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13/12/2024 -
Presidente do TST defende competência para julgar
conflitos nas relações de trabalho
Aloysio Corrêa da Veiga participou de reunião na
Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho
(CSJT), ministro Aloysio Corrêa da Veiga,
participou, nesta quarta-feira (11), de reunião da
Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Ele
defendeu a competência constitucional da Justiça do
Trabalho para julgar os conflitos decorrentes das
relações trabalhistas, e não somente das relações de
emprego.
O presidente do TST destacou ainda a importância da
atuação dos poderes Judiciário e Legislativo diante
das rápidas transformações tecnológicas e sociais,
como a "uberização" e a crescente presença de
trabalhadores em plataformas digitais.
“O mundo está se transformando e traz como
consequência a necessidade de uma conduta estável e
coerente. Não se entra no mérito da questão binária
empregado ou prestador de serviços, isso a própria
relação vai dizer o que é”, disse Veiga.
Benefícios previdenciários
Ele também defendeu a relevância da Previdência Social
e da contribuição de todos, tanto empregadores
quanto trabalhadores, para garantir benefícios como
aposentadoria e seguro para acidentes de trabalho.
O ministro ainda falou sobre alguns "desafios
contemporâneos", como a desconexão necessária para
os trabalhadores de plataformas, e a necessidade de
compreender a responsabilidade por essas soluções de
forma compartilhada por toda a sociedade.
O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Lucas
Ramos (PSB-PE), destacou a disposição do presidente
do TST em dialogar com o poder Legislativo. Já o
deputado Vicentinho (PT-SP) ressaltou a importância
da Justiça do Trabalho para o desenvolvimento do
país e destacou a “presença histórica” do ministro
do TST no colegiado.
Fonte: Agência Câmara
13/12/2024 -
Avança projeto que amplia competências da Justiça do
Trabalho
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta
quarta-feira (11) projeto de lei que amplia as
competências da Justiça do Trabalho para julgar as
disputas judiciais que envolvam qualquer relação de
trabalho, e não somente aquelas definidas na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. O
PL 1.472/2022, foi votado na forma de um
substitutivo do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE),
sobre o texto original proposto pelo senador
Weverton (PDT-MA). Ele segue para decisão final na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Para Alessandro, o projeto tem o intuito de delinear
a competência suplementar da Justiça do Trabalho,
eliminando dúvidas quanto à competência para o
julgamento de ações oriundas do trabalho autônomo —
que é prestado majoritariamente de modo informal.
Assim, conclui o relator, espera-se facilitar o
acesso desses trabalhadores aos seus direitos.
— Trata-se de um reconhecimento da singularidade
desse objeto jurídico — o trabalho humano remunerado
— em relação à totalidade das relações jurídicas que
ocorrem na sociedade. Trata-se, igualmente, da
percepção de que essa singularidade se reflete na
necessária atribuição de competência a um órgão
judiciário especializado — argumentou.
Competências
O texto acrescenta, na CLT, que compete à Justiça do
Trabalho conciliar e julgar os conflitos oriundos
das relações entre empregados e empregadores; de
trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços;
e de trabalhadores autônomos.
Alguns exemplos de situações que o projeto coloca na
alçada aa Justiça do Trabalho são:
- Ações que envolvam direito de greve e representação
sindical
- Penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos e conselhos de
fiscalização
- Estágio e aprendizagem
- Indenização ou compensação por danos patrimoniais
e extrapatrimoniais decorrentes de contratos de
trabalho
- Saúde e higiene do trabalho
- Conflitos de competência entre órgãos com
jurisdição trabalhista
- Conflitos envolvendo trabalhadores autônomos que
se utilizem ou não de plataformas digitais de
solicitação e distribuição de trabalho
- Relações de trabalho reguladas por lei específica,
como nas hipóteses de contratos envolvendo
trabalhadores-parceiros de salões de beleza e
transportadores autônomos de cargas
Terão preferência para julgamento as ações sobre
pagamento de salário e aquelas que derivarem da
falência do empregador. Sempre que a ação também
versar sobre outros assuntos, o juiz natural da
causa poderá constituir processo em separado, a
pedido do interessado.
O substitutivo também destaca que a futura lei não
vai afetar a competência dos juízos e tribunais que
já tenham proferido sentença definitiva na data da
entrada em vigor. Isso se aplica a todas as fases e
instâncias.
Fonte: Agência Senado
13/12/2024 -
Dieese divulga Balanço das Greves Primeiro Semestre
O estudo “Balanço das Greves do Primeiro Semestre de
2024”, divulgado pelo Dieese, destaca o papel das
greves como instrumento de pressão coletiva,
evidenciando as dinâmicas do mundo do trabalho em
2024 e suas implicações na sociedade.
O Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (DIEESE) publicou nesta
quarta (11) o estudo “Balanço das Greves do Primeiro
Semestre de 2024“, que integra a série Estudos e
Pesquisas (EP nº 110).
O levantamento oferece um panorama detalhado das
greves ocorridas no Brasil no período mencionado,
destacando suas principais características,
dinâmicas e impactos no cenário socioeconômico e
trabalhista.
É um instrumento útil para subsidiar sindicatos,
pesquisadores, gestores públicos e demais
interessados com informações qualificadas sobre a
conjuntura das paralisações, contribuindo para o
aprofundamento das discussões sobre os direitos
trabalhistas e as relações de trabalho no país.
O estudo destaca:
Volume de Greves:
- Identificação do número total de greves ocorridas no
semestre.
- Comparação com períodos anteriores, indicando
tendências de alta ou baixa nas mobilizações.
Setores Envolvidos:
- Avaliação dos setores econômicos e categorias
profissionais mais impactados, como educação, saúde,
transporte e serviços públicos.
Principais Demandas:
- Salários: reivindicações relacionadas a reajustes
e reposições inflacionárias.
- Condições de Trabalho: solicitações por melhorias
estruturais, segurança e bem-estar.
- Direitos Trabalhistas: protestos contra perdas ou
ameaças a garantias estabelecidas.
Características das Greves:
- Duração média das paralisações.
- Localização geográfica das mobilizações (análise
regional).
- Participação de categorias do setor público e
privado.
Resultados e Conquistas:
- Desfechos das negociações: vitórias parciais,
acordos firmados ou ausência de resoluções.
- Impactos nas relações de trabalho e no cenário
político-econômico.
Tendências Observadas:
- Aumento na organização e articulação sindical em
determinados setores.
- Influência de políticas econômicas e mudanças
legislativas nos conflitos trabalhistas.
Veja o Estudo na íntegra
Fonte: Rádio Peão Brasil
13/12/2024 -
Presidente Lula vence em todos os possíveis cenários
de 2º turno para 2026, indica Quaest
Presidente lidera cenários de segundo turno
contra Tarcísio, Bolsonaro e outros possíveis
candidatos.
Haddad é favorito em caso de ausência de Lula
Uma nova pesquisa Quaest divulgada pela Folha de S.
Paulo nesta quinta-feira (12) mostra o presidente
Lula (PT) liderando em todos os cenários de segundo
turno projetados para as eleições presidenciais de
2026. A pesquisa entrevistou 8.598 eleitores
presencialmente entre 4 e 9 de dezembro, com margem
de erro de um ponto percentual para mais ou para
menos.
Se a eleição fosse hoje e o adversário fosse o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), Lula venceria com 52% dos votos
contra 26% do governador. Em uma eventual disputa
contra Jair Bolsonaro (PL), o petista teria 51%
contra 35%. Bolsonaro, atualmente inelegível, ainda
figura em cenários para medir seu potencial
eleitoral.
Lula também supera outros nomes mencionados na
pesquisa. Contra o influenciador Pablo Marçal
(PRTB), alcança 52% contra 27%. Em uma disputa com o
governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil),
recentemente tornado inelegível pela Justiça
Eleitoral, Lula registraria 54% contra 20%.
Desempenho de Fernando Haddad - Nos cenários
testados sem a presença de Lula, o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad (PT), também lidera. Contra
Tarcísio, Haddad teria 44% contra 25%. Contra
Bolsonaro, a disputa ficaria mais acirrada: 42% para
o ministro e 35% para o ex-presidente. Haddad também
venceria Marçal e Caiado, embora com margens menores
do que as registradas por Lula.
Possíveis adversários - Diante do cenário
eleitoral incerto, a pesquisa também perguntou quem
seria o candidato mais forte contra Lula caso
Bolsonaro permaneça inelegível. A ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro foi citada por 21% dos
entrevistados, seguida de Marçal (18%) e Tarcísio
(17%).
Intenção de voto e rejeição - Quando o
assunto é o potencial de votos, Lula apresenta
índices robustos: 52% afirmaram que o conhecem e
votariam nele, enquanto 45% disseram que não
votariam no atual presidente de maneira alguma.
Apenas 3% afirmaram não conhecê-lo.
Bolsonaro, por sua vez, enfrenta maior resistência:
57% dos entrevistados afirmaram que não votariam
nele, contra 37% que declararam apoio. Haddad também
enfrenta rejeição significativa, com 52% afirmando
que não votariam nele, enquanto 31% o apoiariam.
Cenário para 2026 - Apesar das projeções
favoráveis, a pesquisa mostra que 52% dos
entrevistados preferem que Lula não concorra à
reeleição. Nesse caso, 27% indicam Haddad como o
sucessor mais viável, seguido por Ciro Gomes (PDT),
com 17%, e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB),
com 14%.
Fonte: Brasil247
13/12/2024 -
Comissão aprova concessão de auxílio-acidente para
contribuintes individuais da Previdência
A proposta continua em discussão na Câmara dos
Deputados
A Comissão de Previdência, Assistência Social,
Infância, Adolescência e Família da Câmara dos
Deputados aprovou projeto de lei que dá direito ao
auxílio-acidente para contribuintes individuais do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
O texto aprovado é o substitutivo do relator,
deputado Pastor Eurico (PL-PE), para o Projeto de
Lei 1843/23, do deputado Samuel Viana (Republicanos-MG).
