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05/11/2025 - Relatório do MTE mostra que mulheres recebem 21% menos que homens


Os dados são de empresas com mais de 100 funcionários


As mulheres recebem, em média, 21% menos do que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. A constatação é do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.


De acordo com o balanço, que analisa dados de 54 mil empresas, entre o 2º semestre de 2024 e o 1º semestre de 2025, a remuneração média das mulheres foi de R$ 3.908 contra R$ 4.958 dos homens.


Por outro lado, o levantamento mostrou um aumento na participação das mulheres no mercado de trabalho, índice que saltou de 40,6% para 41%, no período. Os homens ocupam 59% dos mais de 19 milhões e 400 mil postos de trabalho.


A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, ressalta que a massa de remuneração das mulheres corresponde a 35% do total de rendimentos dos estabelecimentos analisados, embora elas representem 41% dos empregados. Paula Montagner cita aspectos que as empresas podem adotar para apoiar a contratação de mais mulheres como a flexibilidade da jornada de trabalho, contratação de mulheres, mulheres negras, mulheres PCDs e LGBTQIA+.


Pelo recorte de raça, persiste a diferença salarial elevada entre mulheres e homens negros. Na admissão, a diferença é de 33,5%. No rendimento médio, as mulheres negras recebem menos da metade do salário dos homens negros: são R$ 2.986 contra R$ 6.391.


Os estados com maior diferença salarial média são Paraná e Rio de Janeiro, com 28,5%, seguidos por Santa Catarina, Mato Grosso e Espírito Santo, com índices em torno de 27%. Já os estados com a menores diferença são Piauí, 7%; Amapá, Acre e Distrito Federal, com média salarial na casa dos 9%.


Este ano, o Ministério do Trabalho e Emprego já realizou 787 ações de fiscalização e expediu 154 autos de infração. As empresas precisam comprovar a publicação dos seus relatórios de igualdade salarial, que são disponibilizados pelo MTE.


De acordo com a Lei de Transparência Salarial, sancionada em 2023, as empresas com 100 ou mais empregados devem adotar medidas para assegurar a igualdade salarial, como a promoção da transparência dos salários pagos, a implementação de mecanismos de fiscalização e a oferta de canais para denúncias de discriminação.

Fonte: Agência Brasil

 


 

05/11/2025 - CAE adia para esta quarta-feira votação da isenção do Imposto de Renda


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) adiou para esta quarta-feira (5) a votação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação de altas rendas (PL 1.087/2025). Nesta terça, o relator da proposta, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou seu relatório ao colegiado. Foi concedida vista coletiva à matéria, que deve ser votada nesta quarta às 10h, pela comissão, e à tarde pelo Plenário.


De autoria do Executivo, o projeto, já aprovado na Câmara, recebeu 128 emendas na CAE. Renan leu o relatório e esclareceu que foi favorável apenas a uma emenda apresentada pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO) que contempla somente quatro emendas de redação, para que o texto não precise retornar à análise dos deputados.


Renan ponderou, contudo, que o resultado das discussões e dos debates durante as quatro audiências públicas promovidas pelo colegiado indicaram que há pontos que podem ser aprimorados. Mas ele explicou que, para acatar aperfeiçoamentos propostos pelos dos demais senadores, seria necessário que as emendas aprovadas pelo Senado fossem “cirúrgicas, de amplo consenso e previamente acordadas” com a Presidência da Câmara dos Deputados e com o Palácio do Planalto, devido ao curto espaço de tempo, já que a matéria precisa se tornar lei ainda neste ano para ter efeitos em 2026.


— Sem a garantia de um acordo robusto que assegure a votação imediata e a aprovação das emendas pela Casa iniciadora [a Câmara], é alto o risco de o projeto se perder em novas discussões e o prazo de 31 de dezembro ser fatalmente descumprido. A escolha final, portanto, não é puramente técnica, mas estratégica.

Fonte: Agência Senado

 


 

05/11/2025 - Mariana, 10 anos: reparação ambiental já custou bilhões, mas bacia do Rio Doce está mais pobre em biodiversidade


Segundo especialistas, tragédia favoreceu o avanço de espécies exóticas, em detrimento das nativas, e ações de reparação não foram suficientes para reverter os danos.


Desde que recebeu uma avalanche de rejeitos de mineração da barragem da Samarco, em Mariana, dez anos atrás, o Rio Doce mudou. A tragédia favoreceu o avanço de espécies exóticas, em detrimento das nativas, e a bacia ficou mais pobre em biodiversidade.


Além disso, segundo especialistas, as ações de reparação ambiental executadas na última década não foram suficientes para reverter os danos. Pelo contrário, elas podem estar contribuindo para a perda de variedade da fauna e da flora nos locais afetados.


Inicialmente, essas medidas ficaram a cargo da Fundação Renova, entidade criada e mantida pelas mineradoras – Samarco e acionistas, Vale e BHP. No entanto, com a assinatura de um novo acordo de reparação com o poder público, em 2024, a Renova foi extinta, e as ações ambientais passaram a ser responsabilidade da Samarco.


Fauna simplificada e invasão de espécies exóticas

De acordo com Frederico Fernandes, biólogo pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e um dos coordenadores da Rede Terra Água, a fauna de peixes ficou mais "simplificada" desde o desastre.


Ele compara os efeitos que o rompimento da barragem causou no rio aos que uma floresta sofre quando é transformada em pastagem.


"Simplifica-se o habitat, e várias espécies que existiam ali passam a não ocorrer mais. Depois do rompimento, o que aconteceu com o rio é que o rejeito simplificou o habitat, transformou o habitat que tinha pedras e areias em um habitat que só se tem um tipo de fundo, o fundo com sedimento", explicou.

 

Matéria completa: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/04/mariana-10-anos-reparacao-ambiental-perda-biodiversidade.ghtml

 

Fonte: G1

 


 

05/11/2025 - 13º salário: primeira parcela deve ser paga até 28 de novembro


Benefício deve corresponder a metade do salário bruto e pode ser quitado em duas partes até 19 de dezembro


Os empregadores têm até o dia 28 de novembro para realizar o pagamento da primeira parcela do 13º salário aos trabalhadores com carteira assinada. O valor deve corresponder a metade do salário bruto somado a média dos adicionais, sem descontos de contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Imposto de Renda (IR).


Chamado oficialmente de “Gratificação de Natal para os Trabalhadores”, o benefício foi instituído pela Lei Nº 4.090 de 1962 e garante que todos os trabalhadores com carteira assinada tenham direito a um salário extra no final do ano. Por lei, a primeira parcela do 13º deve ser paga entre o dia 1º de fevereiro e o dia 30 de novembro. No entanto, neste ano, a data limite cai em um domingo, dia da semana em que não há compensação bancária, o que faz com que os empregadores tenham que antecipar os depósitos para o dia útil anterior – no caso, a sexta-feira, 28 de novembro.


Para quem trabalhou menos de 12 meses, o valor pago é proporcional ao tempo de serviço – mas é preciso estar atento porque, para que o mês seja contabilizado, é necessário que o funcionário tenha ao menos 15 dias trabalhados no período. Enquanto a primeira parcela corresponde a 50% do valor bruto ao qual o trabalhador tem direito, a segunda parcela sofre os descontos do INSS e do IR. Ela pode ser depositada até 20 de dezembro – que, neste ano, cai em um sábado, o que fará com que a data limite do pagamento seja antecipada para a sexta-feira, 19 de dezembro.


A lei prevê que o empregador não precisa pagar o benefício para todos os funcionários no mesmo mês, desde que respeite as datas limites. Caso seja demitido sem justa causa, o trabalhador também tem direito a receber o valor proporcional aos meses trabalhados.


Como calcular o valor do 13º salário?

Para calcular quanto vai receber na primeira parcela, o trabalhador precisa verificar seu salário bruto mensal. Essa informação está disponível na Carteira de Trabalho Digital. Depois, basta dividir esse valor por 12 e, então, multiplicá-lo pela quantidade de meses trabalhados.


Por último, é preciso dividir esse número por dois para chegar ao valor da primeira parcela do 13º salário. O valor do benefício pode ser maior se houve pagamento de adicionais, como hora extra e adicional noturno, ao longo do ano. O cálculo da segunda parcela é mais complexo, porque envolve os descontos citados acima.


E se a empresa não pagar o 13º salário?

As empresas podem ser penalizadas por não pagarem o 13º salário nas datas corretas. O Ministério Público do Trabalho (MPT) prevê, inclusive, que o cidadão pode entrar na Justiça para receber o valor caso o empregador não faça o pagamento.

Fonte: Estadão Conteúdo

 


 

04/11/2025 - Centrais Sindicais realizam ato contra taxa de juros nesta terça-feira (4)


As centrais sindicais brasileiras, entre elas a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), realizam nesta terça-feira (4), às 10h, um ato público em frente ao Banco Central, localizado na Avenida Paulista, 1804, em São Paulo, para protestar contra as altas taxas de juros praticadas no país.


A mobilização, organizada de forma unificada por NCST, CSB, CTB, CUT, Força Sindical e UGT, tem como objetivo denunciar a política monetária restritiva que, segundo as entidades, freia o crescimento econômico, dificulta a geração de empregos e compromete a renda dos trabalhadores.


A Nova Central destaca que os juros elevados impactam diretamente o poder de compra das famílias, encarecem o crédito e travem o desenvolvimento nacional, beneficiando apenas o setor financeiro. Para a Central, é fundamental reduzir a taxa básica de juros (Selic) e adotar medidas que estimulem a produção, o investimento e o emprego de qualidade.


As centrais convocam trabalhadores, sindicatos e movimentos sociais de todo o país a participarem do ato e fortalecerem a luta por um Brasil mais justo, produtivo e com uma política econômica que priorize o povo.


Ato contra Taxa de Juros

Data: 4 de novembro (terça-feira)

Horário: 10 horas

Local: em frente à sede do Banco Central

Endereço: Av. Paulista, 1.804, Bela Vista, São Paulo/SP

Fonte: NCST

 


 

04/11/2025 - Pejotização avança como fraude trabalhista e condena milhões à perda de direitos


O Brasil assiste, silenciosamente, ao desmonte acelerado das garantias laborais. O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) investiga esquema de pejotização em massa, que pode ter empurrado 5,5 milhões de trabalhadores da CLT para contratos como pessoa jurídica, entre 2022 e julho deste ano.


Não se trata de escolha livre ou empreendedorismo repentino. A maior parte foi pressionada, quando não coagida, a abrir CNPJ como condição para continuar trabalhando.


Essa migração tem servido como atalho patronal para cortar custos às custas de direitos básicos.


Falsa promessa do “empreendedor de si mesmo”

Do total, 4,4 milhões (80%) viraram MEI (microempreendedor individual), categoria criada para pequenos negócios e trabalhadores autônomos. Mas agora usada para maquiar vínculos formais e enfraquecer a proteção legal.


Com limite de faturamento de R$ 81 mil anuais e sem poder de negociação, muitos aceitam a transformação por sobrevivência.


Especialmente em setores como delivery, transporte e serviços sob demanda. O discurso da liberdade esconde a realidade: o trabalhador vira “empresa”, mas continua subordinado.


Preço alto para o trabalhador e o Estado

A pejotização é, na prática, a ruína do trabalhador: elimina férias, 13º, FGTS e proteção contra demissão, além de reduzir contribuições previdenciárias e comprometer futuras aposentadorias.


O efeito fiscal também é devastador. Com o MEI recolhendo muito menos ao INSS, o Estado perde capacidade de financiar benefícios e políticas sociais.


Enquanto isso, empresas comemoram a redução de encargos que, segundo a FGV-Eaesp, podem chegar a 70% da folha.


