Blog - Últimas Notícias
31/03/2025 -
Desemprego sobe para 6,8%, mas é o menor do
trimestre desde 2014
IBGE diz que trabalho com carteira assinada
atinge recorde
A taxa de desocupação no trimestre encerrado em
fevereiro é de 6,8%. O resultado fica 0,7 ponto
percentual acima do registrado no trimestre móvel
anterior, terminado em novembro de 2024 (6,1%). No
entanto, é a menor para um trimestre encerrado em
fevereiro desde 2014, quando marcou 6,8%.
Os dados do mercado de trabalho fazem parte da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28),
no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana
Beringuy, a elevação da desocupação em relação ao
trimestre móvel anterior é um comportamento comum
nesta época do ano.
"É um movimento esperado porque no período de
transição do encerramento de um ano para os
primeiros meses do ano seguinte, há, de fato, esse
movimento de queda na ocupação", garante.
O número de pessoas sem trabalho alcançou 7,5
milhões no período, elevação de 10,4% ante o
trimestre móvel anterior. Entretanto, esse
contingente está 12,5% menor que o anotado no mesmo
trimestre de 2024.
Setores
Dos dez grupamentos de atividade pesquisados pelo
IBGE, três apresentaram recuo no número de ocupados,
construção (-4,0%, ou menos 310 mil pessoas),
administração pública, defesa, seguridade social,
educação, saúde humana e serviços sociais (-2,5%, ou
menos 468 mil pessoas) e serviços domésticos (-4,8%,
ou menos 290 mil pessoas).
De acordo com Beringuy, a redução de vagas no grupo
de administração pública também é sazonal e tem a
ver com o fim de vínculo de trabalhadores
temporários.
A pesquisadora afirma, ainda, que esse comportamento
sazonal do mercado de trabalho faz com que não seja
possível afirmar que há efeitos recessivos da
escalada da taxa de juros, medida adotada pelo Banco
Central (BC) para conter a inflação.
“Não atribuiria nesse momento efeito dessa variável
juros e afetação do consumo de famílias no mercado
de trabalho”, diz.
No trimestre encerrado em janeiro de 2025, a taxa
ficou em 6,5%, abaixo dos 6,8% do período terminado
em fevereiro. Mas o IBGE não faz a comparação entre
os intervalos imediatamente seguidos, pois há meses
que se repetem nos dois períodos (dezembro e
janeiro), o que distorce a comparação.
Ocupados e carteira assinada
No trimestre encerrado em fevereiro, a população
ocupada no país era de 102,7 milhões de pessoas. O
contingente é 1,2% menor que o do período terminado
em novembro (1,2 milhão de pessoas a menos), mas
2,4% maior que o do mesmo período do ano passado
(2,4 milhões de pessoas a mais).
A pesquisa do IBGE aponta ainda que o país alcançou
recorde no número de trabalhadores com carteira
assinada. Eram 39,6 milhões de contratos, o maior
volume desde o início da série histórica, em 2012.
Em um ano, foram 1,6 milhões de pessoas a mais
(+4,1%) com a carteira assinada.
O estudo do IBGE apura o comportamento no mercado de
trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em
conta todas as formas de ocupação, seja emprego com
ou sem carteira assinada, temporário e por conta
própria, por exemplo. São visitados 211 mil
domicílios em todos os estados e no Distrito
Federal.
A taxa de informalidade - trabalhadores que não têm
garantidos direitos como férias, contribuição para a
Previdência Social e 13º salário - teve “ligeira
redução”, indo a 38,1% da população ocupada, o que
representa 39,1 milhões de trabalhadores informais.
Tanto no trimestre encerrado em novembro e no mesmo
período de 2024, a taxa estava em 38,7%.
Fonte: Agência Brasil

31/03/2025 -
Brasil abre 431.995 vagas formais de trabalho em
fevereiro, mostra Caged
O resultado do mês passado foi fruto de 2.579.192
admissões e 2.147.197 desligamentos, ficando muito
acima da expectativa de economistas
O Brasil abriu 431.995 vagas formais de trabalho em
fevereiro, maior resultado mensal da série histórica
e muito além do esperado por economistas, mostrou o
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
O resultado do mês passado foi fruto de 2.579.192
admissões e 2.147.197 desligamentos. Economistas
consultados em pesquisa da Reuters esperavam uma
criação líquida de 250.000 vagas.
O saldo de fevereiro foi o maior para o mês na série
do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de
2020. Em fevereiro de 2024, foram criados 307.544
postos de trabalho. O novo dado é preliminar e ainda
sujeito a ajustes.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o
Caged registrou a criação de 576.081 postos, o maior
resultado para o período desde 2021, quando houve
criação de 652.215 vagas. Já no acumulado em 12
meses, o saldo foi positivo em 1.782.761 postos.
Os fortes números do emprego formal no primeiro
bimestre vêm depois de um resultado negativo recorde
em dezembro, com o fechamento de 547.525 vagas, e
ocorre em meio a um ciclo de aperto da política
monetária por parte do Banco Central, que busca
desaquecer a atividade econômica para controlar a
inflação.
Fonte: Reuters

