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Publicação: 14/11/2025
Chicão
palestra na COP30: Sindicato dos
Eletricitários Lança 'Plano Verão' para
proteger trabalhadores

Eduardo
Annunciato (Chicão), presidente do
Sindicato dos Eletricitários de São
Paulo (STIEESP) e Secretário de Educação
da CNTI
Em um painel de destaque na COP30, o
presidente do Sindicato dos
Eletricitários de São Paulo (STIEESP) e
Secretário de Educação da CNTI,
Eduardo Annunciato (Chicão)
representou a voz dos trabalhadores
brasileiros no debate crucial sobre as
consequências da crise climática no
ambiente de trabalho. Convidado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
para integrar o Painel 2 — "Mudança
Climática, Estresse Térmico e Impactos
na Saúde e Segurança do Trabalho",
Chicão alertou para a urgência de
regulamentar a exposição ao calor
extremo e lançou o "Plano Verão" da
categoria.
O painel, realizado na tarde desta
quinta (13) na Sala Uruçu do Pavilhão
Brasil, destacou a relação direta entre
o aumento das temperaturas e o risco
ocupacional. Chicão afirmou que o
estresse térmico já é uma realidade
dolorosa para todos os trabalhadores,
citando o reconhecimento do problema por
instituições como a OIT (Organização
Internacional do Trabalho).
"Todas as instituições reconhecem o
efeito do calor no dia a dia. Se a gente
não regulamentar essa atividade, o
trabalhador vai adoecer," afirmou o
presidente.
O sindicalista enfatizou que o calor não
é apenas um incômodo, mas um risco
fatal, capaz de causar a hipertermia,
falência de órgãos e o aumento de
acidentes de trabalho. Ele explicou que
o estresse térmico é a soma de três
fatores críticos: temperatura do
ambiente, taxa metabólica e também o
calor gerado pelo EPI e uniforme.

Chicão ressaltou que, para o
Eletricitário, o uso de uniformes de
proteção total em temperaturas de 40°C
pode levar o trabalhador a um estado
febril em poucos minutos, aumentando
sintomas como tontura, náusea e cãibras.
'Plano Verão': pausas obrigatórias e
monitoramento diário
Para combater essa
ameaça, o STIEESP está implementando o
"Plano Verão", um sistema inédito de
alertas e pausas obrigatórias. O
Sindicato adquiriu termômetros que medem
o Índice de Bulbo Úmido - Termômetro de
Globo (IBUTG) e vai distribuir nas
subsedes para monitoramento contínuo.
Os alertas serão enviados diariamente
via WhatsApp para toda a categoria,
informando as medições de temperatura em
horários críticos (10h, 11h, 12h, 13h,
14h e 15h).
O plano define limites de tolerância e
ações específicas para cada faixa de
temperatura.
Por exemplo:
24,1 °C a 26,7 °C
será o alerta de hidratação
26,8 °C a 28,0 °C -
Pausa Leve: 15 minutos de repouso para
cada 45 minutos de trabalho.
28,1 °C a 29,4 °C -
Pausa Moderada: 30 minutos de repouso,
alerta máximo contra tontura e exaustão.
29,5 °C a 31,1 °C -
Pausa Extrema: 45 minutos de repouso
para cada 15 minutos de trabalho.
Acima de 31,1 °C -
Stop Work (Parada Imediata): Não há
condição de continuar o trabalho.
Exigência em Acordo Coletivo e
exemplo para o País
O Sindicato está
exigindo, via Acordo Coletivo, que as
empresas incluam a taxa metabólica e as
medições do IBUTG no Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP)
dos trabalhadores, caracterizando a
exposição à insalubridade e seus riscos.
"O trabalhador Eletricitário ficou muito
orgulhoso desse chamado. É o primeiro
Plano Verão," concluiu Chicão, que
também sugeriu que as Prefeituras e
órgãos públicos emitam alertas de calor
à população, assim como fazem para
tempestades. O objetivo é que a
iniciativa do STIEESP sirva de modelo
para a preservação da vida e saúde em
outras categorias.

Fonte: Eletricitários

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