Liberdade ou falta de opção

Embora pesquisas do Datafolha indiquem que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria, o dado precisa ser lido com cautela: entre jovens, esse índice chega a 68%.


Isso é reflexo mais da falta de perspectivas formais do que de “revolução empreendedora”.


Quando a alternativa é o desemprego, “autonomia” vira armadilha retórica.


Contexto

A pejotização ganhou terreno após a Reforma Trabalhista de 2017, ao flexibilizar vínculos e estimular arranjos “alternativos” de contratação.


Sem fiscalização rigorosa e diante de mercado cada vez mais informal e digital, empresas exploram brechas legais enquanto o Estado corre atrás.


O resultado é conhecido: menos proteção social, mais vulnerabilidade e País que terceiriza direitos em nome de “eficiência”.


Pejotização no STF

O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal, que no início de outubro realizou grande audiência pública, a fim de instruir o parecer do relator, ministro Gilmar Mendes.


A Corte debateu os desafios econômicos e sociais da pejotização no Brasil, convocada no âmbito do ARE (Recurso Extraordinário com Agravo) 1532603.

Fonte: Diap

 


 

04/11/2025 - CAE analisa isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil


A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais será analisada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (4), a partir das 10h. O projeto de lei (PL) 1.087/2025 que muda as regras da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) também já está pautado para deliberação em Plenário na quarta-feira (5).


O projeto é de autoria do governo, que o encaminhou à Câmara. O texto foi aprovado pelos deputados somente em outubro e precisa ser aprovado pelo Senado a tempo de valer para o ano que vem.


Além de prever isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a proposta determina a redução gradual da alíquota para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar a renúncia fiscal, o projeto prevê a tributação de lucros e dividendos na fonte (para distribuições superiores a R$ 50 mil) e a criação de um "imposto mínimo" de até 10% para pessoas de alta renda (superior a R$ 600 mil por ano).


O projeto foi debatido em quatro audiências públicas a pedido do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que se manifestou por uma tramitação ágil, sem alterações que obriguem o projeto a retornar à Câmara dos Deputados. Até a manhã desta segunda-feira (3), foram registradas 89 emendas apresentadas por senadores que integram a CAE.

Fonte: Agência Senado

 


 

03/11/2025 - Desemprego no trimestre cai para menor taxa da série histórica


Número de empregados com carteira assinada chega a 39,2 milhões


A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro, repetindo a menor taxa da série histórica que teve início em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgados nesta sexta-feira (31) pelo IBGE.


Esse resultado mostra que, no trimestre, a população desocupada no país ficou em 6,045 milhões, menor contingente da série; uma queda de 3,3% em relação ao trimestre anterior e de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2024.


A população inserida no mercado de trabalho permaneceu estável, acima de 102 milhões, ainda em patamar recorde, enquanto o nível da ocupação ficou em 58,7%.


Já o número de empregados com carteira assinada renovou seu recorde, chegando a 39,2 milhões.


A pesquisa também mostra que a renda média real do trabalhador foi de R$ 3.507 no trimestre encerrado em setembro. Esse resultado representa alta de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2024.


Setores

O contingente de pessoas na força de trabalho — que inclui ocupadas e desocupadas — foi estimado em 108,5 milhões no trimestre de julho a setembro de 2025, segundo dados do IBGE.


O número manteve-se estável em relação ao trimestre anterior e registrou alta de 0,5% (mais 566 mil pessoas) na comparação com o mesmo período de 2024.


A análise por grupamentos de atividade mostra que, em relação ao trimestre anterior, houve aumento no número de ocupados na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,4%, ou mais 260 mil pessoas) e na construção (3,4%, ou mais 249 mil pessoas). Já o número de trabalhadores diminuiu nos grupamentos de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (queda de 1,4%, ou menos 274 mil pessoas) e serviços domésticos (recuo de 2,9%, ou menos 165 mil pessoas). Os demais setores permaneceram estáveis.


Na comparação com o trimestre de julho a setembro de 2024, houve crescimento no número de ocupados em transporte, armazenagem e correio (6,7%, ou mais 371 mil pessoas) e em administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%, ou mais 724 mil pessoas). O único recuo foi observado em serviços domésticos (queda de 5,1%, ou menos 301 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas.

Fonte: Agência Brasil

 


 

03/11/2025 - Estudo relaciona “Grande Demissão” à luta por jornadas mais humanas


Entenda o conceito de “Grande Demissão” e como se aplica ao Brasil: impacto nas jornadas de trabalho e na vida dos trabalhadores.


O sétimo artigo do dossiê “Fim da Escala 6×1 e Redução da Jornada de Trabalho”, organizado pelo Organizado pelo Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) em parceria com as centrais sindicais, aborda o tema: “Fractais do Tempo: Jornadas, Sofrimento e a Grande Demissão no Brasil”.


O artigo é assinado pelos autores:

- Cássio da Silva Calvete, professor associado da UFRGS, doutor pela UNICAMP e pós-doutor pela Universidade de Oxford;

- Luciane Franke, doutora e pós-doutoranda em Economia Criativa e da Cultura pela UFRGS, professora na Univates e na Unisinos e;

- Tiago Pinheiro, graduando em Ciências Econômicas pela UFRGS.


“Grande Demissão”

O fenômeno da “Grande Demissão”, que ganhou força no Brasil após a pandemia, vai muito além das estatísticas de desligamentos voluntários. Segundo o estudo, o movimento reflete uma resistência silenciosa à intensificação e precarização do trabalho formal.


O artigo insere o fenômeno na pauta mais ampla da redução da jornada sem redução salarial e da valorização do tempo de vida fora do trabalho — tema que volta a ganhar força com o avanço de debates como a PEC 08/2025, de autoria da deputada Érika Hilton (PSOL).


Trabalhadores querem tempo, respeito e saúde

A pesquisa utilizou dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que realizou uma sondagem nacional com mais de 53 mil trabalhadores.

Entre as principais motivações para os pedidos de demissão estão:

- já ter outro emprego em vista (36,5%);

- baixos salários (32,5%);

- falta de reconhecimento (24,7%);

- ausência de flexibilidade na jornada (15,7%);

- adoecimento físico e mental causado pelo estresse laboral (31,2%).

 

Esses números revelam que o desejo de deixar o emprego está diretamente relacionado à busca por equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e não apenas a fatores econômicos.


Precarização empurra trabalhadores à ruptura

Os autores associam a “Grande Demissão” ao desgaste do trabalho formal precarizado, agravado pelas reformas que flexibilizaram a legislação trabalhista e ampliaram a informalidade.


A expansão dos trabalhos por aplicativos aparece como um dos reflexos desse cenário: muitos trabalhadores passam a vê-los como alternativas de autonomia, ainda que ilusórias.


“Toda luta que envolve a modificação do tempo de trabalho tem em comum o mesmo objetivo: a apropriação, pelo trabalhador, do seu próprio tempo”, afirmam os autores.


Tempo de vida é tempo de luta

O estudo conclui que o fenômeno da Grande Demissão é, ao mesmo tempo, econômico e existencial: uma reação coletiva às condições que transformam o tempo em mercadoria.


A crescente rejeição às escalas exaustivas, como a 6×1, e a defesa de jornadas mais curtas e humanas demonstram que a centralidade do tempo de trabalho voltou a ser tema das lutas contemporâneas da classe trabalhadora.


“A luta pela redução da jornada é também uma luta pela dignidade, pela saúde e pela vida fora do relógio da produção.”


Leia aqui o artigo: Fractais do Tempo: Jornadas, Sofrimento e a Grande Demissão no Brasil

Fonte: Rádio Peão Brasil

 


 

03/11/2025 - Comissão aprova novas regras para o cálculo de pensão alimentícia


Texto prevê que tempo dedicado à criação dos filhos seja considerado na definição do valor pago pelos genitores.


A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 2.193/25, que incorpora os cuidados parentais como critério na fixação do valor da pensão alimentícia.


De autoria da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), a proposta obteve aprovação sob a forma de um substitutivo apresentado pela relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).


De acordo com o texto, na determinação do valor da pensão alimentícia, o juiz deverá ponderar não somente os recursos financeiros dos genitores, mas também "o tempo e os cuidados efetivamente dedicados à criação, educação e bem-estar dos filhos, reconhecendo-se o valor social e econômico do trabalho de cuidado".


A relatora defendeu que a proposta está alinhada aos esforços em âmbito nacional para enaltecer o cuidado como uma atividade de relevância.


"O texto reconhece o cuidado como essencial no cálculo da pensão alimentícia, enfrentando o desprestígio do trabalho não remunerado."


O projeto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.


Leia a íntegra da proposta.

Fonte: Congresso em Foco

 


 

03/11/2025 - CAS debate participação de empregados na gestão das empresas


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) agendou para terça-feira (4), às 9h30, audiência pública para discutir o Projeto de Lei (PL) 1.915/2019, que regulamenta a participação de representantes dos empregados na gestão das empresas.


A reunião atende a requerimento do senador Zequinha Marinho (PL-PA) e busca instruir a análise da proposta, que está sob relatoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES).


O projeto, de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), propõe a inclusão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT  de dispositivo que assegura a presença de representante dos empregados na administração de empresas com mais de 500 trabalhadores.


A iniciativa pretende fortalecer o diálogo entre patrões e empregados, estimulando maior transparência e equilíbrio nas decisões que impactam o ambiente de trabalho, segundo Wagner.


Foram convidados para o debate representantes de entidades empresariais e de organizações sindicais, além de especialistas em relações trabalhistas.

Fonte: Agência Senado

 


 

03/11/2025 - Isenção previdenciária para inativos com doenças graves é aprovada


Foi aprovado pela Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara um projeto que isenta a contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas do serviço público, civis ou militares, que forem diagnosticados com doenças graves. O intuito da proposta é reduzir os encargos financeiros desses indivíduos, possibilitando que invistam mais em seus tratamentos médicos.


O texto aprovado é um substitutivo da deputada Marussa Boldrin ao Projeto de Lei 1206/21, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto. A relatora manteve a essência da proposta original, mas optou por referenciar a legislação que trata da isenção do Imposto de Renda para aposentadorias em casos de doenças graves, em vez de listar as enfermidades específicas no corpo da lei.


Confira a íntegra do texto aprovado


A proposta altera a Lei 10.887/04, que regulamenta a contribuição de inativos e pensionistas após a reforma da Previdência. A justificativa para a isenção baseia-se no princípio constitucional de garantir uma vida digna aos cidadãos, especialmente diante dos elevados custos associados ao tratamento de doenças sérias.


A contribuição previdenciária é um valor descontado dos proventos para financiar o sistema de seguridade social. No serviço público federal, as alíquotas variam conforme a faixa salarial, podendo chegar a 22% em 2025. A isenção representaria, portanto, um aumento líquido significativo nos rendimentos dos beneficiários em situação de saúde vulnerável.


O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda passará pela análise das comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após a deliberação na Câmara, a proposta seguirá para o Senado Federal, onde também precisará ser aprovada para se tornar lei.

(As informações são da Agência Câmara de Notícias)

Fonte: Diap

 


 

31/10/2025 - Congresso aprova projeto que torna permanentes as mudanças no Imposto de Renda

 

O governo afirma que essa alteração vai aperfeiçoar a legislação para garantir que a promoção de equidade e justiça fiscal seja permanente


O Congresso Nacional aprovou projeto de lei (PLN 1/25) que permite que as mudanças propostas pelo governo no Imposto de Renda de Pessoas Físicas vigorem por tempo indeterminado e não apenas por cinco anos. A principal mudança é a isenção para quem ganha até R$ 5 mil a partir de janeiro do ano que vem.


O projeto altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.