31/03/2025 -
Líder do PT liga alerta e estima pelo menos 200
votos para anistia
Em entrevista ao Globo, Lindbergh Farias afirma
que não se pode subestimar capacidade da oposição.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado
Lindbergh Farias (RJ), declarou que a base
governista está atenta ao número de parlamentares
que podem apoiar projeto de lei para garantir
anistia aos acusados de participação nos atos
antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e em uma
trama golpista para impedir a posse do presidente
Lula.
Em entrevista ao jornal O Globo, Lindbergh estimou
que aproximadamente 200 deputados federais
demonstram um perfil político similar ao do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que, por isso,
na avaliação dele, devem votar a favor da proposta e
da sua tramitação em regime de urgência. A Câmara é
composta por 513 deputados. Para aprovar um projeto
de lei, é necessário o apoio da maioria dos
parlamentares presentes à votação.
O número estimado pelo petista é inferior aos 300
votos dados como certos pelo líder do PL na Casa,
Sóstenes Cavalcante (RJ).
O parlamentar petista salientou sua intenção de
alertar os partidos do centro sobre os perigos de
desestabilização institucional e o potencial de
gerar conflitos com o Judiciário caso a medida seja
aprovada.
"Não adianta dizer que não tem essa possibilidade
(de pautar a anistia), porque a articulação deles é
muito pesada, é uma matéria arriscada e estamos
mapeando os votos. Estamos mapeando algo em torno de
200 deputados que poderiam votar favoráveis. Os
deputados acabariam votando de acordo com as
eleições do ano que vem, porque o deputado
conservador não quer perder o seu eleitor", afirmou.
A proposta ainda aguarda análise na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Apesar da
promessa do ex-presidente da Casa Arthur Lira
(PP-AL) de criar uma comissão especial para debater
o projeto, tal iniciativa não se concretizou. O
atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem
sido reticente a pautar a proposição.
Pressão
Na última terça-feira, Sóstenes Cavalcante afirmou que
Hugo aceitou se reunir com ele e outras lideranças
partidárias na próxima semana, ao voltar da viagem
que faz à Ásia, para tratar do assunto. A pressão
tende a crescer nos próximos dias depois que o
Supremo aceitou denúncia por tentativa de golpe
contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete
aliados.
"Vamos argumentar com os partidos de centro que essa
não é uma pauta adequada para a Câmara assumir.
Estaríamos desencadeando uma grave crise
institucional no país. Estamos examinando as vias
jurídicas, tanto preventivas quanto para o caso de
uma eventual aprovação. Essa lei é inconstitucional,
pois representa uma ingerência indevida no Poder
Judiciário e atenta contra a independência entre os
Três Poderes, conforme previsto no artigo 2º da
Constituição", afirmou Lindbergh. "Seria um
instrumento legislativo utilizado exclusivamente
para prejudicar um julgamento", acrescentou.
Como mostrou o Congresso em Foco, ao menos dez
projetos de lei em tramitação na Câmara e no Senado
preveem anistia para os envolvidos nos atos
antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Para virar
realidade, a proposta terá de vencer uma corrida de
obstáculos nos Três Poderes.
Fonte: Congresso em Foco

28/03/2025 -
Dieese mostra nova alta nos ganhos reais
Os aumentos salariais negociados em fevereiro
superaram o índice de janeiro. Segundo o boletim
mensal “De olho nas negociações”, do Dieese, entre
as negociações analisadas, fevereiro registra ganho
real em 87,4% delas. Em janeiro, havia sido de
83,5%.
Nos últimos 12 meses, fevereiro registra o segundo
maior desempenho, perdendo apenas para maio, quando
as negociações com ganho real chegaram a 88,6%. Mas
fevereiro apresentou a maior variação real média. Ou
seja, 1,87% acima do INPC.
Desde novembro, têm havido altas no percentual de
negociações com ganho real. Para Luís Ribeiro,
técnico do Dieese, isso se deve sobretudo à
valorização real do salário mínimo, em janeiro, e ao
perfil das categorias que negociam no segundo
semestre e início do ano. “Petroleiros, bancários e
metalúrgicos, por exemplo, negociam em setembro. Em
outras categorias, acordos são fechados só depois de
janeiro, quando já se sabe o aumento do salário
mínimo”, explica.
Emprego – Segundo o técnico, a baixa taxa de
desemprego (6,5% no trimestre terminado em janeiro)
é um dos fatores que favorecem o êxito das campanhas
salariais. “O risco de demissão é menor. O
trabalhador sabe que, se sair, pode encontrar um
novo emprego. Isso pressiona as empresas a ceder nas
negociações”, avalia.
Tendência – Luís Ribeiro diz que a inflação
estável de janeiro (0%) também contribuiu para os
bons números nas negociações no mês seguinte. Ele
prevê cenário menos favorável em março, mas se
mantém otimista”. Ribeiro afirma: “Dados
preliminares já mostram ligeira piora, o que se
explica pela inflação mais alta, com INPC de 1,48%
em fevereiro. Porém, os dados econômicos brasileiros
são sólidos e o histórico recente é estável. A
tendência é que os ganhos reais nas negociações
salariais variem entre 80/85% este ano”.
Para o técnico do Dieese, as decisões do Banco
Central podem ter algum impacto no crescimento
econômico. Mas, ele observa, “os juros brasileiros
são altos há um bom tempo, e mesmo assim a economia
está indo bem”. Quanto à conjuntura internacional,
há mais incerteza. Ribeiro diz: “Ainda não temos
como avaliar as tarifas de Trump. Pode ser que
surjam novas oportunidades para o Brasil e isso
facilite um acordo Mercosul-União Europeia. Neste
caso, as consequências seriam benéficas”.
Mais – Site do
Dieese.
Fonte: Agência Sindical

