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22/08/2025 -
Câmara aprova urgência para proposta que isenta de
Imposto de Renda os salários de até R$ 5 mil
A data para votar o projeto ainda será marcada
A Câmara dos Deputados aprovou na sessão desta
quinta-feira (21) a urgência para a proposta que
concede isenção de Imposto de Renda para quem ganha
até R$ 5 mil (Projeto de Lei 1087/25, do Poder
Executivo) por mês.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), anunciou que será definida com os
líderes partidários a data para análise em Plenário
da versão elaborada pelo relator, deputado Arthur
Lira (PP-AL).
Aprovado por uma comissão especial, o substitutivo
eleva dos R$ 7.000 previstos inicialmente para R$
7.350 a renda máxima que terá redução parcial do
tributo.
A taxação de contribuintes de alta renda, com um
mínimo de 10% de alíquota, compensará parte da
isenção de quase R$ 26 bilhões e incluirá os ganhos
deles com lucros e dividendos de empresas.
Fonte: Agência Câmara

22/08/2025 -
Para que servem os sindicatos no século XXI?
Ainda inédita no Brasil, obra analisa o papel do
sindicalismo, hoje, num mundo em crise. Como podem
dar impulso à inovações, e resgatar seu papel de
contrapoder? Quais os caminhos para formular uma
nova regulação do trabalho, incluindo precarizados?
Por Clemente Ganz Lúcio
Há múltiplas transformações que promovem transições
das realidades econômica, social, política e
cultural e que impactam a vida presente e futura da
classe trabalhadora e da organização sindical.
Essas transformações podem ser caracterizadas por
cinco transições estruturais, a saber: a transição
tecnológica e digital, com destaque para a robótica,
a inteligência artificial, os novos materiais e a
biotecnologia; a transição demográfica, que indica
um rápido envelhecimento porque a população vive
mais e tem menos filhos; a transição ambiental e
climática, com a poluição do meio ambiente e o
aquecimento do clima pelo efeito dos gazes estufa; a
transição política, com a fragilização das
democracias, o crescimento da extrema-direita, os
ataques ao Estado Democráticos de Direito e a
liberdade; a transição de regulação e do valor
político do trabalho, moldada pela desregulamentação
trabalhista, pelas iniciativas para enfraquecer os
sindicatos e pelo individualismo exacerbado.
O sindicalismo é o maior movimento organizado da
sociedade civil no mundo e desempenhou ao longo dos
dois últimos séculos um papel essencial para a
promoção dos direitos trabalhistas, da qualidade dos
empregos, do crescimento dos salários e a promoção e
defesa da democracia e de suas instituições.
Continuamos desafiados à cumprir essa missão
histórica em um novo contexto econômico, social,
político e cultural.
Refletir sobre esse desafio sindical é o que realiza
o jurista e assessor do movimento sindical espanhol,
Antonio Baylos, no livro “¿Para qué sirve un
sindicato? Instrucciones de uso“1. Em um contexto de
crise do trabalho assalariado, avanço do
neoliberalismo, precarização e individualização das
relações laborais, questionar a razão de ser do
sindicato é, além de um exercício analítico, uma
necessidade histórica. Este artigo apresenta cinco
eixos fundamentais desenvolvidos por Baylos, que
ajudam a compreender a relevância do sindicato
diante das transições que ocorrem no mundo
contemporâneo.
O sindicato como pilar da democracia
Os sindicatos são expressões organizativas autônomas
da classe trabalhadora e cumprem um papel essencial
na consolidação de regimes democráticos. A
democracia se realiza nas urnas, nos parlamentos,
nos governos, nos espaços de participação social.
Mas a democracia também se realiza e se fortalece a
partir dos locais de trabalho e nas lutas que a
classe trabalhadora promove. O sindicato é o
instrumento que permite aos trabalhadores exercerem
sua cidadania social, lutando por condições dignas
de trabalho, emprego de qualidade, melhores
salários, proteção social e previdenciária,
igualdade de oportunidades e participação.
Nesse sentido, para Baylos, o sindicato não é uma
peça acessória da democracia, mas um de seus
fundamentos. A sua existência fortalece os
mecanismos de deliberação social, amplia o controle
popular sobre as decisões econômicas e aprofunda a
dimensão cidadã do sistema democrático. Em contextos
de autoritarismo, os sindicatos são também espaços
de resistência e defesa das liberdades civis e
políticas.
Sindicato como contrapoder social
Outro aspecto que Baylos enfatiza é que os sindicatos
têm uma função central de contrapoder frente à
hegemonia do capital nas relações de trabalho. Em
uma sociedade estruturalmente desigual, em que os
patrões concentram poder econômico e institucional,
os trabalhadores só conseguem defender seus
interesses através da ação coletiva. O sindicato é o
veículo desse contrapoder porque articula, mobiliza,
organiza, representa e negocia.
Esse contrapoder não é apenas reativo, mas
propositivo. Os sindicatos atuam na construção de
alternativas, na formulação de propostas de
regulação social do trabalho, na intervenção sobre a
política econômica, na defesa de direitos sociais
amplos e de políticas públicas universais. Baylos
reafirma que o sindicato deve ser um sujeito
político transformador, com projeto próprio e
autonomia diante de governos e partidos.
Negociação coletiva como direito fundamental
Um dos pontos centrais do pensamento de Baylos é a
afirmação da negociação coletiva como um direito
fundamental dos trabalhadores. Trata-se de uma
dimensão inalienável da autonomia sindical,
reconhecida por convenções da OIT – Organização
Internacional do Trabalho e constituições
democráticas. A negociação coletiva é o meio através
do qual os trabalhadores participam da regulação das
condições de trabalho, dos salários, dos tempos de
descanso e das formas de organização produtiva.
Sem negociação coletiva, o trabalho é regulado
exclusivamente pelo poder unilateral do empregador
ou pela legislação, que muitas vezes sofre pressões
para ser flexibilizada. A negociação coletiva
democratiza o local de trabalho, cria equilíbrio de
forças, e permite adaptar normas gerais a condições
setoriais e locais. Sua existência efetiva exige
organização sindical forte, legislação protetiva e
respeito institucional.
Representar todos os trabalhadores
A diversidade de formas de ocupação (assalariados com
e sem carteira assinada; servidores estatutários;
conta-própria, autônomos e trabalhadores
independentes; cooperados; trabalhadores domésticos;
trabalhadores de cuidados; pejotizados,
microempreendedores individuais, entre outras) é um
desafio estratégico a ser enfrentado pelo
sindicalismo. Por isso, Baylos faz uma crítica
contundente aos modelos sindicais excludentes, que
representam apenas setores estáveis e com contratos
protegidos. Para ele, o sindicato do século XXI
precisa ampliar sua base de representação, incluindo
trabalhadores precários, informais, autônomos
dependentes, imigrantes e jovens.
Essa ampliação exige novas formas organizativas,
linguagem acessível, escuta ativa e capacidade de
intervenção nos novos espaços de trabalho
(plataformas digitais, cadeias produtivas
fragmentadas, cooperativas etc.). O sindicato
precisa ser um instrumento de inclusão social e
laboral, contribuindo para reduzir desigualdades e
democratizar o acesso a direitos.
Enfrentar os desafios contemporâneos
O sindicalismo vive desafios globais: queda na
densidade sindical e na sindicalização, fragmentação
da classe trabalhadora e das formas de representação
(categorias mais fracionadas e sindicato por
empresa), ofensiva neoliberal para flexibilizar
direitos trabalhistas e sociais. Baylos analisa
esses desafios e, principalmente, aponta caminhos
para enfrentá-los, com destaque para:
- O combate à “uberização” e à falsa autonomia dos
trabalhadores de plataforma;
- A resistência à desregulamentação e à precarização
do trabalho;
- A necessidade de revitalizar os espaços de
negociação coletiva;
- A articulação com outros movimentos sociais e
ambientais;
- A reinvenção das práticas de base, com foco na
escuta e no cuidado.
O autor propõe investir em “nova cultura sindical”,
baseada na democracia interna, na participação ativa
dos filiados e na construção de alianças sociais
amplas. Para Baylos, o sindicato continua sendo uma
ferramenta essencial da luta por justiça social,
desde que saiba se renovar sem perder sua identidade
de classe.
Considerações finais
“Para que serve um sindicato?” não é apenas uma
pergunta retórica. Em tempos de retrocessos sociais,
de mercantilização da vida e de ataque aos direitos
trabalhistas e sindicais, responder a essa pergunta
é um ato de resistência e de ousadia política.
Antonio Baylos oferece reflexões críticas e
inspiradoras. Ele mostra que o sindicato é mais do
que um instrumento de defesa: é uma escola de
democracia, um agente de transformação social, um
contrapoder imprescindível para que a igualdade
deixe de ser uma promessa e se torne uma realidade
concreta.
1 “¿Para qué sirve un sindicato? Instrucciones de
uso”, Antonio Baylos, Los Libros de la Catarata
Editora, 192 páginas, 2021. Disponível
aqui
Fonte: Diap

22/08/2025 -
Projeto prevê indenização por desconto sindical
irregular
Proposta de José Medeiros (PL-MT) obriga
empregadores a ressarcir trabalhadores por
contribuição sem autorização prévia.
O deputado José Medeiros (PL-MT) apresentou projeto
de lei (4074/2025) que altera a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) (5452/1943) para garantir
indenização aos trabalhadores em caso de desconto de
contribuição sindical realizado sem autorização. A
proposta prevê que a Auditoria-Fiscal do Trabalho
seja responsável por emitir Termo de Débito
Trabalhista (TDT).
Caso os empregadores sejam responsáveis pelo
desconto, a indenização deverá ser paga por eles. O
Ministério do Trabalho e Emprego será encarregado
por normas complementares necessárias à execução da
norma.
No documento, o parlamentar justifica: "Verificou-se
que, mesmo após a Reforma Trabalhista, algumas
entidades sindicais têm descontado a contribuição
sindical de associados e não associados que não se
antecipam e expressam sua vontade de não pagar, o
que viola as disposições dos arts. 578 e 579 da CLT
e torna necessária a implementação de providências
para coibir as referidas condutas contrária à
legislação".
O projeto será distribuído para análise em
comissões.
Leia na íntegra.
Fonte: Congresso em Foco

22/08/2025 -
Tarefas e tarifas – João Guilherme Vargas Netto
Um mandamento médico dos antigos dizia que o
primeiro cuidado era o de não prejudicar o paciente.
Esse é um mandamento que deveria ser seguido pelos
dirigentes e ativistas sindicais, principalmente
aqueles impetuosos e autossuficientes capazes de
prejudicar os outros com suas iniciativas.
Isto acontece quando, violando as normas da unidade
de ação e a experiência coletiva, a movimentação
individual, por suas consequências, acarreta danos
ao Sindicato, à sua diretoria e à própria categoria
representada.
Agora que o governo de maneira correta e coerente
anunciou seu plano de auxílio às empresas afetadas
pelo tarifaço de Trump e somente a elas, pode ser um
erro do tipo mencionado acima o de contaminar o
enfrentamento das tarefas sindicais correntes com os
procedimentos necessários nas empresas atingidas,
garantindo-se a preservação dos empregos.
A prática sindical permanente e necessária, como as
campanhas salariais e as negociações de data-base,
não devem se confundir, até mesmo nas empresas que
sofrem as consequências do “tarifaço”, com o que
deve ser feito especificamente sobre as
consequências da tarifa.
As tarefas sindicais sobrepõem-se às das tarifas e
são diferentes destas em sua abrangência, duração e
objetivo.
João Guilherme Vargas Netto. Consultor sindical
de entidades de trabalhadores.
Fonte: Agência Sindical

22/08/2025 -
Dieese apura nova queda no preço da cesta
Entre junho e julho, houve queda no valor do
conjunto dos alimentos básicos em 15 das 27
Capitais. É o que mostra a nova edição da Pesquisa
Nacional da Cesta Básica, do Dieese. Maiores quedas
ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba
(-2,40%) e Rio de Janeiro (-2,33). Principais altas,
em Recife (2,80%), Maceió (2,09%) e Aracaju (2,02%).
É a primeira vez que a pesquisa apresenta dados
sobre todas as Capitais. Ampliação foi possibilitada
por parceria do Dieese com a Companhia Nacional do
Abastecimento. Iniciativa foi lançada quarta (20),
em Brasília.
Considerando os levantamentos anteriores, que
abarcavam 17 cidades, este é o terceiro mês
consecutivo de queda na maioria dos locais
pesquisados.
Segundo Patricia Lino, coordenadora da pesquisa,
dados mostram tendência que deve prosseguir. Ela
explica: “Este ano não tivemos grandes eventos de
instabilidade climática, como o El Niño a La Niña.
Com isso, caminhamos para uma normalização dos
preços, com quedas durante a safra e aumentos na
entressafra”.
Alimentos – Preços do arroz, feijão, batata,
café e carne caíram na maior parte dos municípios. O
café em pó, que vinha com forte tendência de alta,
teve queda em 21 das 27 Capitais. “Isso se deve à
maior oferta do produto no Brasil, e também à
variação da commodity nas bolsas internacionais,
graças às incertezas provocadas pelo tarifaço de
Trump” explica.
Tarifaço – Patricia Lino acredita que os
impactos da sobretaxa dos EUA às exportações de
nossos produtos só serão melhor percebidos nos
próximos meses. Isso porque a medida entrou em vigor
no último dia 6. Ela aponta o café e a carne como
produtos que podem ser atingidos por essa
volatilidade.
Parceria – A economista exalta a parceria
entre Dieese e Conab. Com ela, o governo federal
podera propor políticas públicas e corrigir
distorções regionais.
Outro avanço importante, projeta Patricia, se dará
com a nova composição da cesta básica, que entrará
em vigor a partir do ano que vem. Ela levará em
conta os hábitos alimentares de cada cidade.
Mais – Site do
Dieese.
Fonte: Agência Sindical

