Publicação: 04/02/2021
Movimento
sindical em LUTO pela
morte de
José Calixto Ramos
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Conteúdo atualizado às 14h20 do dia 04/02/2021 - informações sobre o
velório no final do texto
O Movimento Sindical Brasileiro amanheceu mais
triste. Na noite desta quarta-feira (03/02) faleceu, aos 92 anos, José
Calixto Ramos, mais uma vítima da Covid-19. Lideranças sindicais de todo
o país, abaladas com a notícia, reagiram à perda do grande líder
referência em ética e moral no sindicalismo. Na manhã desta quinta-feira
(04/02) foram incontáveis as manifestações de pesar pela morte do
Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST e
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria – CNTI (saiba
mais).
De sindicatos de base às federações, confederações e centrais sindicais;
as manifestações de luto e solidariedade acumulam-se ao longo do dia.
José Calixto Ramos – liderança do movimento sindical
José Calixto Ramos é pernambucano de Ipojuca, nascido
em 14 de outubro de 1928, com formação profissional em mecânica de
máquinas, tendo cursado o segundo grau. Como ativista sindical, foi
delegado e também secretário do STI Metalúrgico de Recife, chegando à
presidência em 12 de agosto de 1965. Fundou a Federação dos
Trabalhadores na Indústria no Estado de Pernambuco, ocupando o cargo de
secretário até transferir-se para Brasília, na condição de
vice-presidente da CNTI.
Em 10 de outubro de 1983, Calixto assumiu a presidência da Confederação.
No ano de 1985, em pleito nacional, foi eleito presidente da CNTI. Pela
primeira vez, um trabalhador nordestino chegava à cúpula do sindicalismo
industriário.
Em seu discurso, Calixto denunciou o imobilismo da Nova República sobre
a reforma agrária, pediu mais união entre os industriários e mais
unidade universal dos trabalhadores em benefício da paz mundial. Pouco
depois, José Calixto participou do Congresso Internacional de
Trabalhadores pela Paz Mundial, em Pequim, China. Naquele país ele
visitou as creches nas fábricas da indústria farmacêutica e teve
encontro com dirigentes do Sindicato e da Federação dos Trabalhadores da
China.
A partir de 1986, conduziu a participação da classe trabalhadora durante
as discussões na Assembleia Nacional Constituinte, em grande mobilização
no Congresso Nacional, conquistando a inclusão das reivindicações dos
trabalhadores na Carta Cidadã, promulgada em outubro de 1988.
Paralelamente, ao comando da CNTI, Calixto foi representante dos
trabalhadores no Conselho Deliberativo da Sudene, No Conselho Federal de
Mão de Obra, no Conselho Monetário Nacional e no Conselho Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social. Foi ainda Ministro classista
representante dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho, no
período de 1989 a 1995, quando houve a extinção da classe.
Sob sua coordenação, como reconhecimento à sua liderança, não apenas na
luta em defesa dos industriários, mas de todo o conjunto de
trabalhadores brasileiros, foram criados a Coordenação Confederativa dos
Trabalhadores (CCT), em 1996; o Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST),
em 2003; e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), em 2005,
entidade presidida por ele até a data de ontem (03/02/2021).
Bandeiras de luta
Liderança histórica do movimento sindical brasileiro,
Calixto Ramos percorreu uma trajetória de ativismo demarcado pela defesa
permanente das conquistas das classes trabalhadoras e dos direitos
sindicais e trabalhistas, em especial das disposições emanadas do artigo
8º da Constituição Federal e do modelo de organização sindical previsto
na Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. Assim, considerava a unicidade
sindical, o sistema confederativo, as categorias profissionais, o
custeio compulsório e a justiça do trabalho como instrumentos
irrenunciáveis da estrutura sindical nacional.
Democrata e defensor da unidade das entidades sindicais, atuou
fortemente no Congresso Nacional pelos direitos de trabalhadores e
trabalhadoras, imprimindo nas entidades que dirigia, a NCST e CNTI
práticas sindicais voltadas para fortalecimento da unidade ação entre
sindicatos, federações, confederações e centrais, buscando superar as
divergências existentes em favor do objetivo maior que é a proteção
sindical para todos os trabalhadores do Brasil.
Nos últimos anos, mesmo mantendo a sua convicção quanto à necessidade da
preservação da organização sindical prevista no artigo 8º da
Constituição, defendia a realização de reformas na estrutura sindical,
dizendo que era urgente “uma reengenharia” para transformar as práticas
do sindicalismo e até mesmo alterar aspectos da legislação trabalhista
neste sentido. Com certeza, será uma ausência sentida nas lutas das
centrais sindicais e do conjunto do movimento sindical brasileiro.
O movimento sindical fica mais pobre, porém mantém uma grande referência
de luta em defesa dos trabalhadores brasileiros.
José Calixto Ramos se eterniza com seu legado de solidariedade,
sabedoria e humildade típicas de um verdadeiro sábio.
Velório
O corpo de José Calixto Ramos será velado em caixão fechado, protocolo
adotado para vítimas da Covid-19.
O velório ocorrerá pontualmente às 11h00, em ambiente aberto, no
cemitério Morada da Paz, na cidade de Paulista em Pernambuco.
Endereço: Av. Rodolfo Aureliano, 2118 - Vila
Torres Galvão, Paulista - PE, CEP 53403-740
OBS: Àqueles que quizerem enviar coroa de flores um alerta: estas
devem chegar ao cemitério até, no máximo, as 10h30 da manhã. A
pontualidade do velório será rígida, conforme os protocolos de segurança
exigidos pelo cemitério.
Imprensa NCST com colaborações
Fonte: NCST
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