28/03/2025 -
Diálogos DIAP: Especialista aponta ‘armadilha da
crítica’ e extremismo como desafios a serem
superados
Antônio Augusto de Queiroz, Toninho do DIAP,
durante palestra no Diálogos DIAP, na terça-feira
(25), alertou para a “armadilha da crítica”.
Conceitualmente, “pode ser definida como estratégia
que busca deslegitimar adversários, com críticas
excessivas, improdutivas ou desequilibradas”, disse.
Isso porque, segundo Queiroz, cria ambiente
polarizado e conflagrado com efeitos paralisantes.
Antônio Queiroz, consultor do DIAP e mestre em
Políticas Públicas, explicou que a chamada
“armadilha da crítica” quando aplicada à política,
“tem o poder de enredar governos numa armadilha de
crítica sistemática, que dificulta a implementação
de políticas e a construção de imagem positiva,
levando a ciclo de descrença e apatia, em que as
pessoas passam a ver todas as instituições como
corruptas ou ineficazes, sem enxergar possibilidades
de mudança”.
Crítica destrutiva e o governo Lula
Segundo Queiroz, a “armadilha da crítica” corresponde
ao inverso da crítica construtiva. Enquanto uma visa
promover transformação, reflexão produtiva ou
melhorias, a armadilha da crítica atua como
obstáculo ao progresso ou a ação”.
“Ou seja, no caso do governo [Lula], qualquer medida
adotada, independentemente de seus méritos ou
impactos positivos, é alvo de questionamento e
interpretações negativas”, acrescentou o analista
político.
O resultado deste entrave, segundo o Queiroz, é um
“cenário de desconfiança e dificuldades para a
construção de visão favorável ao governo, mesmo
quando suas políticas visam atender demandas
urgentes da população”.
Extremismo político
Outro tema abordado por Antônio Queiroz, durante o
Diálogos DIAP, foi a questão do chamado “extremismo
político”, que, segundo ele, “tem ganhado força em
diversos países, polarizando e fragmentando as
sociedades e dificultando a governabilidade”.
O especialista pontua que “esse fenômeno, liderado
pela extrema-direita bolsonarista e seus aliados,
incluindo setores da mídia, do sistema financeiro e
do agronegócio, que consideram adversários como
inimigos políticos a serem eliminados, divide a
sociedade e interdita o diálogo”.
Essa divisão, baseada em desinformação e fake news,
“limita a capacidade de diálogo do governo e a
construção de consensos, que dificulta a
implementação de políticas públicas e aumenta a
rejeição ao governo por parte de setores
conservadores ou radicais”, acrescentou o consultor
do DIAP.
Redes sociais e coordenação política
Ele também discorreu sobre a “falta de regulamentação
adequada das redes sociais”. Em sua avaliação,
“deveriam ser instrumentos para interação digital em
tempo real, democratização do acesso à informação e
troca de ideias e experiências instantâneas entre
indivíduos e grupos, independentemente de fronteiras
geográficas”.
Queiroz ainda chamou a atenção “para as falhas na
coordenação política, na gestão e na comunicação do
governo, que existem e precisam ser corrigidas”.
E acrescentou: “considerando o desempenho na
economia, o que foi aprovado no Congresso nesses 2
anos e a realização de campanhas publicitárias, é
preciso uma leitura mais acurada sobre estes
aspectos”.
Por fim, ao comentar a coordenação política, Queiroz
fez pergunta provocativa para reflexão e debate:
“onde falhou o governo do presidente Lula, se
aprovou todas as iniciativas nesses 2 anos, apesar
de Congresso hostil ao seu programa de governo?”.
Fonte: Diap

27/03/2025 -
Justiça do Trabalho não tem competência para julgar
ação entre advogado e cliente
Conforme já foi pacificado pelo Superior Tribunal de
Justiça, não cabe à Justiça do Trabalho a apreciação
de demanda que coloca em lados opostos um advogado e
seu cliente.
Com esse entendimento, a Subseção II Especializada
em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal
Superior do Trabalho julgou procedente uma ação
rescisória para anular decisão da 6ª Turma da corte
que deu ganho de causa a um advogado em ação contra
um banco para o qual prestou serviços.
Em 2006, o advogado entrou com reclamação
trabalhista para que a instituição financeira o
indenizasse por ter retirado dele, de forma
unilateral, 152 causas trabalhistas. Depois de uma
longa tramitação, que teve como discussão de fundo a
competência da Justiça do Trabalho para julgar a
causa, o banco foi condenado a pagar indenizações
por danos moral e material, e essa decisão se tornou
definitiva em 2019.
O banco, então, apresentou a ação rescisória visando
anular a decisão, reiterando a incompetência do
juízo trabalhista para apreciar a matéria.
O relator da ação, ministro Douglas Alencar,
ressaltou que a relação em debate — cobrança de
honorários advocatícios e reparação de danos — não
diz respeito a uma relação de trabalho, mas a uma
relação civil estabelecida entre advogado e cliente.
Ele lembrou ainda que, desde 2008, o STJ já havia
pacificado o entendimento de que essas questões
devem ser apreciadas pela Justiça comum. De acordo
com a Súmula 363 da corte superior, “compete à
Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra
cliente”.
Em razão do reconhecimento da incompetência da
Justiça do Trabalho para apreciar o caso, o processo
foi remetido à Justiça estadual da Bahia, na comarca
de Salvador, para novo julgamento. A decisão foi
unânime. Com informações da assessoria de imprensa
do TST.
AR 1000771-72.2019.5.00.0000
Fonte: Consultor Jurídico

28/03/2025 -
CAS aprova permissão para adaptar horário de
trabalho por motivo religioso
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta
quarta-feira (26), projeto que garante aos
trabalhadores o direito de adaptar o expediente às
datas importantes da sua religião e de usar adereços
religiosos no local de trabalho (PL 3.346/2019). A
proposta, da Câmara dos Deputados, recebeu parecer
favorável do senador Paulo Paim (PT-RS) e agora
segue para análise do Plenário do Senado, com
requerimento para votação em regime de urgência.
As medidas valem tanto para iniciativa privada
quanto para o serviço público. Os trabalhadores
terão o direito de adaptar o seu horário em comum
acordo com o empregador ou a chefia imediata,
conforme o caso, quando o seu dia de guarda
religioso coincidir com os dias ou turnos de
expediente. A adaptação exigirá compensação das
horas, que poderá ser feita por mudança do dia de
descanso semanal remunerado, acréscimo de horas de
trabalho diárias ou troca de turno.
Para ter direito à adaptação, o trabalhador deverá
comunicar antecipadamente a sua ausência no dia
religioso. O empregador poderá rejeitar o pedido,
desde que apresente justificativa razoável
relacionada a exigências técnicas ou impedimentos
legais. No caso de rejeição do pedido sem
justificativa, o trabalhador da iniciativa privada
poderá solicitar a rescisão do contrato de trabalho,
mantendo todos os direitos trabalhistas assegurados.
Matéria completa:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/03/26/cas-aprova-permissao-para-adaptar-horario-de-trabalho-por-motivo-religioso
Fonte: Agência Senado