21/08/2025 -
Comissão Mista de Inquérito do INSS é instalada com
vitória da oposição no comando
Foi instalada nesta quarta-feira (20), no Congresso
Nacional a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI), destinada a apurar descontos irregulares em
benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). A composição da mesa diretora resultou em
uma derrota para o governo federal, após intensa
disputa pela presidência do colegiado.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito para
comandar os trabalhos com 17 votos a favor, contra
14 obtidos pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que
contava com o apoio do Palácio do Planalto. A
vitória de Viana foi consolidada com o respaldo de
partidos de oposição, que alteraram a correlação de
forças durante a sessão.
Em sua primeira decisão, o novo presidente indicou o
deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para assumir a
relatoria da comissão. A escolha de um nome ligado
ao bolsonarismo reforça a expectativa de que a
oposição utilizará a CPMI como espaço de confronto
político ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Integrada por 16 senadores e 16 deputados, além de
suplentes, a comissão terá prazo inicial de 120 dias
para concluir as investigações – período passível de
prorrogação. O foco dos trabalhos será a apuração de
supostos descontos não autorizados em aposentadorias
e pensões, com possível alcance em instituições
financeiras e empresas de crédito consignado.
Fonte: Diap

21/08/2025 -
EmpregAI já ajudou mais de 10 mil pessoas a
conseguirem trabalho desde junho
Ferramenta de inteligência artificial da CTPS
Digital conecta trabalhadores a vagas do SINE com
mais agilidade e foco em públicos vulneráveis
Lançado em junho de 2024, o EmpregAI é uma
ferramenta integrada ao aplicativo da Carteira de
Trabalho Digital (CTPS Digital) que utiliza
inteligência artificial para conectar trabalhadores
às oportunidades disponíveis no Sistema Nacional de
Emprego (SINE).
Em pouco mais de um ano, o sistema já contribuiu
para a contratação de 10.504 pessoas, por meio das
vagas intermediadas pela rede SINE.
Desenvolvida pela Dataprev, a funcionalidade analisa
os dados dos perfis profissionais cadastrados e os
cruza com as vagas em aberto, identificando as
melhores correspondências e enviando notificações
personalizadas diretamente aos trabalhadores.
Até julho de 2025, o EmpregAI havia disparado 15
milhões de alertas para 3,4 milhões de usuários, dos
quais 191.373 se candidataram às vagas indicadas e
foram encaminhados para entrevistas.
Segundo o secretário de Qualificação, Emprego e
Renda do MTE, Magno Lavigne, a ferramenta faz parte
do processo de modernização do SINE e representa um
avanço significativo na forma como os brasileiros
acessam as oportunidades de trabalho. “Essa
funcionalidade aumenta as chances de uma candidatura
rápida e certeira, preenchendo as vagas com mais
agilidade, o que é essencial num momento em que o
mercado de trabalho está aquecido no Brasil”,
afirmou.
Lavigne também destacou que o aplicativo da CTPS
Digital oferece sugestões de cursos de qualificação,
ampliando as possibilidades de inserção e
desenvolvimento profissional dos trabalhadores.
Outro dado importante é que, até julho, 732 mil
pessoas notificadas estavam registradas no Cadastro
Único, o que indica que se tratam de cidadãos em
situação de vulnerabilidade social. Desse grupo,
1.900 foram contratados por meio das recomendações
geradas pelo aplicativo.
Sistema Público de Emprego
Coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a
Rede SINE celebra 50 anos em outubro de 2025.
Presente em todo o Brasil, a rede atua por meio de
convênios com os 27 estados, 12 capitais e 12
municípios, oferecendo atendimento à população em
cerca de 1.500 postos. Entre seus principais
serviços estão a intermediação de mão de obra, com
captação de vagas e encaminhamento de trabalhadores
para entrevistas, além do suporte no acesso ao
seguro-desemprego e a diversos benefícios
trabalhistas.
No aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS
Digital), é possível solicitar os mesmos serviços
oferecidos nas agências físicas do SINE. Além disso,
os trabalhadores têm acesso aos contratos de
trabalho vigentes, vínculos anteriores, apoio
financeiro, abono salarial, benefício emergencial,
notificações sobre qualificação profissional,
solicitação de crédito, canal para denúncias
trabalhistas, além dos extratos do CAGED e do FGTS.
Como se candidatar a vagas pelo aplicativo da
CTPS Digital
Para acessar o serviço de busca de vagas no aplicativo
da Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador
precisa atualizar suas informações pessoais e os
objetivos profissionais. Essa atualização pode ser
feita ao clicar no ícone de “maleta”, localizado na
barra inferior da tela, ou na aba “emprego”, no menu
de opções.
Após atualizar os dados, o trabalhador passará a
receber notificações sempre que surgir uma vaga
compatível com seu perfil profissional e localização
informados.
Como acessar:
O acesso ao aplicativo pelo celular é feito por meio
do login único do governo federal, pelo
GOV.BR.
Fonte: MTE

21/08/2025 -
Importações crescem e preocupam setor calçadista
brasileiro
Em julho, número de pares importados quase dobrou
As importações de calçados vêm mantendo um ritmo
acelerado nos últimos meses e trazendo preocupações
para o setor no Brasil. Só em julho deste ano, o
país importou US$ 66 milhões em calçados, maior
valor já importado em dólares desde o início da
série histórica, iniciada em 1997.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de
Calçados (Abicalçados), 4,2 milhões de pares de
calçados foram importados em julho, o que
representou aumento de 98,5% em relação ao mesmo
período do ano passado. Em receita, o aumento foi de
89,6%.
Nos sete primeiros meses de 2025, as importações
somaram 26,58 milhões de pares e US$ 337,8 milhões,
o que representou aumento tanto em volume (+27,5%)
quanto em receita (+30,5%) na comparação ao mesmo
período de 2024.
Exportações em baixa
Ao mesmo tempo, as exportações estão em queda. Em
julho, mais de 7,18 milhões de unidades foram
embarcadas, somando US$ 76,74 milhões. Isso
representou queda de 7,3% em volume e um recuo de
11,8% em relação à receita, na comparação com o
mesmo mês do ano passado.
Já nos sete primeiros meses de 2025, as exportações
ainda seguem positivas, mas em um ritmo decrescente.
No período, foram embarcados para o exterior 59,88
milhões de pares, um incremento de 6,6%. Essas
vendas geraram US$ 574 milhões, o que representa um
crescimento de 0,7%.
Segundo a Abicalçados, a desaceleração das
exportações se dá pelo acirramento da concorrência
internacional, principalmente porque a China
redirecionou suas exportações dos Estados Unidos
para outros mercados, para fugir da sobretaxa que
aplicada pelo governo norte-americano. Com isso, as
exportações brasileiras para a Europa e para a
América Latina têm sido diretamente impactadas.
Fonte: Agência Brasil

21/08/2025 -
Renda do 0,1% mais rico cresce cinco vezes mais que
a média geral
Estudo mostra que ganhos foram turbinados por
dividendos em seis anos
Entre os anos de 2017 e 2023, a parcela 0,1% mais
rica do país viu a renda crescer em uma velocidade
cinco vezes maior que o conjunto dos brasileiros. Em
seis anos, a renda real no topo da pirâmide,
composto por 160 mil pessoas, cresceu 6,9%,
superando o ritmo de 1,4% da média dos brasileiros.
Com essa diferença, o 0,1% mais rico deixou de deter
9,1% da renda do Brasil, em 2017, para concentrar
12,5%, em 2023.
A constatação está em um estudo elaborado pelo
FiscalData, um grupo de pesquisadores dedicados a
analisar dados sobre orçamento público e questões
tributárias, como declarações de imposto de renda.
O levantamento, assinado pelos economistas Frederico
Nascimento Dutra, Priscila Kaiser Monteiro e Sérgio
Gobetti, coletou informações do Imposto de Renda da
Pessoa Física (IRPF) divulgadas pela Receita
Federal.
Gobetti é pesquisador do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), Kaiser Monteiro é
economista graduada pela UFRGS, com mestrado pela
PUC-RS, e Nascimento Dutra é economista e cientista
de dados na empresa Minsait.
R$ 516 mil por mês
Ao dividir os contribuintes em estratos, o estudo
classifica o grupo do 0,1% mais rico com renda
mensal a partir de R$ 146,1 mil. Essas 160 mil
pessoas, entretanto, têm uma renda média mensal de
R$ 516 mil.
Os economistas também conseguiram calcular a
concentração de renda em um grupo ainda mais
restrito: as 16 mil pessoas que correspondem ao
0,01% mais rico do Brasil. Em 2017, elas detinham
4,3% da renda nacional, percentual que subiu para
6,2% em 2023. A renda média do grupo é de R$ 2,57
milhões mensais.
O estudo também retrata um grupo mais amplo, porém
ainda bem restrito: o 1% mais rico ─ 1,6 milhão de
pessoas que ganham a partir de R$ 34,7 mil mensais.
Eles também viram sua participação na renda nacional
subir, de 20,4% para 24,3%, entre 2017 e 2023. Esse
grupo tem renda média de R$ 103,8 mil por mês.
Enquanto a renda do 1% mais rico cresceu 4,4% ao ano
de 2017 a 2023, a economia brasileira se expandiu
1,8% ao ano, e a renda das famílias brasileiras como
um todo, 1,4% ao ano. Todas as variações são reais,
já descontadas a inflação do período (49,7%).
Com base nesses dados, os pesquisadores avaliam que
o país ficou mais desigual de 2017 a 2023.
Fonte: Agência Brasil

20/08/2025 -
Sindicalistas pedem mudanças nas reformas
trabalhista e da Previdência
A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados
realizou debate, na última quinta-feira (14), sobre
a reforma trabalhista, a reforma da Previdência e
a Lei das Terceirizações.
Durante audiência pública, sindicalistas entregaram
uma carta-manifesto aos parlamentares propondo
mudanças. O documento aponta que, desde que as
reformas entraram em vigor, direitos trabalhistas
foram cortados, salários caíram, aposentadorias e
pensões ficaram mais difíceis e a precarização do
trabalho aumentou, afetando tanto o setor privado
quanto o público.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que pediu o
debate, destacou os avanços na Câmara para corrigir
essas situações. "Nós temos as PECs [propostas de
emenda à Constituição] que falam de eliminar a
jornada 6x1, de assegurar a vida para, além do
trabalho e temos projetos que asseguram o devido
enquadramento sindical e direitos que foram
retirados."
Fonte: Agência Câmara

20/08/2025 -
Eletricitários debatem NR15 e NR10 com Ministro do
Trabalho
Eletricitários debatem NR15 e NR10 durante
reunião com Ministro do Trabalho, em busca de maior
proteção aos trabalhadores
Representantes dos eletricitários se reuniram com o
Ministro do Trabalho e Emprego, Luís Marinho, em
encontro de grande relevância.
Eduardo Annunciato Chicão, representando a Força
Sindical, CNTI, Fenatema e Sindicato dos
Eletricitários de SP, destacou que é preciso que o
movimento sindical participe efetivamente da
elaboração das normas para proteger os
trabalhadores.
“Sem diálogo, aumentam os riscos ocupacionais e os
prejuízos para a categoria. Queremos garantir que as
normas priorizem a saúde, a segurança e a
integridade de todos os eletricitários”, reforça
Chicão.
Esteliano Neto, pela Fruse/CUT, acrescentou que
alterações realizadas pelo governo anterior
reduziram a segurança e aumentaram os riscos.
“Nossa voz deve ser ouvida para evitar prejuízos”,
completou.
Durante o encontro, eles debateram os dilemas
referentes às normas NR15 e NR10, ressaltando a
necessidade de participação do setor.
O Ministro Luís Marinho afirmou que o governo está
atento às demandas da categoria.
“Vamos avaliar propostas para fortalecer a segurança
e os direitos dos trabalhadores”, afirmou Marinho.
A categoria espera que a participação nos debates
seja ampliada e que futuras alterações normativas
priorizem a saúde e integridade dos profissionais.
O encontro reforça a importância do diálogo entre
governo e trabalhadores para construir normas mais
justas e eficazes no setor elétrico.
Fonte: Rádio Peão Brasil