O texto também inclui na excepcionalidade os benefícios da Lei do Incentivo ao Esporte. O projeto será enviado para a sanção presidencial.


Regras da LDO

A LDO estabelece condições para a concessão de benefícios tributários. Neste caso, foram dispensadas:

- a vigência máxima de cinco anos,

- o estabelecimento de metas e objetivos da proposta, e

- a designação de órgão responsável para acompanhamento e avaliação do benefício.

 

Ajustes na Comissão de Orçamento

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso alterou o projeto original para adequar a LDO às alterações promovidas por lei complementar (Lei Complementar 215/25) que permitiram a revalidação de restos a pagar cancelados em dezembro de 2024.


O prazo para cumprimento de cláusulas suspensivas de convênios firmados até 2023 foi prorrogado até setembro de 2026.


Créditos extras

Outra alteração feita em Plenário permite que os créditos adicionais ao Orçamento de 2025 sejam enviados pelo Executivo ao Congresso até 29 de novembro de 2025.


O texto ainda esclarece que, para 2025, permanece a regra que considera o limite inferior do intervalo de tolerância da meta fiscal para o estabelecimento de contingenciamentos orçamentários.


O partido Novo tentou derrubar a regra, mas não conseguiu. O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) explicou sua posição: “Na verdade, nós deixamos de ver o centro da meta como alvo. E, sinceramente, para quem joga dardo ou para quem atira, o alvo está no centro.”


Emendas parlamentares

O Congresso também aprovou no projeto a inclusão de regras para continuar a execução de emendas orçamentárias de parlamentares que perderam o mandato por decisão judicial.

Fonte: Agência Câmara

 


 

31/10/2025 - Governo começa a discutir fim da escala 6×1 e sugere ajustes para proposta


Deputada Erika Hilton se reuniu com ministro Haddad, para debater projeto; ela propõe escala 4x3, governo quer 5x2


A deputada Erika Hilton (Psol-SP) teve uma reunião nesta quarta-feira (29) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad para discutir o projeto que põe fim à escala de trabalho 6 por 1. A ideia é fazer ajustes no projeto para devolver ao Congresso sem “pontas soltas” e, assim, tentar garantir a aprovação sem mudanças drásticas feitas pelos deputados de direita.


Em conversa com o Brasil de Fato, a deputada afirmou que a reunião foi no sentido de trocar informações e “aparar arestas” no projeto para que o texto seja o mais redondo possível.


O Brasil de Fato apurou que, depois de uma certa resistência, o governo federal está disposto a discutir a mudança por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e começou a debater algumas questões com a autora do projeto. A principal delas é o número de dias para a jornada de trabalho semanal.


O texto proposto pela deputada fala em quatro dias de trabalho para três de descanso. A ideia do governo é que sejam cinco dias para dois de descanso. Para setores do governo, isso ajudaria a reduzir a resistência dos deputados de direita no Congresso. Outro ponto do texto apresentado pela deputada indica a redução da jornada de trabalho semanal de 44 horas para 36 horas semanais, sem redução de salário.


O tema ganhou as ruas do Brasil e se tornou pauta de manifestações em 1º de maio deste ano. Na ocasião, ao invés de aproveitar a pressão popular, o governo acabou recuando e o próprio ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que não via espaço para a aprovação do projeto na época. Agora, pediu pressão nas ruas para que a discussão fosse retomada.


“A escala 6×1 é a jornada mais cruel que existe, especialmente para as mulheres. Então, é momento de renovar. Tem países que já passaram por esse processo e já eliminaram a seis por um. O governo brasileiro torce para um final feliz em relação a isso. A jornada máxima do Brasil hoje é de 44 horas semanais. O Brasil está preparado para ir para 40 horas semanais e adequar essa jornada tão cruel. É importante que os movimentos observem corretamente a necessidade da manutenção da mobilização”, afirmou.


Outros projetos

Ao menos outros três projetos estão propondo uma redução na jornada de trabalho. Além da proposta da deputada Erika Hilton, também existe o Projeto de Lei 1.105/2023, do senador Weverton Rocha (PDT/MA), que regulamenta a redução da jornada sem redução de salários em acordos ou convenções coletivas de trabalho.


A PEC 148/2015, do senador Paulo Paim (PT/RS), propõe a redução da jornada para 40 horas semanais imediatamente e um escalonamento anual para a diminuição gradativa até chegar a 36 horas semanais, sem redução de salário.


Já a Proposta de Emenda à Constituição 221/2019, do deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), defende a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas semanais em um prazo de 10 anos.

Fonte: Brasil de Fato

 


 

31/10/2025 - Caged: Brasil abre 213.002 vagas formais de trabalho em setembro e supera projeções


O resultado do mês passado foi fruto de 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos


O Brasil abriu 213.002 vagas formais de trabalho em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.


O resultado do mês passado foi fruto de 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos e ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 180.750 vagas.


O saldo de setembro ficou abaixo do número registrado no mesmo mês em 2024, com saldo positivo de 252.237 vagas. No acumulado do ano, foram abertos 1.716.600 postos de trabalho, nível menor do que o registrado no mesmo período no ano passado, de 1.995.164 vagas.


Os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos de vagas em setembro, com o setor de serviços na liderança, com 106.606 postos. Em seguida, ficou o setor industrial, com 43.095 vagas, enquanto o setor agropecuário teve o desempenho mais fraco, com abertura de 3.167 postos.

Fonte: Reuters

 


 

31/10/2025 - Centrais sindicais repudiam chacina no Rio e cobram responsabilização do Estado


Centrais sindicais reagem à chacina no Rio com nota de repúdio. Entenda as implicações deste trágico evento.


As principais centrais sindicais do país — CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Intersindical e Pública Central do Servidor — divulgaram nota pública em repúdio à chacina ocorrida no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que deixou mais de 130 mortos, durante a chamada Operação Contenção, comandada pelo governo estadual.


No documento, as entidades classificam o episódio como um “espetáculo de barbárie” que “fere a consciência nacional e envergonha o Brasil perante o mundo”. As centrais denunciam a adoção de uma política de segurança baseada no extermínio e afirmam que o Estado não pode se converter em “agente da ilegalidade”.


A nota também expressa apoio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou que o governador Cláudio Castro preste esclarecimentos sobre a operação, e pede ação firme do governo federal para conter o avanço da violência institucional no país.


O texto, assinado pelos presidentes Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), Nilza Pereira de Almeida (Intersindical) e José Gozze (Pública), reafirma que “não há paz possível fora da legalidade” e que a defesa da vida deve ser o princípio de qualquer política pública


Confira a íntegra da Nota

 

Nota pública das centrais sindicais sobre a chacina no Rio de Janeiro

 

O espetáculo de barbárie ocorrido no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que deixou um saldo macabro de mais de 130 mortos, fere a consciência nacional e envergonha o Brasil perante o mundo.


O massacre, resultado da Operação Contenção, revelou uma trágica e inaceitável política de segurança pública que, em vez de proteger, extermina. Trata-se de uma chacina de proporções históricas, com repercussões devastadoras para qualquer ser humano que valorize a vida e o Estado de direito.


A ação, desastrosamente comandada pelo governador Cláudio Castro, não apenas vitimou moradores das comunidades, mas estigmatizou toda a sociedade carioca, reforçando estereótipos, o medo e o abismo social que divide o país. O crime deve ser combatido, sim — com firmeza, mas dentro dos limites da Constituição e da lei.


Quando o próprio Estado assume o direito de matar sumariamente, ele se converte, ele mesmo, em agente da ilegalidade. O nível de violência aplicado em plena luz do dia, em uma das maiores cidades do mundo, arrasta o país de volta à barbárie e da impunidade.


O Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, determinou que o governador Cláudio Castro preste informações detalhadas sobre a operação. A decisão marca um passo importante na tentativa de conter o avanço da violência institucional no país.


Reiteramos apoio à ação do STF e clamamos que o governo federal atue com firmeza para interromper a escalada de selvageria e descontrole que se abateu sobre o Rio de Janeiro.


O Brasil precisa reafirmar que não há paz possível fora da legalidade e que a vida — todas as vidas — deve ser o princípio e o fim de qualquer política pública.


São Paulo, 29 de outubro de 2025


Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Nilza Pereira de Almeida, secretária Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor

Fonte: Rádio Peão Brasil

 


 

30/10/2025 - Pejotização ameaça conquistas da CLT e fragiliza proteção social


Juristas e economistas apontam que o avanço da pejotização, intensificado após a Reforma Trabalhista de 2017, reduz direitos, enfraquece a Previdência e estimula fraudes nas relações de trabalho


Especialistas em Direito do Trabalho e economia voltam a criticar o avanço da chamada pejotização — prática em que empregados são transformados em PJ (pessoas jurídicas) para reduzir encargos trabalhistas.


Durante seminário do Cedes (Centro de Estudos e Debates Estratégicos) da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (28), eles defenderam medidas urgentes para conter o fenômeno, que ameaça a estrutura de proteção social e a arrecadação de fundos como o FGTS e a Previdência Social.


Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o desafio é encontrar ponto de equilíbrio entre a flexibilidade econômica e a proteção ao trabalhador.


“O avanço tecnológico e a globalização ampliaram as possibilidades de inserção no mercado, mas impõem a necessidade de preservar um mínimo de segurança social”, afirmou Motta.


Trabalho por aplicativo

Ele lembrou que a Câmara analisa o PLP 108/21, do Senado, que atualiza os limites de renda para MEI (microempreendedores individuais), e criou comissão especial para discutir o trabalho por aplicativo — PLP 12/24 — do Poder Executivo.


E ainda PLP 152/25, do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que também propõe garantir direitos como remuneração mínima, contribuição para o INSS, e regras de jornada e de segurança.


O objetivo de ambos os projetos de lei é criar legislação que equilibre a inovação tecnológica com a proteção social e trabalhista desses profissionais.


Efeitos da contrarreforma de 2017

A pejotização ganhou força após a Reforma Trabalhista de 2017, que flexibilizou regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e ampliou brechas para contratações precárias.


Desde então, o número de pessoas jurídicas cresceu 56%, enquanto o de empregados formais aumentou apenas 10%, segundo estudo apresentado pelo professor Nelson Marconi, da FGV (Fundação Getulio Vargas), com base em dados do IBGE.


Para o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), presidente do Cedes, o fenômeno já causou perda de R$ 109 bilhões em arrecadação entre 2022 e julho de 2025. “Estamos diante de uma corrosão silenciosa do sistema previdenciário e do próprio conceito de trabalho protegido”, alertou.


Fraude disfarçada de empreendedorismo

O ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Augusto César de Carvalho, afirmou que a pejotização não se confunde com o MEI ou com o regime do Simples Nacional, mas se caracteriza como fraude quando há subordinação disfarçada.


“Quando o empregado vira empresa apenas para reduzir custos, estamos diante de um golpe contra a legislação trabalhista”, disse o magistrado.


Ele destacou a importância do PL 1.675/25, em tramitação no Senado, que busca coibir esse tipo de fraude.


O ministro também demonstrou preocupação com a análise do tema pelo STF (Supremo Tribunal Federal) — atualmente, todos os processos sobre pejotização estão suspensos por decisão do ministro Gilmar Mendes, até que o plenário da Corte fixe entendimento definitivo.


Risco de desmonte do sistema trabalhista

O procurador Paulo Vieira, do MPT (Ministério Público do Trabalho), alertou que a pejotização deixou de ser um fenômeno restrito a profissionais de alta renda e agora atinge trabalhadores comuns, inclusive de baixa qualificação.


“Se o STF liberar a pejotização de forma ampla, será o início do fim da proteção ao trabalho humano no Brasil”, advertiu.


