Publicação: 28/10/2024

 

 

FETIESC sediou o 1º Encontro Sulamericano de Políticas Sindicais e Jurídicas

 


A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC) realizou na última sexta-feira (25/10) o 1º Encontro Sulamericano de Políticas Sindicais e Jurídicas, que reuniu juristas e dirigentes sindicais do Brasil e da Argentina, com o objetivo de discutir ações a serem tomadas pelo movimento sindical de modo a combater as constantes investidas neoliberais contra a luta coletiva da classe trabalhadora.


Na ocasião, o presidente da federação, Idemar Antonio Martini demonstrou sua inquietude diante o momento vivido atualmente, de incessantes ataques ao movimento sindical. Neste sentido, Martini fez uma defesa intransigente do atual sistema confederativo, da unicidade sindical e da ampliação e manutenção da Justiça do Trabalho. Destacou também ser urgente se resolver as questões do custeio das entidades sindicais, defendendo uma ação coletiva dos dirigentes de todo no país de modo a pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que paute o julgamento dos embargos de declaração propostos pela Advocacia Geral da União (AGU), em relação ao direito de oposição, ao desconto da contribuição assistencial, e medidas de combate às condutas antissindicais em relação ao custeio.


O 1º Encontro Sulamericano de Políticas Sindicais e Jurídicas, que ocorreu durante todo o dia, contou com a participação do professor argentino Dr. Mário Gambacorta; do desembargador Dr. Marcelo D’Ambroso (TRT-4) e do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias, José Reginaldo Inácio. Uma delegação da Federação dos Trabalhadores da Argentina da Indústria do Couro e Afins, representou o país vizinho. Do Brasil participaram dirigentes sindicais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.


Na ocasião, o professor Sabino Bussanello, assessor de formação sindical da FETIESC, traçou uma retrospectiva que marca a história recente das sociedades latinoamericanas que, conforme ele, vivem contradições muito profundas neste estágio em que o capitalismo suga a classe trabalhadora.


“Essa experiência do neoliberalismo agressivo e selvagem foi se estabelecendo e desmontando as nações e atacando diretamente os direitos da classe trabalhadora. Aqui no Brasil, com o golpe de 2016, em Dilma e na esquerda, imediatamente foram sendo suprimidos os direitos com a Reforma Trabalhista, a terceirização e a Reforma da Previdência. Com Michel Temer a primeira providência foi tirar os recursos dos sindicatos, para matá-los por asfixia”, denunciou o professor.


Ato contínuo veio o governo fascista de Bolsonaro que privilegiou a transferência de recursos à burguesia, à elite, aos banqueiros, em detrimento da classe trabalhadora. “Hoje vivemos as consequências de Temer e Bolsonaro, e conseguimos a muito custo eleger o presidente Lula, com um parlamento neoliberal, conservador, que tenta manter uma camisa de força contra Lula”. Neste contexto, segundo ele, o movimento sindical está muito enfraquecido e debilitado.


Diante essa crise que afeta o movimento sindical, o professor Sabino explica que a realização do 1º Encontro Sulamericano de Políticas Sindicais e Jurídicas tem como objetivo compartilhar algumas bandeiras coletivas dentre as quais destaca a união em prol da manutenção e fortalecimento da estrutura sindical confederativa (confederação, federação e sindicatos de base); o fortalecimento e ampliação da importância da Justiça do Trabalho; e discutir alternativas de custeio para o movimento sindical continuar seu protagonismo de representar os interesses de toda a classe trabalhadora, cumprindo assim sua função estratégica que é de organizar a classe e lutar por melhores condições de vida, trabalho e salário da coletividade laboral. “A ideia é avançarmos nessa reflexão para juntos pensarmos uma forma mais dinâmica de realizarmos a formação, a motivação e a mobilização dos dirigentes sindicais”, explica.

Fonte: Fetiesc