27/03/2025 -
Centrais sindicais pedem isenção de Imposto de Renda
sobre PLR
Ministro Haddad explicou reforma do IR a
representantes de entidades
Além de elevar a faixa de isenção para quem ganha
até R$ 5 mil por mês, a reforma do Imposto de Renda
(IR) deve isentar a participação nos lucros ou
resultados (PLR), defenderam representantes de
centrais sindicais e de movimentos sociais.
Eles se reuniram na noite desta terça-feira (25) com
os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio
Macedo, no Palácio do Planalto.
No encontro, Haddad explicou a proposta de reforma
do Imposto de Renda enviada na semana passada ao
Congresso Nacional. O ministro também pediu apoio
das centrais ao projeto de lei.
Atualmente, a PLR de até R$ 7.640 é isenta de
Imposto de Renda. Acima desse valor, incide a tabela
progressiva de 7,5% a 27,5%. Pela proposta dos
sindicatos, o Imposto de Renda deixaria de incidir
sobre qualquer valor.
As centrais sindicais fizeram outros pedidos. As
entidades querem incluir nas deduções do Imposto de
Renda despesas com certificação e qualificação
profissional em tecnologia da informação.
Segundo as entidades, o setor é importante para o
desenvolvimento do país e tem a previsão de empregar
800 mil pessoas nos próximos anos.
Haddad não concedeu entrevista à imprensa após o
encontro. A Secretaria-Geral da Presidência da
República publicou informações sobre a reunião e
quais entidades participaram do encontro.
O ministro Márcio Macêdo e representantes dos
movimentos sociais destacaram a importância do
diálogo e da reforma do Imposto de Renda para o
combate às desigualdades sociais no país, conforme
material divulgado.
Fonte: Agência Brasil

27/03/2025 -
Por unanimidade, 1ª Turma do STF torna réus
Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado
Julgamento histórico reconhece trama golpista
entre 2021 e 2023 e transforma ex-presidente e sete
aliados em réus por ataques à democracia
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) aceitou, nesta quarta-feira
(26), a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) contra o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e outros sete de seus principais
aliados. Com isso, todos passam à condição de réus
por crimes relacionados à tentativa de golpe de
Estado.
A decisão representa um marco no enfrentamento
institucional à escalada autoritária que culminou
nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de
janeiro de 2023, e foi tomada após intensos debates
na Corte. A ministra Cármen Lúcia, decana da
Primeira Turma, proferiu um dos votos mais
contundentes, ao afirmar que “ditadura mata,
ditadura vive da morte, não apenas da sociedade, da
democracia, mas de seres humanos de carne e osso”.
Ela também destacou a necessidade de analisar os
atos do 8 de janeiro como resultado de uma sequência
orquestrada de ações antidemocráticas: “o que é
preciso é desenrolar do dia 8 para trás, para
chegarmos a esta máquina que tentou desmontar a
democracia, porque isso é fato”, afirmou a ministra.
O julgamento ganhou maioria com o voto do ministro
Luiz Fux, que acompanhou os colegas Alexandre de
Moraes e Flávio Dino. Fux rebateu a alegação das
defesas de que a denúncia da PGR seria inepta:
“dizer que o professor Paulo Gonet elaborou uma
denúncia inepta, imagina falar uma coisa dessas”. O
ministro ainda frisou a importância do
aprofundamento das investigações: “eu preciso
receber a denúncia para que eu possa aprofundar as
denúncias”.
Réus por cinco crimes - Os oito denunciados
responderão formalmente pelos seguintes crimes:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático
de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça
contra o patrimônio público
- Deterioração do patrimônio tombado
Além de Bolsonaro, tornam-se réus:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e
ex-diretor da Abin
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de
Segurança Institucional
- Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro e já colaborador da Justiça
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
- General Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e
da Casa Civil
Segundo a denúncia do procurador-geral da República,
Paulo Gonet, os acusados atuaram de forma articulada
entre 2021 e 2023 com o objetivo de minar a
confiança nas eleições, difundir desinformação e
criar um ambiente favorável à ruptura institucional.
O plano previa impedir a posse do presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se materializou nos
atos violentos de 8 de janeiro.
Fonte: Brasil247

27/03/2025 -
Diálogos DIAP: Nova Central debate demandas dos
trabalhadores no Congresso
O presidente da Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST), Moacyr Auersvald, participou,
nesta terça-feira (25), da edição 2025 do Diálogos
DIAP, evento que reúne importantes especialistas,
parlamentares, lideranças e movimento sindical para
debater os desafios dos trabalhadores e a construção
da agenda legislativa no Congresso.
Realizado em parceria com as entidades filiadas ao
DIAP, o encontro ocorreu até esta quarta-feira (26)
no Sindicato dos Bancários de Brasília, de forma
híbrida.
Na abertura, os dirigentes foram unânimes no reforço
da união, do fortalecimento do movimento sindical e
criação de uma forma de custeio para reverter o
processo de destruição.
Dentre os temas que estão sendo debatidos no evento
ao longo dos 2 dias de debates, a programação
inclui: Análise da Conjuntura Política; Reforma
Sindical: perspectivas e desafios; Estado, Estatais
e os Servidores Públicos; e Construção da Agenda
Legislativa 2025.
O evento ocorre em momento decisivo para o País, com
novos líderes no Congresso Nacional e muitos
desafios à frente.
Primeiro dia do Diálogos DIAP
A mesa de abertura do primeiro dia do Diálogos DIAP
reuniu representantes das centrais sindicais para
avaliar a conjuntura política e a agenda dos
trabalhadores.
As lideranças destacaram a importância da unicidade
sindical para enfrentar os desafios e para fazer
avançar a pauta sindical no Congresso Nacional.
O primeiro painel abordou a conjuntura política, com
palestras do advogado e ex-ministro da Casa Civil,
José Dirceu, e do consultor político e mestre em
Políticas Públicas, Antônio Augusto de Queiroz.
No segundo painel do evento, que debateu o tema
“Reforma Sindical: perspectivas e desafios”,
estiveram em destaque as mudanças nas relações de
trabalho, a necessidade de fortalecer a negociação
coletiva e a proposta de autorregulação das
organizações sindicais.
Fizeram parte do debate o deputado federal Luiz
Gastão (CE); o sociólogo e coordenador do Fórum das
Centrais Sindicais, Clemente Ganz; o advogado e
integrante do corpo técnico do DIAP, José Eymard; e
o presidente na Nova Central (NCST), Moacyr
Auersvald.
O debate foi uma oportunidade para discutir os
impactos da reforma sindical, suas possíveis
consequências para os trabalhadores e as
alternativas para fortalecer a representação
sindical no Brasil. A mediação do presidente da Nova
Central foi fundamental para a condução do debate,
permitindo uma análise aprofundada sobre as
perspectivas da reforma, os desafios que ela impõe
aos sindicatos e as estratégias para garantir que a
classe trabalhadora continue a ter uma representação
forte e unificada.
“A Nova Central defende uma reforma sindical que
promova transparência, inclusão e fortalecimento das
entidades sindicais, ao mesmo tempo em que garanta
que a luta dos trabalhadores seja a principal
diretriz do movimento sindical. O nosso desafio,
enquanto movimento, é garantir que esse processo
seja inclusivo, justo e sustentável para todos os
trabalhadores. Por isso, vamos seguir firme na
defesa de um sindicalismo forte, unido e
democrático, e sabemos que, com o apoio de todos
vocês, podemos avançar nessa luta", enfatizou o
presidente na Nova Central.
O terceiro painel abordou O Estado, as Estatais e os
Servidores Públicos, com debate sobre gestão de
pessoas no serviço público, o papel e os desafios
das estatais no Brasil e a importância de valorizar
o que é público.
Participaram como expositores o secretário de Gestão
de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso Jr.; o
advogado e consultor técnico do DIAP, Luiz Alberto
dos Santos; e a ex-presidente da Caixa e consultora
técnica do DIAP, Rita Serrano; com mediação do
diretor do Conselho Fiscal do DIAP, Roni Oliveira.
Com informações do DIAP
Fonte: NCST

