Publicação: 30/05/2025

 

 

Sindicato: Desconfiar ou defender? CNTI destaca papel crucial das entidades sindicais na conquista de direitos


Presidente da CNTI, José Reginaldo Inácio, reforça em evento do MPT-RJ a importância dos sindicatos e alerta para os efeitos nefastos da sindicatofobia

 


O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) promoveu, no dia 29 de maio, o debate "Sindicato: Desconfiar ou defender? O lugar do Sindicato hoje", com participação do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria - CNTI, José Reginaldo Inácio. O evento, transmitido ao vivo pelo YouTube, discutiu o momento atual do movimento sindical e a necessidade de engajamento, especialmente dos jovens, na defesa dos direitos trabalhistas.


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Reginaldo Inácio destacou o papel histórico dos sindicatos na conquista de benefícios como 13º salário, férias remuneradas, FGTS e redução da jornada de trabalho. "O 13º salário, inicialmente negociado como 'abono natalício', foi estendido a todos os trabalhadores em 1962 graças à pressão sindical. Hoje, beneficia mais de 84 milhões de pessoas, representando cerca de 3% do PIB", explicou, com base em dados do Dieese "Quando falamos da destruição da CLT, estamos falando da destruição do que foi conquistado pela classe trabalhadora ao longo da história", afirmou o líder sindical.


Produção sindical supera legislação


O presidente da CNTI apresentou dados comparativos entre a produção legislativa e a atuação sindical. Enquanto o Congresso Nacional (Câmara e Senado em atividades legislativas conjuntas) com todo seu aparato técnico e orçamento milionário (cada parlamentar custa R$ 24,7 milhões por ano, segundo estudos), aprovou apenas 27 leis; o Senado Federal 48 leis e a Câmara dos Deputados 191 leis sancionadas pela Presidência da República, os sindicatos registraram 43.147 acordos coletivos no mesmo período – uma média de 4.006 instrumentos negociados por mês entre 2014 e 2024.


"Em 33 anos, o movimento sindical negociou cerca de 16,9 milhões de cláusulas, quase 2,5 vezes mais que todas as leis aprovadas nas esferas municipal, estadual e federal somadas (6,78 milhões)", ressaltou Reginaldo citando dados do Ministério do Trabalho. "Essa é uma relação que poucas pessoas param para pensar, mas que mostra a efetividade da ação sindical”, destacou.


Sindicatofobia e financiamento desigual

 


Inácio alertou para a sindicatofobia – termo que define o ódio e a hostilidade contra sindicatos – e seus severos impactos sociais. "A sindicatofobia não é um acaso: é um ódio hereditário ao movimento operário, uma estratégia para invisibilizar sua importância", afirmou, citando a filósofa Adela Cortina sobre como a linguagem revela conflitos sociais.


Com o fim da contribuição sindical obrigatória, a receita das entidades caiu 90%, enquanto empresas continuam obrigadas a financiar o Sistema S, que recebe R$ 26,92 bilhões anuais. "No Maranhão, quase 70% dos trabalhadores que prestavam serviços a sindicatos foram demitidos; no Rio, foram quase 50%. Isso é um desmonte planejado", denunciou Reginaldo.


"Trabalhadores são incentivados a não contribuir ('free-riders'), enquanto empresas são fiscalizadas pela Receita Federal no repasse ao Sistema S. É uma desigualdade jurídica que reflete um viés ideológico", completou o presidente da CNTI.


O evento também contou com a participação do procurador do Trabalho Ricardo José das Mercês Carneiro e mediação do procurador André Luiz Riedlinger Teixeira, reforçando a importância da formação sindical e do combate à desinformação.


"Sem sindicatos, não teríamos os direitos trabalhistas que conhecemos hoje. Defender essas entidades é defender a dignidade do trabalhador" – concluiu José Reginaldo Inácio, presidente da CNTI.


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Assessoria de Comunicação da CNTI