20/08/2025 -
Ministro do Trabalho, Marinho tem atuação apagada em
pasta e é cobrado por Lula
Titular da pasta teve papel secundário no pacote
pós-tarifaço e não emplacou seus projetos; troca,
entretanto, é descartada
Um dos mais longevos amigos do presidente Lula na
Esplanada dos Ministérios, o titular do Trabalho,
Luiz Marinho, tem ficado escanteado no governo e
acumula derrotas em propostas que se comprometeu a
emplacar ao assumir. Do fim do saque-aniversário do
FGTS à regulamentação dos trabalhadores autônomos de
aplicativos, Marinho falhou em impulsionar seus
projetos. O papel secundário na gestão petista ficou
evidente na formatação do plano de socorro a
empresas afetadas pelo tarifaço de Donald Trump,
anunciado na semana passada, quando foi pouco
envolvido nas discussões e a única medida que
defendeu acabou ficando fora.
Apesar da falta de resultados e das críticas
internas e externas, a permanência de Marinho no
governo é tida como certa até abril, quando deve
sair do cargo para disputar a reeleição como
deputado federal. A expectativa no governo é que ele
consiga deixar como sucessor seu
secretário-executivo, Francisco Macena. Procurado, o
ministro não quis dar entrevista.
No pacote em reação ao tarifaço, as centrais
sindicais e a pasta de Marinho queriam reeditar uma
iniciativa nos moldes do Programa de Proteção ao
Emprego (PPE), lançado em 2015 no governo Dilma
Rousseff, que permitia a redução de jornada de
trabalho com diminuição das remunerações e
compensação parcial das perdas salariais com
recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Prevaleceu, porém, o entendimento da equipe do
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que faria
mais sentido conceder crédito subsidiado a empresas
afetadas pelo tarifaço, condicionado à manutenção do
emprego. Pelo pacote atual, possíveis reduções de
jornada ficarão a cargo dos acordos coletivos, com
ou sem mediação do Ministério do Trabalho.
O próprio Marinho e auxiliares admitem a
interlocutores que a participação da pasta na
formulação do pacote foi pequena. O ministro não
participou, por exemplo, das reuniões com a
iniciativa privada para a formulação do programa.
Essa derrota se soma a uma fila de ideias e
propostas do ministro que não saíram do papel ou não
tiveram eficácia. Na semana passada, Marinho chegou
a ser publicamente cobrado por Lula durante evento
no Palácio do Planalto sobre a regulamentação da Lei
Paul Singer, sancionada em dezembro de 2024, que
cria uma política nacional para fomentar o
associativismo e o cooperativismo no país.
“Foi mais fácil aprovar a lei do que regulamentar, e
a regulamentação só depende de nós. Onde é que tem o
problema?”, questionou Lula, que também elogiou o
ministro e o chamou de “irmão” no mesmo discurso.
Aliados de Marinho dizem que suas dificuldades para
implementar sua agenda decorrem principalmente de um
Congresso hostil a pautas trabalhistas. Ressaltam,
ainda, que sua pasta entregou a política de
valorização do salário mínimo, uma promessa de
campanha de Lula. As derrotas, porém, ocorreram em
maior número.
Saque-aniversário
Uma das principais promessas de Marinho ao assumir o
cargo em 2023 era acabar com o saque-aniversário do
FGTS. A proposta não foi encampada no governo e
sofreu resistência do setor financeiro, embora tenha
recebido apoio do segmento de habitação, que defende
a preservação dos recursos do fundo para
financiamento imobiliário, e de centrais sindicais,
a exemplo de CUT e UGT.
Uma das poucas vitórias de Marinho desde que assumiu
a pasta foi a edição de uma Medida Provisória no
início deste ano para liberar temporariamente o
saldo retido de trabalhadores demitidos entre
janeiro de 2020 e fevereiro de 2025 por terem optado
pelo saque-aniversário. A regra do bloqueio dos
valores do fundo em caso de demissão, criticada pelo
ministro, permaneceu.
Em fevereiro, o ministro disse publicamente ter
desistido da ideia de acabar com o saque-aniversário
pela falta de apoio político.
“O Parlamento diz que não tem chance de prosperar (o
fim do saque-aniversário). Então não vou ficar
insistindo. Não vamos criar um constrangimento com o
Parlamento”, afirmou.
Outra agenda prioritária de Marinho era o projeto de
lei para garantir direitos a motoristas de
aplicativos. Após dois anos de discussão, o texto
foi enviado ao Congresso, mas perdeu força após a
oposição dos motoristas de aplicativo e críticas de
plataformas de entrega, que viam como inviável o
modelo proposto. O texto prevê o pagamento de ao
menos R$ 32,09 por hora de trabalho, remuneração de
um salário mínimo e contribuição de 7,5% ao INSS.
Aliados e empresas envolvidos nas tratativas dizem
que o fracasso do projeto é explicado principalmente
pela falta de diálogo do ministro com o Congresso e
de uma estratégia de comunicação.
Nesta terça-feira, será instalada na Câmara uma
comissão especial para tratar da regulamentação do
trabalho em aplicativos. O colegiado terá como
presidente o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA),
que classifica como “muito ruim” o projeto do
governo: “Não dá para aprovar algo que afaste os
motoristas e os aplicativos ao mesmo tempo. O
governo jogou uma proposta sem construir apoio com
ninguém.”
Outra derrota de Marinho foi o adiamento, em junho,
pela quinta vez, da entrada em vigor da portaria que
restringe o trabalho em feriados no comércio. A nova
data foi fixada para 1º de março de 2026. A decisão
representa mais um recuo do Ministério do Trabalho
em meio à pressão de entidades empresariais e da
Frente Parlamentar do Empreendedorismo, presidida
por Passarinho.
Fonte: InfoMoney

20/08/2025 -
AGU pede que STF priorize análise de lei da
igualdade salarial
Em manifestação, a Advocacia-geral argumenta que
a decisão é crucial para assegurar a segurança
jurídica e combater as desigualdades remuneratórias
entre homens e mulheres.
A AGU formalizou um pedido ao STF para que seja dada
prioridade na inclusão em pauta das ações que versam
sobre a lei de igualdade salarial entre homens e
mulheres (lei 14.611/23).
Em manifestação encaminhada ao STF na sexta-feira,
15 de agosto, a AGU argumenta que a apreciação do
tema pelo tribunal é de suma importância para
assegurar a segurança jurídica da política pública
que visa mitigar as disparidades salariais.
"Considerando a relevância social e econômica da
controvérsia, que envolve a efetividade do direito
fundamental à igualdade salarial entre mulheres e
homens e a conformidade de políticas públicas com
compromissos constitucionais e internacionais
assumidos pelo Brasil, requer-se a priorização da
inclusão dos feitos na pauta de julgamentos", consta
no documento da AGU.
A manifestação prossegue, afirmando que "a definição
célere da matéria é essencial para garantir
segurança jurídica, orientar a atuação dos entes
públicos e privados e garantir o avanço de política
pública que busca evitar a perpetuação de
desigualdades remuneratórias historicamente
verificadas no mercado de trabalho".
A lei 14.611/23, conhecida como lei de igualdade
salarial, estabelece a obrigatoriedade de igualdade
salarial e de critérios remuneratórios entre homens
e mulheres que exerçam funções equivalentes.
A lei também prevê que empresas com 100 ou mais
funcionários devem fornecer relatórios semestrais de
transparência salarial e de critérios
remuneratórios, que permitam comparar de forma
objetiva a remuneração de homens e mulheres.
O STF analisará duas ações que questionam dispositivos
da lei, bem como o decreto e a portaria do
Ministério do Trabalho e Emprego que a
regulamentaram (Decreto 11.795/23 e Portaria
3.714/23), e uma terceira ação que defende a
constitucionalidade da legislação.
As ADIns 7.612 e 7.631 foram apresentadas pela CNI,
Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e
Turismo e pelo Partido Novo, respectivamente.
Já a ADC 92 foi apresentada pela CUT, Confederação
Nacional dos Metalúrgicos e Confederação Nacional
dos Trabalhadores nas Indústrias Têxtil, Couro,
Calçados e Vestuário da Central Única dos
Trabalhadores.
A AGU defende a constitucionalidade da lei,
argumentando que a legislação é fundamental para
combater a persistente desigualdade salarial de
gênero no Brasil, além de estar em consonância com
as normas constitucionais e os compromissos
internacionais assumidos pelo país, como a Convenção
da OIT - Organização Internacional do Trabalho sobre
igualdade de remuneração, a CEDAW - Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Contra a Mulher e os ODS - Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU
relacionados à igualdade de gênero e ao trabalho
decente.
Dados estatísticos apresentados na manifestação da
Advocacia-Geral demonstram que a desigualdade
salarial de gênero é um problema persistente no
Brasil.
De acordo com o Dieese - Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos, no 4º
trimestre de 2023, as mulheres recebiam 22,3% a
menos que os homens. Em contrapartida, mulheres em
cargos de diretoria ou gerência ganhavam, em média,
29,5% a menos que seus colegas homens.
Em âmbito global, o Relatório Global de Desigualdade
de Gênero 2023, do Fórum Econômico Mundial, que
acompanha a igualdade de gênero em 102 países desde
2006, revelou uma disparidade de 68,6% na
remuneração entre os gêneros.
O relatório também apontou que, no ritmo atual de
progresso, seriam necessários 131 anos para alcançar
a paridade entre homens e mulheres em todo o mundo.
As barreiras salariais enfrentadas pelas mulheres,
conforme os estudos mencionados, incluem
discriminação no ambiente de trabalho, assédio,
dificuldades em conciliar trabalho e
responsabilidades domésticas, e desafios
relacionados à disponibilidade de creches.
Segundo o Dieese, no Brasil, os homens dedicam, em
média, 11 horas semanais a tarefas domésticas,
enquanto as mulheres dedicam quase 17 horas.
Fonte: Migalhas

20/08/2025 -
Advogados destacam regras e cuidados em férias
coletivas trabalhistas
Medida de Trump impacta empresas brasileiras, que
recorrem às férias coletivas para enfrentar os
efeitos do tarifaço sobre exportações.
Empresas de diversos setores econômicos do país
decidiram conceder férias coletivas aos
trabalhadores motivadas pela tarifa de 50% sobre a
importação de produtos brasileiros anunciada pelo
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão dos empresários reacendeu o debate sobre
essa modalidade de descanso utilizada como
alternativa para reduzir os eventuais impactos das
taxas norte-americanas.
As férias coletivas são períodos de descanso
concedidos simultaneamente a todos os funcionários
da empresa ou a um setor específico. Estão previstas
no artigo 139 da CLT e diferem das férias
individuais.
O período concedido é descontado do total de férias
anuais do empregado e o pagamento segue as mesmas
regras das férias individuais: Acréscimo de 1/3
constitucional, quitado até dois dias antes do
início.
Especialistas destacam que as empresas adotam as
férias coletivas como um período de folga aos seus
colaboradores, de maneira simultânea, em épocas
estratégicas. A legislação trabalhista determina que
as coletivas podem ser fracionadas em até duas vezes
em um mesmo ano, desde que cada período não seja
inferior a 10 dias corridos, e devem abranger todos
os funcionários da empresa ou de um mesmo setor.
"Conforme dispõe o artigo 139 da CLT, o empregador
pode optar por conceder férias coletivas aos seus
empregados. Contudo, é necessário o cumprimento de
providências formais, como a comunicação ao
sindicato da categoria e ao órgão do Ministério do
Trabalho competente, além da fixação de avisos aos
empregados", orienta a advogada Cíntia Fernandes,
especialista em Direito do Trabalho e sócia do Mauro
Menezes & Advogados.
"Ademais, a CLT determina que as férias coletivas
podem ser concedidas em até dois períodos anuais,
desde que nenhum deles seja inferior a dez dias
corridos", completa.
A especialista destaca também que a reforma
trabalhista de 2017 liberou o fracionamento de
férias para menores de 18 anos e maiores de 50 anos.
"As férias coletivas antecipadas consideram-se
concedidas em época própria. É importante destacar
que os dias das férias coletivas serão descontados
das férias individuais do empregado".
Conforme dispõe o artigo 136 da CLT, a época da
concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador. "Uma vez concedidas as
férias coletivas, eventuais dias restantes estão
condicionados à concessão das férias individuais,
devendo ser observados os períodos aquisitivos e
eventuais dias ainda disponíveis, com a dedução dos
períodos já gozados por conta das férias coletivas",
destaca o advogado trabalhista Ruslan Stuchi.
Lariane Del Vechio, advogada especialista em Direito
do Trabalho, alerta que, se a empresa decidir
conceder as férias coletivas, elas devem ser
aplicadas a todos os empregados da empresa ou a
setores inteiros. "Vale lembrar que é necessária a
comunicação com 15 dias de antecedência e a todos os
funcionários, devendo ser afixados avisos no local
de trabalho", pontua.
Os trabalhadores devem se atentar às regras das
férias coletivas para exigir o cumprimento dos seus
direitos. Além da comunicação prévia e do limite de
fracionamento, outra questão importante é o cálculo
da remuneração durante o período.
"Durante as férias coletivas, o trabalhador tem
direito à remuneração integral. Contudo, o pagamento
é proporcional ao número de dias de descanso,
obedecendo sempre à proporção de meses trabalhados
no período de um ano, acrescidos de 1/3 do valor da
remuneração do empregado", complementa Stuchi.
Caso o funcionário não esteja contratado há pelo
menos um ano na empresa, o pagamento do período de
descanso coletivo será proporcional ao tempo de
serviço a que tem direito.
"Mesmo os empregados que não completaram o período
aquisitivo de férias (12 meses) deverão gozar das
suas férias proporcionais (conforme os meses
trabalhados na fração de 1/12), iniciando-se um novo
período aquisitivo contado da data do início das
férias em questão", explica o advogado.
Fonte: Migalhas

19/08/2025 -
COP 30: Sindicalistas reforçam a pauta do trabalho
decente
Nos dias 21 e 22 de agosto, será realizado em Belém
o Encontro Regional COP 30 – Trabalho Decente na
Amazônia Legal, com o objetivo de discutir os
desafios trabalhistas diante da conferência
climática. O evento acontecerá no Auditório Ministro
Aluísio da Costa Chaves, no Tribunal Regional do
Trabalho da 8ª Região, e é organizado pelo Fórum da
Unidade Sindical da Amazônia Legal.
Com a participação de todas as centrais sindicais, a
atividade pretende reforçar a importância da
mobilização conjunta e ampliar o debate para além
das pautas oficiais da COP 30. A proposta é
relacionar a agenda ambiental à luta por melhores
condições de trabalho, conectando clima,
sustentabilidade e direitos trabalhistas.
Os dirigentes também chamam atenção para a realidade
dos trabalhadores da região Norte, que enfrentam
altos índices de precarização laboral. Por isso, o
encontro busca dar visibilidade às suas demandas e
assegurar que a transição climática seja acompanhada
de justiça social e valorização do trabalho decente.
O evento será em formato híbrido, permitindo a
participação de representantes de todo o país por
meio de transmissão virtual.
Fonte: NCST

19/08/2025 -
Fiesp mantém projeção de crescimento do PIB em 2,4%
Apesar de desafios internacionais, Fiesp atualiza
suas expectativas econômicas e mantém a projeção de
crescimento do PIB em 2,4% para 2025.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
divulgou uma atualização de seu boletim de
estatísticas e expectativas sobre os principais
índices econômicos. A entidade confirmou a projeção
de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em
2,4% para o ano de 2025.
Inicialmente, a Fiesp considerou elevar a estimativa
para 2,6%, porém, a expectativa anterior foi
mantida. Essa decisão foi influenciada por um
cenário internacional menos favorável, especialmente
devido ao início da implementação de tarifas pelo
governo dos Estados Unidos.
O mercado financeiro também revisou suas projeções
de crescimento econômico para baixo, estimando um
PIB de 2,21% para o final de 2025.
Apesar da perspectiva geral ainda ser positiva, a
análise da Federação aponta para uma retração em
alguns setores específicos. A agropecuária deve
apresentar um recuo de 0,6%, enquanto a indústria de
transformação pode sofrer uma queda de 0,7%. Além
disso, espera-se uma diminuição moderada no consumo
governamental, com uma redução de 0,4%, e nos
investimentos, com um recuo de 0,7% nos recursos
mobilizados.
Essa restrição financeira internacional é um fator
determinante para a queda nos investimentos, somada
à incerteza em anos eleitorais, com a aproximação
das eleições presidenciais e estaduais em 2026, e ao
aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos a
diversos parceiros comerciais, incluindo o Brasil.
As importações também devem apresentar uma queda,
refletindo a desaceleração da atividade econômica,
com um recuo de 1,5%.
Em contrapartida, o monitoramento da Fiesp indica
uma tendência de crescimento moderado de 0,4% para o
setor industrial como um todo e de 0,3% para o setor
de serviços. O consumo das famílias também deve
aumentar, com uma expansão da demanda de 0,6%. Mesmo
diante da incerteza no cenário internacional, a
entidade mantém a expectativa de crescimento das
exportações, com um avanço discreto de 0,2%.
Fonte: Congresso em Foco