27/03/2025 -
Governo eleva teto de juros do empréstimo consignado
do INSS para 1,85% ao mês
O novo teto passará a valer cinco dias úteis após
a publicação da decisão no Diário Oficial da União
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS)
aprovou nesta terça-feira a elevação do teto de
juros do crédito consignado para pensionistas e
aposentados do INSS de 1,80% para 1,85% ao mês,
limite ainda abaixo do reivindicado pelas
instituições financeiras.
Os bancos defendiam a elevação do teto para 1,99%,
segundo proposta apresentada pela Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) ao conselho. O
argumento é que juros abaixo desse patamar são
insuficientes para assegurar a rentabilidade das
operações diante do ciclo de alta da taxa Selic pelo
Banco Central.
A proposta de elevação do teto para 1,85% foi feita
pelo representante da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo no conselho,
Helio Queiroz da Silva, e acatada pelo ministro da
Previdência Social, Carlos Lupi, — que defendia
inicialmente a manutenção da taxa — sendo em seguida
aprovada pelo conselho.
Lupi disse que o novo teto tem “razoabilidade”. “Já
teve dois aumentos da Selic, já foi anunciado mais
um, até menor. Se a gente aguardar o terceiro
aumento,(o impacto) pode ser muito maior, inclusive
do próprio aposentado e o pensionista. Quando a
gente começa a dar agora, dilui um pouco esse
impacto futuro”, afirmou.
O CNPS reduziu gradativamente o teto de juros para
os empréstimos com desconto em folha a beneficiários
do INSS de 1,91% em agosto de 2023 para 1,66% em
junho de 2024 e manteve o limite inalterado até
janeiro, quando o elevou a 1,80%.
O BC aumentou a taxa Selic em 3,75 ponto percentual
desde setembro para 14,25%, o maior nível em mais de
oito anos, e indicou um ajuste de menor magnitude
para a sua próxima reunião de política monetária, em
maio.
Ao defender o aumento maior do teto, o diretor da
Febraban Ivo Mósca, representante do setor bancário
no conselho, argumentou que o aperto da Selic pelo
BC tem reduzido a margem de lucro das operações.
“Isso acaba refletindo em custo de captação”, disse.
Sobre a expectativa do setor bancário em relação a
novos aumentos do teto dos juros à frente, Mósca
disse que é preciso aguardar as projeções dos
movimentos da taxa básica de juros. “(Precisamos)
entender como vai ser o comportamento do DI
(Depósito Interbancário) futuro, que, na verdade, é
o que importa para a taxa de captação das empresas”.
O novo teto passará a valer cinco dias úteis após a
publicação da decisão no Diário Oficial da União.
Fonte: Reuters

26/03/2025 -
Crédito do Trabalhador: mais de 22 mil contratos
realizados em apenas quatro dias
MTE alerta trabalhadores sobre cautela ao
contratar o crédito consignado e reforça a
importância de aguardar propostas de todas as
instituições financeiras para garantir taxas mais
baixas
Entre sexta-feira (21) e as 17h30 da segunda (24), o
Crédito do Trabalhador registrou a realização de
22.545 contratos, a partir de 6.134.192 propostas
enviadas pelos trabalhadores às instituições
financeiras habilitadas na Carteira de Trabalho
Digital. Além disso, foram realizadas 52.493.840
simulações, de acordo com os dados repassados pela
Dataprev ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
nesta segunda-feira (24).
O ministro em exercício, Francisco Macena, alerta os
trabalhadores a terem cautela ao contratar o crédito
consignado. "O objetivo desse consignado é ajudar a
evitar o endividamento dos trabalhadores", destaca,
enfatizando a importância de aguardar 24 horas para
que todas as instituições financeiras habilitadas
enviem suas propostas, garantindo, assim, condições
com taxas de juros mais baixas.
A prestação mensal do empréstimo não poderá
ultrapassar 35% do salário do trabalhador. No
momento da solicitação, o trabalhador pode optar por
autorizar o uso de 10% do FGTS como garantia, 100%
da multa rescisória ou outras garantias. A
instituição financeira avaliará dados como tempo de
serviço e salário do trabalhador para decidir se
concederá o crédito. Caso o trabalhador desista do
empréstimo, ele tem 7 dias corridos, a partir do
recebimento do crédito, para devolver o valor total
recebido das instituições financeiras.
O Crédito do Trabalhador entrou em vigor na
sexta-feira (21), conforme estabelecido pela MP nº
1.292, que libera o crédito consignado para 47
milhões de trabalhadores com carteira assinada,
incluindo domésticos, rurais e empregados do MEI.
Esta modalidade de crédito está disponível
exclusivamente na Carteira de Trabalho Digital para
todos os trabalhadores com carteira assinada. A
partir de 25 de abril, todos os bancos poderão
oferecer o crédito por meio de suas plataformas
digitais.
Fonte: MTE