Vieira lembrou que o trabalhador-empresa perde acesso a políticas públicas voltadas à inclusão e à igualdade, e citou o PL 2.938/19, em análise na Câmara, que busca reforçar o combate às fraudes. Aquele está anexado a este — PL 7.839/17 — na Comissão de Trabalho, onde aguarda parecer do relator.

Fonte: Diap

 


 

30/10/2025 - Isenção do IR deverá ser votada até a próxima semana, diz Renan


Senador espera votar o texto em plenário logo após aprovação na CCJ.


O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator do projeto de lei 1.087/2025, que prevê a isenção total do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, afirmou nesta terça-feira (28) que o texto deverá ser votado até a próxima semana no Senado. Ele reforçou o objetivo de assegurar o mínimo de mudanças no texto, para evitar o retorno do projeto à Câmara.


"Eu estou dedicado ao relatório e vou avaliar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com os líderes partidários se é melhor apresentarmos o relatório nesta semana, (...) ou se deixamos para votar na próxima semana. As sessões desta semana são semi-presenciais, e na próxima semana serão sessões presenciais", anunciou.


O relator trabalha com a possibilidade de, assim que for concluída a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), levar o texto ao mesmo dia ao plenário. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que, após a aprovação, o governo também espera dar uma sanção breve à matéria. "Queremos que o presidente possa se confraternizar com o Congresso, sancionando o projeto o mais rapidamente possível", declarou.


Diferenças de cálculo

A definição a respeito do rito do projeto de lei envolve um ponto de divergência entre a equipe técnica da Fazenda e a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, que chegaram a diferentes resultados no cálculo do impacto fiscal da versão aprovada na Câmara.


A proposta inicial era de um texto de impacto fiscal neutro: toda a perda arrecadatória com a isenção, em torno de R$ 30 bilhões, seria recuperada com as políticas de tributação sobre grandes fortunas. Ao analisar o relatório aprovado na Câmara, a Fazenda concluiu que esse parâmetro foi atendido. A IFI, por outro lado, indicou o risco de perda de R$ 1 bilhão em arrecadação.


Se houver uma mudança no conteúdo do projeto durante a análise do Senado, o texto deverá retornar à Câmara, prorrogando a discussão. O governo e o relator trabalham a possibilidade de votação do projeto como está, realizando apenas mudanças na redação, e em seguida aprovar um segundo projeto para solucionar a perda arrecadatória.

Fonte: Congresso em Foco

 


 

30/10/2025 - Licença menstrual: direito das mulheres avança após anos de reivindicação


Mulheres representam 52% da população brasileira e é maioria nos postos de trabalho; entenda projeto que pode virar lei


A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (28) um projeto que estabelece a “licença menstrual” de dois dias para mulheres com sintomas intensos do ciclo menstrual. A proposta integra o pacote de iniciativas defendidas pela bancada feminina e votadas durante o esforço concentrado da semana.


Outros projetos ligados à saúde da mulher também foram aprovados, incluindo medidas para ampliar o acesso a exames. Agora, os textos seguem para análise do Senado. Assinado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o projeto PL 1249/2022 que estabelece a “licença menstrual” agora vai ao Senado.


O benefício será válido para servidoras públicas, trabalhadoras privadas, estagiárias e empregadas domésticas. Depois da aprovação no Senado, o texto precisará da assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se tornar lei.


O texto original previa afastamento de até três dias por mês, mas a relatora, deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), ajustou o período para dois dias. A licença menstrual será concedida a trabalhadoras com sintomas intensos do ciclo, como cólicas fortes, enxaqueca ou fraqueza, que dificultem suas atividades profissionais. O afastamento depende da apresentação de laudo médico, sem prejuízo de salário.


“Para não correr o risco de descontos no salário ou demissão, não são poucas as mulheres que comparecem ao trabalho mesmo apresentando quadros agudos de náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, febre, dor nos seios (mastalgia) e dor de cabeça”, argumenta o projeto. “Cerca de 15% das mulheres enfrentam sintomas graves, com fortes dores na região inferior do abdômen e cólicas intensas, que chegam, muitas vezes, a prejudicar a rotina”, argumentou Jandira.


O texto prevê que o Poder Executivo será responsável por definir por quanto tempo o laudo médico terá validade, como deverá ser apresentado e com que periodicidade precisará ser renovado, considerando as especificidades do trabalho exercido por cada mulher.


O que é a licença menstrual

A licença menstrual permite que mulheres se afastem do trabalho por até dois dias consecutivos ao mês devido a sintomas ligados ao ciclo menstrual. A criação da lei representa um passo importante no reconhecimento da saúde feminina como parte dos direitos trabalhistas. Por medo de descontos salariais ou demissão, muitas mulheres comparecem ao trabalho mesmo enfrentando quadros agudos de dor e desconforto, o que impacta diretamente o desempenho e o bem-estar.


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 52% da população brasileira e representam 43,6% da força de trabalho no país.

Fonte: RevistaForum

 


 

30/10/2025 - Congresso vota nesta quinta autorização permanente para reduzir IR


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, convocou para quinta-feira (30), às 10h, uma sessão conjunta do Congresso Nacional com um único item na pauta: o PLN 1/2025, que trata das regras de validade das mudanças no Imposto de Renda propostas pelo governo federal.


Se o texto for aprovado, alterações nas alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), como reduções, poderão ter validade por tempo indeterminado e não mais apenas por cinco anos, como determina hoje a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).


A proposta é considerada essencial para viabilizar o PL 1.087/2025, que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil. Segundo o governo, a medida busca garantir o princípio da progressividade tributária previsto na Constituição, ou seja, quem tem renda maior paga mais imposto.


—A proposta busca alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, a fim de permitir que o Projeto de Lei 1.087/2025, aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e atualmente em apreciação neste Senado Federal, não se submeta à limitação de vigência de cinco anos. Conto com o empenho e com a presença de vossas excelências para cumprirmos nossa missão com a população brasileira — disse Davi.


O PLN 1/2025, de autoria do Poder Executivo, recebeu parecer favorável da relatora, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Fonte: Agência Senado

 


 

29/10/2025 - Para que servem os sindicatos no século XXI?


As transformações tecnológicas do século XXI, criam marcas óbvias no mundo e também nos sindicatos, onde enfrentam desafios inéditos, em âmbitos demográficos, ambientais, políticos e na regulação do trabalho. O livro de Antonio Baylos, “¿Para qué sirve un sindicato? Instrucciones de uso”, analisa o papel do sindicalismo contemporâneo e mostra como essas organizações podem continuar promovendo direitos trabalhistas, democracia e justiça social em contextos de precarização e individualização das relações laborais.


Os sindicatos, como maiores movimentos organizados da sociedade civil, atuam em múltiplos níveis, representando trabalhadores assalariados, informais, autônomos, domésticos e de plataformas digitais. Eles estão inseridos em cenários de fragilização democrática, ofensivas neoliberais e mudanças econômicas aceleradas.


A crise do trabalho assalariado e a expansão da precarização exigem que os sindicatos atuem como contrapoderes frente ao capital, promovendo negociação coletiva, ampliando representatividade e enfrentando a “uberização” e a falsa autonomia dos trabalhadores de plataforma. Baylos destaca que, sem organização e atuação estratégica, os direitos trabalhistas correm risco de retrocesso, reforçando a necessidade de inovação sindical.


Incluir trabalhadores precários e informais sem enfraquecer suas bases tradicionais? Revitalizar a negociação coletiva? Manter autonomia política em meio a pressões econômicas e políticas? Estas são as decisões mais difíceis que os sindicatos precisam tomar. Por isso, Baylos, o desafio é transformar os sindicatos em espaços democráticos e inclusivos, onde a participação ativa dos filiados fortaleça a justiça social e a cidadania.


“Os sindicatos seguem essenciais no século XXI, desde que se renovem e se adaptem às novas formas de trabalho. Podem ser agentes de transformação, defendendo direitos e tornando a igualdade uma realidade concreta para milhões de trabalhadores”, afirma Gustavo Pádua, advogado e diretor comercial da Bem Mais Benefícios… reforçando que a inovação e a representatividade são a chave para enfrentar os desafios do trabalho moderno.


Em resumo para Baylos, a questão de sindicato, ainda e sempre vai continuar essencial para o direito e o fortalecimento do trabalhador. Desde que saiba se renovar, sempre. Em um mundo em constante transformação, essas organizações podem ser agentes de mudança social, garantindo que a igualdade deixe de ser promessa e se torne realidade concreta para milhões de trabalhadores.

Fonte: Mundo Sindical

 


 

29/10/2025 - Renda do trabalhador formal continua a crescer no governo Lula


Segundo o boletim “De Olho nas Negociações”, do Dieese, 73,7% dos reajustes salariais das categorias com data-base em setembro tiveram aumento real


Os reajustes salariais acima da inflação representam 73,7% dos acordos firmados pelas categorias com data-base em setembro, de acordo com o boletim De Olho nas Negociações (nº 61), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).


O dado revela que a renda do trabalhador formal continua a crescer sob o governo Lula. Ao se considerar a análise dos últimos 12 meses, as negociações acima da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor-IBGE) só não ficaram acima dos 70% na data-base de abril, quando representaram 61,6%. No entanto, naquele mês, 26,3% das negociações igualaram o INPC, indicando quase 88% de reajustes sem perdas. Em metade desse período anual, as negociações com aumento real foram fechadas em mais de 80% dos casos.


Esse sólido momento de ganho real para os trabalhadores formais, porém, apresenta um percalço em setembro, pois nele ocorre o maior percentual de reajustes abaixo da inflação (14,1%) entre as últimas 12 datas-bases.


Apesar desses apontamentos preliminares, os dados consolidados ainda podem apresentar algumas variações, uma vez que setembro reúne as negociações de algumas das categorias mais fortes do país: “é esperado que os resultados para a data-base se alterem positivamente, conforme as negociações dessas categorias sejam concluídas”, traz o boletim.


Os resultados do mês passado, até agora, consideram 156 negociações coletivas registradas até 6 de outubro. Além dos 73,7% com ganho real e dos 14,1% abaixo da inflação, outros 12,2% dos casos recompuseram o INPC.


Na avaliação do Dieese, o aumento no percentual dos reajustes abaixo da inflação em setembro, até o momento, “é devido, principalmente, ao desempenho das negociações do comércio atacadista e varejista e do turismo e hospitalidade da região Norte do país.”


É indicado que o valor do reajuste salarial necessário para as categorias com data-base em setembro foi de 5,05% do INPC. Em outubro deverá aumentar para 5,1%. A leve variação e a sequência mensal demonstram que o cenário é de estabilidade no índice.


Reajustes salariais em 2025

Ao se considerar o quadro de negociações de 2025, 78,7% dos 14.899 reajustes salariais analisados apresentaram variação acima do INPC, com resultados iguais à variação em 13,1% dos casos e reajustes abaixo em 8,2%.


“A variação real média dos reajustes de 2025, até setembro, é de 0,93% acima da inflação”, revela o Dieese.


Setores

Entre os setores, as negociações na indústria são as que registram o maior percentual de reajustes acima da inflação, ao se considerar somente este ano até setembro: 80,8%.


No comércio, as negociações com aumentos reais são 78,4%. Porém, destaca o Dieese, é neste setor que se observa o menor percentual de reajustes abaixo da variação do INPC, 6,2%.


No setor rural, o que teve o maior percentual de reajustes abaixo do INPC (18,7%), as negociações com ganho real representam 72,5%. Já nos serviços, em 78,2% das ocasiões as negociações estão acima da inflação.


“Em relação à variação real média dos reajustes, as negociações dos serviços apresentam o maior valor em 2025, até setembro: 1,00%. Em seguida aparecem os setores rural (0,96%), indústria (0,91%) e comércio (0,71%).”