O relator fez ajustes no texto, que altera a Lei de
Benefícios da Previdência Social.
“Hoje, o contribuinte individual não está entre as
categorias de segurados que fazem jus ao
auxílio-acidente", explicou Pastor Eurico. ""A
proposta garante que, independentemente do vínculo
laboral, todos tenham acesso a uma proteção.”
O que é o auxílio-acidente
Esse auxílio é devido a segurados do RGPS que sofre
qualquer acidente que provoque sequelas ou diminua a
capacidade de trabalho.
Pela lei atual, têm direito ao benefício os
empregados, os segurados especiais e os
trabalhadores avulsos.
Quem é contribuinte individual
Contribuinte individual é quem trabalha por conta
própria (autônoma) ou presta serviços eventuais a
empresas sem vínculo empregatício.
Nesse grupo, estão, entre outros, motoristas do
transporte individual de passageiros, vendedores
ambulantes, diaristas e associados de cooperativas
de trabalho.
“A atual exclusão dos contribuintes individuais
contraria a proporcionalidade e a razoabilidade, já
que eles também sofrem impactos financeiros se
acometidos por acidentes”, comentou o deputado
Samuel Viana (Republicanos-MG), autor da versão
original.
Próximos passos
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será
analisado pelas comissões de Finanças e Tributação;
e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para
virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo
Senado.
Fonte: Agência Câmara
12/12/2024 -
Propostas sobre reforma sindical são distribuídas à
oposição na CCJ da Câmara
Proposições relativas à organização e estrutura
sindicais foram distribuídas, nesta terça-feira
(10), na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da
Câmara dos Deputados para relatores que são
adversários da organização dos trabalhadores.
Trata-se da
PEC 29/03, do ex-deputado Maurício Rands
(PSB-PE), que institui a liberdade sindical, com a
alteração da redação do artigo 8º da Constituição.
Foi designado relator da matéria, o deputado Filipe
Barros (PL-PR).
Conteúdo
Determina a liberdade e autonomia sindical; remente ao
Cnos (Conselho Nacional de Organização Sindical)
definir requisitos obrigatórios de
representatividade, democracia, eleições, mandatos e
de transparência que deverão constar nos estatutos
das entidades sindicais em todos os níveis da
organização; prevê que as decisões tomadas nas
negociações coletivas só alcançarão os associados
das entidades sindicais; cria, em nível
constitucional, o Cnos, que será composto com
representantes das centrais e confederações de
empregadores reconhecidas por lei.
Organização sindical
A
PEC 314/04, do deputado Ivan Valente (PSol-SP),
dispõe sobre a organização sindical e dá outras
providências. E vai ser relatada deputado Kim
Kataguiri (União-SP). O deputado do União Brasil é,
inclusive autor, do
PL 4.310/23, apresentado dia 5 de setembro de
2023, cujo objetivo é criar “mecanismo eletrônico
para o trabalhador optar por não pagar a
contribuição assistencial destinada a sindicatos.”
O texto apresentado em 2004 à Câmara dos Deputados
altera a forma de formação e validação das entidades
sindicais, vedando a interferência do Poder Público
na estruturação, administração e organização
sindical. Garante o direito de greve aos servidores
públicos e a liberdade sindical.
Contribuição sindical às centrais
E ainda a
PEC 531/10, do ex-deputado Flávio Dino (PSB-MA),
que altera dispositivos constitucionais para prever
o recebimento pelas centrais sindicais da
arrecadação oriunda de parcela das contribuições
sindicais. Foi designado relator deste texto, o
deputado Kim Kataguiri.
Entenda essa movimentação
Essa distribuição das proposições no colegiado
realizada pela presidente, em final de sessão
legislativa, deputada Caroline de Toni (PL-SC), tem
objetivo antissindical. Não é algo solto ou
aleatório. É coordenado e estruturado numa lógica de
ataque. Tal como ocorreu com o PL (Projeto de Lei)
6.688/09, em discussão na Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara.
O principal expoente deste tema na bancada do PL no
Congresso — Câmara e Senado — é o senador Rogério
Marinho (RN). Dele parte toda articulação contrária
à estrutura e organização sindicais no Legislativo.
Ele foi o relator, na Câmara, da Reforma Sindical. O
deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), que é dirigente
sindical, pode ajudar nesse debate, já que é da
bancada sindical, e pode esclarecer sobre o papel do
movimento sindical laboral para a democracia e o
desenvolvimento das relações de trabalho.
Motta é, por exemplo, relator de projetos de lei
sobre organização e custeio na Comissão de Trabalho:
dentre esses, PL 6.706/09, 5.552/19 e 5.795/16.
Se o movimento sindical não acorrer à Câmara, a
tendência é a CCJ admiti-las sem ouvir as
organizações sindicais.
Tramitação
A CCJ, em caso de PEC, admite ou rejeita tecnicamente
a matéria. Caso admita, em seguida cria-se comissão
especial, que debate e vota o mérito do texto. Caso
rejeite, a proposta é arquivada.
Fonte: Diap
12/12/2024 -
Precarização faz com que 14% das pessoas ocupadas
estejam na pobreza
Processo que foi naturalizado e intensificado
pela reforma trabalhista resultou em aumento da
informalidade e da vulnerabilidade de milhões de
brasileiros de baixa renda
Se é verdade que a vida da população brasileira tem
melhorado com a queda no desemprego em meio a uma
economia aquecida e com a volta da valorização do
salário mínimo e das políticas de redução da
pobreza, também é fato que o processo de
precarização do trabalho nos últimos anos,
especialmente a partir da reforma de 2017, continua
tendo forte peso na formação da renda e nas
condições de trabalho dos brasileiros.
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024,
do IBGE, entre as pessoas ocupadas, menos de 1%
foram consideradas extremamente pobres em 2023,
enquanto entre os desocupados essa proporção chegou
a 14,6%. Por outro lado, a proporção de pessoas
ocupadas pobres, de 14,2%, foi bem inferior à dos
desocupados pobres 54,9%.
Cabe destacar que conforme o mesmo levantamento, de
2022 a 2023, o percentual da população do país
abaixo da linha de pobreza caiu de 31,6% para 27,4%,
o menor desde 2012. No mesmo período, a proporção da
população na extrema pobreza recuou de 5,9% para
4,4% — da mesma forma, foi o menor índice dos
últimos 12 anos e, pela primeira vez, ficou abaixo
dos 5%.
Os números relativos aos trabalhadores reforçam o
papel fundamental que a geração de empregos tem na
redução da pobreza. Porém, revelam também que muitas
das ocupações possíveis para uma fatia considerável
dos brasileiros é precária e de remuneração baixa.
Na avaliação de André Simões, pesquisador que
participou da elaboração do SIS, “esses indicadores
mostram que há pobreza entre a população ocupada,
provavelmente relacionada à vulnerabilidade social
de alguns segmentos do mercado de trabalho. No
entanto, a pobreza e a extrema pobreza entre os
trabalhadores são menos intensas do que na população
desocupada”.
O processo de precarização do trabalho — do qual
resulta o aumento no número de micro-empreendedores,
na “pejotização” e de trabalhadores de plataformas,
como motoristas de aplicativos e entregadores —
tornou uma ampla parcela da população mais
vulnerável por não oferecer direitos básicos comuns
às ocupações formais.
Reforma e aumento na informalidade
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) do IBGE sobre emprego
analisados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (Ipea) e divulgados em maio, desde 2012,
quando teve início a série histórica do IBGE, até
2023, houve aumento de 21,3% no trabalho informal.
Além disso, a quantidade de pessoas que trabalham
por conta própria registrou crescimento de 26,6%.
Enquanto isso, o trabalho formal teve variação
positiva de apenas 5,8%.
Na ocasião, André Gambier Campos, técnico de
Planejamento e Pesquisa do Ipea, disse ao jornal
Estado de Minas que “o que cresceu mesmo foi o
assalariamento sem carteira, por um lado, e o
trabalho por conta própria de outro. O fenômeno da
“pejotização” é captado, na Pnad/IBGE,
principalmente em meio a este último grupo de
trabalhadores por conta própria”.
Conforme escreveu Erik Chiconelli Gomes, doutor e
Mestre em História Econômica na USP, em artigo
publicado no Le Monde Diplomatique Brasil de
setembro, “a flexibilização das relações de
trabalho, um dos pilares da ‘reforma trabalhista’,
foi justificada como uma necessidade para a geração
de empregos. Contudo, o que se observou foi um
aumento significativo da informalidade e da
precarização do trabalho”.
Ele lembrou que, segundo dados da FGV-Ibre, o Brasil
tem cerca de 25,4 milhões de autônomos,
representando uma parcela significativa da população
ocupada de 100,2 milhões em março de 2024.
Outro dado levantado pelo autor diz respeito à
insegurança financeira entre os trabalhadores
informais. “Enquanto apenas 45% deles conseguem
prever sua renda para o próximo semestre, esse
percentual chega a 67,5% entre funcionários com
carteira assinada”, explicou.
Além disso, pontuou, “a renda dos autônomos é muito
mais volátil, com 19,8% experimentando variações de
mais de 20% de um mês para o outro, em comparação
com apenas 4,7% dos trabalhadores com CLT”. Processo
que foi naturalizado e intensificado pela reforma
trabalhista resultou em aumento da informalidade e
da vulnerabilidade de milhões de brasileiros de
baixa renda.
Fonte: Portal Vermelho
12/12/2024 -
TST julgará recursos repetitivos sobre pejotização e
terceirização
Tese a ser fixada será aplicada a todos os
processos sobre o tema
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais
do Tribunal Superior do Trabalho (SDI-1) acolheu
nesta quinta-feira (5) dois novos Incidentes de
Recursos de Revista Repetitivos (IRRs), que irão
estabelecer diretrizes sobre temas de impacto nas
relações trabalhistas. Os temas envolvem
terceirização e pejotização.