26/03/2025 -
Planalto impõe silêncio sobre julgamento de
Bolsonaro no STF
Governo orienta ministros a não comentarem
julgamento da denúncia contra o ex-presidente.
Objetivo é não politizar o assunto
O Palácio do Planalto adotou uma postura de cautela
em relação ao julgamento da denúncia contra Jair
Bolsonaro (PL), que será analisada pela Primeira
Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir
desta terça-feira (25).
Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, ministros
próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) recomendaram que integrantes do governo evitem
qualquer manifestação pública sobre o tema, tanto em
discursos quanto em postagens nas redes sociais. A
estratégia tem como objetivo evitar a politização de
um processo que tramita na esfera judicial.
A avaliação dentro do Planalto é que, embora
Bolsonaro seja o principal adversário político de
Lula, o caso não diz respeito diretamente à atuação
do Executivo. Por isso, ministros e auxiliares foram
orientados a manter discrição e não tratar do
julgamento como pauta institucional do governo.
Em contrapartida, a postura do PT contrasta com o
silêncio oficial. Lideranças da sigla articulam
ações políticas e estratégias de comunicação para
explorar o caso e intensificar o desgaste de
Bolsonaro e seus aliados.
A denúncia que será analisada no STF foi apresentada
pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e envolve
Bolsonaro e outras sete pessoas investigadas no
chamado "inquérito do golpe". O processo apura a
existência de uma organização criminosa que teria
atuado para viabilizar um golpe de Estado após o
resultado das eleições de 2022, vencidas por Lula.
A decisão sobre o recebimento ou não da denúncia
caberá à Primeira Turma do Supremo, composta por
cinco ministros. Caso a denúncia seja aceita, os
investigados se tornarão réus e responderão
formalmente pelos crimes apontados.
Fonte: Brasil247

26/03/2025 -
TST abre prazo para manifestações no repetitivo que
discute validade da pejotização
Pessoas, órgãos e entidades interessadas podem se
manifestar em até 15 dias úteis; também é possível
solicitar a admissão como amicus curiae
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) abriu prazo de
15 dias úteis para que pessoas, órgãos e entidades
se manifestem sobre o recurso repetitivo que irá
definir se é válida a pejotização em função
habitualmente exercida por empregados celetistas na
empresa contratante (Tema 30). Também é possível
solicitar a admissão como amicus curiae (parte
interessada) no processo.
A manifestação deve ser feita nos autos do processo,
por petição. A concessão do prazo consta em edital
publicado na última terça-feira (18/3), assinado
pelo ministro Luiz José Dezena da Silva, relator do
repetitivo. Ainda não há data prevista para o
julgamento.
O Pleno deve definir se é válida “a contratação de
trabalhador que constitui pessoa jurídica para a
realização de função habitualmente exercida por
empregados no âmbito da empresa contratante
(‘pejotização’)” e se é válida “a conversão de
relação de emprego em relação pejotizada”.
Em despacho proferido no último dia 13, o relator
também determinou a suspensão de recursos de revista
e embargos que tratam do tema.
Instauração do repetitivo
O IRR foi proposto pela Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais (SDI-1), no início de dezembro
de 2024. A instauração foi suscitada pelo ministro
Luiz Alexandre Ramos e aceita por unanimidade. Na
ocasião, o colegiado analisava um recurso de um
ex-empregado da Imetame Energia contra acórdão da 1ª
Turma do TST. A análise, porém, foi suspensa devido
à instauração do IRR.O processo estava sob relatoria
do ministro Ramos.
No caso, um técnico especializado na prospecção de
petróleo foi funcionário da empresa entre 2009 e
2013, com salário mensal de R$ 48 mil. Ele teve o
contrato de trabalho encerrado, mas continuou
prestando serviços à Imetame nos anos seguintes,
desta vez, como pessoa jurídica.
O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região
(TRT17), em Vitória, entendeu que o ex-funcionário
foi vítima de “perniciosa fraude” de “pejotização”.
Com isso, reconheceu a existência de vínculo de
emprego no período de junho de 2013 a outubro de
2016.
A 1ª Turma do TST, porém, derrubou o entendimento ao
concluir que “o autor detinha autonomia de vontade,
suficiência econômica e intelectual para escolher a
modalidade contratual que lhe seria mais
conveniente”.
O processo tramita com o número IRR
373-67.2017.5.17.0121.
Fonte: Jota

26/03/2025 -
Paim defende isenção do IR até R$ 5 mil e empréstimo
consignado para celetistas
O senador Paulo Paim (PT-RS) informou, em
pronunciamento nesta segunda-feira (24), que o
aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da
Pessoa Física (IRPF) até R$ 5 mil mensais e o
desconto progressivo entre R$ 5 mil e R$ 7 mil devem
beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros.
Reforçou que são contribuintes que deixarão de pagar
o tributo, total ou parcialmente, no acerto de
contas com o Fisco. Paim defendeu a iniciativa do
governo federal.
— É importante repetir e enfatizar que estamos
diante de uma política que redistribui renda,
promove a justiça social e fortalece a economia.
Essa medida não é apenas um ato de justiça
tributária. É um reconhecimento da realidade vivida
pela maioria dos trabalhadores e trabalhadoras deste
país. Ao reduzir a carga tributária dessa parcela da
população, o governo Lula demonstra mais uma vez que
é possível fazer política com sensibilidade e
responsabilidade social — afirmou.
O parlamentar destacou a importância em tributar
lucros e dividendos para quem recebe acima de R$ 50
mil por mês ou R$ 600 mil por ano. Ele explicou que
a nova alíquota de 10% atingirá cerca de 140 mil
pessoas que antes não pagavam imposto sobre esses
rendimentos. Para Paim, essa mudança reduz
desigualdades e torna o sistema tributário mais
equilibrado.
— A quem interessa essa medida? Aos trabalhadores e
trabalhadoras que ganham menos; aos pequenos
empreendedores, que enfrentam dificuldades para
crescer; aos jovens, que sonham com um futuro mais
justo; e aos idosos, que esperam viver com
dignidade. Essa proposta representa um combate
direto às desigualdades sociais. Quando tiramos a
carga tributária dos que ganham menos e passamos a
tributar aqueles que ganham mais, estamos dizendo
que todos devem contribuir de forma proporcional à
sua capacidade. Isso é justiça social; isso é
democracia — enfatizou.
Empréstimo Consignado para celetista
O senador também chamou a atenção para o empréstimo
consignado para trabalhadores celetistas. Lembrou
que essa modalidade já existe para aposentados,
servidores públicos e parlamentares, permitindo
juros mais baixos. Ele rebateu a ideia de que os
trabalhadores poderiam se endividar de forma
irresponsável e defendeu a liberdade de escolha.
— É mais do que justo que o trabalhador celetista
também tenha esse direito. Ele vai fazer empréstimo
se quiser, ninguém vai obrigá-lo, como não obriga o
aposentado, como não obriga o servidor, como não
obriga os parlamentares. Além disso, tem um dado
importante na proposta: ele pode substituir a sua
dívida de empréstimo por outra com juros mais
baixos. É bom para todos quanto mais o juro baixar.
Aqueles que estão endividados podem optar pelo
consignado, [fazendo] a chamada portabilidade [do
empréstimo] consignado — concluiu.
Fonte: Agência Senado