Pisos salariais

Segundo o Departamento Intersindical, o piso salarial médio das negociações de 2025, até setembro, é de R$ 1.846. O mediano, de R$ 1.725.


Já em relação aos setores, “o maior valor médio dos pisos pertence aos serviços (R$ 1.890); e o maior valor mediano, à indústria (R$ 1.754). Quanto às regiões geográficas, os maiores pisos médios e medianos pertencem às categorias da região Sul (R$ 1.910 e R$ 1.867, respectivamente)”, mostra o boletim.

Fonte: Portal Vermelho

 


 

29/10/2025 - Dissídio 2025: o que muda no salário e como calcular o reajuste


O dissídio de 2025 reajustou o salário mínimo nacional para R$ 1.518,00, representando um aumento de 7,5% em relação ao valor anterior. O impacto atinge milhões de trabalhadores de diferentes categorias, com efeitos a partir da data-base de cada setor. O cálculo leva em consideração a inflação acumulada e os acordos firmados entre sindicatos e empregadores. O objetivo é corrigir perdas salariais.


Cada categoria profissional negocia com base em sua convenção coletiva. O cenário envolve trabalhadores com carteira assinada, sindicatos laborais, representantes patronais e o governo federal como referência para o piso nacional. As negociações variam de acordo com o setor, e os reajustes são aplicados conforme as data-base definidas em convenção. O dissídio, embora comum a muitos trabalhadores, depende de acordos específicos e não é automático para todos.


O processo de reajuste envolve negociações que buscam equilibrar os interesses das partes. Os sindicatos apresentam reivindicações, muitas vezes baseadas no índice de inflação oficial, como o INPC. As empresas, por sua vez, avaliam a capacidade financeira e a situação do setor antes de aceitar as condições. Em casos de impasse, a Justiça do Trabalho pode ser acionada.


A decisão de aceitar um reajuste abaixo da inflação ou insistir em ganho real coloca os representantes dos trabalhadores diante de dilemas importantes. Em contextos econômicos instáveis, ceder pode garantir empregos, mas também pode gerar insatisfação. A negociação exige equilíbrio e compreensão dos impactos econômicos mais amplos, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores.


Gustavo Pádua, advogado, consultor sindical e diretor comercial da Bem Mais Benefícios, destaca que “o cenário das negociações coletivas no segundo semestre é desafiador, com a inflação acumulada em 5,20% até maio e aumentos ainda maiores em setores como alimentação, que registrou alta de 7,76% no último ano; segundo o Dieese, cerca de 20% das negociações ficaram abaixo da inflação do INPC, o que torna a recomposição do poder de compra dos trabalhadores um grande desafio, podendo o aprimoramento das cláusulas sociais servir como alternativa para equilibrar as relações econômicas e melhorar o ambiente de trabalho e a qualidade de vida.”


O desfecho do dissídio de 2025 resultou no reajuste do salário mínimo para R$ 1.518,00, com impacto direto sobre o piso de diversas categorias. A aplicação dos novos valores dependerá das cláusulas acordadas em cada convenção coletiva.

Fonte: Mundo Sindical

 


 

28/10/2025 - Sem sindicatos, até o ar teria dono

 

O sindicalismo é contemporâneo da modernidade — e continua sendo o escudo que impede o trabalhador de voltar ao tempo dos senhores e servos.


Marcos Verlaine*


Os sindicatos não são resquício do passado — são uma das maiores invenções humanas e conquistas da modernidade. O sindicato é avanço civilizatório.


Como lembra Antônio Augusto de Queiroz, em sua cartilha “Para que serve e o que faz o movimento sindical” (Diap, 2017)¹, o sindicalismo nasceu da necessidade de equilíbrio entre capital e trabalho, num mundo que transformou o ser humano em força produtiva descartável.


Sem o sindicato, o trabalhador enfrenta sozinho o poder econômico, jurídico e político do capital.


O movimento sindical é, portanto, a forma organizada da resistência, o instrumento que impõe limites ao lucro e faz do trabalho espaço de dignidade — e não de submissão e exploração desmedida.


Voz que protege o trabalhador

O papel do sindicato vai muito além das negociações salariais. Esse instrumento do trabalhador representa, defende e educa.


Representa, às mesas de negociação; defende os direitos conquistados; e educa para a consciência de classe e a cidadania ativa.


Foi a luta sindical que garantiu: jornada de 8 horas, 13º salário, férias e descanso remunerado, licença-maternidade e paternidade, Previdência e Seguridade Social.


Sem essa força coletiva, a história seria outra: o lucro seguiria sem limites, e o trabalhador teria de “pagar pelo ar que respira”, como provoca o autor deste — metáfora precisa para o que seria a vida sem contrapoder social.


Sindicalismo é modernidade

O sindicalismo é filho da Revolução Industrial (1760-1840) e irmão da democracia moderna².


Nasce no mesmo impulso civilizatório que reconhece direitos, organiza o Estado e limita o poder econômico.


Por isso, atacar os sindicatos é negar a própria modernidade.


Nas novas formas de trabalho — aplicativos, plataformas, contratos precários —, o sindicato é o único elo capaz de transformar o trabalhador isolado em sujeito político.


Não é o passado que o sindicalismo representa, mas o futuro possível do trabalho humano.


Sem organização, não há liberdade

A história comprova: onde o movimento sindical é forte, há menos desigualdade, maior redistribuição de renda e mais democracia.


Onde é enfraquecido, prosperam o medo, o individualismo e o retrocesso.


O sindicato é a instituição que dá voz àqueles que vivem do próprio esforço — a tradução concreta da palavra “solidariedade”.


Não há liberdade no trabalho sem organização coletiva. Não há cidadania sem sindicalismo. Não há democracia sem sindicalismo.


O que o capital teme

O que o capital teme no sindicato não é a greve, mas a consciência.


Trabalhador que entende seu papel na engrenagem social é menos manipulável, mais exigente e mais livre.


É isso que o sindicalismo promove: a emancipação pelo coletivo.


É por isso que, em todos os momentos históricos, os sindicatos foram atacados pelos mesmos interesses que exploram o trabalho e concentram a renda.


Mas também é por isso que seguem vivos — porque representam a essência do direito à dignidade.


Respirar é um ato político

O sindicalismo é o que resta de moderno numa sociedade que insiste em retroceder.


Enquanto houver exploração, haverá sindicato — e será esse o primeiro a lutar para que ninguém precise pedir licença para viver, trabalhar ou respirar.


Porque, sem sindicatos, até o ar teria dono.


(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

___________________
¹ Antônio Augusto de Queiroz — “Para que serve e o que faz o movimento sindical”, publicado pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), 2017, 3ª edição atualizada e ampliada.

² A concepção de democracia moderna surgiu após as revoluções Americana (1776) e Francesa (1789), que romperam com o Antigo Regime absolutista.

 

Fonte: Diap

 


 

28/10/2025 - Câmara debate pejotização e precarização do trabalho no Brasil


Seminário discute impactos jurídicos, econômicos e sociais da contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas, em meio ao debate no STF sobre a prática


O Cedes (Centro de Estudos e Debates Estratégicos) e a Conle (Consultoria Legislativa) da Câmara dos Deputados promovem, nesta terça-feira (28), às 9 horas, seminário “Pejotização no Brasil: desafios jurídicos e econômicos para um futuro do trabalho inclusivo e sustentável”.


O encontro busca discutir os efeitos dessa prática sobre direitos trabalhistas, arrecadação previdenciária e equilíbrio econômico.


O evento ocorre no contexto de debate nacional reacendido pela audiência pública realizada recentemente no STF (Supremo Tribunal Federal), que analisou os impactos da pejotização e da chamada “reforma trabalhista branca”, impulsionada por contratações via pessoa jurídica.


O tema mobiliza juristas, sindicatos e empresários diante da crescente informalização das relações de trabalho no País.


Fenômeno crescente e controverso

A pejotização consiste em contratar trabalhadores como PJ (pessoas jurídicas), em vez de empregar sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).


A prática, cada vez mais comum em setores como comunicação, tecnologia e saúde, é criticada por fragilizar direitos trabalhistas e reduzir contribuições à Previdência Social.


Segundo o Cedes, responsável pela organização do seminário, o objetivo é avaliar “os impactos econômicos, tributários, previdenciários e trabalhistas dos processos de pejotização”, conforme o estudo coordenado pelo relator, deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).


A pesquisa integra o plano de trabalho do Cedes para o biênio 2025-2026 e busca propor diretrizes para aperfeiçoar o marco legal, conciliando proteção ao trabalhador e sustentabilidade fiscal.


Transformações no mundo do trabalho

O debate se insere em contexto mais amplo de transformações impulsionadas por novas tecnologias, plataformas digitais e reorganização produtiva, que desafiam os modelos tradicionais de regulação trabalhista.


Especialistas alertam que o avanço da pejotização exige respostas jurídicas e políticas capazes de equilibrar flexibilidade e proteção social.


O seminário vai contar com autoridades, empresários, acadêmicos e juristas. A transmissão será ao vivo pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube, e o público poderá participar de forma interativa.


Serviço

Seminário: Pejotização no Brasil: desafios jurídicos e econômicos para um futuro do trabalho inclusivo e sustentável

Data: 28 de outubro (terça-feira)

Horário: 9h às 13h

Local: Plenário 1, Câmara dos Deputados

Transmissão: Canal da Câmara no YouTube

Inscrições: não são necessárias

Fonte: Diap

 


 

28/10/2025 - Exploração de minerais críticos e terras raras é tema de audiência nesta quarta


O objetivo é discutir a criação de um marco regulatório para o aproveitamento estratégico e sustentável desses minerais


A Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados debate, nesta quarta-feira (29), dois projetos sobre terras raras – minerais essenciais para a produção de baterias, veículos elétricos, sistemas de defesa e placas solares:

- o Projeto de Lei 2780/24, que cria a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos e Terras Raras; e

- o Projeto de Lei 3659/25, que cria o Marco Regulatório Nacional para a Pesquisa, Mineração, Beneficiamento, Industrialização e Comercialização de Elementos Terras Raras.


A reunião será realizada às 9h30, no plenário 15, a pedido do deputado João Daniel (PT-SE).


Objetivos do debate

 

Segundo Daniel, o debate permitirá avaliar:
- os impactos econômicos e geopolíticos da política mineral sobre as regiões produtoras;

- o papel das universidades e institutos federais na formação de capacidades técnico-científicas;

- a integração da mineração estratégica com políticas de inovação e industrialização verde;

- os mecanismos de transparência, rastreabilidade e controle social das cadeias minerais;

- a relação entre a exploração mineral; e

- os direitos das comunidades locais e povos originários.

Fonte: Agência Câmara

 


 

28/10/2025 - Lula lidera em todos os cenários para 2026, diz pesquisa


Novo levantamento mostra que presidente Lula se consolida como o favorito para 2026


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na frente em todos os cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas para a disputa presidencial de 2026. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (27), ouviu 2.020 eleitores entre os dias 21 e 24 de outubro em 162 municípios de todos os estados e do Distrito Federal.


Lula na dianteira no primeiro turno

No primeiro cenário testado, Lula soma 37% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, que está inelegível, com 31%. Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PSB) com 7,5%; Ratinho Júnior (PSD) com 6%; Romeu Zema (Novo) com 4,7%; e Ronaldo Caiado (União) com 3,2%. Os indecisos somam 4,8%, enquanto 5,8% afirmaram que votarão em branco ou nulo.


Em uma segunda simulação, que coloca Michelle Bolsonaro como principal adversária, o presidente mantém 37,3% da preferência, contra 28% da ex-primeira-dama. Ratinho Júnior (8,5%), Ciro Gomes (8,2%), Ronaldo Caiado (4,2%) e Romeu Zema (2%) completam a lista.