19/08/2025 -
CPMI do INSS será instalada na quarta-feira
A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI)
sobre fraudes no INSS vai começar na próxima
quarta-feira (20), às 11h. Na reunião de instalação
da CPMI, senadores e deputados elegerão o presidente
e o vice-presidente do colegiado. Em seguida, deverá
ser indicado o relator.
O objetivo da CPMI é investigar descontos indevidos
em benefícios de segurados do INSS. O pedido de
criação da CPMI foi apresentado em 12 de maio pela
senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela
deputada Coronel Fernanda (PL-MT). As parlamentares
destacam que investigações da Polícia Federal e da
Controladoria-Geral da União, divulgadas em abril,
apontaram a existência de um esquema de cobrança de
mensalidades não autorizadas sobre os benefícios de
aposentados e pensionistas.
O requerimento teve o apoio de 223 deputados e 36
senadores — número superior ao mínimo exigido, que é
de 171 deputados e 27 senadores (um terço da
composição de cada Casa). A CPMI foi criada em
junho, com a leitura do pedido durante sessão do
Congresso.
A comissão mista será formada por 15 senadores e
15 deputados, além de mais um integrante de cada
Casa representando a Minoria. Essa vaga extra é
preenchida de forma rotativa entre as bancadas dos
partidos menores, garantindo que elas tenham a
oportunidade de participar das comissões mistas. No
total, serão 32 titulares e o mesmo número de
suplentes. As indicações devem respeitar o princípio
da proporcionalidade partidária.
Fonte: Agência Senado

19/08/2025 -
Câmara instala Subcomissão Especial sobre escala de
trabalho 6x1
A Câmara dos Deputados realizará, nesta terça-feira
(19), às 17h, a instalação e apresentação do plano
de trabalho da Subcomissão Especial da escala de
trabalho 6x1 (CTRAB/SUBJORNA). O local da reunião
ainda será definido.
Segundo apuração da Contatos Assessoria Política, a
subcomissão será presidida pela deputada Erika
Hilton (PSOL-SP) e terá como relator o deputado Luiz
Gastão (PSD-CE).
Entre as matérias que poderão ser discutidas está a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2025, de
autoria da deputada Erika Hilton e outros
parlamentares, que altera o inciso XIII do artigo 7º
da Constituição Federal para reduzir a jornada de
trabalho no Brasil para quatro dias por semana.
Confira a tramitação da PEC 8/2025
Fonte: NCST

19/08/2025 -
Número de pessoas em busca de emprego há mais de um
ano diminui 21%
Segundo IBGE, 1,9 milhão de pessoas buscavam
ocupação há mais de 1 ano
O Brasil alcançou, no segundo trimestre de 2025, o
menor número de pessoas desempregadas há mais de um
ano já registrado. O recorde está na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua) Trimestral, divulgada na sexta-feira (15).
Ou seja, o número de trabalhadores (1,913 milhão) em
busca de emprego nos meses de abril, maio e junho
deste ano é o menor desde 2012, quando começou a
série do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O dado representa redução de 21% na comparação com o
mesmo período do ano passado, quando esse
contingente somava 2,4 milhões de pessoas.
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado
de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais de
idade e leva em conta todas as formas de ocupação,
seja emprego com ou sem carteira assinada,
temporário e por conta própria, por exemplo.
Só é considerada desocupada a pessoa que
efetivamente procura emprego. O IBGE visita 211 mil
domicílios em todos os estados e no Distrito
Federal.
Tempos de procura
Os pesquisadores detalham quatro estratos de tempo em
busca de trabalho. Em todas as faixas, houve redução
em relação ao mesmo trimestre de 2024:
- menos de um mês: -16,7%;
- de um mês a menos de um ano: -10,7%;
- de um a menos de dois anos: -16,6%;
- dois anos ou mais: - 23,6%.
No grupo que está em busca por uma vaga de um mês a
menos de um ano, o contingente de 3,2 milhões também
é o menor já registrado desde 2012 (queda de 18,5%
desde então).
No estrato de um ano a menos de dois, os 659 mil
desocupados também são o menor contingente da série
(queda de 34,8% ante 2012).
O analista da pesquisa, William Kratochwill, aponta
que há tendência de queda no percentual de pessoas
que estão em uma longa busca por ocupação.
“O mercado está gerando oportunidades que estão
absorvendo as muitas pessoas, inclusive aquelas que
tinham mais dificuldade de encontrar um posto de
trabalho”, diz.
Mercado aquecido e recordes
No último dia 31, o IBGE tinha anunciado que a taxa de
desemprego no país no segundo trimestre ficou em
5,8%, a menor da série histórica. A Pnad mensal
havia apontado também recordes no emprego com
carteira assinada (39 milhões de pessoas) e
rendimento médio mensal do trabalhador (R$ 3.477).
A Pnad trimestral de sexta-feira traz detalhes
referentes às unidades de federação e perfil da
população. A pesquisa apontou que, no segundo
trimestre, o desemprego caiu em 18 das 27 unidades
da federação, ante o primeiro trimestre. Nos
estados, a taxa varia de 2,2% (Santa Catarina) a
10,4% (Pernambuco).
Outro dado de destaque é que 12 estados atingiram o
menor nível de desemprego para um segundo trimestre
em toda a série histórica: Amapá (6,9%), Rio Grande
do Norte (7,5%), Paraíba (7%), Alagoas (7,5%),
Sergipe (8,1%), Bahia (9,1%), Minas Gerais (4%),
Espírito Santo (3,1%), São Paulo (5,1%), Santa
Catarina (2,2%), Rio Grande do Sul (4,3%) e Mato
Grosso do Sul (2,9%).
Kratochwill avalia que o ano de 2025 tem se mostrado
diferente dos anteriores, quando o desemprego
costuma subir no início do ano, por causa da
dispensa dos contratados temporários do fim do ano
anterior.
“Este ano, o primeiro trimestre mostrou que o
mercado estava disposto a absorver grande parte
dessa mão de obra temporária”, afirma.
“O mercado de trabalho está resistente a pioras, e
os dados do segundo trimestre confirmam isso”,
completa.
O pesquisador acrescenta que a dinâmica de emprego
fortalecida causa outros efeitos na economia, como
redução de informalidade (proporção de pessoas sem
registro e garantias trabalhistas, 37,8% da
população ocupada), aumento de postos com carteira
assinada e do salário.
“Isso traz um certo vigor para o mercado de
trabalho, que apresenta melhora de condições dos
trabalhadores”.
Ele aponta ainda que os dados regionais mostram que
essa melhora é regionalizada no país. “Muitos
estados apresentaram reações muito positivas,
acompanhando os dados do país”.
Perfil do trabalhador
A Pnad revelou que no segundo trimestre, o desemprego
pesava mais para mulheres e pretos e pardos.
A taxa entre mulheres foi de 6,9%, enquanto a dos
homens, 4,8%. Entre os brancos, a taxa também foi de
4,8%, abaixo da de pretos (7%) e pardos (6,4%).
A taxa para as pessoas com ensino médio incompleto
(9,4%) foi maior que as dos demais níveis de
instrução analisados. Entre quem tem nível superior
incompleto, foi de 5,9%, quase o dobro de quem tem
nível superior completo (3,2%).
Fonte: Agência Brasil

18/08/2025 -
Desemprego cai em 18 estados no segundo trimestre
Média do país também é a mais baixa já registrada
A taxa de desocupação do país no segundo trimestre
de 2025 caiu em 18 das 27 unidades da federação e
ficou estável nas outras nove na comparação com o
primeiro trimestre. A taxa média chegou a 5,8%, a
menor da série iniciada em 2012.
As maiores taxas foram registradas em Pernambuco
(10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%);
enquanto as menores foram em Santa Catarina (2,2%),
Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral
divulgada sexta-feira (15) pelo IBGE.
Das 27 unidades da federação, 12 atingiram no
segundo trimestre o menor nível de desemprego já
registrado pela série histórica.
Os estados com as mínimas históricas de desemprego
são: Amapá (6,9%), Rio Grande do Norte (7,5%),
Paraíba (7%), Alagoas (7,5%), Sergipe (8,1%), Bahia
(9,1%), Minas Gerais (4%), Espírito Santo (3,1%),
São Paulo (5,1%), Santa Catarina (2,2%), Rio Grande
do Sul (4,3%) e Mato Grosso do Sul (2,9%).
O IBGE já havia divulgado que a média nacional
também é a menor já registrada, 5,8%.
Metodologia
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de
trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em
conta todas as formas de ocupação, seja emprego com
ou sem carteira assinada, temporário e por conta
própria, por exemplo. Só é considerada desocupada a
pessoa que efetivamente procura emprego. São
visitados 211 mil domicílios em todos os estados e
no Distrito Federal.
Fonte: Agência Brasil

18/08/2025 -
Nota das Centrais: Unidos pela soberania
O Brasil vive um momento decisivo. É hora de as
forças populares, democráticas e progressistas se
erguerem para defender a soberania nacional e os
direitos do nosso povo. Não aceitaremos que
interesses externos ditem o destino do país.
Governo, empresários comprometidos com a pátria e
trabalhadores devem apostar no fortalecimento do
consumo interno e na conquista de novos mercados
para nossas exportações.
O presidente Lula conduz uma política soberana,
voltada para o fortalecimento das instituições e
para soluções que protejam o país das ações
imperialistas que partem do governo dos Estados
Unidos, liderado por Donald Trump, e que, para
indignação do povo, contam com a família Bolsonaro e
com a extrema-direita nacional.
Não passarão! O povo brasileiro já reconhece as
manobras daqueles que traem a nação em troca de
benefícios pessoais.
A crise internacional está posta e o Brasil está
sendo injustamente atacado. Por isso, a soberania
deve ser o lema deste 7 de Setembro, Dia da
Independência.
Convocamos todos e todas – trabalhadores,
empresários, movimentos sociais, estudantes,
lideranças partidárias, parlamentares, lideranças
religiosas, artistas, intelectuais, militares,
organizações da sociedade civil e o povo brasileiro
– a se mobilizar para reafirmar: o Brasil é dos
brasileiros!
É hora de lutar:
Pela defesa intransigente da soberania nacional e
democracia com justiça social!
Sem anistia para golpistas e traidores da pátria!
São Paulo, 15 de agosto de 2025
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova
Central Sindical de Trabalhadores)
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos
Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical
José Gozze, presidente da Pública
Frente Brasil Popular
Frente Povo Sem Medo
Fonte: NCST

18/08/2025 -
MTE cria Câmara Nacional para acompanhar e preservar
empregos diante de tarifas dos EUA
Colegiado vai monitorar impactos sobre setores
produtivos, propor medidas para evitar demissões e
fortalecer negociações entre trabalhadores e
empregadores
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou,
nesta quinta-feira (14),
portaria nº 1.381, de 13 de agosto de 2025, que
cria a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego,
responsável por monitorar, analisar e propor ações
para preservar postos de trabalho no país. A medida
é uma resposta aos impactos causados pelas tarifas
impostas pelo governo dos Estados Unidos a setores
produtivos do Brasil.
Entre as atribuições do novo colegiado estão
acompanhar estudos e diagnósticos sobre o nível de
emprego nas empresas diretamente afetadas pelas
tarifas, bem como avaliar os efeitos indiretos nas
cadeias produtivas. A câmara também será responsável
por monitorar obrigações e benefícios relacionados à
folha de pagamento, estimular negociações coletivas
e mediar conflitos para evitar demissões,
especialmente em casos de lay-off, suspensão
temporária de contratos, férias coletivas ou
flexibilização de bancos de horas.
A atuação da Câmara também envolverá a fiscalização,
por meio da Inspeção do Trabalho, do cumprimento dos
acordos firmados para a manutenção dos empregos. O
colegiado será formado por representantes titulares
e suplentes da Secretaria Executiva, Secretaria de
Estudos e Estatísticas do Trabalho, Secretaria de
Inspeção do Trabalho, Secretaria de Proteção ao
Trabalhador, Secretaria de Relações do Trabalho e
Coordenação-Geral de Unidades Descentralizadas.
Além disso, as Superintendências Regionais do
Trabalho e Emprego instituirão Câmaras Regionais de
Acompanhamento do Emprego, com composição mínima
equivalente à da instância nacional, ajustada à
realidade local e com atribuições alinhadas às
previstas na portaria. Essas câmaras regionais
atuarão para aproximar trabalhadores e empregadores,
promovendo mesas de negociação voltadas às
necessidades de cada região, acompanhando o
pagamento de benefícios trabalhistas e garantindo o
cumprimento da legislação.
A coordenação da Câmara Nacional de Acompanhamento
do Emprego ficará a cargo da Secretaria de Relações
do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
Fonte: MTE

