A Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST
recebeu visita técnica, nesta quinta-feira (04/03),
do Subsecretário de Relações do Trabalho (SRT) do
Ministério da Economia, Sr. Mauro Rodrigues de
Sousa. Na oportunidade o representante do governo
ouviu as demandas da entidade e, após conversas com
dirigentes da NCST, reforçou compromisso por diálogo
permanente.
O presidente da NCST, José Calixto Ramos, deu as
boas vindas ao representante do Ministério da
Economia e elencou uma série de dificuldades que o
movimento sindical vem enfrentando frente uma agenda
hostil aos trabalhadores e seus representantes.
Mauro Rodrigues agradeceu a acolhida e recepção dos
diretores da entidade. O subsecretário de Relações
do Trabalho relatou ter carinho pela NCST e seus
dirigentes. “Estou em um novo desafio. Sou um
técnico do Ministério e posso afirmar que, apesar
das mudanças, a estrutura operacional permanece a
mesma. Minha intenção com essa visita é estreitar o
diálogo e não deixar a engrenagem parar. Por mais
que as alterações normativas para o custeio tenham
dificultado a execução das atividades sindicais, meu
papel e ser um agente que colabora com as relações
entre o governo e as entidades.
O presidente da NCST, na oportunidade, defendeu o
fortalecimento Conselho das Relações do Trabalho.
Calixto, nas tratativas relacionadas à “reforma”
sindical, apontou a necessidade de assegurar
autonomia absoluta às assembleias sindicais – “ponto
central em qualquer que seja a alteração que se dê
no âmbito da legislação”, afirmou.
Mauro Rodrigues, na oportunidade, relacionou as
dificuldades enfrentadas desde o antigo Ministério
do Trabalho até a atual configuração da pasta, mas
destacou a necessidade de perseguir, em ação
conjunta entre os representantes do governo e das
entidades sindicais, a superação de problemas que
atingem “ambos os lados”.
No tocante aos desafios do sindicalismo, o
representante do governo sugeriu a fusão de
entidades como estratégia para superar dificuldades
financeiras e ampliar a representação. Com a
responsabilidade da emissão das cartas sindicais,
Mauro relatou os desafios para a retomada dos
registros sindicais, com orientação para que a pasta
priorize e atendimento às solicitações de fusões
sindicais - tendência relatada pelo subsecretário -
de maneira a dar maior dinamismo aos trabalhos da
Secretaria do Trabalho.
“Minha visita tem por objetivo estreitar o diálogo e
dizer que nossa pasta está de portas abertas para
discussões sobre qualquer tema no âmbito das
relações de trabalho”, afirmou o representante do
governo.
As discussões tripartites entraram da pauta. “Nós
estamos com a impressão de que o governo está
escanteando os Conselhos, tornando inócuas as suas
orientações e deliberações. Está complicado discutir
categoria sem saber, ao mesmo, se iremos sobreviver
amanhã. Precisamos prosseguir com perspectivas que
sejam mais transparentes e confiáveis”, questionou
Calixto.
“Houve, no meio de todo esse caos, uma atitude
sensata do governo em integrar ao seu quadro com
alguém que realmente tenha experiência sobre o tema
relações de trabalho. No entanto, o diálogo com o
governo tem sido interrompido desde o impeachment do
governo Dilma. Como exemplo, a ‘reforma’ trabalhista
foi atropelada no Congresso sem a participação dos
trabalhadores. Criou-se um muro entre o trabalhador
e sua representação sindical a partir de normativas
que retiraram a necessidade da participação das
entidades nas negociações. Precisamos superar esse
processo de ódio que divide o país e resgatar o
diálogo de maneira mais ampla. Agora, a agenda de
prosseguir uma nova “reforma” trabalhista por meio
de Medida Provisória (MP 905/2019), reforça uma
característica negativa, de unilateralidade das
decisões do Executivo. Nosso incentivo é que a
Secretaria de Relações do Trabalho busque disseminar
essa cultura do diálogo a outras esferas do
governo”, reforçou o Diretor de Finanças da NCST e
presidente da Confederação dos Servidores Públicos
do Brasil – CSPB, João Domingos Gomes dos Santos.
“Nós reconhecemos esforços de diálogo da Secretaria
de Relações do Trabalho. No entanto, o governo vem
preservando uma postura de ignorar essas tratativas
e impor uma agenda sem discussão com a legítima
representação das categorias”, completou o
vice-presidente da NCST, José Reginaldo Inácio.
Mesmo diante das dificuldades, eu entendo que
preservar e fortalecer os Conselhos é assegurar, por
mais imperfeitos que sejam, a preservação de mais um
espaço institucional de diálogo. Sou integrante do
governo e não vou falar mal da equipe que integro. A
minha admissão se deu no sentido de apresentar
soluções. Eu acredito que, estando aqui, eu estou
ajudando mais do que se me retirasse. A participação
nos Conselhos é relevante, além de ser bastante
racional do ponto de vista da redução de danos”,
afirmou o subsecretário.
Ao final do encontro, dirigentes da Nova Central
agradeceram a cortesia do representante do governo e
reforçaram o compromisso de preservar e, na medida
da reciprocidade, fortalecer o diálogo entre as
partes.