O primeiro caso (E-ED-RR-1848300-31.2003.5.09.0011)
é de uma supervisora de atendimento de Capão Raso
(PR) que trabalhou para a Brasil Telecom e depois
foi contratada pela CBCC Participações S.A para
atuar na área de call center para a concessionária.
A questão que será discutida é se é possível superar
o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a
licitude de todas as formas de terceirização (Tema
725 da repercussão geral) quando ficar constatada a
fraude à legislação.
No segundo caso (E-RRAg-373-67.2017.5.17.0121), um
industriário de Vila Velha (ES) pede o
reconhecimento de vínculo de emprego com a Imetame
Energia Ltda. no período posterior em que empresa e
empregado, de comum acordo, alteraram a modalidade
contratual e ele constituiu pessoa jurídica,
passando a trabalhador nas mesmas funções, mas como
prestador de serviços, fenômeno conhecido como
“pejotização”.
Com esses novos IRRs, que aguardam distribuição, o
TST fixará entendimentos vinculantes que trarão
maior segurança jurídica para os atores das relações
trabalhistas e uniformizarão da jurisprudência sobre
temas que afetam diretamente empregados,
empregadores e entidades sindicais.
Fonte: TST
12/12/2024 -
Aprendizagem profissional bate recorde: mais de 647
mil jovens no mercado de trabalho
Com aumento de 12,29% nas contratações, programa
prioriza inclusão de jovens em situação de
vulnerabilidade e reforça o papel da qualificação
profissional no Brasil
O número de jovens inseridos no mercado de trabalho
por meio da aprendizagem alcançou 647.469 em
outubro, o maior registro desde a implementação da
Lei 10.097/00. De janeiro a outubro deste ano, foram
contratados 91.621 jovens aprendizes, representando
um crescimento de 12,29% em relação ao mesmo período
de 2023, quando foram registrados 81.580 ingressos.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Novo Caged), do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE).
Entre os 91.621 jovens contratados este ano, 84%
estão cursando o ensino médio, e 51,8% são mulheres.
O setor que mais abriu espaço para esses jovens foi
a indústria, com 36.480 vagas, área que tem se
destacado no ano na geração de empregos.
O MTE é responsável por fazer cumprir a Lei da
Aprendizagem, atuando por meio da fiscalização e da
conscientização sobre a importância de proporcionar
boas experiências e qualificação profissional para a
juventude. De janeiro a outubro deste ano, a
inspeção do trabalho garantiu a inserção de 85 mil
aprendizes no mercado de trabalho. Esses jovens, com
idade entre 14 e 24 anos, estão tendo a sua primeira
experiência profissional, com carteira assinada,
direitos trabalhistas, em cursos de qualificação e
sem deixar os estudos.
Em 2023, a Lei da Aprendizagem foi aprimorada para
priorizar a inclusão de jovens em situação de
vulnerabilidade ou risco social, como aqueles
retirados do trabalho infantil, egressos de medidas
socioeducativas, acolhidos institucionalmente ou com
deficiência. Segundo a auditora-fiscal Tais Arruti
Lírio, coordenadora Nacional de Fiscalização da
Aprendizagem, as ações de fiscalização têm focado
nesses grupos. “Recentemente, firmamos um termo com
uma grande empresa pública, garantindo a inserção de
1.028 aprendizes, sendo que 169 estavam em situação
de vulnerabilidade social”, destacou a auditora.
Para assegurar oportunidades e promover uma
aprendizagem de qualidade alinhada às demandas do
mercado de trabalho, o Ministério do Trabalho e
Emprego tem conduzido debates com diversos atores
sociais. Esses diálogos integram o Pacto Nacional
pela Inclusão Produtiva das Juventudes, uma
iniciativa do Ministério em parceria com o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a
Organização Internacional do Trabalho (OIT). O
objetivo é desenvolver uma política pública nacional
que envolva governos, empresas, fundações,
institutos e organizações, ampliando a inclusão
produtiva de jovens.
Outro espaço relevante para esse debate é o Fórum
Nacional de Aprendizagem, que retomou suas reuniões
em 2024, reforçando o compromisso com a qualificação
profissional e a integração dos jovens no mercado de
trabalho de forma segura e estruturada.
Para 2025, Magno Lavigne, secretário de
Qualificação, Emprego e Renda do MTE, destaca que as
prioridades incluem ampliar a contratação de jovens
aprendizes e elevar a qualidade dos cursos de
aprendizagem. Segundo ele, o avanço nessa área
depende da mobilização conjunta de atores sociais,
agentes econômicos e do poder público.“A
aprendizagem é a melhor porta possível para o mundo
do trabalho, pois une educação, qualificação,
acompanhamento, trabalho decente e futuro”, destacou
Lavigne.
Fonte: MTE
11/12/2024 -
INPC
tem alta de 0,33% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC
teve alta de 0,33% em novembro, 0,28 p.p. abaixo do
resultado observado em outubro (0,61%). No ano, o
INPC acumula alta de 4,27% e, nos últimos 12 meses,
de 4,84%, acima dos 4,60% observados nos 12 meses
imediatamente anteriores. Em novembro de 2023, a
taxa foi de 0,10%.
Os produtos alimentícios registraram alta de preços
pelo terceiro mês consecutivo, acelerando de 1,11%
em outubro para 1,62% em novembro. Por sua vez, os
produtos não alimentícios caíram 0,08%, após alta de
0,45% em outubro.
Quanto aos índices regionais, Rio Branco registrou a
maior variação (0,89%), por conta da alta das carnes
(8,61%) e da gasolina (2,20%). Já a menor variação
foi observada em Porto Alegre (-0,02%), por conta
dos recuos dos preços da energia elétrica
residencial (-7,61%) e da gasolina (-1,64%).
Fonte: IBGE
11/12/2024 -
MTE lança nova plataforma de atendimento ao público
Projeto-piloto será iniciado no Rio de Janeiro
O MTE disponibilizará no primeiro semestre de 2025 a
Plataforma Unificada de Atendimento, a UNA, para
todas as unidades da federação. O instrumento foi
idealizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) para facilitar o acesso aos serviços prestados
pelas Superintendências, Gerências e Agências
Regionais do Trabalho e Emprego A UNA será iniciada
por meio de projeto-piloto a partir de 11 de
dezembro no estado do Rio de Janeiro, onde os
cidadãos poderão solicitar seus atendimentos por
meio da UNA.
O objetivo principal é que as solicitações sejam
mais rápidas e seguras. A UNA oferecerá um conjunto
de funcionalidades para o gerenciamento de serviços
de atendimento presencial ou remoto. Com a
plataforma será possível enviar documentos
digitalizados, acompanhar ou remarcar agendamentos.
Os benefícios aos cidadãos vão além da agilidade e
segurança na solicitação de serviços; integrar
usuário e unidade de atendimento, o que vai
desburocratizar etapas; agendar atendimento
presencial; e a criação de protocolo e atendimento
remotos para solicitações e requerimentos
eletrônicos.
Em contrapartida, o MTE contará com maior controle e
segurança no atendimento uma vez que os protocolos
serão autenticados na plataforma Gov.br e integrará
processos eletrônicos e execução de tarefas.
Estarão disponíveis os seguintes atendimentos para
os cidadãos, Unidades do Ministério do Trabalho e
Emprego, bem como outros órgãos vinculados ao MTE:
Agendamentos e atendimentos para os seguintes
serviços:
- Solicitação da Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS);
- Agendamento e esclarecimento de dúvidas sobre
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
- Solicitações sobre o Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (CAGED);
- Solicitações sobre o Empregador Web;
- Agendamento e esclarecimento de dúvidas sobre o
Abono Salarial;
- Agendamento para o serviço Multas e Recursos;
- Agendamento para o serviço Orientação Trabalhista;
- Esclarecimento de dúvidas sobre o Registro
Profissional; e
- Agendamento e esclarecimento de dúvidas sobre o
Seguro-Desemprego.
Fonte: MTE
11/12/2024 -
Valor da cesta básica cresce nas 17 Capitais
O governo deveria estabelecer como prioridade máxima
o controle dos preços dos produtos da cesta básica.
Veja: de novembro de 2023 ao mesmo mês de 2024, a
cesta subiu 10,56% em São Paulo e 11,19% no Distrito
Federal. Informa a pesquisa mensal do Dieese.
Rodolfo Viana, economista do Dieese, falou à Agência
Sindical. Segundo ele, há várias razões para o
aumento dos preços na cesta. As principais estão
ligadas ao clima e demandas externas fortes, a
depender do produto.
Ele explica: “A carne bovina, por exemplo, subiu 11%
só em Brasília entre outubro e novembro. A seca que
o Brasil atravessou em 2024 atrapalhou e diminuiu a
oferta de boi gordo. Outros exemplos são óleo de
soja, que está sendo exportado bruto e com menos
oferta, resultando em produto mais caro. Tomate e
banana, que tiveram os cultivos afetados pelo clima,
como chuvas excessivas e alta onda de calor”.
Câmbio – O economista e professor ressalta:
“Com a taxa de câmbio mais desvalorizada os
alimentos brasileiros ficam mais caros lá fora. A
relação entre Real e Dólar impacta muito. Quanto
mais desvalorizado o Real, mais barata a mercadoria
fora do País. Isso aumenta a demanda por produto que
pode ser exportado”.
Governo – Para Rodolfo, o governo não tem
culpa direta na alta dos preços, mas destaca
políticas pra melhorar esse cenário: “Alguns
caminhos são mais crédito à agricultura familiar, ao
plano safra, por exemplo, e aumentar a produtividade
no campo com máquinas e equipamentos modernos.
Reativar, de forma decisiva, os estoques
regulamentadores. Ou seja, quando houver excesso de
produto, compra-se em grande quantidade. Quando
houver falta, é vendida parte pra regular o preço. O
Brasil já fez isso no passado, o que deixou de
acontecer nos governos Temer e Bolsonaro. Seria
importante retomar.”