18/08/2025 -
Motta afirma que isenção do IR para salários de até
R$ 5 mil deve ir ao Plenário nos próximos dias
Presidente reforça que as medidas para combater o
tarifaço terão amplo apoio na Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), afirmou que a proposta (PL
1087/25) que concede isenção de Imposto de Renda a
quem ganha até R$ 5 mil pode ir ao Plenário nos
próximos dias. Segundo ele, o tema é prioridade da
Casa neste semestre.
Em entrevista à GloboNews, Motta ressaltou que o
relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) foi
aprovado por unanimidade, e isso é um sinal de que
há um ambiente favorável à aprovação da proposta
pelos parlamentares.
Tarifaço
Motta também foi questionado sobre a medida provisória
(MP) editada pelo governo de auxílio às empresas
afetadas pelo tarifaço. O presidente reforçou que em
momento algum a Câmara deixou de cumprir suas
obrigações em relação às respostas às decisões do
governo norte-americano. De acordo com o
parlamentar, essas medidas terão amplo apoio dentro
da Câmara.
“Essa MP traz um apoio aos setores afetados pelas
tarifas e será uma prioridade dentro do Congresso.
Não vamos hesitar. Vamos proteger nossas indústrias,
empregos, empresas. Esse é o interesse de todos que
têm compromisso com o País”, afirmou o presidente.
Eduardo Bolsonaro
Motta também afirmou que discorda da atuação do
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em favor das
restrições econômicas impostas ao País. Segundo ele,
os interesses pessoais não podem ser colocados acima
dos interesses do Brasil.
“É um trabalho contra o país, que prejudica empresas
e a economia, não acho razoável. Temos total
discordância e, dentro da própria direita também há
discordância, porque são questões indefensáveis”,
criticou Motta.
Fonte: Agência Câmara

18/08/2025 -
Fim da escala 6x1 aumenta produtividade e qualidade
de vida, aponta debate
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) debateu a
redução da jornada semanal e o fim da escala 6x1.
Especialistas destacaram benefícios à saúde,
produtividade e qualidade de vida. O senador Paulo
Paim (PT-RS), que requereu a audiência, defendeu a
redução gradual de 44 para 36 horas de trabalho
semanais. Também foram discutidos temas como
pejotização e a atualização da carga horária após
quatro décadas sem mudanças. O tema também está em
discussão na Câmara dos Deputados.
Fonte: Agência Senado

18/08/2025 -
Ajudar as empresas, repudiar o agressor – João
Guilherme Vargas Netto
Que fique bem claro. Com o tarifaço de Trump não é o
exportador brasileiro para os Estados Unidos que
aumenta seus preços. É o comprador norte-americano
que paga mais, a diferença indo para o governo de
lá.
O exportador brasileiro, com as tarifas, ou diminui
seus preços ou cessa ou diminui as suas vendas aos
Estados Unidos e para auxiliá-lo provisoriamente o
governo brasileiro (com a renitente recusa
norte-americana de negociar) preparou um pacote de
30 bilhões de reais de compras governamentais,
aumento de crédito, alívio e postergação de
cobranças com a contrapartida – reivindicada e
proposta pelas direções sindicais na carta entregue
ao presidente Lula no Conselhão – da manutenção de
empregos, sem demissões.
A ajuda destina-se especificamente às empresas
atingidas, com critérios pontuais e com duração
limitada.
Como é de interesse dos trabalhadores e reivindicado
pelas direções sindicais, o movimento sindical deve
ser participante desse processo, auxiliando as
empresas (principalmente as de médio e pequeno
porte) a fazerem jus ao auxílio.
Muito mais do que um mero conhecimento contábil, os
trabalhadores e as trabalhadoras em cada empresa
sabem o que deve ser e o que pode ser feito com o
auxílio, reorientando as vendas, principalmente,
para o mercado interno.
Desta forma, confirmada a disposição governamental
de auxiliar as empresas, as direções sindicais devem
orientar os sindicatos a como ajudá-las, uma atitude
que é também de fiscalização do nível de empregos.
Isto, no que diz respeito às tarifas. Quanto à
agressão de Trump à democracia, às instituições e ao
Brasil, o repúdio mais veemente deve ser organizado,
pondo a nu a traição nacional dos bolsonaristas
ensandecidos.
João Guilherme Vargas Netto. Consultor sindical
de entidades de trabalhadores.
Fonte: Agência Sindical

18/08/2025 -
TST condena empresa por investigar candidatos antes
de contratar
TST condena empresa Intercement a pagar R$ 100
mil por investigar antecedentes de candidatos sem
relação com a vaga
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho
condenou a Intercement Brasil S.A. a pagar R$ 100
mil por danos morais coletivos. A decisão ocorreu
porque a empresa investigava antecedentes criminais
de candidatos sem relação com o cargo.
O Ministério Público do Trabalho entrou com ação
civil pública e solicitou multa de R$ 20 mil por
candidato caso a prática continuasse. Além disso,
denunciou discriminação na seleção.
O MPT afirmou que recebeu relato de candidato
preterido na vaga de motorista, mesmo aprovado nos
exames admissionais, devido a restrição no SPC.
A Intercement confirmou que realizava consultas aos
órgãos de proteção ao crédito. Entretanto, explicou
que usava as informações apenas como referência, sem
restringir a contratação.
Instâncias inferiores haviam julgado a ação
improcedente, alegando ausência de prova de
discriminação direta. O TRT considerou que a prática
não justificava condenação automática.
No TST, o ministro relator Hugo Carlos Scheuermann
destacou que a investigação da vida pessoal do
candidato constitui invasão de privacidade. Ele
reforçou que a prática é ilegal quando não se
relaciona às funções do cargo.
Scheuermann ressaltou que alguns candidatos podem
ter sido preteridos com base em restrições
cadastrais, mesmo que empregados com antecedentes
também tenham sido contratados. Por isso, a proteção
à intimidade deve prevalecer.
A Primeira Turma do TST decidiu, por unanimidade,
acompanhar o voto do relator e confirmou a
condenação da Intercement Brasil, consolidando
jurisprudência em defesa da privacidade do
trabalhador.
Fonte: TST

15/08/2025 -
Centrais apoiam pacote pra deter o tarifaço
O Presidente Lula lançou nesta quarta (13), em
Brasília, o Plano Brasil Soberano. Pacote tem o
objetivo de atenuar os impactos do tarifaço dos EUA
às exportações de nossos produtos. Ele se divide em
três eixos: proteção dos trabalhadores,
fortalecimento do setor produtivo e diplomacia
comercial.
Governo oferecerá uma linha de crédito de R$ 30
bilhões para empregadores, com prioridade para
setores mais afetados pelas taxações e as empresas
de menor porte. Acesso aos recursos está
condicionado à manutenção dos empregos.
Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Fórum das
Centrais Sindicais, afirma que as medidas são fruto
de diálogo com o movimento sindical. Ele diz:
“Pacote abrange muitas das ações presentes no
documento das Centrais entregue a Lula e Alckmin. É
uma reação importante, que traz tranquilidade a
empresários e trabalhadores”.
Mesa – Uma sugestão das Centrais acolhida pelo
governo é a instauração da Câmara Nacional de
Acompanhamento do Emprego, com atuação coordenada
pelas Superintendências Regionais do Trabalho. “As
mesas setoriais são importantes para garantir a
defesa dos interesses da classe trabalhadora”,
afirma.
Futuro – Clemente entende que o pacote de Lula está
bem desenhado, mas não descarta ajustes pontuais:
“Conforme forem identificados eventuais gargalos
setoriais, será possível realizar mudanças. Mas as
premissas do pacote estão corretas”, avalia.
Mais – Sites das Centrais Sindicais e da
Secretaria de Comunicação da Presidência da
República.
Fonte: Agência Sindical

15/08/2025 -
Taxação dos EUA contra o Brasil ameaça emprego e
renda, aponta Dieese
Descubra os impactos da taxação no comércio
brasileiro e como afeta setores e empregos no
segundo semestre de 2024.
O estudo
Impactos potenciais da taxação nos setores, nos
empregos e nas negociações coletivas do 2º semestre,
elaborado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos), apresenta um
panorama dos possíveis efeitos da nova taxação
imposta pelos Estados Unidos sobre produtos
brasileiros e como ela pode afetar a economia, o
emprego e as negociações coletivas já no segundo
semestre.
O estudo mostra que em 2024, o comércio entre os
dois países movimentou cerca de 81 bilhões de
dólares e, embora o déficit brasileiro tenha sido o
menor desde 2009, os EUA continuam sendo o segundo
principal destino das exportações nacionais.
As novas tarifas, que podem chegar a 50% para
produtos como aço e alumínio e a até 76% para carne
bovina, atingem setores estratégicos como café,
frutas, máquinas e equipamentos, siderurgia,
eletroeletrônicos, químicos e autopeças. Projeções
indicam que, no pior cenário, o país pode perder
mais de 720 mil postos de trabalho, com queda na
renda e impacto no PIB. Mesmo em uma hipótese mais
moderada, as perdas ainda seriam significativas,
especialmente na indústria de transformação e no
agronegócio.
As consequências também se estendem ao mundo do
trabalho: mais de 3 mil empresas brasileiras que
exportam para os EUA têm acordos coletivos ativos,
envolvendo quase 1,5 mil sindicatos, com
concentração nas regiões Sudeste e Sul. Esse cenário
coloca pressão não apenas sobre a produção e as
exportações, mas também sobre a renda dos
trabalhadores e a capacidade de negociação das
categorias afetadas.
O estudo aborda:
Estrutura das Tarifas
- Total de exportações afetadas (2024): US$ 40,4
bilhões.
- Divisão por categoria:
. “Tarifaço” (10 % + 40 %): US$ 14,5 bilhões (35,9 %)
. Tarifas adicionais de até 10 %: US$ 18 bilhões (44,6 %).
. Tarifas específicas (Seção 232): US$ 7,9 bilhões (19,5 %); incluem
sobretaxas de 25 % em autopeças e automóveis e de
50 % para aço, alumínio e cobre.
Impactos Econômicos
- A perda potencial é de 726 701 postos de
trabalho, com redução de R$ 38,87 bilhões em valor
adicionado e R$ 14,33 bilhões na massa salarial.
- A arrecadação de impostos cairia R$ 11,01 bilhões,
e o PIB encolheria 0,357 %.
- Sectores mais afetados: indústria de transformação
(metalurgia, alimentos, madeira, químico e
vestuário) e serviços.
- Com projeções menos pessimistas, o PIB poderia
cair 0,1 %, e as exportações, 1,19 %.
- A redução de exportações para os EUA seria
parcialmente compensada por efeitos positivos de
retaliações a outros países (ex.: China).
- A perda líquida de empregos seria de cerca de 57,3
mil vagas.
Setores Produtivos Atingidos
- Café: 34 % do consumo americano é brasileiro.
- Carne bovina: tarifas podem chegar a 76,4 %; perda
prevista de US$ 1 bilhão.
- Frutas: manga, uva e frutas processadas compõem 90 %
das exportações; risco de desemprego sazonal.
- Celulose e papel: tarifas em madeira e papéis;
anúncios de realocação de operações.
- Máquinas e equipamentos: 25 % das exportações vão
para os EUA (US$ 3,6 bi), com baixa possibilidade de
redirecionamento.
- Siderurgia: já sofre alíquota de 50 %; em 2024, os
EUA importaram 5,6 milhões de toneladas de placas de
aço, sendo 3,4 milhões do Brasil.
- Eletroeletrônicos: EUA representam 29 % das
exportações do setor.
- Químicos: apenas cinco NCMs estão isentos;
cancelamentos de pedidos já ocorrem.
- Autopeças: queda de 4,9 % nas exportações no 1º
semestre de 2025.
Negociações Coletivas Atingidas
- 3 075 empresas exportadoras para os EUA possuem
acordos coletivos em vigor.
- Os 1 459 sindicatos envolvidos concentram-se em
quatro setores: indústria (1 933 instrumentos),
serviços (175), rural (93) e comércio (68).
- Picos de negociações acontecem em maio, setembro e
novembro.
- Regionalmente, o Sudeste concentra a maioria dos
instrumentos (1 286), sobretudo em São Paulo
(1 005), seguido das regiões Sul (614) e
Centro-Oeste (58).
Ameaça
O estudo conclui que o “tarifaço” representa uma
ameaça significativa ao emprego e à renda, com
possibilidade de perdas massivas em setores
estratégicos.
Mesmo cenários moderados apontam queda no PIB e nas
exportações, sugerindo forte necessidade de
diversificar mercados e estratégias de negociação.
A pressão sobre sindicatos e negociações coletivas
tende a aumentar, especialmente em estados com
grande número de exportadoras, exigindo mobilização
e acompanhamento constante.
Fonte: Rádio Peão Brasil

15/08/2025 -
Superar desigualdade é tarefa urgente – Adriana
Marcolino
O Brasil saiu – pela 2ª vez – do Mapa da Fome. Isso
significa que menos de 2,5% da população sofre com
insegurança alimentar grave, de acordo com dados da
ONU (Organização das Nações Unidas) para a
Alimentação e a Agricultura.
A pobreza também caiu: de 2022 a 2023, passou de
31,6% para 27,4%, enquanto a extrema pobreza saiu de
5,9% para 4,4%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística). São números para
comemorar, resultado da retomada das políticas
públicas em 2023.
Entretanto, o problema que produz fome e pobreza
persiste: a forte desigualdade. Se o país não
enfrentar essa questão de forma estrutural, qualquer
crise econômica ou redução de política social pode
impulsionar novamente os índices de pobreza e fome.
A elevada desigualdade e concentração de renda tem
impactos profundos sobre a estrutura econômica e
social. Economicamente, limita o crescimento
sustentável, ao reduzir o consumo dos mais pobres;
desestimula a produtividade, ao restringir
oportunidades; e aumenta a instabilidade financeira,
com a concentração de capital em investimentos
especulativos.
Socialmente, intensifica a pobreza e a exclusão,
dificulta o acesso a serviços essenciais, como saúde
e educação, e favorece a insegurança. A desigualdade
também mina a confiança nas instituições
democráticas e pode favorecer relações
clientelistas, criando instabilidades que
comprometem o desenvolvimento de longo prazo.
Hoje, os 10% mais ricos ficam com 51,5% da renda
nacional, enquanto os 50% mais pobres têm só 14,4%.
Os mais ricos também contribuem pouco para o
financiamento do Estado: concentram 41,6% das
deduções no Imposto de Renda (2022). O sistema
tributário, que deveria corrigir distorções, reforça
a concentração.
Uma pessoa que ganha R$ 5.000 paga 9,57% de IRPF. Já
os altos aluguéis pagam apenas 2,54%. Lucros e
dividendos não são tributados, o peso dos impostos
sobre consumo é alto, há uso de paraísos fiscais e
brechas legais e a tributação sobre heranças não é
progressiva. É longa a lista de pontos que
privilegiam os mais ricos.
Não surpreende que o Brasil seja o 13º país mais
desigual do mundo, com o maior número de milionários
da América Latina: cerca de 433 mil (dados do
Relatório Global de Riqueza, 2025, do banco suíço
UBS).
A proposta do governo federal para mudar a tabela do
Imposto de Renda é um passo extremamente importante:
eleva a renda disponível para quem ganha até e a
tributação para quem recebe acima de R$ 50.000, além
de estabelecer a cobrança de imposto sobre lucros e
dividendos.
Contudo, é preciso dar novos passos para reduzir a
concentração de renda e assegurar que os mais ricos
contribuam mais, de acordo com a capacidade
contributiva, para o financiamento do Estado
brasileiro. Garantir que o país disponha de recursos
suficientes para oferecer saúde, educação, moradia,
mobilidade e políticas de cuidados de forma
efetivamente universal é fundamental para reduzir a
desigualdade.
Adriana Marcolino. Diretora-técnica do Dieese.
Fonte: Agência Sindical