Maior vantagem contra Tarcísio e Flávio Bolsonaro

Nos cenários que testam Lula contra outros nomes da direita, o petista amplia sua liderança. Contra Tarcísio de Freitas, ele registra 37,4%, enquanto o governador paulista obtém 22,3%. Ciro aparece em terceiro, com 9%, seguido por Ratinho Júnior (8,1%), Zema (5,7%) e Caiado (4,1%).


O cenário em que Lula tem a maior vantagem é o que inclui Flávio Bolsonaro (PL). Nesse caso, o presidente chega a 37,6% das intenções de voto, contra 19,2% do senador. Ratinho Júnior tem 9,6%, Ciro 8,9%, Zema 6,2% e Caiado 4,8%.


Segundo turno

As simulações de segundo turno mostram Lula à frente, mas dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais, o que configura empate técnico. Contra Jair Bolsonaro, Lula aparece com 44,9%, ante 41,6% do ex-presidente. Na disputa com Michelle Bolsonaro, o petista marca 44,7% e ela 41,6%.


Com Tarcísio de Freitas, o placar é de 44,9% a 40,9%, e contra Flávio Bolsonaro, Lula amplia a diferença: 46,7% contra 37%.

Fonte: Brasil247

 


 

27/10/2025 - Nota das Centrais Sindicais de Apoio e Solidariedade aos Trabalhadores e ao Povo Argentino


As Centrais Sindicais Brasileiras manifestam apoio e solidariedade aos trabalhadores, trabalhadoras, ao movimento sindical e ao povo Argentino, contra as políticas nefastas implantadas no Governo Javier Milei.


Consideramos que nesse difícil e grave momento para os trabalhadores e a população da Argentina, é fundamental fortalecer as ações e a luta contra à extrema direita, representada pelo governo Milei, cujas políticas econômicas e sociais ameaçam os direitos dos trabalhadores e a justiça social deixando milhões de aposentados, pensionistas e funcionários públicos na miséria.


Nesse sentido, também saudamos o “Foro para la defensa del derecho del trabajo y la Justiça Social”, um importante espaço de articulação de várias entidades e personalidades da sociedade civil argentina, liderado pelo Dr. David Duarte da Universidade de Buenos Aires (Argentina).


A luta pela dignidade do trabalho e pela proteção dos direitos humanos é uma causa que transcende fronteiras. É uma luta de todos!
Juntos, devemos resistir a qualquer tentativa de retrocesso e promover um futuro mais justo e igualitário para todos.


Reiteramos nosso apoio incondicional as lutas e as iniciativas dos trabalhadores argentinos, toda a sociedade, em defesa da democracia e por seus direitos.


Viva a Argentina! Viva o Brasil! Viva a nossa América Latina!


São Paulo, 23 de outubro de 2025


Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Fonte: NCST

 


 

27/10/2025 - Lula e Trump têm primeira reunião desde início do tarifaço


Lula destacou reunião "franca e construtiva" e defendeu relação próxima com os Estados Unidos.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou neste domingo (26) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). A conversa, que durou cerca de 50 minutos, foi marcada por pedidos de retomada do diálogo econômico e pela tentativa de reverter o tarifaço imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros.


No encontro, Lula afirmou que pretende manter uma relação de cooperação com Washington e defendeu o entendimento direto entre os dois países.


"O Brasil tem interesse de ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos. Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos, porque nós temos certeza que, na hora em que dois presidentes sentam em uma mesa, cada um coloca seu ponto de vista, cada um coloca seus problemas, a tendência natural é encaminhar para um acordo", disse.


O presidente também comentou o encontro em suas redes sociais. Em publicação no Instagram, Lula afirmou ter tido uma "ótima reunião" com Donald Trump e destacou o caráter "franco e construtivo" da conversa.


Também participaram da reunião o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.


Revisão das tarifas

Após o encontro, Mauro Vieira informou que Trump autorizou sua equipe a iniciar tratativas para revisão do tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras. O anúncio foi feito em julho e afetou todos os produtos enviados do Brasil aos Estados Unidos. Segundo Vieira, o republicano determinou que as conversas comecem ainda neste domingo, no horário local.


"A reunião foi muito positiva, o saldo final é ótimo. O presidente Trump declarou que dará instruções a sua equipe para que comece um processo, um período de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje ainda, porque é para tudo ser resolvido em pouco tempo", afirmou o ministro.


Tom cordial

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, a conversa entre os dois presidentes foi amistosa. Durante o diálogo, Trump teria elogiado a trajetória política de Lula.


"Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistando o terceiro mandato", relatou.


Possíveis visitas

O ministro também confirmou que Trump manifestou interesse em visitar o Brasil em breve. Lula, por sua vez, aceitou o convite para ir aos Estados Unidos.


"O presidente Lula aceitou também e disse que irá, com prazer, aos Estados Unidos. Trump disse que admira o Brasil e que gosta imensamente do povo brasileiro", completou.

Fonte: Congresso em Foco

 


 

27/10/2025 - Com alimentos mais baratos, prévia da inflação de outubro aponta desaceleração


Energia e alimentos aliviam, mas transportes e lazer seguem pressionando preços. No acumulado de 12 meses, o índice caiu de 5,32% para 4,84%


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia mensal divulgada pelo IBGE, trouxe uma trégua parcial para os brasileiros em outubro.


A prévia da inflação oficial desacelerou para 0,18%, a menor taxa para o mês desde 2022. No acumulado de 12 meses, o índice caiu de 5,32% para 4,94%, sinalizando uma possível aproximação do teto da meta inflacionária que é de 4,50%, no ano.


A desaceleração foi puxada por setores essenciais — como energia elétrica e alimentos — que apresentaram queda ou estabilidade nos preços. A energia residencial caiu 1,09%, reflexo da mudança na bandeira tarifária. Já o grupo Alimentação e Bebidas, o mais sensível ao bolso do povo, registrou deflação pelo quinto mês consecutivo, com destaque para a cebola (-7,65%), o ovo (-3,01%) e o arroz (-1,37%).


Entretanto, a inflação persiste nos setores mais vulneráveis à especulação e à sazonalidade. Transportes subiram 0,41%, pressionados pelos combustíveis (gasolina +0,99%, etanol +3,09%) e pelas passagens aéreas (+4,39%). Já as despesas pessoais — como lazer e turismo — também encareceram, com aumentos em cinema, teatro e pacotes turísticos.


A expectativa dos economistas é que o IPCA feche o ano em torno de 4,70%, pressionado pela manutenção da taxa de juros — Selic — em 15% ao ano.

Fonte: Portal Vermelho

 


 

27/10/2025 - Debatedores afirmam que isenção do IR será positiva para a economia


O projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil (PL 1.087/2025) pode ter efeitos econômicos positivos para o país, contribuindo para melhorar a distribuição de renda, diminuir as desigualdades sociais e aprimorar a eficiência e a competitividade da economia. Mas o texto precisa ser aperfeiçoado.


Essa avaliação foi apresentada durante a quarta — e última — audiência pública sobre o projeto, promovida na quinta-feira (23) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Participaram do debate pesquisadores, representantes do governo e do setor privado.


O projeto é de autoria do governo e já foi aprovado na Câmara. Além de prever isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a proposta determina a redução gradual da alíquota do Imposto de Renda para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.


Para compensar a renúncia fiscal, o projeto prevê a tributação de lucros e dividendos na fonte (para distribuições superiores a R$ 50 mil) e a criação de um "imposto mínimo" de até 10% para pessoas de alta renda (superior a R$ 600 mil por ano).


Atualmente, a matéria está em análise na CAE, sob a relatoria do próprio presidente da comissão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ao apoiar a iniciativa, ele argumentou que a isenção vai beneficiar diretamente mais de 25 milhões de pessoas e terá um “impacto [positivo] inegável na economia”.


— Certamente ajudará a impulsionar ainda mais os resultados econômicos. (...) Do ponto de vista de sua abrangência, o projeto em alguns estados irá atender mais de 95% da população — disse ele.

 

Matéria completa: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/10/23/debatedores-afirmam-que-isencao-do-ir-sera-positiva-para-a-economia

 

Fonte: Agência Senado

 


 

27/10/2025 - BNDES aprova R$ 5,3 bi em crédito para empresas afetadas por tarifaço


Recursos visam mitigar efeitos das tarifas impostas pelos EUA e preservar empregos no país.


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comunicou, na quinta-feira (23), a aprovação de R$ 5,3 bilhões em crédito, provenientes do Plano Brasil Soberano, destinados a empresas impactadas pelas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos.


Foram concretizadas 371 operações, com R$ 2,86 bilhões alocados na linha Capital de Giro (para despesas operacionais), R$ 2,39 bilhões na linha Giro Diversificação (para expansão a novos mercados) e R$ 52,46 milhões na linha Bens de Capital. Além disso, aprovou-se R$ 4,38 bilhões para indústrias de transformação, R$ 468 milhões para comércio e serviços, R$ 336 milhões para agropecuária e R$ 127 milhões para a indústria extrativa.


Ao todo, foram protocoladas 470 solicitações de crédito, totalizando R$ 8,27 bilhões. Esse montante integra a estimativa de demanda de crédito de R$ 14,5 bilhões, conforme levantamento realizado com instituições financeiras parceiras. "O BNDES mantém o compromisso de apoiar as empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço. A determinação do presidente Lula é preservar os empregos e fomentar o desenvolvimento de novos mercados para as exportações prejudicadas", declarou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.


O Plano Brasil Soberano, criado para atenuar os impactos econômicos da elevação unilateral, em até 50%, das tarifas de importação sobre produtos brasileiros, estabelecidas pelo governo dos Estados Unidos, consiste em um conjunto de medidas divididas em três eixos: fortalecimento do setor produtivo; proteção aos trabalhadores; e diplomacia comercial e multilateralismo.

Fonte: Agência Senado

 


 

27/10/2025 - Empregado tem que indicar valor da causa no pedido inicial? STF decidirá


Corte analisará constitucionalidade de dispositivos incluídos pela reforma trabalhista na CLT.


O STF inicia nesta sexta-feira, 24, o julgamento em plenário virtual de ação que questiona a obrigatoriedade de indicar valores específicos nos pedidos apresentados em reclamações trabalhistas.


A ação foi ajuizada pelo Conselho Federal da OAB, que contesta dispositivos introduzidos pela lei 13.467/17 (reforma trabalhista) no art. 840 da CLT. A norma determina que o pedido formulado pelo trabalhador deve ser "certo, determinado e com indicação de seu valor".


Para a OAB, a exigência restringe o acesso à Justiça, especialmente de trabalhadores que não dispõem de meios técnicos para calcular com precisão o valor de seus direitos antes da fase de instrução processual.


A entidade argumenta ainda que a regra viola princípios constitucionais como os da ampla defesa, da proteção ao trabalho e da segurança jurídica.


O relator do caso é o ministro Cristiano Zanin, que apresentará o voto a partir das 11h desta sexta-feira, 24. Os ministros terão até o dia 31/10 para registrar seus votos na plataforma virtual do STF.

Processo: ADin 6.002

 


 

24/10/2025 - Movimento sindical divulga programação para COP30


Saiba como a programação para COP30 pode garantir condições de trabalho dignas na luta contra as mudanças climáticas.


A participação do movimento sindical na COP30, que será realizada em 2025, é fundamental para garantir que a transição para uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) ocorra de forma justa e inclusiva, colocando a classe trabalhadora no centro das decisões sobre o futuro do planeta.


As centrais e entidades sindicais têm um papel decisivo nas decisões sobre o clima: exercer pressão política e apresentar propostas concretas que assegurem trabalho decente, condições dignas de emprego e financiamento adequado para políticas públicas voltadas à transição justa.