Futuro – A expectativa para o próximo ano,
segundo Rodolfo Viana, é o Brasil ter uma boa
participação da agropecuária. Em relação a questões
climáticas, espera mais normalidade de chuva e
temperatura. Com isso, a oferta aumenta sem maiores
quebras. O economista ressalta: “Espera-se que a
alta dos valores se arrefeça e não apresente
aumentos tão robustos ao longo do ano”.
Clique aqui e acesse a pesquisa.
Mais – Site do Dieese.
Fonte: Agência Sindical
11/12/2024 -
Governo Lula: diálogo como estratégia de gestão
O governo do presidente Lula (PT) enfrenta
cenário político e social marcado por desafios
globais e pela oposição sistemática de forças
políticas e econômicas que resistem à inclusão dos
mais pobres no Orçamento público. Apesar disto,
estratégia baseada no diálogo tem avançado na
implementação da agenda nacional e internacional de
inclusão social, promovendo Brasil mais justo.
Antônio Augusto de Queiroz*
Entre os principais desafios globais enfrentados
pelo Brasil, destacam-se o extremismo político, a
disrupção tecnológica e a crise climática. O
extremismo político, com retórica polarizadora e
ataques às instituições democráticas, ameaça a
estabilidade política no Brasil e em diversas partes
do mundo, enfraquecendo a confiança na democracia e
aprofundando as divisões sociais.
A disrupção tecnológica, impulsionada pelo uso
crescente de IA (inteligência artificial) e
algoritmos, influencia de forma significativa a
formação da opinião pública, ampliando a
disseminação de desinformação e manipulando debates,
o que exige governança tecnológica pautada pela
ética e pela transparência. As mudanças climáticas
representam desafio crítico, com consequências que
vão desde a redução da produtividade agrícola até o
aumento de desastres naturais, afetando de maneira
significativa a economia e o meio ambiente.
No plano internacional, Lula tem se consolidado como
liderança incontestável em defesa da democracia, da
ciência, do meio ambiente e no combate à fome e às
desigualdades socioeconômicas. Exemplo desse
protagonismo é o recente acordo entre o Mercosul e a
União Europeia, que reforça a capacidade de o Brasil
articular os interesses regionais em contexto
global, ampliando a relevância do País no mundo.
Outros exemplos são resultados do G20, quando foi
aprovada a taxação dos super-ricos — os supérrimos —
e a Aliança Global Contra a Fome. Entretanto, a
posse de Donald Trump, recentemente reeleito nos
Estados Unidos da América, poderá ser ameaça à
liderança do presidente Lula no plano global.
No ambiente interno, o governo enfrenta obstáculos à
implementação da agenda política, econômica e
social, dada as resistências às mudanças estruturais
contempladas no programa sufragado nas urnas. Um
desses obstáculos é a ganância de partidos
conservadores, que consomem boa parte do Orçamento
público ao priorizarem aumentos desproporcionais de
emendas impositivas e dos fundos eleitorais e
partidários, comprometendo investimentos em áreas
essenciais para o desenvolvimento do País.
Outro exemplo, é a oposição radical de setores
extremistas, que não aceitaram o resultado das
urnas, promovendo campanhas de ódio, desinformação e
violência contra as instituições democráticas,
incluindo ameaças de morte ao presidente, ao vice e
a ministros do Supremo.
Além das dificuldades impostas pela oposição no
Congresso e pelos setores extremistas, o governo
enfrenta boicote institucional de agentes
estratégicos em posições-chave, como o Banco Central
e as agências reguladoras. Muitos desses cargos
foram ocupados por indicação do governo anterior, e
seus titulares adotam postura deliberadamente
adversária à agenda do governo do presidente Lula.
No Banco Central, a insistência em manter a taxa
Selic em patamares elevados, mesmo diante de
indicadores positivos como o crescimento do PIB, o
aumento da geração de empregos formais e a
estabilidade inflacionária, tem prejudicado a
recuperação econômica e o equilíbrio fiscal. A alta
taxa de juros encarece o crédito, desestimula o
investimento produtivo e pressiona o endividamento
das famílias, resultando em impactos diretos na
qualidade de vida da população e no expansionismo
econômico, que poderia ser mais robusto e inclusivo.
As agências reguladoras, por sua vez, exercem papel
estratégico na regulação de setores fundamentais,
como energia, telecomunicações e transportes.
Contudo, algumas dessas promoveram reajustes
tarifários que não se justificam do ponto de vista
técnico ou econômico, prejudicando tanto os
consumidores quanto as políticas públicas de
ampliação de acesso e inclusão. Essa postura reflete
não apenas visão desalinhada com as prioridades
governamentais, mas também tentativa clara de minar
a confiança popular nas ações do Executivo.
Esse comportamento de boicote institucional
evidencia modelo de governança corporativa que
prioriza os interesses de determinados setores
econômicos em detrimento do bem-estar coletivo. No
caso do Banco Central, ainda que a autonomia seja
garantida por lei, a gestão atual tem utilizado esse
instrumento para dificultar a execução de políticas
de estímulo à economia.
Essa resistência, mais política do que técnica,
contribui para fortalecer as desigualdades e
alimentar percepção de que os benefícios do
crescimento econômico não estão sendo amplamente
compartilhados pela sociedade. Essa postura
privilegia pequena elite econômica, comprometendo
tanto o papel das instituições quanto a confiança
popular no sistema econômico, e reforçando a
exclusão de parcelas significativas da população nos
frutos do progresso econômico.
Esse ambiente de confronto reflete disputa
distributiva existente no País. Os setores
empresariais, especialmente ligados ao agronegócio,
ao sistema financeiro e aos beneficiários de
isenções fiscais históricas, resistem à qualquer
revisão de privilégios e atuam de maneira coordenada
para manter essas vantagens. Esse cenário é
amplificado por parte da grande mídia, que
frequentemente adota postura crítica ao governo,
reforçando narrativas intermediárias às mudanças
estruturais.
Apesar dessas dificuldades, o governo obteve avanços
notáveis. A ampliação de programas sociais, a
recuperação de políticas de combate à fome e a
retomada do crescimento econômico, com aumento do
PIB, da geração de empregos formais e da renda,
mostram que é possível avançar mesmo em ambiente
hostil.
No entanto, para consolidar essas conquistas, será
necessário aprofundar o enfrentamento das
resistências estruturais, garantindo que os recursos
públicos sejam destinados prioritariamente à redução
das desigualdades e ao fortalecimento da
infraestrutura econômica.
Os desafios enfrentados pelo governo Lula refletem a
complexidade de o mundo em transformação. Superá-los
exige coragem política, visão estratégica e
compromisso com o diálogo como ferramenta de
construção coletiva. Consolidar as conquistas
obtidas e avançar na construção do Brasil mais
justo, democrático e sustentável é essencial, não
apenas para a estabilidade interna, mas também para
oferecer modelo de governança inspirador em cenário
global marcado por incertezas e desigualdades.
(*) Jornalista, analista e consultor político,
mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV).
Sócio-diretor da empresa “Consillium Soluções
Institucionais e Governamentais”, ex-diretor de
Documentação do Diap. Membro do Cdess (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável) da
Presidência da República - Conselhão. Publicado,
originalmente, na revista eletrônica Teoria&Debate,
na coluna Café no Congresso.
Fonte: Diap
10/12/2024 -
Dieese faz considerações sobre o pacote de ajuste
anunciado pelo governo
O documento do DIEESE (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socio Econômicos) aborda o
pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo
federal em novembro de 2024, com medidas voltadas à
adequação do arcabouço fiscal aprovado em 2023. Ele
destaca os desafios enfrentados pelo governo para
equilibrar metas fiscais com demandas sociais e
econômicas.
Principais medidas anunciadas:
1 - Limitação do aumento real do salário mínimo
(SM):
- Estabelece um teto de 2,5% para aumento real e piso
de 0,6%, dependendo do crescimento da receita
corrente líquida e do cumprimento das metas fiscais.
2 - Redução do abono salarial:
- Limita a cobertura para trabalhadores com
renda de até R$ 2.640,00 (antes 2 salários mínimos)
e propõe ajuste para 1,5 SM no futuro.
3 - Mudanças no imposto de renda:
- Ampliação da faixa de isenção para R$
5.000,00 e criação de alíquota progressiva de 10%
para rendimentos acima de R$ 50.000,00.
4 - Benefícios sociais e controle:
- Exige biometria para concessões e endurece critérios
para BPC e Bolsa Família.
5 - Revisão nas regras de aposentadoria dos
militares e combate aos supersalários:
- Introdução de contribuições fixas, extinção
de privilégios e maior controle remuneratório no
setor público.
6 - Controle de benefícios fiscais e emendas
parlamentares:
Restrições para isenções em períodos de déficit fiscal
e priorização de recursos para a saúde no caso de
emendas.
Impactos e desafios:
- Renda dos trabalhadores: Reduções no aumento
real do salário mínimo e mudanças no abono salarial
afetam diretamente trabalhadores de baixa renda.
- Imposto de renda: Ampliação da isenção
beneficia milhões, mas as contrapartidas fiscais
para segmentos mais ricos buscam maior
progressividade.
- Consumo e economia: A restrição no salário
mínimo e benefícios pode reduzir o consumo interno,
afetando o crescimento econômico.
- Desigualdade: Apesar das intenções
redistributivas, algumas medidas podem agravar a
concentração de renda no curto prazo.
O documento ressalta que as medidas refletem uma
disputa pelos fundos públicos em um contexto de
pressões fiscais e sociais. Aponta ainda o impacto
limitado das ações anunciadas em comparação aos
gastos com juros da dívida pública, que somaram R$
869,3 bilhões nos últimos 12 meses. Enfatiza a
importância de mobilização social e diálogo
transparente para garantir avanços que beneficiem a
população.
