A Central Única dos Trabalhadores – CUT tem como uma
de suas principais bandeiras a ratificação da
Convenção 87 da OIT, pelo governo brasileiro. Em
consequência, pretende implantar o regime da
Pluralidade Sindical, extinguir a cobrança
compulsória do Imposto Sindical, hoje denominado
como Contribuição Sindical.
Com essa intenção, lançou recentemente a campanha em
todo o território nacional – “DIGA NÃO AO IMPOSTO
SINDICAL”. Esta campanha serve, literalmente, para
enfraquecer a atual estrutura sindical brasileira,
uma vez que suprime receita das entidades sindicais.
A pergunta que se faz é: a quem interessa um sistema
sindical com reduzido poder de mobilização por
ineficiência de recursos?
É obvio que o fim do Imposto Sindical contribuirá para
a ruína do movimento sindical brasileiro, já
combalido por toda forma de ataques, o que
certamente colocará os trabalhadores em condições
precárias, no que diz respeito à manutenção dos
direitos adquiridos e nas relações trabalhistas com
os empresários.
A campanha nos parece capciosa e de má fé, porque
seria o mesmo que indagar: quem gostaria de pagar
impostos espontaneamente?
Ao nosso juízo, uma campanha dessa ordem representa um
perceptível desserviço à classe trabalhadora e ao
próprio país, se considerar que campanhas idênticas
fossem desencadeadas com relação a outros impostos.
A CUT, com certeza, não consultou a sua base sindical.
Se o fizesse, iria compreender que estaria dando um
tiro no próprio pé. É notório que a maioria dos seus
sindicatos não deseja o fim da Contribuição Sindical
e não pensa, nesse particular, igual à cúpula
diretiva da sua Central.
A campanha fala em Plebiscito Nacional. Trata-se, mais
uma vez, de uma espécie de enganação exatamente
porque Referendo e Plebiscito são prerrogativas
exclusivas do Congresso Nacional, Constituição
Federal – Artigo 49 § XV.
Ora, se a receita proveniente do Imposto Sindical é
ofensiva aos princípios da CUT, por que não
devolvê-la à própria fonte contributiva ou mesmo
doá-la às instituições sociais carentes e ávidas por
recursos?
Afinal de contas, quem tem interesse no
desmantelamento da estrutura sindical pátria? Com
certeza não são os trabalhadores brasileiros.
JOSÉ CALIXTO RAMOS
Presidente da CNTI e NCST