Isso porque a transição ecológica não pode se limitar à substituição de fontes de energia ou a ajustes produtivos. É preciso repensar como se produz, se consome e se distribui a riqueza, reduzindo desigualdades e garantindo que ninguém seja deixado para trás.


Ao levar a pauta da classe trabalhadora à COP30, o movimento sindical reafirma seu protagonismo na construção de soluções sustentáveis, capazes de conciliar justiça climática, geração de trabalho decente e redução das desigualdades sociais. São debates que, segundo as entidades, ultrapassam o evento e devem permanecer como horizonte estratégico da ação sindical em defesa de um desenvolvimento ambientalmente responsável e socialmente justo.


O desafio atual é garantir que a Agenda de Ação Climática — que busca implementar compromissos e metas firmadas nas conferências — se consolide como uma política permanente dos Estados, com participação social efetiva.


Nesse contexto, o movimento sindical brasileiro organiza uma série de atividades preparatórias e debates com o tema “Trabalho e Meio Ambiente: rumo à transição justa”, mobilizando trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias para construir uma agenda comum em defesa do planeta e do emprego digno.


Veja como serão distribuídos os temas na agenda da COP:

 

10 e 11 de novembro

Temas: Adaptação, Cidades, Infraestrutura, Água, Resíduos, Governos Locais, Bioeconomia, Economia Circular, Ciência, Tecnologia e Inteligência Artificial.

Esses dois dias lançarão as bases para a prontidão e a resiliência climática em todos os sistemas, setores, comunidades e regiões.


12 e 13 de novembro

Temas: Saúde, Empregos, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos, Integridade da Informação e Trabalhadores.

Essas discussões também introduzirão o Balanço Ético Global, reforçando a equidade e a responsabilidade moral na governança climática.


14 e 15 de novembro

Temas: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono e Gases não CO2.

Os debates se concentrarão na transformação dos sistemas produtivos e energéticos, apoiando o esforço global para triplicar a energia renovável, dobrar a eficiência energética e promover uma transição justa, ordenada e equitativa dos combustíveis fósseis.


17 e 18 de novembro

Temas: Florestas, Oceanos e Biodiversidade.

As atividades desses dias terão foco na gestão planetária e comunitária, destacando o papel dos povos indígenas, comunidades locais e tradicionais, crianças e juventude, além dos pequenos e médios empreendedores. O objetivo é apresentar soluções inclusivas e baseadas na natureza, alinhadas à realidade dos territórios.


19 e 20 de novembro

Temas: Alimentação, Agricultura e Equidade.

Serão abordados temas como agricultura familiar, sistemas alimentares e segurança alimentar, pesca, além de debates sobre mulheres, gênero, população negra e turismo, ressaltando a interligação entre justiça social e sustentabilidade ambiental.


Veja aqui a programação sindical para a COP30

Fonte: Rádio Peão Brasil

 


 

24/10/2025 - Setembro teve ganho real em 73,7% dos acordos


O boletim “De Olho nas Negociações”, do Dieese, apurou ganhos reais em 73,7% das negociações analisadas com data-base em setembro. Acordos que igualaram o INPC foram 12,2%, enquanto 14,1% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação.


Dados abrangem 156 negociações, número considerado baixo por Luís Ribeiro, técnico do Dieese. Ele explica que o quadro ainda deve se alterar, à medida que novos acordos forem fechados. “Setembro é data-base de categorias fortes, como metalúrgicos, petroleiros e bancários. Por isso, a tendência é que os resultados do mês sejam mais positivos”, afirma.


No ano, o Dieese já analisou 14.899 acordos. Desses, 78,7% trouxeram ganhos reais, 13,1% apenas repuseram o INPC e 8,2% ficaram abaixo da inflação. Luís Ribeiro analisa: “O quadro é de estabilidade. Observamos pequenas variações a cada mês, mas no acumulado em 12 meses os ganhos reais sempre giram em torno de 80%”.


Regiões – O Sudeste (83% de ganhos reais) e o Sul (82%) foram as regiões com melhores resultados nas negociações no mês de setembro. Em contrapartida, Nordeste (68,8%) e Norte (70,5%) tiveram os piores números. Para Luís, “dados refletem outros indicadores socioeconômicos e atestam a desigualdade regional que ainda predomina no País”.


Setores – Com 80,8%, a Indústria teve o maior percentual de negociações com ganhos reais, seguida por Comércio (78,4%) e Serviços (78,2%). O setor rural apresenta resultados que destoam: 72,5% de acordos acima da inflação e 18,7% deles abaixo do INPC.


Isenção – Para Luís Ribeiro, a isenção de Imposto de Renda sobre salários até R$ 5 mil e os descontos para quem recebe até R$ 7.350,00 devem ter impacto positivo sobre as negociações coletivas do ano que vem. Ele explica: “Isso significará mais dinheiro no bolso do trabalhador, o que tende a estimular o consumo e gerar um ciclo virtuoso na economia”.


Leia a pesquisa completa.


Mais – Site do Dieese.

Fonte: Agência Sindical

 


 

24/10/2025 - Trabalho e Meio Ambiente: DIEESE lança cartilha sobre Transição Justa e COP30


Publicação “Papo Reto” busca engajar sindicatos e trabalhadores na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável com justiça social


Em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP30, em Belém (PA), o DIEESE lançou a cartilha “Papo Reto: Desenvolvimento Sustentável, Transição Justa e COP30”, produzida em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O material apresenta, em linguagem acessível, os principais conceitos e desafios que relacionam mudanças climáticas, trabalho e justiça social, destacando o papel central dos sindicatos na formulação de políticas públicas e na defesa dos direitos dos trabalhadores diante das transformações ecológicas e produtivas.


A cartilha explica o que está em jogo na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), que reunirá cerca de 190 países para discutir metas de redução de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas e financiamento climático para países em desenvolvimento. O documento também ressalta as prioridades brasileiras, como o fortalecimento das metas de ambição climática (NDCs), a criação de um Fundo para Florestas Tropicais e a valorização da Amazônia como centro da ação climática global.


Segundo o DIEESE, o atual modelo produtivo baseado em altas emissões de carbono e exploração predatória é insustentável, e a Transição Justa surge como resposta a esse cenário. O conceito, originado no movimento sindical, propõe que as mudanças rumo a uma economia verde não deixem ninguém para trás, garantindo empregos verdes com direitos, qualificação profissional e inclusão social.


O documento enfatiza que os trabalhadores estão entre os mais afetados pela crise climática — com aumento de doenças ocupacionais, perda de renda e precarização. Por isso, os sindicatos devem ser protagonistas, levando às mesas de negociação cláusulas ambientais e trabalhistas, defendendo financiamentos públicos transparentes e atuando em espaços como o Fórum da Transição Energética, o Conselho Nacional dos ODS e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.


Com cerca de 6% dos empregos formais no Brasil classificados como “verdes”, o DIEESE alerta para a necessidade de ampliar oportunidades com trabalho decente, igualdade de gênero e combate ao racismo ambiental. Setores como saneamento básico, agricultura orgânica, energia renovável e reflorestamento são apontados como estratégicos para essa expansão.


Por fim, a cartilha propõe diretrizes para um projeto de desenvolvimento socioambiental sustentável, centrado na redução das desigualdades, na tributação de grandes fortunas e na construção de uma economia circular. A mensagem central é clara: não há transição ecológica sem justiça social. O futuro do planeta depende da capacidade de conciliar emprego, renda e meio ambiente com democracia e participação popular.


Confira aqui a Íntegra da Cartilha DIEESE COP30

Fonte: Rádio Peão Brasil

 


 

24/10/2025 - Especialistas pedem marco legal permanente para política industrial no Brasil


A medida está prevista em projeto de lei em análise na Câmara


Participantes de audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados defenderam a aprovação do Projeto de Lei 4133/23, que cria um marco legal para a política industrial.


Atualmente, o país tem a política Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em 2024. Os debatedores afirmam que é necessário um modelo permanente, que resista aos ciclos eleitorais.


Segundo Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), vários países voltaram a investir em políticas industriais. Ele citou os Estados Unidos como exemplo, que aumentaram os gastos para fortalecer a produção interna.


“As tensões geopolíticas atuais estão ligadas à disputa pela reindustrialização e pela liderança na fronteira do conhecimento”, afirmou Capelli.


Fabrício Silveira, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), informou que, entre 2017 e 2023, as 12 maiores economias do mundo adotaram cerca de 12 mil medidas de política industrial.


Entre os motivos estão a emergência climática, a digitalização da economia e a desorganização das cadeias produtivas.


Luiz Felipe Giesteira, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), defendeu políticas permanentes para a indústria, semelhantes às do agronegócio.


Ele destacou a valorização do mercado interno como outro ponto importante do projeto. “As regras atuais das compras públicas limitam a atuação dos gestores, mesmo quando há interesse em adquirir produtos nacionais e inovadores”, disse Giesteira.


Investimentos

Fernando Pimentel, da Coalizão Industrial, afirmou que o Brasil investe cerca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano, mas deveria investir 25%. Ele sugeriu que o projeto crie um conselho consultivo com participação do setor produtivo, estabeleça metas de produtividade de 4% ao ano e garanta medidas de defesa comercial mais rigorosas.


A política industrial atual, a NIB, prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2026, em financiamentos, recursos não reembolsáveis e participações acionárias. A maior parte será gerida pelo BNDES.


Pelo projeto, cada presidente da República deverá elaborar sua política industrial no primeiro ano de mandato, com vigência até o primeiro ano do mandato seguinte.


O relator do projeto, deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), destacou a importância da inovação industrial em parceria com universidades. “Precisamos acelerar, facilitar e simplificar os processos previstos na Lei de Inovação e na Lei do Bem, que tratam da interação entre universidades e empresas”, afirmou.

Fonte: Agência Câmara

 


 

24/10/2025 - Projeto prevê desconto no salário de saldo negativo em banco de horas


Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado


O Projeto de Lei 704/25 permite desconto salarial referente a saldo negativo em banco de horas, desde que haja previsão em acordo coletivo. O texto em análise na Câmara dos Deputados altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).


Pela proposta, esse desconto salarial será possível em decorrência de horas não trabalhadas e somente em duas situações:

- rescisão contratual a pedido do empregado; ou

- despedida do empregado por justa causa.


“O Tribunal Superior do Trabalho (TST) já considerou válida a negociação que permita o desconto das horas não trabalhadas”, afirmou o autor da proposta, deputado Jonas Donizette (PSB-SP). “O projeto visa à segurança jurídica”, disse.


Próximos passos

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

Fonte: Agência Câmara

 


 

23/10/2025 - Estudo reflete sobre redução da jornada no pós reforma trabalhista


Estudo reflete sobre a redução da jornada no contexto da reforma trabalhista e sobre a luta por melhores condições de trabalho.


O quarto artigo do dossiê “Fim da Escala 6×1 e Redução da Jornada de Trabalho”, organizado pelo Organizado pelo Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) em parceria com as centrais sindicais, destaca “O fim da escala 6×1 е a possível reintrodução da padronização das jornadas no contexто pós-reforma trabalhista”. O artigo é assinado por Daniela Macia Ferraz Giannini.


A pesquisadora aponta que a Reforma Trabalhista de 2017 favoreceu o capital ao ajustar a jornada de trabalho às necessidades patronais, rompendo com a função histórica de impor limites à liberdade patronal. Isso resultou em maios horas de trabalho e na falta de pagamento por horas à disposição.


A partir de 2020, a crise da Covid-19 reacendeu o debate sobre a redução da jornada de trabalho. Nos países centrais, propostas como a semana de quatro dias ganharam destaque. No Brasil, movimentos como o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) resgatam a histórica luta sindical pela redução da jornada ao defenderem a o fin da escala 6×1.