Clique aqui e confira a íntegra do documento do
DIEESE
Fonte: Rádio Peão Brasil
10/12/2024 -
Supremo forma maioria para validar trabalho
intermitente
O Supremo Tribunal Federal formou, nesta sexta-feira
(6/12), maioria para confirmar a constitucionalidade
do contrato de trabalho intermitente, inserido na
Consolidação das Leis do Trabalho pela reforma
trabalhista de 2017.
Pelo placar de 6 votos a 2, os ministros mantiveram
as mudanças na legislação trabalhista para inserir o
modelo de contratação.
O caso voltou a ser julgado no plenário virtual da
Corte após ser interrompido em setembro deste ano
por um pedido de vista do ministro Cristiano Zanin,
que votou nesta sexta-feira pela constitucionalidade
da tese.
Além de Zanin, os ministros Nunes Marques, Alexandre
de Moraes, André Mendonça, Luiz Fux e Gilmar Mendes
se manifestaram a favor da legalidade das alterações
na CLT.
O relator, Edson Fachin, e a ministra Rosa Weber,
que se manifestou antes da aposentadoria,
consideraram o trabalho intermitente
inconstitucional.
Faltam os votos de quatro ministros. A votação
virtual prossegue até o dia 13 de dezembro.
Contexto
O contrato intermitente ocorre com alternância entre
períodos de prestação de serviços e outros de
inatividade, estipulados conforme a demanda do
empregador, com pagamento proporcional ao tempo
trabalhado.
A regra vale para qualquer atividade, exceto para os
aeronautas, que têm legislação própria. A modalidade
foi criada com a ideia de aumentar a contratação de
trabalhadores, especialmente durante crises
econômicas.
As ações foram propostas pela Federação Nacional dos
Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e
Derivados de Petróleo (Fenepospetro), pela Federação
Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas (Fenattel)
e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Indústria (CNTI).
As entidades argumentam que o contrato intermitente
precariza o trabalho, com pagamento de salários
inferiores ao mínimo; traz insegurança aos
trabalhadores, que dependem de convocação; e
equiparam os empregados a objetos ou ferramentas,
que ficam à disposição quando, onde e como o
empregador bem entender.
O relator do caso, ministro Edson Fachin votou em
2020 e declarou inconstitucionais os trechos da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) alterados
pela reforma que mencionam o trabalho intermitente.
Mais tarde, a ministra Rosa Weber (hoje aposentada)
considerou que a Fenepospetro e a Fenattel não
tinham legitimidade para propor suas ações, mas
considerou válida a ação da CNTI e acompanhou Fachin
quanto ao mérito da questão.
Na visão do relator, a Constituição não impede de
forma expressa a criação do contrato intermitente,
mas os parâmetros legais da reforma não garantem a
proteção dos direitos trabalhistas fundamentais,
como a remuneração não inferior a um salário mínimo.
Segundo o ministro, as garantias são insuficientes,
por exemplo, quando o trabalhador não consegue
prever quantas horas vai trabalhar ou não pode
encontrar um novo emprego para complementar sua
renda, devido à exaustão da atividade intermitente.
Fux expressou, na votação de setembro deste ano, uma
visão semelhante, mas propôs outra solução. Assim
como Rosa, ele considerou que apenas a ação da CNTI
era legítima. No mérito, ele declarou a existência
de “omissão inconstitucional no regramento do
contrato de trabalho intermitente” e sugeriu que o
Congresso corrija isso em um prazo de 18 meses.
Na visão de Fux, a regulamentação do contrato
intermitente precisa ser aperfeiçoada, de forma a
estabelecer algumas garantias mínimas ao trabalhador
e limitar sua aplicação a determinados casos “em que
a natureza das atividades efetivamente se dê com
descontinuidade ou com sazonalidade”.
Para o magistrado, isso evitaria que tal modalidade
fosse desvirtuada e que postos de trabalho
tradicionais fossem substituídos por contratações
“em condições inferiores”.
Nada de errado
Também em 2020, o ministro Kassio Nunes Marques
discordou do relator e validou o contrato
intermitente. Naquela sessão, o ministro Alexandre
de Moraes manifestou a mesma opinião. André Mendonça
e Gilmar Mendes acompanharam o posicionamento.
Nunes Marques afirmou que o trabalho intermitente
pode representar um modelo intermediário entre o
trabalho informal (que não oferece garantias
mínimas) e o trabalho com vínculo de emprego (que
não tem alternância, nem flexibilidade).
De acordo com ele, não há “fragilização das relações
de emprego” ou “ofensa ao princípio do retrocesso”,
pois “a inovação pode resultar em oportunidades e
benefícios para ambas as partes”.
O magistrado ressaltou que o contrato intermitente
garante o pagamento de parcelas como repouso semanal
remunerado, recolhimentos previdenciários, férias e
13º salário proporcionais etc. Além disso, o salário
por hora do trabalhador intermitente não pode ser
inferior ao salário mínimo ou à remuneração paga no
mesmo estabelecimento aos trabalhadores com
contratos comuns que exerçam a mesma função. Com
informações da Agência Brasil.
Clique
aqui para ler o voto de Fachin
Clique
aqui para ler o voto de Rosa
Clique
aqui para ler o voto de Fux
Clique
aqui para ler o voto de Nunes Marques
Clique
aqui para ler o voto de Mendonça
ADI 5.826
ADI 5.829
ADI 6.154
Fonte: Consultor Jurídico
10/12/2024 -
Reforma tributária: CCJ deve votar regulamentação
nesta quarta-feira
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve
votar nesta quarta-feira (11) o primeiro projeto de
regulamentação da reforma tributária: o PLP 68/2024.
O projeto é o único item da reunião deliberativa do
colegiado, que será realizada após sabatina de
autoridades — que, por sua vez, está prevista para
começar às 9h30.
Proposto pelo governo, o PLP 68/2024 cria as regras
que vão viabilizar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA)
dual, com a substituição de cinco tributos (ICMS,
IPI, ISS, PIS e Cofins) por três: Contribuição sobre
Bens e Serviços (CBS), de nível federal; Imposto
sobre Bens e Serviços (IBS), de nível estadual e
municipal; e o Imposto Seletivo, de nível federal.
O relator do PLP 68/2024 no âmbito da CCJ é Eduardo
Braga (MDB-AM). Ele acatou parte das 1.998 emendas
apresentadas pelos senadores ao projeto.
A CCJ promoveu 13 audiências públicas sobre a
matéria. Ao longo dos debates, representantes de
vários setores da economia — como imobiliário, de
turismo e alimentos, entre outros —, pediram para
serem beneficiados com cobranças menores de tributos
(regime diferenciado).
Outros setores produtivos pediram revisão das regras
sobre o sistema de créditos com a administração
pública, o que permitiria às empresas de
determinadas cadeias produtivas retomarem valores de
tributos pagos sobre o consumo — o mecanismo busca
tributar apenas o consumidor final.
Fonte: Agência Senado
10/12/2024 -
Crescimento, emprego e redução da pobreza: O Brasil
no caminho certo
Nesta semana, o IBGE divulgou estatísticas
importantíssimas que indicam que o Brasil segue uma
trajetória de crescimento econômico, geração de
empregos e redução da pobreza.
A economia cresceu no terceiro trimestre 0,9% em
relação ao trimestre anterior e 4,0% na variação
anual. Vale lembrar que o Relatório Focus indicava,
no final do ano passado, um crescimento projetado
para 2024 de apenas 1,59%.
O investimento, o consumo interno, a indústria de
transformação e os serviços impulsionaram esse
crescimento. Os investimentos impulsionaram o PIB
pelo quarto trimestre consecutivo, elevando a taxa
de investimento para 17,6%. As políticas públicas e
privadas de crédito devem ampliar sua capacidade de
aumentar a taxa de investimento para no mínimo 20%.
O consumo das famílias também cresceu pelo quarto
trimestre consecutivo (5,5% na comparação anual),
estimulado pelo aumento do nível de ocupação, pela
elevação dos salários, pelos instrumentos de
transferência de renda e proteção social, além do
crédito.
É fundamental sustentar uma dinâmica do
desenvolvimento produtivo lastreada no investimento
e no consumo interno, para o que é urgente promover
uma trajetória de redução da taxa de juros para
padrões compatíveis com as boas práticas
internacionais, garantir um orçamento público
robusto direcionado ao investimento em
infraestrutura econômica e social, um mercado de
capitais dinâmico e uma política industrial
progressivamente aprimorada e sustentada no longo
prazo. Os resultados esperados é uma capacidade
produtiva ampliada e moderna, apta a atender à
demanda interna de uma economia que gera mais
empregos e salários mais altos, bem como capacidade
de exportar bens manufaturados e serviços.
O crescimento observado nos últimos anos impactou
positivamente as condições de vida da população. A
publicação do IBGE “Síntese dos Indicadores Sociais:
uma análise das condições de vida da população
brasileira – 2024”, divulgado nesta semana, aponta
mudanças positivas e relevantes nos indicadores do
mercado de trabalho e no padrão de vida, com redução
da pobreza e melhorias na educação e saúde. O
contexto de desigualdades e iniquidades é muito
grave, exigindo esforços contínuos de transformação
estrutural advindas do crescimento econômico e da
geração de empregos de qualidade.
A dinâmica econômica de crescimento tem melhorado as
condições de emprego e salários, com impactos
sociais muito positivos. Em 2023, pelo quarto ano
consecutivo desde a pandemia, o nível de ocupação
aumentou para 57,6%. Segundo a PNAD Contínua, essa
trajetória ascendente se manteve em 2024, alcançando
58,7% em outubro. Cerca de 3,7 milhões de novos
postos de trabalho foram gerados em 2023, um
movimento que continua em 2024, permitindo atingir o
recorde de 103,6 milhões de ocupados, o melhor
resultado da série histórica da PNAD Contínua.