14/08/2025 -
Subcomissão da Câmara debate PEC que propõe fim da
escala 6x1
Foi agendada para a próxima terça-feira (19), às
17h, reunião da subcomissão especial da Câmara dos
Deputados para análise o plano de trabalho do
colegiado. Entre os textos em debate há casa, consta
a PEC 8/25, apresentado pela deputada federal Erika
Hilton (PSOL-SP), que prevê o fim da escala 6x1 e a
redução da jornada máxima de trabalho para 36 horas
semanais, distribuídas em quatro dias.
A subcomissão será presidida pela própria Hilton e o
relator no colegiado é o deputado Luiz Gastão
(PSD/CE). A submissão, que é vinculada à Comissão de
Trabalho da Casa, planeja realizar audiências
públicas, seminários e reuniões técnicas com
especialistas no tema.
Até o momento, apenas o deputado Coronel Zucco
(PL-RS), líder da oposição, manifestou-se
contrariamente à proposta, alegando impactos nos
custos para empregadores. Para seguir adiante, a PEC
precisa primeiro ser aprovada pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser avaliada
por uma comissão especial.
A proposta reacende o debate sobre a flexibilização
da jornada de trabalho no país, tema que divide
opiniões entre sindicatos e setores empresariais.
Proposições relacionadas ao tema:
PEC 8/2025
Autor: Erika Hilton - PSOL/SP, Delegada Adriana
Accorsi - PT/GO, Túlio Gadêlha - REDE/PE e outros.
Dá nova redação ao inciso XIII, do artigo 7° da
Constituição Federal para dispor sobre a redução da
jornada de trabalho para quatro dias por semana no
Brasil.
O projeto dá fim à escala de trabalho 6x1 e
estabelece a jornada 4x3
PEC 221/2019
Autor: Reginaldo Lopes - PT/MG
Altera o Art. 7º inciso XII da constituição Federal,
reduzindo a jornada de trabalho a 36 horas semanais
em 10 anos.
PEC 148/2015
Autoria: Senador Paulo Paim (PT/RS), e outros
Altera o inciso XIII do art. 7º da Constituição
Federal, para reduzir a jornada de trabalho semanal.
PL 1105/2023
Autoria: Senador Weverton (PDT/MA)
Acrescenta artigo à Consolidação das Leis do
Trabalho, facultando a redução da jornada de
trabalho, desde que feita sem redução salarial.
Fonte: Diap

14/08/2025 -
Economia vai bem. É hora de valorizar o Setor
Elétrico
Os
últimos dados do IBGE mostram que a inflação de
julho ficou em 0,26%, acumulando 3,26% no ano. E a
boa notícia é que, pelo segundo mês seguido, o preço
dos alimentos caiu. Itens básicos da nossa mesa,
ficaram mais baratos. É um alívio para o bolso do
trabalhador e para os aposentados que vivem com
orçamento apertado.
No entanto, enquanto o custo da comida cai, a
energia elétrica continua subindo e já acumula alta
de 10,18% desde janeiro, sendo o principal impacto
na inflação do ano. Para quem trabalha no Setor
Elétrico, essa contradição é clara: temos
tecnologia, capacidade e mão de obra qualificada
para ampliar a produção e distribuição de energia
com mais eficiência e menor custo. O que falta é
investimento e planejamento estratégico que priorize
o emprego e a valorização da categoria.
A economia pode estar dando sinais de recuperação,
mas não basta que o PIB cresça ou que a inflação
esteja sob controle. Crescimento econômico só é bom
de verdade quando gera trabalho digno e valorização
para os trabalhadores. No Setor Elétrico, isso
significa contratar mais Eletricitários, investir em
manutenção preventiva, modernizar a rede e apostar
em fontes limpas e renováveis.
Hoje, muitos companheiros enfrentam sobrecarga de
trabalho, terceirização precarizada e falta de
segurança. É preciso mudar essa lógica. Uma economia
que vai bem precisa andar de mãos dadas com um Setor
Elétrico forte e comprometido com o interesse da
população.
Nós, do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo,
vamos continuar trabalhando para que essa retomada
econômica se traduza em mais oportunidades, melhores
salários e condições dignas de trabalho para todos
que, diariamente, arriscam suas vidas para garantir
a energia que move o Brasil.
Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São
Paulo e da Federação Nacional dos Trabalhadores em
Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA
Diretor de Educação da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria (CNTI)
Vice-presidente da Força Sindical
Fonte: Eletricitários

14/08/2025 -
"Pejotização é mais grave que a terceirização e
ameaça sistema de proteção social", alerta ministro
Luiz Marinho
Durante reunião com a Contar, ministro do
Trabalho e Emprego destacou que a prática compromete
direitos trabalhistas, reduz a arrecadação de fundos
essenciais e intensifica a precarização das relações
de trabalho no país
A pejotização é ainda mais grave que a
terceirização, pois prejudica não apenas os
trabalhadores diretamente, mas todo o país, ao
fragilizar o sistema de proteção social”, afirmou o
ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, nesta
terça-feira (12), durante reunião com representantes
da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais
(Contar).
O ministro do Trabalho e Emprego alertou que a
pejotização, prática em que empresas contratam
trabalhadores como pessoas jurídicas para exercer
funções típicas de empregados, representa um risco
ainda mais grave que a terceirização para as
relações de trabalho no Brasil. Segundo ele, essa
modalidade não apenas prejudica diretamente os
trabalhadores, mas compromete todo o sistema de
proteção social. Ao substituir vínculos formais por
contratos de prestação de serviços via CNPJ, há uma
queda significativa na arrecadação de fundos
essenciais, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), o Sistema S e a Previdência Social, recursos
fundamentais para o pagamento de benefícios como
seguro-desemprego, aposentadorias, auxílios e para o
financiamento de programas de qualificação
profissional.
Além disso, a pejotização fragiliza a rede de
direitos trabalhistas construída ao longo de
décadas, retirando garantias como férias
remuneradas, 13º salário, licença-maternidade e
estabilidade em situações específicas. Para o
ministro, essa prática integra um processo mais
amplo de precarização das relações de trabalho, com
impactos sociais e econômicos severos.
O tema será debatido em audiência pública no Supremo
Tribunal Federal (STF), e o ministro defende a
participação ativa de representantes da sociedade
civil organizada, considerando a relevância
estratégica do debate para o futuro do trabalho e
para a preservação das políticas públicas de
proteção ao trabalhador no país.
No Brasil, segundo a Contar, existem cerca de quatro
milhões de trabalhadores e trabalhadoras
assalariados, dos quais aproximadamente 60% atuam na
informalidade. Sem vínculo formal de emprego, esses
profissionais ficam privados de direitos
trabalhistas essenciais, como proteção
previdenciária, aposentadoria, auxílio-doença e
licença-maternidade. Além disso, muitos enfrentam
condições insalubres que colocam em risco sua saúde
e segurança, incluindo a falta de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs), transporte inadequado e
ambientes de trabalho degradantes.
Durante o encontro, o presidente da Contar, Gabriel
Bezerra Santos, apresentou uma pauta de
reivindicações acompanhado por representantes das
federações estaduais da entidade. O ministro Luiz
Marinho reafirmou o compromisso do MTE com a defesa
dos direitos trabalhistas e com o fortalecimento das
políticas voltadas à promoção do trabalho decente em
todas as cadeias produtivas. Ele ressaltou a
relevância dos pactos nacionais para impulsionar o
trabalho decente no meio rural e destacou o papel
estratégico das superintendências regionais do
trabalho nas mesas de negociação coletiva,
fundamentais para o avanço das tratativas no setor.
Fonte: MTE

14/08/2025 -
Governo anuncia R$ 30 bi em crédito para setores
afetados por tarifaço
Haddad diz que Brasil está sendo sancionado por
ser "mais democrático"
O governo federal lança nesta quarta-feira (13)
pacote de medidas para apoiar o setor produtivo
afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo
dos Estados Unidos. O plano de apoio prevê R$ 30
bilhões em crédito e será viabilizado por meio de
uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano.
Durante anúncio do plano de socorro, no Palácio do
Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
disse que o Brasil está sendo sancionado “por ser
mais democrático que o agressor”.
“Estamos numa situação muito inusitada. O Brasil é
um país que está sendo sancionado por ser mais
democrático que o seu agressor. É uma situação
inédita e muito incomum no mundo. Um país que não
persegue adversários, não persegue a imprensa, não
persegue escritórios de advocacia, não persegue
universidades, não persegue imigrantes legais ou
ilegais está sujeito a uma retaliação injustificável
do ponto de vista político e econômico.”
“Vamos enfrentar, como já enfrentamos várias
situações difíceis neste país. E vamos superar mais
essa dificuldade que é imposta de fora para dentro,
mas infelizmente com o apoio de alguns setores
radicalizados da sociedade brasileira”, completou o
ministro durante o evento.
Prioridades
De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o plano dará prioridade às menores companhias e a
alimentos perecíveis. “A gente está pensando em
ajudar as pequenas empresas, que exportam espinafre,
frutas, mel e outras coisas. Empresas de máquinas.
As grandes empresas têm mais poder de resistência.
Acho que vai ser importante para a gente mostrar que
ninguém ficará desamparado pela taxação do
presidente Trump”, disse o presidente nesta
terça-feira, em entrevista ao canal Band News.
O pacote de medidas também busca preservar os
empregos e ampliar os mercados alternativos para os
setores afetados.
“Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas,
vamos procurar achar outros mercados para essas
empresas. Estamos mandando a outros países a lista
das empresas que vendiam para os Estados Unidos
porque a gente tem um lema: ninguém larga a mão de
ninguém.”
As medidas de ajuda virão por meio de crédito
extraordinário ao Orçamento, recursos usados em
situações de emergência fora do limite de gastos do
arcabouço fiscal. Esse sistema foi usado no ano
passado para socorrer as vítimas das enchentes no
Rio Grande do Sul.
Fonte: Agência Brasil

14/08/2025 -
Hugo Motta define prioridades da Câmara e deixa
pautas da oposição fora da lista
PEC da Segurança Pública, Reforma Administrativa
e regulamentação da IA estão entre os temas; fim do
foro privilegiado e anistia dos envolvidos no 8/1
ficaram de fora
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), apresentou nesta terça-feira (12)
a pauta que pretende conduzir no segundo semestre de
2025. A agenda deixou de fora projetos caros à
oposição, como o fim do foro privilegiado e a
anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de
janeiro.
Entre as prioridades anunciadas estão a PEC da
Segurança Pública, a aprovação do novo Plano
Nacional de Educação, a Reforma Administrativa, a
ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda
para rendimentos de até R$ 5 mil, além da
regulamentação da inteligência artificial, do
trabalho por aplicativo e de medidas de combate a
fraudes no INSS.
Proteção a crianças e adolescentes
Um dos pontos destacados por Motta foi o enfrentamento
à exposição inadequada de menores em conteúdos
produzidos por influenciadores digitais.
“Essa iniciativa é muito válida porque todas as
famílias estão inseridas nesse ambiente. É uma
realidade que não só o país, mas o mundo enfrenta. A
principal preocupação é a segurança das nossas
crianças e adolescentes”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, a agenda também está
aberta para as prioridades das lideranças
partidárias, que serão discutidas no Colégio de
Líderes.
Clima político após obstrução
O anúncio ocorreu na primeira sessão plenária após uma
paralisação forçada nos trabalhos da Casa.
Nos dias 5 e 6 de agosto, senadores e deputados da
oposição bloquearam fisicamente a Mesa Diretora em
protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) e para pressionar pela votação
de projetos alinhados ao seu campo político.
A escolha de Hugo Motta de não incluir as pautas
defendidas por esse grupo sinaliza que o segundo
semestre legislativo pode ser marcado por embates e
novas tentativas de obstrução.
Fonte: InfoMoney

13/08/2025 -
INPC
tem alta de 0,21% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor teve alta
de 0,21% em julho. No ano, o acumulado é de 3,30% e,
nos últimos 12 meses, de 5,13%, abaixo dos 5,18%
observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em
julho de 2024, a taxa foi de 0,26%.
Os produtos alimentícios passaram de -0,19% em junho
para -0,38% em julho. A variação dos não
alimentícios passou de 0,37% em junho para 0,41% em
julho.
Quanto aos índices regionais, a maior variação
(0,56%) ocorreu em São Paulo por conta da energia
elétrica residencial (10,61%) e do conserto de
automóvel (2,94%). A menor variação ocorreu em Campo
Grande (-0,27%) em razão da queda na batata-inglesa
(-33,84%) e na energia elétrica residencial
(-1,37%).
Fonte: IBGE