As campanhas pela redução da jornada de trabalho ganham relevância ao reintroduzir a padronização no debate social, contrapondo-se à despadronização característica do capitalismo contemporâneo.


Leia aqui o artigo:

O fim da escala 6×1 е a possível da padronização das jornadas no contextо pós-reforma trabalhista

Fonte: Rádio Peão Brasil

 


 

23/10/2025 - A pejotização é a nova face da precarização do trabalho


Marcos Verlaine*


A audiência pública realizada no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a pejotização revelou o núcleo do impasse deixado pela Reforma Trabalhista de 2017: o conflito entre o direito social e o avanço da lógica de mercado sobre o trabalho humano.


O Supremo está em cena. É o “dono da bola” neste momento. Mas o trabalhador não pode ser a “bola da vez”.


O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, tem diante de si mais que um processo jurídico. A decisão dele tocará o próprio alicerce da cidadania no Brasil: o reconhecimento de que o trabalho não é mera mercadoria — é direito e valor civilizatório.


Da modernização à precarização

Sob o discurso da “modernização” e da “flexibilização”, eufemismo que significa retirar direitos, a pejotização vem se consolidando como forma de redução de custos e evasão de direitos.


Empresas contratam profissionais não mais como empregados, mas como pessoas jurídicas — expediente que elimina 13º, férias, FGTS, contribuição previdenciária e qualquer traço de estabilidade social.


O vínculo de emprego desaparece; o trabalhador é empurrado à condição de “prestador de serviço”.


Na aparência, trata-se de autonomia. Na realidade, é a precarização institucionalizada — o desmonte do Direito do Trabalho construído ao longo de quase 1 século.


Números da desproteção

Os dados mostram o tamanho do abismo. Segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e o IBGE, o País perdeu 12% dos contratos formais nos últimos 5 anos, enquanto as formas “alternativas” de vínculo cresceram rapidamente.


Hoje, mais de 25 milhões de brasileiros sobrevivem em condições precárias: motoristas de aplicativo, entregadores, professores, jornalistas e técnicos. A suposta liberdade da pejotização esconde o fato de que a maioria vive sem direitos, sem segurança social e sem renda estável.


Trabalhador não é empresa

A pejotização transfere o risco do negócio para o trabalhador, e assim rompe o princípio fundamental da relação de trabalho: a subordinação.


Se alguém depende de um único contratante, cumpre ordens, segue metas e horários, não é empresário — é empregado. Quem tem de arcar com o custo do negócio é o dono do negócio. É relação de troca, em que o dono custeia e o trabalhador vende a força de trabalho dele.


A forma jurídica não pode se sobrepor à realidade material do trabalho. Como ensina a clássica doutrina trabalhista, “o contrato não cria o fato social; apenas o reconhece”.


Fenda previdenciária

Além de desproteger o trabalhador, a pejotização corrói o sistema de Seguridade Social, que sustenta a Saúde Pública (SUS)¹, a Previdência Social (INSS)² e a Assistência Social³.


Ao reduzir as contribuições sobre a folha, o modelo compromete a sustentabilidade da Previdência e empurra milhões para a contribuição mínima, individual e irregular, que enfraquece o sistema e vulnera o conceito de Previdência, que é prevenção para os momentos de infortúnios.


O resultado é duplo: menos arrecadação para o Estado e mais insegurança para quem trabalha. O risco da velhice, da doença e do desemprego volta a ser problema privado — exatamente o que o sistema público buscou superar ao longo do século 20.


Ou seja, essa “modernidade” que apregoam é falsa, porque na verdade trata-se de um “grande salto para trás”. É a volta ao passado, que outrora havia sido superado com a materialização dos direitos.


O que está em jogo no Supremo

O julgamento no STF será decisivo. Se a Corte considerar legítima a pejotização ampla, estará legalizando a precarização estrutural do trabalho.


Será um marco de ruptura — o momento em que o Estado, em vez de proteger o trabalhador, passará a sancionar juridicamente a vulnerabilidade desse sujeito, sem direitos, sem perspectivas e sem futuro.


O Brasil corre o risco de redefinir o que é trabalho e quem é trabalhador. A dúvida que paira, ao fim e ao cabo é: queremos um país de cidadãos ou de prestadores de serviço descartáveis?


Sentido social do trabalho

O trabalhador não é empresa. É sujeito de direitos, produtor de riqueza, pilar da economia real. Reduzi-lo a um CNPJ é negar sua humanidade, apagar o valor social do trabalho e corroer a base moral sobre a qual se ergue o Estado Democrático de Direito.


O trabalho organiza o trabalhador como sujeito social, econômico e político. Transformá-lo em empresa tem o objetivo de desmantelá-lo como esse sujeito.


A verdadeira modernização não é a que enfraquece o trabalho, mas a que o valoriza — com direitos, dignidade e reconhecimento.


Em defesa do trabalho como valor civilizatório

O que será do trabalhador se a pejotização for chancelada pelo STF?


A resposta pode nos levar de volta ao século 19, quando o trabalho era apenas mercadoria, e o trabalhador, número sem rosto.


A sociedade brasileira precisa decidir se aceita esse retrocesso. Esse grande salto para trás da vida humana.


Proteger o trabalho é proteger o futuro — é afirmar que a democracia começa, de fato, no reconhecimento de quem trabalha como sujeito de direitos, e não como custo empresarial.


(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

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¹ Garantida pelo SUS, cujo princípio é a universalidade, ou seja, acesso à saúde pública e gratuita para todos os cidadãos, sem necessidade de contribuição direta.


² Seguro social para o trabalhador, que garante renda em casos de inatividade, como aposentadoria, doença, acidente, maternidade e morte. Sistema de caráter contributivo, gerenciado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), em que os benefícios são pagos aos que contribuem e seus dependentes.


³ Direcionada a quem dessa necessitar, independentemente de contribuição. Objetivo é apoiar indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade, risco social ou pessoal. O BPC (Benefício de Prestação Continuada), por exemplo, é uma das principais ações.

Fonte: Diap

 


 

23/10/2025 - Moraes pede vista e suspende julgamento sobre desoneração no STF


Análise virtual teve início na última sexta-feira


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu nesta terça-feira (21) o julgamento sobre constitucionalidade da lei aprovada pelo Congresso em 2023 para garantir a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027.


O julgamento virtual foi iniciado na sexta-feira (17) e já contava com placar de 3 votos a 0 para manter acordo entre o Congresso e o governo federal para estabelecer a compensação pelas perdas com a desoneração e permitir a reoneração gradual dos setores a partir deste ano.


Os votos foram proferidos pelo relator, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Gilmar Mendes.


O julgamento trata do mérito da ação na qual o governo federal havia contestado a legalidade da desoneração sem a indicação de compensações financeiras da União pela concessão dos benefícios.


Segundo Zanin, o Congresso não indicou o impacto financeiro da desoneração. O ministro citou que a Constituição obriga a indicação da estimativa de impacto financeiro nos casos de propostas legislativas que criem despesas ou renúncia de receita.


Contudo, o ministro deixou de declarar a nulidade da lei aprovada pelo Congresso e manteve o acordo com o governo federal.


Não há prazo para retomada do julgamento.

Fonte: Agência Brasil

 


 

23/10/2025 - MPT apoia redução da jornada de trabalho em audiência no Senado


O Ministério Público do Trabalho (MPT) defendeu, nesta terça-feira (21), a redução da jornada semanal de trabalho durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. O debate abordou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148/2015, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê a diminuição gradual da jornada.


Durante a audiência pública, a coordenadora nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho e da Saúde do Trabalho e da Trabalhadora (Codemat) do MPT, Cirlene Zimmermann, ressaltou que a redução da jornada é uma pauta histórica, associada diretamente à saúde e segurança no trabalho. Ela lembrou que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), já em 1962, recomendava o padrão de 40 horas semanais como referência de tempo de trabalho decente, condição essencial para garantir qualidade de vida e equilíbrio entre vida profissional e pessoal.


A procuradora destacou que as longas jornadas estão entre os principais fatores de adoecimento e morte de trabalhadores, conforme estudos da OIT e da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O risco apontado como o maior gerador de adoecimentos e mortes de trabalhadores e trabalhadoras são as extensas jornadas de trabalho”, afirmou, citando doenças cardiovasculares, transtornos mentais e acidentes como consequências diretas do excesso de horas laborais. Entre os trabalhadores que mais se acidentam no trabalho, a representante citou motoristas, trabalhadores de frigoríficos e profissionais de saúde.


Cirlene Zimmermann também relacionou a redução da jornada ao aumento da produtividade e à melhoria da qualidade de vida. “Quando ouvimos argumentos de que o trabalhador gosta de fazer hora extra, é preciso esclarecer. Ele não gosta de fazer hora extra, ele gosta de ganhar bem e de ter renda digna. Ele quer satisfazer as suas necessidades básicas, aquelas previstas na Constituição. Se, para isso, precisa fazer horas extras, ele se submete e tira o tempo da família e do estudo”.


A representante alertou, ainda, que o debate sobre a redução da jornada deve alcançar todas as formas de trabalho, evitando exclusões resultantes da precarização e da pejotização. “A modernização das relações de trabalho, a partir da automação e das novas tecnologias, não pode significar, de forma alguma, redução ou enfraquecimento do necessário dever de assegurar a proteção social. Pelo contrário. Precisamos assegurar justiça social, dignidade e inclusão. A redução da jornada, quando bem planejada, permitirá quebrar barreiras que não são intransponíveis. Ao final, teremos uma justiça social concretizada e o enfrentamento efetivo das mazelas que o Estado brasileiro ainda enfrenta”.


A audiência foi presidida pelo senador Paulo Paim, autor da PEC. A proposta prevê a alteração do inciso XIII do art. 7º da Constituição Federal com o objetivo de reduzir a jornada de trabalho semanal de 44 para 36 horas. Conforme a PEC, a mudança será gradual, começando com uma redução para 40 horas na primeira fase e diminuindo uma hora por ano até atingir o limite de 36 horas semanais.

Fonte: MPT

 


 

23/10/2025 - Governo apresentará dois projetos para compensar rejeição da MP do IOF


Haddad planeja entregar um projeto sobre cortes de despesas e outro com novas fontes de receita.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em entrevista à Globo News que o governo apresentará dois projetos distintos ao Congresso Nacional para compensar a lacuna fiscal deixada com a derrubada da medida provisória 1303/2025, que previa um pacote de alternativas tributárias ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


A separação das propostas busca evitar a confusão entre temas de despesa e receita em um mesmo texto legal, o que gerou forte polêmica durante a tramitação da MP original. Segundo Haddad, parte dos parlamentares já demonstrou disposição para incorporar os novos temas a projetos que estão em andamento, o que pode acelerar o processo legislativo.


Haddad estima que a revisão de gastos possa gerar uma economia entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, enquanto a taxação de casas de apostas e fintechs deverá render cerca de R$ 3,2 bilhões em 2026. A tributação sobre ativos financeiros, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que gerou descontentamento do Congresso na discussão da MP do IOF, ficará de fora no primeiro momento.


Os recursos obtidos com os dois projetos buscam garantir o atendimento da meta fiscal de 2026. O texto apresentado para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões, que seriam garantidos com a medida provisória derrubada. A dificuldade em chegar a um acordo sobre como assegurar esses recursos já resultou em um atraso de quatro meses na votação da LDO.


O ministro reforçou a necessidade de assegurar esse superávit. "Precisamos dar uma última volta nesse parafuso. Entregar um orçamento com resultado primário positivo é importante diante do que aconteceu no passado recente", afirmou.

Fonte: Congresso em Foco