Publicação: 24/10/2016 às 22h15

 

9º CONGRESSO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DO PLANO DA CNTI

 

Palestras sobre conjuntura e sindicalismo ampliam debates do

9º Congresso da CNTI

Conjuntura Atual: Impactos no Sindicalismo foi o tema da primeira palestra-debates na plenária do 9º Congresso Nacional dos Trabalhadores na Indústria do Plano da CNTI, nesta segunda-feira, 24 de outubro. O economista e coordenador técnico do Dieese e professor na Escola de Ciências do Trabalho, Airton Santos, e o economista e Professor Dr. da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ladislau Dowbor, foram unânimes em apontar o sistema financeiro como o grande vilão da crise no país.


Para Airton Santos, o capital financeiro está dominando e explorando o Tesouro Nacional. “A recessão está aí, com aumento de desemprego, empresas endividadas, não há crise do setor externo, mas não vemos crise bancária. Só da dívida pública”, destacou. Segundo ele, o momento é de muita inquietação e se reflete na base da pirâmide social. “A conta do ajuste da economia está sendo cobrada do trabalhador”.


O economista acrescentou que o consumo das famílias caiu a níveis muito baixos; as empresas reduziram a produção, por não terem a quem vender seus produtos; e o governo não gasta com investimentos e políticas sociais, mas paga direitinho os juros aos bancos. “Cabe ao governo investir para tirar o país de onde está, mas aí vem com a PEC 241 e diz: não vamos gastar mais. Como a economia vai reagir se ninguém gasta?”


Segundo Santos, junto com a crise vêm propostas negativas como o cerceamento das manifestações públicas; a prevalência do negociado sobre o legislado; mas ninguém mexe com as taxas de juros, não se altera a estrutura tributária, não vai limitar os gastos com a dívida pública. “A democracia não se sustenta desse jeito. E o movimento sindical não deve achar que isso não é com ele. Estamos no limiar da nossa história onde tudo que construímos pode acabar de uma hora para outra”.


“O sistema financeiro quebrou o país e a PEC 241 colocou a corda no pescoço dos brasileiros”. A avaliação é do professor Ladislau Dowbor, ao tratar da grave crise econômica que vive o Brasil, com reflexos desastrosos para toda a sociedade. “O endividamento das famílias, das empresas e do Estado vem se agravando nos últimos 20 anos e não pode ter economia que sobreviva desta maneira”, ressalta.


Segundo Dowbor, a crise tem quatro componentes, ou motores, econômicos: o primeiro o fator externo, que não é o mais importante, com queda na exportação; o segundo, o consumo das famílias, que era de 20% da renda em março de 2005 e chegou a 46% em 2015, o que significa que as famílias hoje têm quase metade da renda comprometida com dívidas e pagamento de juros.


O terceiro motor da economia trata-se da atividades empresarial, vítima do mesmo processo, segundo o professor. “Se cai a demanda, não produz, vem o desemprego e o investimento cai brutalmente, esfriando a economia de maneira radical”. O Estado, quarto motor, está travado em consequência da dívida pública, “o que paralisa a capacidade de investimentos e políticas sociais”. Entre as medidas a serem adotadas estão tributar o capital improdutivo, retomar a capacidade de investimento e a regulação financeira.


Estrutura sindical e custeio - O desembargador aposentado do TRT da 3º Região-Minas Gerais e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Antônio Álvares da Silva, e o advogado e consultor sindical, Nicanor Sena Passos, abordaram sobre Estrutura e Custeio sindical: Desafio ético às instituições e às ações políticas.


Direito individual e coletivo, negociação, greve, dissídio coletivo, cogestão, direito público e direito penal do trabalho, negociado sobre o legislado e o futuro do sindicalismo foram pontos abordados pelo desembargador para que é preciso acabar com a desilusão do trabalhador em relação à justiça. “O mundo gira rápido e precisamos de respostas rápidas. Não pode ficar silencioso porque só ganha o que lhe é concedido pela luta”.


Ao falar sobre o tema, Nicanor Passos deu ênfase às questões do custeio e da representatividade das entidades sindicais. “O movimento sindical precisa mudar a forma de se comunicar, de convocar a categoria. Será que não chegou o momento de discutirmos sindicalismo na era pós- moderna do snapchat, dos aplicativos? Falta enxergar o óbvio e não conseguimos ver porque fomos preparados pela cultura da era industrial”, provou o advogado.


Grupos da CNTI elaboram propostas sobre temas específicos

 

Os debates em grupos tiveram continuidade na manhã desta segunda-feira, quando os congressistas definiram propostas e sugestões a serem incluídas no relatório geral do 9º Congresso da CNTI e nos documentos específicos. As discussões foram acompanhadas e orientadas por técnicos do Dieese. Esses documentos servirão para subsidiar as ações da Confederação junto às instâncias de governo.


“A direção nacional e os órgãos do governo nem sempre conhecem os efeitos maléficos das políticas adotadas, com reflexos na produção e na vida dos trabalhadores. Por isso, nesse congresso, decidimos discutir desta forma, uma espécie de mini congressos de cada setor específico. O documento será o norte para a administração da Confederação”, explicou o presidente da CNTI, José Calixto Ramos.

 

INDÚSTRIAS DE JÓIAS, VIDROS E CRISTAIS, INSTRUMENTOS MUSICAIS, BRINQUEDOS E QUÍMICOS

INDÚSTRIA DA ALIMENTAÇÃO, GRÁFICOS E METALÚRGICOS

 

INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA

 

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E MOBILIÁRIO

 

INDÚSTRIA DE MÓVEIS

 

INDÚSTRIA DO PAPEL

 

INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO E COURO

 

INDÚSTRIAS EXTRATIVAS

 

INDÚSTRIA DE FIAÇÃO E TECELAGEM

 

INDÚSTRIAS URBANAS

 

Por Geralda Fernandes

Fotos: Julio Fernandes

Agência Fulltime

 

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Palestras

 

Airton - Balanço das Negociações 1o. sem.2016

Airton - Boletim Conjuntura 007

Airton - Notas sobre a proposta das centrais para a PS

Airton - NT 161 PEC 241

Antônio Álvares - negociado, legislado e o futuro do sindicalismo

Floriano Martins - Previdência Social CNTI ( 25.10.16 )

Grijalbo - Palestra no Congresso da CNTI 2016 - Luziânia Goiás

Ladislau Dowbor - 16-BANCOS-6-livro

Marilane - Artigo congresso

Roberto Carvalho - Perspectivas da reforma previdenciaria

 

 


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