Em outubro deste ano, o setor privado empregava 53,4
milhões de pessoas, das quais 39 milhões com
carteira assinada e 14,4 milhões sem registro
formal. Os trabalhadores por conta própria somam
25,7 milhões, um contingente que se manteve estável
no último ano. Já o número de trabalhadoras
domésticas cresceu 2,3%, totalizando 6 milhões.
Cerca de 12,8 milhões de pessoas trabalham no setor
público, um aumento de 5,8% em relação ao ano
anterior.
O IBGE estima que há cerca de 66 milhões de pessoas
em idade de trabalhar, mas fora da força de trabalho
ativa. Entre os ocupados, cerca de 40 milhões são
trabalhadores informais, sem direitos trabalhistas
formalizados ou acesso às políticas de proteção
laboral e previdenciária. A força de trabalho
subutilizada é estimada em 18 milhões de pessoas,
representando uma taxa de 15,4%, bem menor que os
28,5% registrados em 2021.
Esse mercado de trabalho é heterogêneo, desigual,
precário e vulnerável e têm milhões de trabalhadores
que desejam empregos e salários de qualidade. Para
promover uma migração virtuosa de empregos de baixa
para alta produtividade, é fundamental implementar
políticas de formação profissional continuada e um
sistema público de emprego que integre políticas de
transferência de renda, formação e intermediação
para ocupação.
Outra forma de observar os impactos do crescimento
econômico e dos empregos é analisar o comportamento
dos salários. O rendimento real médio cresceu 7,1%
em 2023 e, em 2024, continua com alta de 3,9%,
alcançando R$ 3.255,00. O aumento do emprego e dos
salários resultou em uma massa salarial de R$ 333
bilhões mensais, adicionando cerca de R$ 24 bilhões
ao poder de compra das famílias neste ano.
Esses resultados reforçam a necessidade de sustentar
e expandir a atual política de desenvolvimento
produtivo e industrial, inovação, melhoria do
ambiente de negócios, cooperação internacional,
crédito, formação profissional, relações de trabalho
e negociação coletiva.
É essencial enfrentar os bloqueios que impedem a
redução significativa da taxa de juros, a ampliação
do crédito para capital de giro e investimento, a
implementação de projetos de inovação e o
fortalecimento da educação de qualidade em tempo
integral. Tudo isso está ao nosso alcance, desde que
saibamos construir consensos sociais e políticos em
prol do desenvolvimento econômico e socioambiental.
Clemente Ganz Lúcio, sociólogo, coordenador do Fórum
das Centrais Sindicais, consultor, membro do CDESS –
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
Sustentável da Presidência da República, membro do
Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil e ex-diretor
técnico do DIEESE (2004/2020).
Fonte: Rádio Peão Brasil
09/12/2024 -
Nova Central participa de reunião trimestral com a
Conalis/MPT e o Fórum das Centrais
A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) se
reuniu com a Coordenadoria Nacional de Promoção da
Liberdade Sindical (Conalis), do Ministério Público
do Trabalho (MPT), e o Fórum das Centrais nesta
sexta-feira(6). Na pauta, o fortalecimento dos
sindicatos e o exercício da liberdade sindical
permearam os temas diversos.
Participaram pela Nova Central, os assessores
jurídicos Dr. Agilberto Seródio e Dr. Cristiano
Meira, que fizeram a explanação das demandas da
entidade.
Conalis
A Conalis busca auxiliar na pacificação dos
conflitos coletivos de trabalho, combater os atos
antissindicais, assegurar o direito de greve, atuar
como mediador ou árbitro nos conflitos coletivos de
trabalho e incentivar a negociação coletiva como
forma de melhoria das condições sociais dos
trabalhadores.
Fonte: NCST
09/12/2024 -
STF marca para 9 de dezembro audiência pública sobre
"uberização"
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson
Fachin, marcou para esta segunda-feira (9) uma
audiência pública para debater a questão sobre o
vínculo de emprego entre motoristas de aplicativos e
as plataformas digitais.
Na audiência, o ministro vai colher informações para
balizar seu voto sobre a chamada uberização das
relações de trabalho. Devido ao recesso de fim de
ano no STF, o caso deve ser julgado pela Corte
somente em 2025. O Dr. Luiz Carlos Garcia falará
pela Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
na audiência que reunirá representantes das centrais
e outras entidades sindicais.
"Não há segurança jurídica se o cidadão não consegue
saber e compreender qual é o conteúdo da norma e
qual norma será aplicada em cada caso concreto,
criando, dessa forma, um cenário de insegurança e
incerteza", escreveu o ministro na decisão.
O principal processo que trata do assunto foi
protocolado pelo Uber. A empresa considera
inconstitucionais as decisões do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) que reconheceram a relação de
emprego da plataforma com um motorista do
aplicativo.
A decisão tomada terá a chamada repercussão geral,
mecanismo que obriga todo o Judiciário a seguir o
entendimento do STF após o julgamento de uma causa.
Apesar de várias decisões da Justiça Trabalhista
reconhecerem o vínculo empregatício, o próprio
Supremo possui decisões contrárias.
Em dezembro do ano passado, a Primeira Turma da
Corte entendeu que não há vínculo dos motoristas com
as plataformas. O mesmo entendimento já foi tomado
pelo plenário em decisões válidas para casos
concretos.
Cerca de 10 mil ações tramitam em todo o país e
aguardam a decisão definitiva do Supremo.
Fonte: Agência Brasil com adaptações da Imprensa Nova
Central
09/12/2024 -
Pesquisa: fim da Escala 6x1 tem apoio de 70% da
população e supera divisões ideológicas
A redução da jornada não é devaneio de
esquerdistas. E tampouco proposta inexequível.
Trata-se, pois, de demanda real e concreta da
sociedade brasileira. Do contrário, não teria a
adesão que vem ganhando com o debate. Nas ruas e nas
redes.
Acesse levantamento do DIAP sobre as proposições na
Câmara e Senado.
É isto que revela pesquisa conduzida pelo Projeto
Brief, em parceria com a plataforma Swayable, revela
esta assertiva, e mostrou que o fim da Escala 6×1 —
modelo de jornada de trabalho que prevê 6 dias
consecutivos de trabalho por 1 de descanso — é
apoiado por 70% da população brasileira, segundo
veicula a agência de notícias Alma Preta.
O estudo, segundo a “Alma Preta”, realizado entre 22
e 26 de novembro, com 3.122 participantes de todo o
País, apontou que a adesão à proposta supera
divisões ideológicas, com apoio de 81,3% dos
entrevistados, que se identificam como de esquerda,
e 59,4% dos que se definem como de direita.
Aspecto humanitário
Esse, ainda segundo a agência de notícias, apoio
cresceu significativamente quando os entrevistados
foram expostos a argumentos favoráveis à proposta, e
alcançou 91,3%, entre a esquerda, e 71,5% na
direita.
Os responsáveis pelo levantamento concluíram que,
nesse debate, o aspecto humanitário se mostrou mais
relevante do que as diferenças político-ideológicas.
As mulheres demonstraram maior afinidade com o fim
da chamada Escala 6×1, em comparação aos homens.
Entre elas, o apoio chegou a 86%, enquanto entre
eles foi de 76%. Além disso, a proposta é amplamente
conhecida: 89% dos entrevistados afirmaram ter
ouvido falar sobre o tema, que ganhou notoriedade
nas redes sociais e está em discussão na Câmara dos
Deputados.
Propostas na Câmara
O tema trata, concretamente, da PEC (proposta de
emenda à Constituição) da deputada Erika Hilton (PSol-SP),
que estabelece a duração do trabalho de até 8 horas
diárias e 36 semanais, com jornada de 4 dias por
semana e 3 de descanso.
Há, ainda, a proposta já em tramitação na Casa — PEC
221/19 —, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), reduz
de 44 para 36 horas a jornada semanal do trabalhador
brasileiro. Essa redução terá prazo, segunda a PEC,
de 10 anos para se concretizar. O texto do deputado
está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) à
espera de relator desde março.
Atualmente, a Constituição estabelece que a jornada
deva ser de até 8 horas diárias e até 44 horas
semanais, o que viabiliza o trabalho por 6 dias com
apenas 1 dia de descanso.
Maximização dos lucros e elite econômica atrasada
Quando questionados sobre a resistência de empresas à
proposta, 65,8% acreditam que o modelo atual
favorece a exploração dos trabalhadores para
maximizar lucros. Outro argumento amplamente aceito
(68,1%) foi de que a elite econômica historicamente
se opõe a avanços nos direitos trabalhistas.
Contraponto frequentemente usado por críticos da
mudança a ideia de que a redução da jornada
comprometeria a produtividade — também foi
contestado pela maioria dos entrevistados. Para
77,6%, mais tempo para descanso resultaria em maior
produtividade no trabalho.
Impacto nas percepções políticas
O levantamento também destacou mudanças nas percepções
políticas dos entrevistados em relação à pauta.
Entre àqueles que votaram no ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022, 44,6%
afirmaram sentir maior identificação com a esquerda
ao saber que a causa é defendida por membros do PSol,
partido que levantou o debate na Câmara dos
Deputados.
Paralelamente, 64,6% dos eleitores de direita
disseram que a visão sobre a própria ideologia piora
ao saber que representantes do campo conservador se
opõem à medida.
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi conduzida de forma voluntária e
anônima, com recrutamento feito via redes sociais.
Os participantes forneceram informações sobre dados
demográficos — raça, gênero e idade —, preferências
políticas e opiniões sobre a Escala 6×1.
A Swayable, plataforma internacional especializada
em medir o impacto de conteúdos na opinião pública,
auxiliou na análise dos resultados. (Com
informações da agência Alma Preta)
Fonte: Diap
09/12/2024 -
Trabalho escravo: projeto de assistência a
resgatados é aprovado
Projeto de Lei do deputado Reimont (PT-RJ) foi
relatado pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e
busca amparar resgatados do trabalho escravo
A Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei sobre
trabalho escravo de autoria do deputado Reimont
(PT-RJ) que prevê assistência de trabalhadores e
trabalhadoras resgatados de condição análoga a de
escravizado.
