Cresce repúdio às atitudes de Temer contra o
sindicalismo, especialmente quanto ao custeio. A
Agência Sindical repercute essas reações, sobretudo
após o decreto presidencial que recompõe o
financiamento de entidades patronais.
O presidente da Nova Central Sindical, José Calixto
Ramos, cobra isonomia e denuncia que há um conluio
com o objetivo de promover “um verdadeiro massacre
contra nossa organização sindical, cortando os meios
de financiamento sem qualquer aviso prévio".
"Por que o governo só atende o setor patronal? É
estranho retirar receitas das entidades sindicais e,
ao mesmo tempo, assegurar financiamento para os
sindicatos patronais. Não aceitamos esse tratamento
diferenciado em um cenário de desemprego,
precarização das relações de trabalho e
desvalorização salarial”, argumenta Calixto.
Para o dirigente, o decreto que assegurou à
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) uma fonte de recursos, que também é concedida
a outros setores, “é um ato incontestável da boa
vontade do governo para com as entidades patronais”.
Benesses - Com o decreto, a entidade do setor
agrícola do Sistema S, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar), é obrigado a reservar
até 5% do orçamento para o financiamento da CNA e
outros 5% para as suas federações estaduais.
“Essa percentual de recursos é retirado do montante
que até fevereiro tinha como destino a qualificação
dos trabalhadores rurais”, aponta o jornalista
Alysson de Sá Alves e assessor parlamentar do Diap
(Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar).
O jornalista observa que, para além de sufocar o
sindicalismo dos trabalhadores com o fim de sua
fonte de custeio, dificultar e até mesmo impedir a
prestação de assistência e a defesa dos direitos,
governo e empresariado também prejudicaram os
trabalhadores rurais com a retirada de recursos
destinados à qualificação profissional.
Perseguição - “Agora, portanto, os
trabalhadores do campo passaram a ser perseguidos e
punidos pelo governo Temer e se juntam aos
trabalhadores da cidade, que sofrem e lutam
diuturnamente pela sobrevivência, com o desemprego
em larga escala, o aumento da violência e a redução
da prestação de serviços essenciais do Estado, em
especial, saúde e educação públicas”, denuncia, em
artigo no site do Diap.
Alysson de Sá frisa que o Decreto 9.274 intensifica
o modus operandi do governo para o atendimento das
demandas patronais, em detrimento dos trabalhadores.
Mais informações: www.diap.org.br, www.ncst.org.br