um projeto de lei que estimula a
inserção no mercado de trabalho de mulheres acima de
50 anos. A proposta do senador Weverton (PDT-MA)
recebeu relatório favorável do senador Dr. Hiran
(PP-RR) e segue para a Câmara dos Deputados, se não
houver recurso ao Plenário do Senado.
O PL 375/2023 acrescenta no Programa Emprega +
Mulheres (Lei 14.457, de 2022) o incentivo a
projetos, cursos e iniciativas empresariais para o
aprimoramento profissional, a manutenção do emprego
e a inserção no mercado de trabalho de mulheres com
mais de 50 anos.
O Emprega + Mulheres, em vigor desde 2022,
atualmente tem como foco a empregabilidade de
mulheres com deficiência, mães de pessoas com
deficiência ou chefes de famílias monoparentais. O
PL 375/2023 inclui nessa lista as trabalhadoras com
mais de 50 anos, por meio da atuação do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A lei em vigor já prevê o estímulo à matrícula de
mulheres em cursos de qualificação, em todos os
níveis e áreas de conhecimento. A prioridade é para
trabalhadoras hipossuficientes e vítimas de
violência doméstica.
Uma emenda aprovada pela Comissão de Direitos
Humanos (CDH) e acolhida nesta quarta-feira pela CAS
inclui as mulheres com mais de 50 anos entre aquelas
com prioridade nas matrículas. Para o relator, a
mudança pretende assegurar boas oportunidades
profissionais às mulheres daquela faixa etária.
— Caso não se reduzam as dificuldades enfrentadas
pelas mulheres acima de 50 anos para acessar o
mercado de trabalho, não somente os direitos humanos
desse segmento da população serão violados, mas
também haverá consequências prejudiciais graves em
outros setores, como previdência social e economia —
disse Dr. Hiran.
Fonte: Agência Senado

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