O Projeto de Lei 5.760, de 2023 foi relatado pela
deputada Benedita da Silva (PT-RJ). A matéria
vincula o poder público e os empregadores à
obrigação de efetivar a proteção aos trabalhadores.
“O trabalho análogo à escravidão, o tráfico humano e
a violência contra a mulher são chagas, que
envergonham a humanidade e buscam aniquilar as
vítimas. É urgente voltar os nossos olhos e os
nossos esforços para acabar ou ao menos reduzir os
efeitos dessas tragédias. Esse é o nosso propósito”,
afirma Reimont.
O PL trata sobre medidas para garantir o exercício
efetivo do direito à segurança, à saúde, à dignidade
humana e ao trabalho decente, especialmente para
acolhimento daqueles resgatados do trabalho em
condição análoga a de escravizado.
O projeto agora segue para aprovação no Senado e,
posteriormente, sanção presidencial do governo Lula.
Fonte: Agência Câmara
09/12/2024 -
CNI contesta no STF exigências da lei da reoneração
da folha de pagamento
A Confederação Nacional da Indústria (CNI)
protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade
no Supremo Tribunal Federal contra dispositivos da
nova lei da reoneração da folha de pagamento. A ação
foi distribuída ao ministro Dias Toffoli.
A Lei 14.973/2024 foi sancionada em setembro pelo
presidente da República. Ela determina o fim
gradual, até 2027, da desoneração da folha de
pagamento em empresas de 17 setores da economia,
como têxtil, calçados, comunicação, construção
civil, TI e transporte rodoviário e metroviário.
A CNI contesta os artigos 43 e 44 da nova lei, que
obrigam as empresas a apresentar declaração
eletrônica que informe o valor dos benefícios
tributários que recebem e o montante do crédito
correspondente, e preveem sanções em caso de
descumprimento. Segundo a entidade, essas
informações já estão à disposição da Receita
Federal, o que aumenta a burocracia e viola os
princípios constitucionais da simplicidade
tributária, da proporcionalidade e da razoabilidade.
Para a entidade, a nova obrigação afetará em
especial as empresas optantes pelo Simples Nacional,
regime simplificado de tributação das microempresas
e empresas de pequeno porte, que deverão suportar
gastos maiores para se adequar às normas.
ADI 7.765
Fonte: Consultor Jurídico
09/12/2024 -
Advogado pode ter honorários penhorados para pagar
dívidas trabalhistas
Decisão garante limite de penhora e preservação
de subsistência
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho
(TST) autorizou a penhora de parte dos valores
recebidos a título de honorários de sucumbência por
um advogado de Rio Verde (GO) para garantir o
pagamento da dívida trabalhista de seu escritório
com uma assistente jurídica. A restrição deve
respeitar o limite de 50% dos rendimentos líquidos,
preservando ao menos um salário mínimo para a
subsistência do devedor.
Acordo feito na Justiça não foi cumprido
Na ação trabalhista, o advogado e a ex-empregada
fizeram um acordo pelo qual ele pagaria R$ 10 mil em
13 parcelas, de setembro de 2022 a outubro de 2023.
Em janeiro de 2023, porém, a assistente jurídica
informou que os pagamentos deixaram de ser feitos e
pediu a penhora de bens para garantir seu crédito,
levando o juiz a mandar bloquear valores de contas
do advogado.
Este, então, recorreu ao Tribunal Regional do
Trabalho da 18ª Região (GO), alegando que o valor
bloqueado dizia respeito à remuneração recebida a
título de honorários advocatícios sucumbenciais
(parcela devida pela parte perdedora de uma ação ao
advogado da parte vencedora) e tinha natureza
alimentar. Por isso, não poderia ser penhorado.
O TRT acolheu o recurso e suspendeu a penhora, por
considerar que os honorários sucumbenciais são
impenhoráveis, a não ser que ultrapassassem 50
salários mínimos mensais (artigo 833 do CPC).
Créditos trabalhistas têm prioridade
O relator do recurso da trabalhadora, ministro Amaury
Rodrigues, explicou que, desde o Código de Processo
Civil de 2015, o TST passou a admitir a penhora de
salário e proventos de aposentadoria, desde que
limitada a 50% dos ganhos líquidos da parte
executada, para pagamento de prestações alimentícias
- o que abrange os créditos trabalhistas típicos.
Segundo o relator, o caso não diz respeito à
execução de honorários sucumbenciais mediante
penhora de crédito alimentar. “Ao contrário,
invoca-se a natureza alimentar dos honorários
advocatícios para sustentar sua impenhorabilidade, o
que contraria a jurisprudência do TST”, ressaltou,
lembrando que a natureza alimentar dos créditos
trabalhistas justifica sua prioridade no pagamento.
A decisão foi unânime.
Processo: RR-0858-77.2022.5.18.0104
Fonte: TST
09/12/2024 -
TST nega multa a sindicato por post criticando
empresa após greve
Colegiado entendeu que a postagem do sindicato
tinha caráter informativo, sem ofensas.
SDC do TST rejeitou o pedido de aplicação de multa
contra um sindicato por um post nas redes sociais
que criticava condutas de empresa durante greve dos
funcionários.
O colegiado entendeu que a publicação era de caráter
informativo e sem ofensas, não configurando violação
ao acordo de sigilo firmado entre as partes durante
as negociações.
TRT previu multa
Em novembro de 2021, os trabalhadores da Golden,
empresa responsável pela merenda escolar no
Município de Votorantim, deflagraram greve
reivindicando aumento salarial.
Durante audiências de conciliação, empresa e
sindicato concordaram com diversos pontos sugeridos
pelo TRT da 15ª região, sediado em Campinas/SP.
Um dos pontos estabelecia que as partes não fariam
"opiniões públicas de desapreço" ou contrárias à
imagem e à dignidade da outra parte enquanto
durassem as negociações ou após eventual acordo.
Ficou pactuada multa de R$ 5 mil para cada nova
publicação ou postagem ofensiva em redes sociais ou
outros meios públicos.
Embora o TRT tenha declarado a greve legítima e
deferido parte das reivindicações do sindicato, a
Golden afirmou que o acordo foi violado e pediu a
aplicação da multa.
Postagem criticava conduta
O sindicato publicou que a Golden, com anuência da
Prefeitura de Botucatu, para a qual também fornecia
serviços, teria praticado irregularidades e atos
antissindicais semelhantes aos ocorridos em
Votorantim.
Segundo o texto, houve coação e demissão de
merendeiras que se recusaram a desfiliar-se do
sindicato.
O Sindirefeições defendeu que a publicação tinha
caráter informativo e era uma forma de "apoiar um
ato de outros sindicatos e falar a verdade a
respeito da conduta da empresa".
A postagem buscava alertar autoridades e a
comunidade escolar sobre as condições enfrentadas
pelas trabalhadoras da merenda.
Conteúdo não configurou ofensa
Ao julgar o recurso da Golden, a relatora do caso,
ministra Kátia Arruda concluiu que não houve
descumprimento do acordo e, portanto, não cabia
multa.
Para a relatora, o teor da publicação era meramente
noticioso e representava "uma manifestação de apoio
a outra entidade sindical por vivenciar o mesmo
problema com a mesma empresa".
Dessa forma, concluiu que não houve ofensa à
dignidade da Golden na postagem do sindicato.
Processo: 9007-42.2021.5.15.0000
Leia a
decisão.
Com informações do TST.
Migalhas:
https://www.migalhas.com.br/quentes/421112/tst-nega-multa-a-sindicato-por-post-criticando-empresa-apos-greve
Fonte: Migalhas
06/12/2024 -
Prazo para atualização sindical de 2024 termina em
dezembro
O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da
Secretaria de Relações do Trabalho, informa que
neste mês termina o prazo para atualização de dados
para sindicatos, federações e confederações de
trabalhadores e empregadores no Cadastro Nacional de
Entidades Sindicais (CNES). Esse processo é
fundamental para manter o cadastro atualizado,
assegurando a confiabilidade das informações sobre
organizações sindicais e sua atuação nas relações de
trabalho.
Confira os Prazos:
- SD (Solicitação de Atualização de Dados
Perenes): 28 de dezembro de 2024
Prazo final para a atualização dos dados de diretoria
das entidades sindicais cujos mandatos estejam
vencidos no CNES há mais de 8 anos. Para atualizar,
as entidades devem acessar a opção “Solicitação de
Atualização de Dados Perenes – SD” no CNES, conforme
estabelecido na Portaria do MTE nº 3472/23, artigo
2º, VI, artigos 41 e 42.
- SR (Solicitação de Recadastramento –
Atualização Sindical): 31 de dezembro de 2024
Prazo final para o recadastramento das entidades
sindicais com registro sindical concedido antes de
18 de abril de 2005, mas que ainda não migraram para
o CNES. O recadastramento deve ser realizado via
“Solicitação de Recadastramento – Atualização
Sindical – SR”, conforme Portaria do MTE nº 3472/23,
artigo 2º, V, artigo 35 e artigo 36. Entidades com
cadastro ativo no CNES não precisam realizar
atualização via SR.
De acordo com o Secretário de Relações do Trabalho
do MTE, Marcos Perioto, o CNES é instrumento vital
para cumprimento do comando constitucional que rege
a estrutura sindical brasileira, que é a unicidade
sindical. É o coração de todos os procedimentos de
registro sindical, fonte fundamental de dados e
informações sobre relações do trabalho, organização
sindical e sindicalização, de trabalhadores e
empregadores.
Daí a importância de mantê-lo atualizado e em boas
condições de operação e acesso público. “A não
atualização dos dados resultará no cancelamento do
registro sindical da entidade, conforme estabelecido
no artigos 38, IV e V e parágrafos 1º, 2º e 3º ”,
alerta Perioto.