13/08/2025 -
Comissão debate oportunidades para a indústria
nacional no setor de energia
A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da
Câmara dos Deputados realiza, nesta terça-feira
(12), audiência pública sobre as oportunidades para
a indústria nacional a partir do adensamento da
cadeia produtiva de petróleo, gás e de outras fontes
renováveis de energia. O debate será realizado a
partir das 16 horas, no plenário 5.
O debate atende a pedido do deputado Alexandre
Lindenmeyer (PT-RS). Segundo o parlamentar, o Brasil
reúne vantagens estratégicas para avançar no setor
energético, como a abundância de recursos naturais e
a capacidade instalada de empresas como a Petrobras,
que pode atuar como catalisadora de desenvolvimento
industrial e tecnológico.
Lindenmeyer acrescenta que a maior nacionalização de
insumos, serviços e tecnologias pode gerar empregos
qualificados, fortalecer pequenas e médias empresas
e aumentar o valor agregado produzido no país.
“O entrelaçamento entre política de desenvolvimento
industrial e política energética é condição
essencial para que o Brasil avance de maneira
soberana, sustentável e inclusiva na transição
energética”, afirma.
Fonte: Agência Câmara

13/08/2025 -
Metade das demissões em 2024 foi causada por
questões comportamentais
Um levantamento do 6º Observatório de Carreiras e
Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras — setor da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) —
revelou que 50% das demissões ocorridas em 2024
tiveram como motivo principal questões
comportamentais. A automação de atividades e a
redução de custos ou cortes de despesas aparecem
empatadas em segundo lugar, com 25% cada.
A pesquisa ouviu 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e
583 empresas da área de recrutamento humano.
De acordo com a coordenadora do PUCPR Carreiras,
Luciana Mariano, o mercado busca profissionais que
combinem competência técnica e habilidades para uma
boa convivência no ambiente de trabalho.
“Um único indivíduo com atitudes negativas pode
comprometer toda a equipe. Surgem conflitos, a
produtividade cai e talentos são perdidos. Por isso,
é fundamental investir no autoconhecimento”,
afirmou.
Luciana destaca que o sucesso profissional depende,
cada vez mais, da capacidade de unir a execução de
tarefas ao relacionamento saudável com colegas.
“Mais do que dominar ferramentas ou processos, é
preciso desenvolver inteligência emocional, empatia,
respeito e responsabilidade. Avaliar constantemente
a própria postura e a forma de lidar com emoções e
com os outros é essencial”, avaliou.
O estudo identificou as habilidades mais valorizadas
em 2024: comunicação oral (11,46%), planejamento
(10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de
conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%). Em
comparação com 2021, quando as empresas ainda
lidavam diretamente com os efeitos da pandemia,
houve mudança nas prioridades: naquela época, a
solução de problemas (12,58%) ocupava o primeiro
lugar no ranking.
O levantamento também mostra que 76% dos
entrevistados estão investindo na aquisição de novos
conhecimentos, o que revela uma postura proativa
para evitar a estagnação e fortalecer a
empregabilidade. Entre as empresas ouvidas, 16,32%
afirmam priorizar candidatos que demonstram
interesse em se atualizar.
Segundo Luciana, acompanhar o ritmo acelerado das
transformações no mercado de trabalho é
indispensável. “Atualizar conhecimentos e
desenvolver novas competências é uma necessidade.
Quem mantém o aprendizado constante consegue se
adaptar, identificar oportunidades e compartilhar
conhecimento. Isso fortalece não só a carreira
individual, mas também o desempenho das
organizações, que precisam de pessoas preparadas
para aprender, mudar e colaborar”, concluiu.
Fonte: Rádio Peão Brasil

13/08/2025 -
Lira admite que votação da isenção do IR pode ficar
para dezembro
Relator do PL 1087/2025 afirma que cronograma
dependerá de decisão de Hugo Motta e de definição
sobre compensação da medida
O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto
de lei 1087/2025 que trata da isenção do Imposto de
Renda da Pessoa Física (IRPF), disse nesta
terça-feira (12) que a proposta poderá ser votada
pela Câmara dos Deputados apenas em dezembro.
De acordo com Lira, o ritmo da tramitação dependerá
das alterações sugeridas pelos parlamentares e da
definição do presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB), sobre quando incluir o tema na
pauta do plenário. "Dependendo das variações e
sugestões de proposta, esse texto pode ficar com
mais urgência ou menos urgência, com prazo de
setembro ou prazo de dezembro", afirmou Lira, de
acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
O deputado ressaltou que a decisão final cabe ao
presidente da Câmara. "Uma coisa é uma comissão
[aprovar o texto], outra é no plenário. Tenho dito
isso a todos os líderes e ao presidente, a quem cabe
fazer a pauta e colocar [para votar]", explicou.
Lira apontou que o principal entrave para o avanço
do projeto é a definição da fonte de compensação
para a renúncia fiscal. "O principal problema é a
forma de compensação", afirmou, acrescentando que
poderá haver mudanças no texto aprovado na comissão
especial. "A gente tem que ter um binômio entre
texto e voto", completou o parlamentar, de acordo
com a reportagem.
Além disso, a discussão sobre o cronograma também é
influenciada pela retomada dos trabalhos no plenário
após a ocupação da Mesa Diretora por parlamentares
bolsonaristas na semana passada.
Durante almoço com integrantes da Frente Parlamentar
do Empreendedorismo (FPE), Lira pediu apoio para
aprovar um texto que considere mais equilibrado.
"Temos diferentes visões a respeito do mérito do
projeto, que vamos procurar buscar com apoio dos
deputados, às frentes e todos os deputados, e que a
gente possa chegar a um texto mais justo, mais
retilíneo", disse.
Fonte: Brasil247

13/08/2025 -
PEC do fim da escala 6×1 lidera participação popular
nos canais da Câmara
A proposta, que está tramitando no Congresso,
prevê a redução da jornada semanal, das atuais 44
para 36 horas, sem redução de salários
De janeiro a junho de 2025, a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) pelo fim da escala 6×1, que
consiste em seis dias de trabalho para apenas um de
descanso, foi a que obteve maior participação
popular nos canais de acesso da Câmara dos
Deputados.
A PEC, que está tramitando no Congresso, prevê a
redução da jornada semanal, das atuais 44 para 36
horas, sem redução de salários.
De acordo com a Câmara, outros projetos em debate
também mobilizaram os cidadãos. Entre eles, está o
que estima receita e despesa da União (PLOA 2025);
redução da idade mínima para compra de arma de fogo;
isenção de tributo às compras internacionais de até
US$ 600 por ano; e isenção do Imposto de Renda para
quem ganha até R$ 5 mil.
Para o diretor de Documentação do Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap),
Neuriberg Dias, o movimento sindical deve concentrar
esforços na defesa do avanço da agenda colocada pelo
governo e nessa priorização de propostas que
valorizem o trabalho e ampliem direitos.
Trata-se da isenção do IR; redução da jornada de
trabalho; fim da escala 6×1; tributação de lucros e
dividendos; taxação dos super-ricos; redução de
supersalários no serviço público; revisão de
incentivos fiscais e da aposentadoria militar.
“Do outro lado, há uma reação articulada de setores
que defendem uma agenda de austeridade fiscal e
contenção dos gastos sociais”, diz o diretor.
Entre as propostas defendidas por esses setores
destacam-se a estagnação do salário-mínimo sem
aumento real; a desvinculação de reajustes
automáticos de benefícios previdenciários; a
limitação de recursos para saúde e educação; além da
retomada das reformas previdenciária e
administrativa.
“E a manutenção de privilégios para a elite
empresarial, entre eles: a derrubada do IOF, do
imposto sobre grandes fortunas na reforma
tributária, do fim da desoneração da folha, de
isenções fiscais bilionária, do pagamento de IR para
lucros e dividendos, aprovação de anistia de dividas
para agronegócio e a metade do orçamento para
pagamentos de juros da dívida”, completa.
Ele diz que, o segundo semestre, exigirá do
movimento sindical uma posição firme na defesa das
instituições democráticas e da soberania do país.
“Uma postura necessária não apenas nos bastidores
institucionais, mas também pela força organizada da
sociedade civil, nas suas bases eleitorais para a
sensibilização legislativa a priorizar uma agenda
para o povo”, defende.
Fonte: Portal Vermelho

13/08/2025 -
Entra em vigor lei que isenta do Imposto de Renda
quem recebe até dois salários mínimos
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, sancionou a isenção do Imposto sobre a Renda
da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até dois
salários mínimos.
A Lei 15.191/25, publicada no Diário Oficial da
União desta terça-feira (12), atualiza os valores da
tabela progressiva mensal do IR a partir de maio
deste ano, elevando a faixa isenta para R$ 3.036
mensais.
O objetivo é garantir a manutenção da isenção aos
contribuintes que recebem até dois salários,
considerando-se o novo valor do piso nacional, que
atualmente é de R$ 1.518.
Devido à sanção do Orçamento de 2025 apenas em
abril, o reajuste da tabela vale a partir de maio.
A lei teve origem no Projeto de Lei 2692/25, do
deputado José Guimarães (PT-CE), aprovado pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado. O texto repete o
teor da Medida Provisória 1294/25, cuja validade
terminou nesta segunda-feira (11).
Fonte: Agência Câmara

12/08/2025 -
CDH retoma ciclo de debates sobre redução da jornada
de trabalho
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) volta a debater
a redução da jornada de trabalho dos brasileiros em
reunião nesta quarta-feira (13), às 14h30. A
audiência faz parte do ciclo de debates pedido pelo
senador Paulo Paim (PT-RS) para avaliar a proposta
de criação do Estatuto do Trabalho (SUG 12/2018).
No último encontro, os debatedores defenderam uma
redução das horas trabalhadas sem diminuição dos
salários dos trabalhadores. A presidente da CDH é a
senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Já confirmaram participação no debate os seguintes
convidados:
- presidente da Confederação Nacional dos
Metalúrgicos, Loricardo de Oliveira,
- diretor da Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho (Anamatra), Leonardo de Moura
Landulfo Jorge,
- representante do Fórum Sindical dos Trabalhadores e
da Federação dos Frentistas de São Paulo, Luiz de
Souza Arraes,
- secretário da Central Única dos Trabalhadores, Valeir
Ertle e
- representante da Confederação Nacional dos
Transportes, Frederico Toledo Melo.
Também foram convidados representantes do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), da Associação Brasileira
da Advocacia Trabalhista, da Confederação Nacional
do Comércio, da Força Sindical e do Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).
O colegiado está aprofundando a discussão sobre as
mudanças nas relações trabalhistas, novas
tecnologias e os impactos da inteligência artificial
no mundo do trabalho. Paim é relator da SUG 12/2018
e autor da proposta de criação da Subcomissão
Temporária do Estatuto do Trabalho (CDHET),
instituída na CDH em 2016.
O senador é autor também da proposta de emenda à
Constituição que reduz a jornada de trabalho de 44
para 36 horas semanais (PEC 148/2015), que aguarda
votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A SUG 12/2018 é resultado dos debates promovidos
pela subcomissão entre 2016 e 2018 e foi apresentada
por quatro entidades ligadas à Justiça do Trabalho e
à fiscalização das relações trabalhistas: a
Anamatra, a Associação Latino-Americana de Juízes do
Trabalho, a Associação Nacional dos Procuradores do
Trabalho (ANPT) e o Sinait.
As entidades propuseram a criação de um novo
Estatuto do Trabalho com o objetivo de regulamentar
os direitos sociais previstos na Constituição e
atualizar a legislação trabalhista diante das
transformações no mundo do trabalho.
No Senado, a sugestão legislativa é uma forma de
participação popular que permite a qualquer cidadão
ou entidade apresentar propostas de leis. Caso uma
ideia receba mais de 20 mil apoios no portal
e-Cidadania, ela é encaminhada à CDH, que pode
transformá-la em sugestão legislativa para possível
tramitação como projeto.
Fonte: Agência Senado

12/08/2025 -
Motta envia à corregedoria denúncia contra 14
deputados bolsonaristas
Entre os denunciados estão o líder do PL,
Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Nikolas
Ferreira (PL-MG) que podem ter os mandatos suspensos
por seis meses
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), enviou à Corregedoria Parlamentar
denúncias contra 14 deputados bolsonaristas
envolvidos no motim que tentou impedir a realização
de sessões na Casa em protesto à prisão domiciliar
de Jair Bolsonaro.
Os deputados ocuparam a Mesa da Presidência para
evitar que as sessões fossem realizadas. Só acabaram
com o protesto depois da suposta garantia de que o
projeto da anistia aos condenados no 8 de janeiro
seria pautado.
Motta desmentiu os bolsonaristas sobre qualquer
acordo e encaminhou denúncia contra eles à
Corregedoria Parlamentar para suspensão dos mandatos
por seis meses.
“A fim de permitir a devida apuração do ocorrido,
decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as
denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida
análise”, diz o ato da Mesa da Câmara.
“A presidência da Câmara é inegociável, quero que
isso fique bem claro. A retomada dos trabalhos não
está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da
Câmara não negocia suas prerrogativas, nem com a
oposição, nem com o governo, nem com ninguém”, disse
Motta.
Entre os denunciados estão o líder do PL, Sóstenes
Cavalcante (RJ), e o deputado Nikolas Ferreira
(PL-MG) que podem ter os mandatos suspensos por seis
meses.
Estão na lista o líder da oposição, Zucco (PL-RS),
os deputados Carlos Jordy (PL-RJ, Caroline de Toni
(PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio
(PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF), Paulo
Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS) e Julia
Zanatta (PL-SC).
Também foram denunciados o deputado Allan Garcês (PP-MA)
e o líder do Novo, Marcel Van Hattem (Novo-RS).
O ato diz que o corregedor Diego Coronel (PSD-BA)
tem 48 horas para, “a partir do conhecimento do fato
ou da provocação de qualquer deputado, comunicar à
Mesa Diretora a proposta de suspensão cautelar do
mandato — procedimento previsto no Ato da Mesa.”
Fonte: Portal Vermelho