26/03/2025 -
Empresas com 100 ou mais empregados têm até 31 de
março para divulgar Relatório de Transparência
Salarial
Empresas com 100 ou mais empregados têm até 31 de
março para baixar e divulgar o 3º Relatório de
Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios.
Disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) em 17 de março, o documento foi
acessado por apenas 30,36% das 53.014 empresas
obrigadas até o momento.
O relatório está disponível no Portal Emprega Brasil
(https://servicos.mte.gov.br/spme-v2/#/login).
Após o download, as empresas devem divulgá-lo em
plataformas digitais, mídias similares ou jornais,
garantindo ampla visibilidade para trabalhadores e o
público em geral, conforme determina o Art. 14 da
Instrução Normativa MTE/GM nº 6, de 17/9/2024.
O Relatório de Transparência Salarial e Critérios
Remuneratórios reúne dados extraídos do Sistema
Simplificado de Escrituração Digital das Obrigações
Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSocial). O
documento inclui informações como CNPJ do
estabelecimento, número total de trabalhadores
separados por sexo, raça e etnia, além dos valores
medianos do salário contratual, da remuneração bruta
e da média dos últimos 12 meses. Também são
detalhados os cargos ou ocupações conforme a
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e a
proporção salarial entre mulheres e homens. Vale
destacar que não há qualquer informação pessoal,
como nome ou cargo individualizado.
Além disso, o Relatório inclui dados fornecidos
pelas empresas via Portal Emprega Brasil, abrangendo
critérios remuneratórios, políticas de contratação
de mulheres de grupos específicos, estratégias de
promoção para cargos de gerência e direção, além de
iniciativas para o compartilhamento de
responsabilidades familiares.
A iniciativa busca fortalecer a transparência e a
equidade salarial nas empresas, ao mesmo tempo em
que incentiva a implementação de políticas que
promovam a diversidade e a igualdade de
oportunidades no ambiente de trabalho.
Fonte: MTE

25/03/2025 -
Proposta de novo IR: avanço para tributação mais
justa
O governo federal deu um passo importante rumo a uma
tributação mais justa e progressiva ao apresentar o
Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe ampliação da
faixa de isenção do imposto de renda para até R$ 5
mil mensais, desconto progressivo para até R$ 7 mil
e alíquota efetiva mínima para rendas acima de R$
600 mil anuais – caso a contribuição das altas
rendas não chegue em um percentual mínimo, que
variará de zero a 10%, será necessário pagar
complementação do IR.
Historicamente, o Brasil tem uma estrutura
tributária regressiva, com uma arrecadação
significativa baseada em tributos indiretos, que
representam 40,2% da arrecadação total. Em
contrapartida, os impostos sobre a renda representam
só 27,4% da arrecadação federal (em 2022, segundo a
Instituição Fiscal Independente, vinculada ao Senado
Federal), apesar de terem maior capacidade de
promover justiça tributária. Considerando essas
distorções, a carga tributária dos 10% mais pobres
representa 6 pontos percentuais a mais que a dos 10%
mais ricos.
De um lado, o imposto de renda no Brasil é limitado
por deduções excessivas e pela não tributação de
lucros e dividendos. De outro, a defasagem na
correção da tabela do IR onera cada vez mais os
contribuintes de menor renda. Além disso, o pequeno
número de faixas e a alíquota máxima baixa, na
comparação com outros países, contribuem para
aprofundar a desigualdade de renda no país.
A defasagem da tabela do IR de 1996 até dezembro de
2024 acumula média de 154,67%. Apenas entre 2016 e
2022, o congelamento da tabela resultou em defasagem
de 44,11%, aumentando a carga tributária da
população.
Outro elemento é que a progressividade da tabela do
IRPF caiu desde a década de 1990. Entre 1976 e 1985,
existiam até 16 faixas e alíquotas máximas de 55% a
60%. Nos anos 1990, as faixas foram reduzidas para
três e a alíquota máxima diminuiu para 25%. Em 2009,
a tabela passou a ter cinco faixas, com alíquotas de
7,5% a 27,5%.
A redução de faixas e alíquotas nos anos 1990
limitou recursos para investimentos essenciais. Para
compensar a queda na arrecadação, decorrente da
diminuição das alíquotas para rendas mais altas, a
tabela não foi atualizada, o que incluiu cada vez
mais pessoas de baixa renda como contribuintes. Com
poucas faixas e alíquota máxima de 27,5% a partir de
R$ 4.664,98, quem ganha R$ 5 mil e R$ 80 mil está
sujeito à mesma tributação.
O Brasil tem uma das menores alíquotas máximas de
imposto de renda entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Enquanto aqui a alíquota máxima é
de 27,5%, em países como Japão e Dinamarca, chega a
55,95% e 55,90%, respectivamente. Em nações em
desenvolvimento, como China (45%), África do Sul
(45%) e Chile (40%), a tributação também é mais
elevada. Mesmo nos Estados Unidos, a alíquota máxima
para pessoa física é de 37%.
A proposta do governo beneficiará 9,6 milhões de
pessoas com a isenção, segundo a Unafisco, e
garantirá desconto adicional para quem ganha entre
R$ 5.000,01 e R$ 6.999,99, reduzindo a carga das
menores rendas. Com isso, o acréscimo anual na renda
pode chegar a R$ 4.170,82 (veja a tabela).
Ao reduzir a carga para os trabalhadores de menor
renda e ajustar a tributação para os mais ricos, o
PL 1087/2025 contribui para diminuir a desigualdade
social e recuperar o poder de compra das famílias,
propondo um sistema tributário que se guia pela
capacidade contributiva de cada indivíduo. No
entanto, o sistema tributário brasileiro precisa de
mais mudanças: correção anual da tabela do IRPF pela
inflação, elevação do número de alíquotas e da
alíquota-teto do imposto, considerando os padrões da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), e eliminação das distorções que
propiciam a concentração de renda oriunda da
renúncia fiscal.
Fonte: Mundo Sindical