Para acessar o Cadastro Nacional de Entidades
Sindicais (CNES), visite: cnes.trabalho.gov.br
Fonte: MTE
06/12/2024 -
Sobre as propostas do pacote fiscal do governo Lula
3
Em 2022, durante a transição de governo, o
Congresso Nacional aprovou a EC (Emenda à
Constituição) 126/22 e, no início do mandato, a LC
(Lei Complementar) 200/23, que substituíram a EC
95/16, conhecida como Teto de Gastos, vigente desde
o governo Michel Temer (MDB). Essas medidas
estabeleceram o NAF (Novo Arcabouço Fiscal) para
garantir o equilíbrio das contas públicas.
Neuriberg Dias*
Diante dos limites políticos atuais, o novo regime
fiscal do governo Lula (PT) corrigiu distorções
graves geradas pelo Teto de Gastos, como a
descontinuidade de serviços públicos essenciais e a
escassez de recursos para programas sociais para os
mais vulneráveis e investimentos públicos. Contudo,
os desafios permanecem: até o momento, as medidas de
aumento de receita aprovadas foram insuficientes
para cumprir a meta de zerar o déficit público.
Déficit zero é a meta de que o governo gaste
exatamente o que arrecada, sem aumentar a dívida
pública. O objetivo é equilibrar as contas públicas
e, gradualmente, chegar a superávit primário.
Diante desse quadro, o governo apresentou novo
pacote fiscal, que inclui medidas para controle de
despesas, sem abandonar propostas de aumento de
receita para garantir a justiça fiscal, essencial
para reduzir as desigualdades sociais. O pacote,
composto por 3 iniciativas e 2 propostas
relacionadas à Previdência dos militares e à isenção
de IR para quem ganha até R$ 5 mil — ainda a serem
oficializadas — vai ser debatido no Congresso
Nacional.
Propostas
As propostas em tramitação são a PEC 45/24, enviada
pelo Poder Executivo, com foco em ajustes no teto
remuneratório, benefícios fiscais e programas
sociais, além do PLP 210/24 e o PL 4.614/24, com
medidas que ampliam a rigidez do NAF. Ambos os
projetos de lei são de autoria do deputado José
Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
A PEC 45/24, que altera os artigos 37, 163, 203,
212-A e 239 da Constituição, e o 76 do ADCT (Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias) e acresce
os artigos 138 e 139 ao ADCT, para disciplinar os
seguintes temas:
1) Teto remuneratório no serviço público;
2) Regras para benefícios fiscais;
3) BPC;
4) Fundeb;
5) Abono salarial;
6) DRU;
7) Regras orçamentárias e vinculações de receitas; e
8) Subsídios.
O PLP 210/24, altera a LC 200/23, para, entre outras
medidas:
1) Limitar o crescimento da despesa vinculada à
Seguridade Social às regras do arcabouço;
2) Vedar, em caso de déficit primário do Governo
Central, a concessão, ampliação ou prorrogação de
incentivos tributários até 2030, bem como o
crescimento real das despesas com pessoal acima de
determinado índice;
3) Introduzir limites para compensação de créditos
tributários superiores a R$ 10 milhões;
4) acrescentar gatilhos em caso de redução nominal das
despesas discricionárias;
5) Autorizar a livre aplicação de superávits
financeiros de diversos fundos entre 2025 e 2030,
como o Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o Fundo
Nacional de Aviação Civil;
6) Permitir o bloqueio de até 15% das doações de
emendas parlamentares, equiparando-as às demais
despesas discricionárias.
E o PL 4.614/24, que entre outros pontos:
1) Exige o cadastro biométrico para concessão e
manutenção de benefícios sociais;
2) Impõe atualização do CadÚnico a cada 24 meses, com
suspensão de benefícios em caso de descumprimento;
obriga agências de serviços públicos a compartilhar
informações para verificar critérios de concessão de
benefícios, respeitando a legislação de proteção de
dados; altera regras do BPC;
3) Modifica regras do Bolsa Família; e
4) Vincula o crescimento anual da despesa alocada no
FCDF (Fundo Constitucional do DF) à inflação medida
pelo IPCA.
Dificuldades para aprovação
Apesar da urgência defendida pelo governo e pelo
Legislativo, a tramitação enfrentará obstáculos. De
1 lado, as propostas possuem amplas implicações
econômicas, sociais e políticas. De outro, os prazos
e o rito legislativo — com a proximidade do recesso
parlamentar, novas regras sobre emendas
parlamentares e demandas orçamentárias de fim de ano
— podem dificultar a aprovação integral dentro do
prazo desejado.
Além disso, divergências entre o governo,
parlamentares e setores econômicos e sociais podem
atrasar o andamento das matérias no Congresso.
O pacote fiscal promete ser dos mais relevantes e
polêmicos enfrentados pelo atual governo. Sua
aprovação integral no Congresso vai exigir
habilidade para superar pressões de lobbies e grupos
de interesse, em meio à campanha permanente da
imprensa e de agentes do mercado financeiro.
A inclusão da isenção do IR e da taxação dos
super-ricos, considerados pilares para promover a
justiça fiscal no País, será teste decisivo para o
governo. Aguardemos o desfecho.
(*) Jornalista, analista político e diretor de
Documentação do Diap. Sócio-diretor da Contatos
Assessoria Política
Fonte: Diap
06/12/2024 -
Alckmin diz que Lula lança Missão 5 da Nova
Indústria Brasil na semana que vem
O vice-presidente também enumerou as outras
missões do programa e enalteceu investimentos
atraídos na Missão 1, relacionada a cadeias
agroindustriais sustentáveis
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou
nesta quarta-feira (4) que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) lançará na semana que vem a
Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), uma das
seis metas de um plano do governo para impulsionar o
parque industrial brasileiro até 2033.
As declarações foram dadas durante a abertura do 2º
Seminário Nacional de Política Industrial –
Indústria Verde: Inovação e Sustentabilidade,
realizado pela Comissão de Indústria, Comércio e
Serviços da Câmara dos Deputados.
A Missão 5 é denominada “bioeconomia,
descarbonização e transição e segurança energéticas
para garantir os recursos para as futuras gerações”.
“Na semana que vem, o presidente lança a Missão 5,
que é a transição ecológica”, afirmou o
vice-presidente, que também é ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Alckmin também enumerou as outras missões e
enalteceu investimentos atraídos na Missão 1,
relacionada a cadeias agroindustriais sustentáveis.
“Ontem, o presidente Lula lançou a Missão 1, e nós
passamos de R$ 296 bilhões de novos investimentos na
Missão 1, que é agroindústria. Investimento
privado”, disse Alckmin.
O vice-presidente afirmou ainda que o governo cobrou
na 29º Conferência do Clima das Nações Unidas que a
regulação do carbono seja aplicada
“planetariamente”, para que não haja prejuízo ao
Brasil após a aprovação das novas regras pelo
Congresso Nacional. “Não se pode usar o meio
ambiente como protecionismo”, comentou.
Alckmin também celebrou o que chamou de “bom
momento” dos resultados do Produto Interno Bruto
(PIB), cujo avanço no 3º trimestre deste ano foi de
0,9%. Segundo ele, foi a indústria de transformação
que puxou o crescimento do PIB.
“Os tempos no mundo são outros. Há duas guerras,
dificuldade geopolítica, pós-Covid, alto
endividamento dos países, crescimento mais baixo.
Então, você crescer 3% ao ano hoje equivale a mais
de 4%”, concluiu Alckmin.
Fonte: Estadão Conteúdo
06/12/2024 -
Hora trabalhada de pessoa branca vale 67,7% mais que
a de negros
Disparidade está presente em todas as
escolaridades
A hora trabalhada de uma pessoa branca vale 67,7%
mais que a de trabalhadores pretos e pardos.
Enquanto negros – conjunto de pretos e pardos –
recebem R$ 13,70 em média, os brancos recebem R$ 23.
Invertendo a ordem, significa também dizer que
negros recebem por hora 40% a menos que os brancos.
O dado que revela uma das faces da desigualdade
racial no país faz parte da Síntese de Indicadores
Sociais, divulgada nesta quarta-feira (4) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Ao observar a diferença racial pela escolaridade,
foi possível notar que os brancos recebem mais que
os pretos e pardos pela hora trabalhada em todos os
níveis. Entre os sem instrução ou fundamental
incompleto, por exemplo, a diferença é de 30%.
A maior disparidade é entre os trabalhadores com
ensino superior completo, quando os brancos recebem
43,2% mais pela hora trabalhada – R$ 40,24 contra R$
28,11.
O estudo traz também o tamanho da desigualdade no
rendimento médio real da população. Enquanto a média
salarial geral no país ficou em R$ 2.979, a média do
salário dos brancos é R$ 3.847, superando em 69,9% o
valor dos negros – R$ 2.264.
Ao comparar com dados de 2019, último ano antes da
pandemia de covid-19, a pesquisadora do IBGE Denise
Guichard Freire contextualiza que a desigualdade
racial referente aos rendimentos diminuiu – em 2019
estava em 74,9%, mas permanece em patamar
“extremamente elevado”.
“Pretos ou pardos normalmente estão inseridos em
ocupações que pagam menos, como construção,
agropecuária, serviço doméstico; enquanto a
população branca normalmente está inserida em
ocupações que pagam rendimento maior, como
informação e comunicação e administração pública.
Essa diferença estrutural que acontece no rendimento
médio real permanece”.
Apesar da redução de 2019 e 2023, ao analisar a
desigualdade racial na remuneração média nos dois
últimos anos da pesquisa (2022 e 2023), verifica-se
que houve aumento da disparidade, de 65% para 69,9%.
De acordo com Denise Freire, é um efeito que tem a
ver com a posição ocupada pelas pessoas em um ano
marcado pela recuperação do mercado de trabalho.
“A população branca tem mais facilidade nessa
retomada do mercado de trabalho que a população
preta ou parda”.
Matéria completa:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-12/hora-trabalhada-de-pessoa-branca-vale-677-mais-que-de-negros
Fonte: Agência Brasil
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