12/08/2025 -
Governo já devolveu R$ 1,084 bilhão a aposentados e
pensionistas vítimas de fraudes, diz INSS
Mais de 1,6 milhão de beneficiários do INSS foram
ressarcidos após descontos indevidos aplicados por
entidades associativas
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
informou nesta segunda-feira (11) que o governo
federal já devolveu R$ 1,084 bilhão a cerca de 1,6
milhão de aposentados e pensionistas que sofreram
descontos indevidos em seus benefícios.
Segundo o INSS, os valores foram pagos
integralmente, corrigidos pela inflação, diretamente
nas contas bancárias onde os beneficiários recebem
seus proventos. As devoluções são resultado de um
esquema de fraudes promovido por entidades
associativas, que aplicaram os descontos sem
autorização dos segurados.
Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assinou uma medida provisória que abriu crédito
extraordinário de R$ 3,3 bilhões para permitir o
pagamento imediato às vítimas do esquema.
O governo também informou que a Advocacia-Geral da
União (AGU) já obteve, por meio da Justiça, o
bloqueio de R$ 2,8 bilhões em bens e ativos
pertencentes a associações, empresas e pessoas
investigadas por envolvimento nas ilegalidades
contra aposentados e pensionistas.
Fonte: Brasil247

12/08/2025 -
Senado pode votar medida provisória do INSS, que
perde validade nesta terça
O Senado pode votar nesta terça-feira (12) a medida
provisória que cria o Programa de Gerenciamento de
Benefícios do INSS e da Perícia Médica Federal. A
sessão deliberativa está marcada para as 14h e tem
outros itens na pauta, como a análise de indicação
de autoridades.
Editada em abril pelo Poder Executivo, a medida
provisória (MP 1.296/2025) perde a validade nesta
terça-feira. A matéria busca reduzir as filas para o
atendimento no Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). O programa prevê o pagamento de um bônus de
produtividade para servidores do INSS (R$ 68 por
processo analisado) e peritos (R$ 75 por perícia ou
análise). A relatora é a senadora Zenaide Maia
(PSD-RN).
O Senado também pode votar a indicação de
autoridades. A lista dos nomes a serem analisados
pelo Plenário será definida pelo presidente da Casa,
Davi Alcolumbre. Nesta semana, as comissões analisam
22 mensagens e ofícios com indicados para tribunais
superiores, agências reguladoras e conselhos
nacionais.
Fonte: Agência Senado

12/08/2025 -
Negociação coletiva começa a incorporar cláusulas
voltadas à saúde mental dos trabalhadores
10ª Boletim MTE/DIEESE foca em saúde mental e
destaca 18 boas práticas que promovem bem-estar,
prevenção ao adoecimento e enfrentamento ao assédio
no ambiente de trabalho
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou
nesta segunda-feira, 11 de agosto, o décimo boletim
da série Boas Práticas em Negociações Coletivas,
desta vez com foco na saúde mental. A publicação
reúne 18 exemplos de cláusulas pactuadas em
convenções e acordos coletivos registrados no
Sistema Mediador em 2023, que estabelecem garantias
e iniciativas voltadas à promoção do bem-estar
emocional dos trabalhadores.
Tradicionalmente, a negociação coletiva trabalhista
concentrou-se na proteção da saúde física e na
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. No
entanto, diante de um cenário de intensificação do
ritmo e das jornadas de trabalho, a saúde mental
passou a figurar entre as principais preocupações de
sindicatos e trabalhadores. Embora o tema ainda seja
recente no universo das cláusulas coletivas, o
boletim mostra que a diversidade de abordagens vem
crescendo.
As cláusulas identificadas preveem, por exemplo, a
oferta de assistência psicológica, a realização de
campanhas de conscientização sobre saúde mental, a
promoção de estudos sobre as causas do adoecimento
psíquico e o pagamento de auxílio para práticas que
favorecem o equilíbrio emocional, como atividades
físicas. Também foram registradas cláusulas com
medidas para prevenir a violência e o assédio no
ambiente de trabalho — fatores diretamente ligados
ao sofrimento psíquico no contexto laboral.
A coordenadora de Relações do Trabalho da Secretaria
de Relações do Trabalho do MTE, Rafaele Rodrigues,
destaca o papel transformador da negociação
coletiva. “Ao ampliar o debate para temas como saúde
mental, as entidades sindicais demonstram
sensibilidade às novas dinâmicas do mundo do
trabalho e reafirmam seu compromisso com a
valorização da vida e do bem-estar dos
trabalhadores”, afirma.
A série Boas Práticas em Negociações Coletivas é uma
iniciativa da Secretaria de Relações do Trabalho em
parceria com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Todos os boletins estão disponíveis no portal do
MTE.
Confira
aqui o boletim com cláusulas de negociação
coletiva trabalhista sobre saúde mental
Fonte: MTE

11/08/2025 -
Diap visita
entidades
O Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar intensifica sua agenda de reuniões com
dirigentes sindicais em diversos Estados. Objetivo é
apresentar a agenda legislativa prioritária do
movimento sindical, discutir o cenário político no
Congresso Nacional e indicar parlamentares
considerados estratégicos para as pautas
trabalhistas.
Os encontros visam aproximar as lideranças sindicais
locais dos deputados e senadores mais atuantes nas
discussões nacionais. “Orientamos sobre quais
parlamentares podem ser procurados em cada Estado
pra avançar nossas demandas, como a redução da
jornada de trabalho, a regulamentação dos
trabalhadores de aplicativos e o fortalecimento da
negociação coletiva”, explica André Luís dos Santos,
diretor de Documentação Adjunto do Diap.
Entre os temas em destaque estão a reforma
administrativa, o projeto de lei que altera as
regras do Imposto de Renda e outras proposições que
impactam diretamente os trabalhadores. O Diap também
tem reforçado a necessidade de mobilização contra
medidas prejudiciais à classe trabalhadora.
Roteiro de encontros
As reuniões já passaram por São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Expectativa é expandir o diálogo para
outras Regiões.
André afirma: “Queremos que as entidades tenham mais
ferramentas pra dialogar localmente. A ideia é que
marquem audiências com os parlamentares indicados,
apresentem nossas prioridades e construam pontes
para as negociações”.
Além de atualizar os sindicalistas sobre os debates
em Brasília, o Diap tem destacado nomes de deputados
e senadores que se mostraram alinhados às causas
trabalhistas, facilitando a articulação direta. A
iniciativa busca fortalecer a atuação coletiva do
movimento sindical em um momento de intensos debates
sobre direitos sociais e trabalhistas no Congresso.
Agenda Legislativa
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
divulgou a Agenda Legislativa das Centrais Sindicais
para 2025, destacando como prioridades a redução da
jornada de trabalho, a isenção do imposto de renda
para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a
regulamentação dos direitos dos trabalhadores em
plataformas digitais.
O documento, intitulado “Por um Brasil mais justo:
Solidário, Democrático, Soberano e Sustentável”,
reúne proposições em tramitação no Congresso,
selecionadas com base em critérios como impacto
social, chance de aprovação e apoio governamental.
Mais – Site do Diap – www.diap.org.br.
Telefones (61) 3225.9704 e (61) 3225.9150 (Fax).
E-mail – diap@diap.org.br
Fonte: Agência Sindical

11/08/2025 -
Conjuntura política: desafios internos e externos
Neuriberg Dias*
O segundo semestre de 2025 — e, por que não dizer,
também o ano de 2026 — projeta-se como um período de
elevada complexidade política, marcado por tensões
simultâneas na conjuntura interna e externa do país.
No cenário interno, destaca-se o ambiente
institucional dividido, com a intensificação da
pressão em torno da anistia ao ex-presidente Jair
Bolsonaro e o impeachment de Alexandre de Moraes,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) — uma
pauta que tem acirrado os ânimos entre os Poderes da
República.
Essa movimentação recente ocorre em paralelo a uma
disputa orçamentária cada vez mais explícita entre o
governo federal e os setores alinhados ao mercado,
cujos interesses estão fortemente pactuados com a
maioria do Poder Legislativo e buscam frear
iniciativas voltadas à redistribuição da carga
tributária, revisão de reformas estruturantes feitas
e ao fortalecimento das políticas sociais.
De um lado, a agenda do governo está ancorada na
busca por justiça fiscal para redução das
desigualdades, garantir direitos e ampliar programas
sociais para classe trabalhadora, por meio de
medidas como: ampliar a isenção do imposto de renda;
redução de supersalários no serviço público;
tributação de lucros e dividendos; corte de
incentivos fiscais considerados ineficientes;
revisão do regime de aposentadoria militar; taxação
sobre os super ricos. Esse conjunto de propostas
visa corrigir distorções históricas e ampliar a
capacidade do Estado de financiar políticas públicas
essenciais.
Do outro lado, há uma reação articulada de setores
que defendem uma agenda de austeridade fiscal e
contenção dos gastos sociais, propondo: a estagnação
do salário-mínimo sem aumento real; a desvinculação
de reajustes automáticos de benefícios
previdenciários; a limitação de recursos para saúde
e educação; além da retomada das reformas
previdenciária e administrativa; e a manutenção de
privilégios para a elite empresarial, entre eles: a
derrubada do IOF, do imposto sobre grandes fortunas
na reforma tributária, do fim da desoneração da
folha, de isenções fiscais bilionária, do pagamento
de IR para lucros e dividendos, aprovação de anistia
de dívidas para agronegócio e a metade do orçamento
para pagamentos de juros da dívida.
No plano externo, a crise comercial com os Estados
Unidos — deflagrada pela imposição de tarifas
unilaterais pelo governo Trump sobre produtos
brasileiros — impôs ao governo um desafio imediato
de articulação diplomática e econômica. A resposta
se estruturou em três frentes coordenadas:
1) a primeira, com firmeza na defesa da soberania
nacional e rechaço ao anúncio da taxa de 50% sobre
produtos importados brasileiros feita pelo
presidente Lula, tomada com viés político e avaliada
como uma tentativa de interferência em favor do
grupo político ligado ao ex-presidente Jair
Bolsonaro. No comunicado em que anunciou a tarifa,
Trump criticou o processo contra Bolsonaro no STF
por planejar um golpe de Estado após as eleições de
2022;
2) a segunda, ancorada no diálogo com o setor
produtivo e nas negociações diplomáticas, conduzidas
por lideranças como o vice-presidente e ministro do
Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, que
organizou uma agenda com o setor empresarial; o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se
posicionou de forma firme contra a implementação de
retaliações aos EUA; e os ministros das Relações
Exteriores e o assessor especial, Mauro Vieira e
Celso Amorim, que pavimentam acordos e agendas
diplomáticas; e
3) a terceira, voltada ao combate emergencial dos
efeitos econômicos da crise, por meio de políticas
de estímulos setoriais e suporte às cadeias
produtivas afetadas, em especial as pequenas e
médias empresas que geram mais empregos no Brasil.
Embora o recuo parcial das tarifas represente uma
vitória para o governo Lula, diversos setores ainda
serão inicialmente afetados pelas novas alíquotas.
Além disso, a instabilidade alimentada pela oposição
continua a exercer pressão política, que tem
dificultado a abertura formal das negociações entre
Brasil e Estados Unidos.
O segundo semestre e o próximo ano se desenham como
um dos períodos mais desafiadores para a articulação
política do Executivo junto aos demais Poderes, com
vistas a garantir melhora da avaliação de governo e
a popularidade do presidente da República. No plano
interno, a principal tarefa será conter a
resistência organizada à agenda do governo que
precisará mobilizar a sociedade; no plano externo, a
prioridade recairá sobre a preservação da
estabilidade comercial e da inserção soberana do
país em um cenário internacional cada vez mais
volátil — e tensionado pela oposição Bolsonarista —
tendo como pano de fundo se fortalecer para as
disputas eleitorais de 2026.
*Jornalista, Analista Político e Diretor de
Documentação do Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (DIAP).
Fonte: Diap

11/08/2025 -
Plano de contingência ao tarifaço deve sair até
terça, diz Alckmin
Pacote de ajuda considerará variações dentro de
um setor
O plano de contingência para ajudar os setores
afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos
deve sair até terça-feira (12), disse o
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Segundo ele, haverá uma “régua” para considerar a
variação de exportações dentro de um mesmo setor,
para tornar o socorro mais preciso.
“Ele [o plano de contingência] foi apresentado ao
presidente Lula, que terminou ontem tarde da noite o
trabalho [de leitura]. O presidente vai bater o
martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã,
provavelmente na segunda ou terça-feira”, disse
Alckmin ao conceder entrevista nesta quinta-feira
(8) no estacionamento do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
De acordo com Alckmin, o plano de contingência
procurará ter foco, para ajudar as empresas mais
afetadas pela imposição da tarifa de 50% sobre
produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump.
O vice-presidente afirmou que será instituído um
parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas sobre
cada setor da economia, baseado no grau de
exportações para os Estados Unidos.
“Há setores em que mais de 90% [da produção] vai
para o mercado interno, com exportações de 5%, no
máximo 10%. E tem setores em que metade do que se
produz é para exportar. E tem setores que exportam
mais da metade para os Estados Unidos. Então, foram
muito expostos, estão muito expostos”, declarou.
Citando o setor de pescados, Alckmin disse que o
plano pretende diferenciar os produtos com maior ou
menor exposição ao mercado estadunidense.
"Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma
diferenciação de quem exporta mais e menos",
destacou. “No caso da tilápia, o maior consumo é
interno. Já o atum tem a maior parte da produção
destinada à exportação”, acrescentou.
Embaixador
Alckmin não entrou em detalhes sobre a reunião que
teve com o encarregado de negócios da embaixada dos
Estados Unidos, Gabriel Escobar.
Apenas disse que o encontro foi “muito bom”.
A reunião ocorreu fora da agenda nesta tarde. Antes
de encontrar o vice-presidente, Escobar reuniu-se
com o presidente da Comissão de Relações Exteriores
do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS).
Após sair do ministério, Escobar visitou a Câmara
dos Deputados.
Calçados
Antes de encontrar-se com o representante da embaixada
estadunidense, Alckmin reuniu-se com a Associação
Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Segundo o vice-presidente e ministro, o setor será
bastante afetado pelo tarifaço, com o couro,
matéria-prima para os calçados sofrendo um impacto
maior.
“Recebi agora o setor de calçados, a Abicalçados. É
um setor também afetado, que usa muita mão de obra.
Mas, mais afetado que o calçado, é o couro. O couro,
mais de 40% [da produção] é para exportação”,
comentou.
Fonte: Agência Brasil

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