25/03/2025 -
Demissão coletiva sem negociação sindical prévia não
implica dano moral, decide TST
O fato de um processo de demissão coletiva ocorrer
sem negociação sindical prévia não implica, por si,
em condenação da empresa por dano moral. É preciso
que sejam preenchidos os requisitos de
responsabilidade civil como culpa do empregador,
dano aos empregados e nexo de causalidade.
Esse foi o entendimento do juízo da Subseção I da
Seção Especializada em Dissídios Individuais, do TST
(Tribunal Superior do Trabalho), para dar provimento
a embargos e reconhecer que demissão coletiva de de
funcionários de uma instituição de ensino sem
negociação sindical prévia não gerou dano moral.
Conforme os autos, a instituição de ensino encerrou
suas atividades e demitiu 90% dos empregados. A ação
pedia a aplicação retroativa da tese do julgamento
do Tema de Repercussão Geral 638, pelo Supremo
Tribunal Federal, que fixou a seguinte tese:
“A intervenção sindical prévia é exigência
procedimental imprescindível para a dispensa em
massa de trabalhadores, que não se confunde com
autorização prévia por parte da entidade sindical ou
celebração de convenção o acordo coletivo.”
Prevaleceu o entendimento de que em razão de
modulação de efeitos da decisão proferida pelo STF
no Tema 638, não era aplicável no caso a limitação
temporal determinada pela Suprema Corte para
intervenção sindical prévia nas hipóteses de
dispensa coletiva.
Processo TST-E-RR-201-32.2013.5.24.0005
Fonte: Consultor Jurídico

25/03/2025 -
Juro alto causou endividamento e consignado para CLT
é questão de justiça, diz Haddad
Haddad também citou o teto para os juros
rotativos, mencionando que se trata de uma medida
para "evitar a superexploração da parte mais
vulnerável"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta
segunda-feira (24) que a nova modalidade de
consignado para trabalhadores CLT e MEI, batizado
pelo governo de Crédito do Trabalhador, é uma
“questão de justiça”, e está inserido em uma agenda
microeconômica que está descolada da discussão
macro, em meio a juros altos.
“Por que o trabalhador do setor privado não pode ter
o mesmo benefício do servidor público e dos
aposentados? Não foi a dívida que superendividou a
pessoa, foram os juros”, disse o ministro durante o
evento Rumos 2025, promovido pelo jornal Valor
Econômico.
Haddad também citou o teto para os juros rotativos,
mencionando que se trata de uma medida para “evitar
a superexploração da parte mais vulnerável, que é
justamente aquela pessoa que está precisando de um
crédito para uma emergência e cai numa trama que o
impede de respirar”.
“Essa medida é estrutural, não tem a ver com a
conjuntura de juros Selic. Precisamos criar
condições macro e microeconômicas para o Brasil”
falou o chefe da Fazenda. “Sem essa agenda micro,
acompanhada da macro, essas receitas mais ortodoxas
não vão ajudar a economia brasileira”.
“Ficamos muito tempo prisioneiros de um modelo com
altos déficits primários, com cerca de R$ 2 trilhões
de déficit acumulado. Vinha faltando uma agenda
microeconomia do país para ajudar a nossa economia”,
disse Haddad.
Perguntado sobre as prioridades do governo, Haddad
reforçou o foco da equipe econômica em medidas para
aprimorar o sistema tributário. “O setor tributário
no Brasil é o pior do mundo e mais injusto do
mundo”, falou.
“Ele está equivocado porque cobra sobre o consumo,
quem consome mais como proporção da renda é o mais
pobre”.
Fonte: InfoMoney

25/03/2025 -
Um guia de referência – João Guilherme Vargas Netto
Se um viajante quer conhecer uma cidade ou um país
adquire um guia de viagem que lhe informa os
caminhos a percorrer e os locais interessantes.
Toninho do DIAP, como autor, atendeu àquela
necessidade ao detalhar os meandros do poder em
Brasília em seu volumoso livro (648 páginas) “Para
entender o funcionamento do governo e da máquina
pública”.
Antonio Augusto de Queiroz com, no mínimo, 40 anos
de experiência e destacada atuação no DIAP (desde o
“Quem foi quem na Constituinte”) cumpre o que o
título do livro promete, muito bem editado pela
Diálogo Institucional, de Brasília.
É um inteligente, didático e compreensível guia de
viagem pelos corredores do poder brasiliense,
Judiciário, Legislativo e detalhadamente Executivo.
O governo é descrito em todos os seus elementos, a
começar pela presidência da República e avançando
por todos os ministérios, faltando apenas os nomes
dos atuais mandatários (o que deve ser obra de quem,
possuidor do livro, acrescente a ele a
“nomenclatura” atual, que lhe interesse e que é
mutável).
Para os dirigentes sindicais que em suas tarefas
relacionam-se com os poderes o livro é
indispensável.
Mais informações podem ser obtidas com o próprio
autor: toninhodiap@gmail.com
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Fonte: Diap

|